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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Lição 09 - O PERIGO DA INDIFERENÇA ESPIRITUAL - 02.12.18 - Subsídios


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 09 - O PERIGO DA INDIFERENÇA ESPIRITUAL - 02.12.18
Mateus 21.28-32
Por: Pr. João Barbosa

Essa parábola é muitas vezes agrupada com a seguinte, a do Viticultor, uma vez que o tema das duas é o mesmo. Ambas se baseiam no cântico do Vinhateiro, já examinado no estudo parabólico de Isaias 5.1-7.

Todos os que ouviam a Jesus estavam familiarizados com esse antigo cântico; portanto devemos estudar essas duas parábolas com profundo interesse.

Nessa primeira, vemos Jesus condenar o método que os líderes religiosos usaram para rejeitar o seu testemunho; na segunda (Mt 21.33-46), ele os condena por suas motivações.

O segredo das duas parábolas se encontra nessas palavras: “Os principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas parábolas, entenderam que ele falava a seu respeito” (Mt 21.45).

Seus inimigos sentiram o poder de sua verdade e contemplaram a sua misericórdia e, apesar de tudo isso, conspiraram contra ele para matá-lo.

Os líderes judeus tinham desafiado a autoridade de Cristo. A pergunta que ele formulou quanto à procedência do batismo e da missão de João Batista – se do céu ou dos homens – deixava-os nas garras de um dilema.

Hesitaram entre o prudente e o vantajoso e não encontraram resposta à pergunta. Essas autoridades tinham falhado completamente no plano de Deus e, para levá-las a emitir um veredicto contra elas próprias, Jesus recorreu ao método simples de narrar histórias.

Com grande habilidade, tocou nas falhas desses líderes religiosos, os quais condenavam a si próprios, fazendo-os perceber que falava a respeito deles.

Essas duas parábolas, portanto, devem ser interpretadas com base no motivo que as gerou. Os fariseus, saduceus e escribas faziam parte de um grupo que representava o tradicionalismo religioso.

Os fariseus constituíam um grupo importante com origem na Palestina, e o significado do seu nome pode ser verificado na análise etmológica do termo aramaico original que indica separação, ou seja, fariseus significam “separados”.

 Elwell destaca que o “conceito tradicional sustenta que os fariseus eram os criadores e formadores do judaísmo posterior do segundo templo, assim, não eram tanto uma seita, mas um partido dominante dentro do judaísmo”.

Ainda sob a perspectiva tradicional, Elwell destaca que “embora nem todos os fariseus fossem peritos na Lei, o farisaísmo era a ideologia da vasta maioria dos escribas e mestres da Lei, assim, os fariseus eram os guardiães e intérpretes da Lei, e, as instituições judaicas associadas com a Lei, tais como a sinagoga e o sinédrio, eram farisaicas”.

Os saduceus constituíam a aristocracia, a classe dos ricos e daqueles que ocupavam altas posições, incluindo o sacerdócio. Eles ocupavam a maior parte do Sinédrio, que atuava como uma assembleia judia de anciãos.

Champlin destaca que eles aderiam apenas à lei mosaica (fundamentalistas originais), rejeitando os profetas e a lei oral como espúrios. Seu partido manteve o controle político por muito tempo, enquanto um ramo da casta de sacerdotes controlou o ofício de sumo sacerdote por vários séculos.

Os escribas eram responsáveis em transcrever informações gerais (documentos públicos) e também transcrever informações religiosas, sendo neste caso, conhecidos como copistas de conteúdos religiosos.

Quando atuavam no campo religioso, eram conhecidos como especialistas da lei mosaica e possuíam como função primordial interpretar a Lei, para à partir de então, apresentarem respostas satisfatórias para as questões complexas. Tenney destaca que no NT “os escribas são encontrados em conexão com o partido (saduceu) sacerdotal e o partido farisaico”.

Esse autor destaca também que “os escribas (eruditos) de ambos os partidos desafiaram a Jesus principalmente sobre sua desobediência à prática tradicional da lei – por comer com aqueles que obviamente não observavam essas tradições (Mc 2.16), e comer sem a lavagem ritual das mãos, referindo-se aos discípulos (Mt 15.2; Mc 7.5).

