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sábado, 10 de setembro de 2011

A INFLUÊNCIA CULTURAL DA IGREJA -Lição 11- 3º. Trimestre EBD-CPAD (Resenha Bíblica)

Gênesis 1.26-30
Pr. João Barbosa
                                                                                  
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Diferençar a cultura antes e depois da queda.
  2. Conhecer os exemplos de relacionamento cultural.
  3. Compreender que a Igreja deve influenciar culturalmente a sociedade.
           
APRESENTAÇÃO
Cultura é o conjunto de manifestações sociais, linguísticas e comportamentais de um povo ou civilização. É, portanto, um empreendimento coletivo, segundo o qual os homens conseguem estabelecer um estilo de vida distinto com base em valores comuns.
Uma das capacidades que diferenciam o ser humano dos animais irracionais é a capacidade de produção de cultura. Essa palavra vem do latim colere – “cultivar”.
Portanto, a cultura é um cultivo, sem importar os meios empregados para tanto.
Em sentido bem amplo, a própria criação é cultivo de Deus, cujo principal propósito é a salvação dos cidadãos do mundo, – “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16) - mediante a realização do Filho de Deus – “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele” (Cl 1.16).
Em sentido mais restrito, a Igreja cristã tem se saído bem na promoção da civilização e da cultura humana.