Os “cobradores de impostos e as meretrizes” eram o símbolo dos ímpios na época de Jesus. Essas pessoas eram pecadoras e sabiam disso. Porém, sob a pregação de João Batista, inspirada pelo Espírito Santo, ocorre o milagre.

A mensagem sobre o pecado e sobre o arrependimento penetrou no coração deles e se arrependeram dos pecados, encontrando o caminho para se achegarem a Deus e servi-lo na sua vinha.

Ao longo do ministério de Jesus, muitos publicanos, meretrizes e pecadores de toda espécie tomaram a atitude da adesão operativa. Passaram boa parte das suas vidas negando verbalmente a fazer a vontade de Deus, mas quando tiveram a oportunidade de arrepender-se, acabaram obedecendo à vontade de Deus.

O batismo de João Batista – Jesus andava e ensinava abertamente no templo, as autoridades religiosas perturbadas e ardendo em inveja lhe perguntaram: “Com que autoridade fazes tu estas coisas? Ou quem te deu autoridade para fazê-las?”

 Somente eles se consideravam com autoridade em questões de religião, pois faziam parte do Sinédrio; portanto, quem quisesse ensinar religião precisava obter licença, precisava do “nada obsta” ou do “imprimatur”, doutro modo, seria mestre espúrio e falso.

Mas Jesus lhes respondeu também com outra pergunta: “Eu vos perguntarei uma coisa; respondei-me, pois, e eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. O batismo de João era dos céus ou dos homens? Respondei-me”.

Após algum arrazoado entre eles, acabaram, a contragosto, confessando sofisticamente: “Não sabemos”. Seu embaraço na resposta veio de sua má conduta, como geralmente acontece.

João constantemente testificava que o reino messiânico estava próximo, e claramente testemunhou, aos enviados dos príncipes dos sacerdotes de Jerusalém, que o Messias apareceria muito breve (Jo 1.19-26).

Jesus se considerou desobrigado de responder, como dever de cortesia, à pergunta deles. O princípio envolvido na sua recusa é o mesmo, como quando se recusou a dar um sinal no céu.

Entretanto, Jesus respondeu com três parábolas: Primeiro – A Parábola dos dois filhos (Mt 21.28-32). Segundo – A Parábola do homem proprietário (Mt 21.3-46) – Terceiro – A Parábola das bodas e das veste nupciais (MT 22.1-14).

A Parábola dos dois filhos – Temos nesta parábola o contraste entre duas classes: O primeiro filho representa as autoridades religiosas as quais mantém atitudes aparentes de obediência a Deus,  mas, no seu interior, no seu coração são desobedientes.

O segundo filho representa os publicanos e meretrizes, e também os gentios em geral, que se revoltam, contra quaisquer ordem, mesmo se forem ordem divina, mas depois caem em si e se arrependem com mais facilidade do que os egoístas, vaidosos e presunçosos escribas e fariseus que se estribam na religião.

“Dizer aqueles guardadores da lei que os da escória moral da sociedade estavam mais pertos do Reino de Deus do que eles, era dar-lhe um golpe mortal e insultá-los de modo imperdoável”.

Mas Jesus lhes disse a verdade que precisavam ouvir e compreender. E de fato a compreenderam, mas não aplicaram a eles mesmos, porque não tinham o espírito de arrependimento e humildade. “Qual dos dois fez a vontade do pai?”

O Senhor da vinha, a nós também convida: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha”! Mas Deus nos chamou não a preguiça e à indolência, mas a uma vida de trabalho perseverante e atividade na sua vinha. O campo é o mundo, e o tempo é hoje.

Nós também poderemos cair naquela mesma tendência de dizer ao Senhor: Sim; mas depois não fazermos a obra. E, se, porventura, temos dito ao Senhor: Não, arrependamo-nos e vamos ao trabalho na vinha do Mestre.

E não digamos, como os judeus, ao Senhor: Sim, e praticando o não.

Reflexões:
1. A maior catástrofe na vida de uma criatura humana é perder a sua alma, ou haver deixado esgotar a paciência e a longanimidade de Deus para com ela, em consequência da rejeição voluntária, obstinada, malévola e iníqua da graça de Deus a ela oferecida e expressa na dádiva de seu próprio Filho, para salvá-la da perdição eterna.

2. E nós, como servos do Senhor, não temos motivo algum para abusar da paciência e longanimidade de Deus. Até hoje tem ele esperado por nós, dando-nos muitas oportunidades para servi-lo.

Não percamos, pois, o privilégio de uma vida de serviço na vinha do Senhor, pois esta parábola se refere também aos nossos privilégios como servos de Deus, para que não aconteça como aquelas autoridades religiosas da parábola que a si mesmo se condenaram e foram condenadas pelo Senhor.


Consultas: GABY. Wagner Tadeu. Comentarista da Lição Bíblica do43º. Trimestre 2018. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. / GABY. Wagner Tadeu e GABY Eliel dos Santos. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. CPAD. Rio de Janeiro, 2018 /LOCKYER. Herbert. Todas as Parábolas da Bíblia. Editora Vida, São Paulo 2017  / BAILEY Kenneth. As Parábolas de Lucas. Editora Vida Nova São Paulo. 2003 / GIOIA Egídio.Notas e Comentários à Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerp. Rio de Janeiro, 1981 Bíblia do Pregador Pentecostal – SBB  CHAMPLIN. R.N. Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo– V2. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010/ SNOGRASS Kleine. Compreendendo as Parábolas de Jesus. Editora CPAD, RJaneiro, 2018

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Lição 08 - ENCONTRANDO O NOSSO PRÓXIMO - 25.11.18 - Subsídios


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 08 - ENCONTRANDO O NOSSO PRÓXIMO - 25.11.18
Lucas 10.25-37
Por: Pr. João Barbosa

Os doutores da lei pertenciam a uma corporação dos escribas e fariseus que se dedicavam a copiar e a ensinar a lei de Moisés e a comentá-la, sendo membros efetivos do grande e célebre Sinédrio.

A primeira pergunta, deste doutor da lei: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Era uma pergunta comum entre o povo e seus mestres religiosos.

O Mestre respondeu com outra pergunta: “Que está escrito na lei? Como lês tu?” Foi deveras, uma grande surpresa para aquele doutor, pois ele bem sabia o que a lei ensinava sobre a sua pergunta.

De modo que, muito embaraçado, declarou o que já sabia: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e o teu próximo como a ti mesmo”.

Esta é uma súmula da lei de Deus. O Senhor, pois, respondeu-lhe, simplesmente: “Faze isso, e viverás”.   Na verdade, o grande princípio de salvação exigido pela lei de Deus é: Faze, e viverás.

Mas o doutor da lei, querendo justificar-se, faz a Jesus uma segunda pergunta: “Quem é o meu próximo?” E o Mestre imediatamente, lhe responde com uma preciosa e oportuna parábola.

A Parábola do bom samaritano – O ensino central dessa parábola é a misericórdia e o amor para com o próximo; Jesus interpreta a lei do amor ao próximo. Esta parábola é, também, um eloquente exemplo de como a salvação é pela graça de Deus, e não pela observância da lei.

Há, nesta parábola, quatro quadros que muito chama a nossa atenção: O primeiro deles nos apresenta o pecador na impotência de conseguir sua própria salvação.

Está impossibilitado de salvar-se por suas próprias forças; o pecador está prostrado pelas investidas do inimigo, o pecado; é despojado de sua santidade primitiva e é constantemente tentado por Satanás.

O pecador perecerá sem dúvida se não lhe sobrevier o socorro divino. O segundo quadro é o de um sacerdote que vê o estado do pecador, seu próximo, mas passa de largo.

Este sacerdote, cuja missão era de interceder a favor daquele semimorto na estrada, nada faz para não ser prejudicado no seu próprio modo de vida e de prática de sua religião legalista e de cerimonialismo.

O interesse próprio o impede de obedecer à lei do amor ao próximo. O terceiro quadro é o do outro religioso profissional – o levita.

Os levitas se orgulhavam da estirpe religiosa da família de Arão, o primeiro sumo sacerdote escolhido por Deus para servi-lo no Tabernáculo, e eram os que tinham também a função de corista durante o culto e outros muitos serviços desta natureza.