DESENVOLVIMENTO
Idealmente, a Igreja cristã deveria injetar na cultura humana os princípios cristãos que promovem as virtudes da honestidade, da harmonia e do amor. A Igreja cristã também deve alertar os homens acerca de um caminho mais elevado e civilizado, a caminhada da alma como elemento orientador de qualquer cultura humana.
Existe um país celestial do qual este mundo é apenas uma sombra e uma pobre imitação. Os patriarcas receberam a promessa de Deus de uma herança na terra, mas logo após eles concluíram que esta herança terrena era apenas uma sombra da herança celestial (Hb 11.13-16).
O sistema cultural que o homem viveu antes da queda – Quando a Bíblia diz que o Senhor Deus plantou um jardim no Éden e pôs ali o homem que tinha formado, vimos que em primeiro lugar Deus criou um ecossistema, que é todo um conjunto formado por um ambiente inanimado, incluindo água, solo, atmosfera, todo tipo de vegetação e os seres vivos que o habitam.
Assim, lagoas, pradarias, florestas e mares são o ecossistema. O Éden portanto, foi o primeiro ecossistema dentro da cultura da criação de Deus, conforme narra Gn 2.4-9: “Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o Senhor Deus fez os céus e a terra. Toda planta do campo ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava; porque ainda o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra. Um vapor, porém, subia da terra e regava toda face da terra. E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego de vida, e o homem foi feito alma vivente. E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden da banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha formado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida, e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal”.
Imaginemos que Deus preparou seus canteiros de sementeiras e seus primeiros exemplares de seres viventes. Agora planta o seu jardim. Ali, onde já havia o solo e a atmosfera, fez brotar toda sorte de árvores incluindo a árvore da vida e a árvore da ciência do bem e do mal. Naquele meio ambiente já havia surgido um rio para regar o jardim, que logo se dividia em quatro braços, quatro outros rios menores. Os quatro rios que saiam do Éden eram: o Pisom, que significa: que faz crescer; o Giom, que significa turbulência das águas; o Tigre, significa rápido; e o Eufrates: doce, tornar fértil ou frutífero. (Gn 2.10-14).
Havia tanta paz e harmonia que o texto bíblico de Gn 1.31 assegura: “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom....” Foi nesse contexto cultural que Adão pôs nome em todos os animais –  “Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos  céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo que Adão chamou a toda alma vivente, isso foi o seu nome E Adão pôs nome a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjuntora que estivesse como diante dele (Gn 2.19). Foi neste ambiente cultural que Deus formou a mulher tirando-a de uma das costelas do homem e  trouxe-a a Adão, o qual disse: Deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.
A cultura depois da queda: Diariamente, Deus vinha ao homem pela viração do dia, pois o homem era responsável pelos empreendimentos de Deus, ele era o dominador. Deus o colocou lá como governo e como sacerdote, implícito na expressão “lavrar e guardar” – (Gn 2.15). Então aquela cultura de paz e harmonia entre todas as coisas que Deus criou, tendo o homem como a coroa desta criação, fora mudada pela desobediência do homem. A vinda de Deus diariamente para falar com o homem fora interrompida. O homem foi expulso do seu habitat, e uma nova cultura surgiu: A cultura pós-queda, onde a terra foi afetada pela desobediência do homem tornando-se maldita. Pois disse o Senhor: Maldita é a terra por causa de ti – E ainda disse o Senhor: Com dor comerás dela  todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá; comerás da erva do campo. No suor do teu rosto. comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela fostes formado, porquanto és pó e em pó te tornarás. Pela primeira vez o homem toma conhecimento que é pó e em pó se tornará.
Quanto à mulher, passaria a dar a luz com dores de parto e seria submissa a seu marido.
Essa cultura trouxe a discórdia entre pais e filhos, entre irmãos, e entre marido e mulher; a ponto de até se matarem uns aos outros. Como Caim que matou Abel – “E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel, e o matou” (Gn 4.8).
E como Lameque, um descendente de Caim que foi o primeiro homem que praticou a bigamia e também era assassino – “E disse Lameque às suas duas mulheres: Ada e Zilá: Ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito; porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar.” (Gn 4.23).
A cultura pós-queda se degenerou a ponto de não ser mais possível prosseguir com ela, visto que as duas vertentes: a adâmica, por Sete e a de Caim se encontraram mais tarde e ambas se envolveram culturalmente em desobediência a Deus – “E viu Deus que a maldade do homem se multiplicava sobre a terra e que todas as imaginações do pensamento de seu coração eram só má continuamente. E disse o Senhor: Destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até o animal, até  o réptil, e até as aves do céu... Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor” (Gn 6.4,6-8). Noé escapou porque cumpriu sua Missão Cultural – aquilo que Deus determinou para ele pós-queda, ele seguiu as determinações. “E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra” (Gn 6.12).
Exemplos de homens de Deus que mantiveram
sua cultura mesmo em situações adversas: José, entre os egípcios – “E disse Faraó aos seus servos: Acharíamos um varão como este, em que haja o Espírito de Deus? Depois, disse Faraó a José: Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão inteligente e sábio como tu. Tu estarás sobre a minha casa e por tua boca se governará todo o meu povo; somente no trono eu serei maior que tu” (Gn 41.38-40).
Moisés, na casa de Faraó “E a mulher concebeu e teve um filho.... não podendo, porém, mais escondê-lo, tomou uma arca de juncos.... pondo nela o menino e o pôs nos juncos à borda do rio. E a irmã do menino postou-se de longe, para saber o que lhe havia de acontecer. E a filha de Faraó desceu a lavar-se no rio.... E ela viu a arca no meio dos juncos, e enviou a sua criada e a tomou. E, abrindo-a viu o menino.... e moveu-se de compaixão dele e disse: Dos meninos dos hebreus é este.  Então, disse sua irmã à filha de Faraó: Irei eu a chamar uma ama das hebréias, que crie este menino para ti. Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-mo; e eu te darei teu salário. E a mulher tomou o menino e o criou.... E sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a  qual o criou e chamou o seu nome Moisés e disse: Porque das águas o tenho tirado” (Ex 2.2-10).
“Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó. Escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa” (Hb 11.24-26). E o que dizer de Daniel entre os babilônios (Dn 1.4; 2.48,49; 4.30); de Obadias na casa de Acabe (1 Re 18.7, 13); Neemias entre os persas (Ne2.1-7).
CONCLUSÃO
A igreja primitiva deparou-se com várias questões de caráter cultural. Haja vista o Concílio de Jerusalém (At 15), onde os judeus entendiam que os crentes gentios deveriam tornarem-se judeus, isto é cumprir os ritos do judaísmo. Mas Paulo e Barnabé que eram judeus lhes resistiam mostrando que eles já eram  livres em Cristo, e não precisavam tornarem-se judeus. Daí a necessidade do Concílio de Jerusalém registrado em At.15 e Gl 1.2.
A relação entre os cristãos judeus e gentios era delicada e demandava muita diplomacia e tato por parte dos apóstolos, para que não houvesse conflitos entre ambos os grupos. (Rm 2.12-16; 14.5-9)
A cultura jamais deve ser motivo de divisões no seio da Igreja. E uma vez que estamos inseridos num ambiente cultural não podemos isolarmo-nos deste, mas o utilizarmos para comunicar a mensagem do evangelho. Assim como Jesus de Nazaré, o apóstolos Paulo entre os gentios, e Daniel entre os babilônios, a Igreja tem o dever de propor uma cultura cristocêntrica. Não há dúvida de que o Senhor deseja usar cada crente para levar a Palavra de Deus ao mundo que jaz no maligno. Esta é a nossa Missão Integral.

Bibliografia
WINTER, Ralph D., HAWTHORNE. Steven C., Bradford, Kevin D. – Perspectivas no Movimento Cristão Mundial – Editora Vida Nova, 2009
VEITH JR. Edward Gene – Tempos Pós Modernos – Uma Avaliação Cristã do Pensamento e da Cultura de Nossa Época
KOHL, Manfred Waldemar. BARROS, Antonio Carlos – Missão Integral Transformadora – Editora Descoberta
TOSTES, Silas M. – Missões Brasileiras em Resposta ao Clamor do Mundo – Betel publicações
LAN, Dong You – As Riquezas Insondáveis de Cristo – Editora Árvore da Vida

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