O samaritano era um homem indesejável e até odiado pelos presunçosos religiosos que o precederam. Este, contra toda expectativa, vendo o seu próximo caído, ferido, semimorto, parou, achegou-se a ele e encheu-se de compaixão – era o samaritano, a figura do amor ao próximo.

Isto porque o amor e a compaixão se exteriorizam em todas as boas obras, em socorro aos necessitados, e sem olhar quem precisa da ajuda naquele momento; o bem estar do corpo da mente e da alma de seu próximo.

E nós, os salvos, pela misericórdia e graça de Deus, que faremos? Precisamos, no entanto, tecer algumas considerações sobre a recusa do sacerdote e do levita em atender o moribundo e quase morto jogado à beira do caminho.

Acontece que a situação geográfica para quem viajava de Jerusalém, que fica a aproximadamente 820m acima do nível do mar, e distava a 27km de Jericó que ficava a aproximadamente 240m abaixo do nível do mar, era de um caminho perigoso e traiçoeiro que facilitava o esconderijo de ladrões e assaltantes e dificilmente alguém fazia aquela travessia sem ser atacado por bandidos.

A cidade de Jericó era muito conhecida por abrigar as residências dos sacerdotes, alguns especialistas estimam que metade das vinte e quatro ordens sacerdotais (1Cr 24.1-19), moravam em Jericó, apesar de este número alguns achar superestimado.

Cada uma dessas ordens servia no templo. Os judeus acreditavam que os samaritanos era um povo que tinha uma ancestralidade duvidosa e uma teologia imprópria.

Eles eram considerados descendentes de povos trazidos pelos assírios e outros conquistadores, lá pelos anos 722 a.C, com o objetivo de colonizar a terra.

Eram monoteístas, aceitavam a Torá e defendiam que o templo verdadeiro ficava no monte Gerizim. Eles tinham algumas convicções comuns com os judeus, e na sua rejeição do templo de Jerusalém se assemelhavam à comunidade de Qumram.

Os samaritanos e os judeus tinham um relacionamento abertamente deteriorado. E havia entre eles grande animosidade, a ponto de um judeu não se comunicar com um samaritano.

Uma das razões porque o sacerdote e o levita passaram de largo ao ver aquele homem morto ou semimorto, é que havia uma possibilidade de uma pessoa se contaminar ao se aproximar de um cadáver.

Caso um israelita tivesse contato com um cadáver isto causava uma contaminação que duravam sete dias e exigia uma série de procedimentos de purificação que gerava certo custo financeiro (Nm 19.11-22).

Os sacerdotes eram proibidos de manter contato com cadáveres, salvo de parentes próximos (Nm 21.1-4; 22.4-7; Ez 44.25-27), mas essa exceção não se estendia ao sumo sacerdote (Lv 21.11), ou a um nazireu (Nm 6.6,12).

Os judeus acreditavam que a contaminação por um cadáver era transmitida não somente pelo toque no corpo do falecido, mas também pelo toque em coisas que estivesse entrado em contato com o cadáver, ou mesmo através do ar, pela sombra de um esquife ou pela projeção da sombra de uma pessoa dentro de uma sepultura.

Os textos rabínicos instruíam as pessoas para que mantivessem pelo menos quatro côvados, cerca de 1,20m de distância de um cadáver.

Estes pensamentos poderiam ter feito com que o sacerdote e o levita decidissem passar “ao largo”. Ao mesmo tempo, havia duas outras crenças vigentes que são também relevantes. Em primeiro lugar, fundamentado na sua religião, os judeus eram obrigados a sepultar um corpo abandonado.

Apesar de um sumo sacerdote ou nazireu não poder se contaminar com o corpo de um parente falecido, ele poderia ou deveria fazer isso quando se tratava de um corpo abandonado.

Na verdade, alguns textos debatem qual deles deveria se contaminar primeiro para sepultar um cadáver abandonado.

Em segundo lugar, pelo menos para a maior parte dos judeus, nada, nem mesmo as leis de purificação poderiam se sobrepor à obrigação de salvar uma vida.

As leis eram suspensas quando a vida estava em risco. A vítima descrita na parábola era um semimorto. Ou seja, ele estava perto de morrer e precisava desesperadamente de socorro.

O texto não deixa claro se o sacerdote ou o levita consideraram que o homem já estivesse morto, mas, seja qual for o caso, eles tinham a obrigação de ajudar, seja para enterrar o cadáver independentemente da contaminação quer ele lhes trouxessem seja para ajudar o homem na sua necessidade extrema.

Os ouvintes de Jesus entendiam que a vítima seria um judeu, mas se não fosse também não faria nenhuma diferença. Pois isso não ficaria bem claro pelo fato de que suas roupas terem sido rasgadas pelos assaltantes.

 Além disso, a parábola não coloca ênfase aos motivos do sacerdote e do levita ao se desviarem do homem, se a sua decisão foi por temerem pela sua própria segurança, ou por medo da contaminação gerada pelo corpo morto.

Poderíamos denominar esta parábola como a parábola da misericórdia. “Qual, pois, destes três te parece ser o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu o doutor da lei: aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe Jesus: Vai e fazes tu o mesmo”.

A infinita graça de Deus para conosco nos deve tornar misericordiosos para com o nosso próximo; e, então compreenderemos a parábola do bom samaritano e seremos bem aventurados.

“Bem aventurados os misericordiosos porque eles alcançarão misericórdia”. A misericórdia contempla, em primeiro lugar a necessidade da alma, e então a necessidade do corpo.

A dádiva do Pai Celestial foi primeiramente para salvar a alma do pecador e então salvar-lhe a vida.



Consultas: GABY. Wagner Tadeu. Comentarista da Lição Bíblica do43º. Trimestre 2018. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. / GABY. Wagner Tadeu e GABY Eliel dos Santos. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. CPAD. Rio de Janeiro, 2018 /LOCKYER. Herbert. Todas as Parábolas da Bíblia. Editora Vida, São Paulo 2017  / BAILEY Kenneth. As Parábolas de Lucas. Editora Vida Nova São Paulo. 2003 / GIOIA Egídio.Notas e Comentários à Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerp. Rio de Janeiro, 1981 Bíblia do Pregador Pentecostal – SBB  CHAMPLIN. R.N. Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo– V2. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010/ SNOGRASS Kleine. Compreendendo as Parábolas de Jesus. Editora CPAD, RJaneiro, 2018

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Lição 07 - PERDOAMOS PORQUE FOMOS PERDOADOS - 18.11.18


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 07 - PERDOAMOS PORQUE FOMOS PERDOADOS - 18.11.18
Mateus 18.21-35
Por: Pr. João Barbosa

Esta parábola foi proferida pelo Mestre, em resposta a uma pergunta de seus discípulos: “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” Divide-se em duas partes principais:

Um grande credor chama às contas um grande devedor – O rei da parábola, que é o grande credor, quis, em dado momento, que seu devedor lhe prestasse conta de sua dívida.

Ora, ninguém podia impugnar a vontade do grande credor, porquanto era soberano.  Aplicando esta verdade ao Criador do universo e suas criaturas humanas, vemos claramente que, quando menos esperarmos, Deus nos chamará à prestação de contas; e, semelhantemente, quem somos nós para impugnar o justo e santo credor do universo?

Aquele grande devedor da parábola não se apresentou espontaneamente ao seu credor; mas o fato impressionante é que ele foi obrigado a apresentar-se, e não podia evitar nem protelar este ato.

Assim, nós, quando formos chamados pelo Criador, para nos apresentarmos diante do Trono de sua justiça, não o podemos protelar nem evitar nem fugir.
A primeira realidade deste encontro do devedor com o seu grande credor é que o grande devedor não tinha coisa alguma com que pagar a sua grande dívida. Três ou quatro milhões de reais era coisa fabulosa para quem nada possuía.

Ora, que possui o pecador, com que possa pagar a grande dívida de seus pecados à justiça de Deus? NADA! Absolutamente nada! O grande rei credor então dá ordem para que fossem vendidos ele, a mulher, os filhos, e tudo quanto possuía, e que a dívida fosse paga.

Quanto vale um homem? Quanto vale sua família? E quanto vale a vida? O Senhor Jesus disse: “Que vale o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” A liberdade, a vida, a alma, não se compram com coisas materiais como ouro ou prata.

Podemos, pois, concluir que a nossa dívida para com Deus é tão grande que é impossível ser paga por nós, porquanto nada possuímos com que pagá-la.

Outra realidade da parábola é que o réu não se queixou do castigo imposto. Será isto o que acontecerá exatamente com cada um de nós, quando formos chamados à presença do divino Credor, Deus onisciente, justo e santo. Quem se atreverá a abrir sua boca diante do Justo Juiz?

Quando o pecador, por longo tempo, há resistido a sua própria consciência e a Deus e não paga a sua dívida Deus então o obriga a pagá-la.

Este é o momento trágico em que a lei de Deus aplica a sua santa justiça. E, por esta terrível experiência, cada pecador há de passar um dia – no Dia do Julgamento Final, quando será ratificada sua condenação ou absolvição, “porque todos havemos de comparecer perante o Tribunal de Cristo”.

Mas o grande devedor resolveu recorrer a um único meio para livrar-se da aplicação do castigo do justo rei: apelou à piedade, à bondade, à misericórdia e ao coração magnânimo de seu credor: “senhor, tem paciência comigo, que tudo te pagarei”.

E, quando deverá o pecador recorrer à piedade e misericórdia de Deus, para suplicar-lhe o perdão de seus pecados? Porventura, na hora da morte? Ou na velhice? Ou mesmo no tempo da angústia? Não.

O tempo oportuno é agora, neste momento, porquanto não sabemos o que nos acontecerá hoje, e muito menos amanhã. Agora, pois, é o tempo oportuno.

O grande devedor fez a seu grande credor uma promessa: que pagaria a dívida. Ele queria escapar ao justo castigo, julgando que ainda, talvez, lhe fosse possível pagar a grande dívida.

Mas essa promessa, além de ser impossível de ser cumprida por ele, era ainda superficial, porque bem sabia o grande credor qual era a natureza de seu coração.

Tinha ele a concepção geral dos homens: fazer esforços próprios para se libertar do impossível. Há muita coisa impossível aos homens. Uma delas é, exatamente, pagar pelo esforço próprio, pelos sacrifícios e penitências, as ofensas feitas a Deus, os seus pecados contra Deus e seu próximo, enfim, resgatar seus próprios pecados.

Mas isto é absolutamente impossível ao homem. O Salmista comentando acerca dos pecados do homem para com Deus e seu perdão que gera uma dívida impagável, afirmou que a redenção de sua alma é caríssima e os recursos humanos se esgotariam antes (Sl 49.6,7). Esta é a grande e tremenda verdade da parábola que permanece: “ele não tinha com que pagar”.

A dívida do servo malvado era de dez mil talentos, portanto, uma soma enorme. Se levarmos em conta que um talento, determinado peso de prata, então, de acordo com a forma romana de calcular “dez mil talentos”, esse valor seria atualmente muito superior a três milhões de dólares.

Essa pode ser considerada a estimativa humana, tal como poderia ser uma avaliação dos pecados feitos por um homem refinado e culto. Se o “talento” estiver de acordo com o cálculo judaico, então os “dez mil talentos” representariam muito mais de dez milhões de dólares. “Essa pode ser considerada a estimativa legal, tal como a avaliação que o judeu debaixo da lei poderia fazer dos pecados contra o seu Deus”.

Mas se considerarmos que o “talento” significa certa quantidade de ouro, então os “dez mil talentos” significariam uma soma colossal de mais de cento e cinquenta milhões de dólares.

“Isso pode representar a estimativa divina ou o pecado na vista de Deus e os revelados pecados ocultos à luz de sua presença”.

O perdão de nossos pecados jamais será obtido com promessas de pagar essa dívida. Mas, graças à misericórdia divina, Deus perdoa. “O senhor teve compaixão daquele servo e deixou ir e perdoou-lhe a dívida”.

O grande e magnânimo rei perdoou mais do que seu servo lhe suplicara, porque o rei sabia que ele não poderia pagar-lhe a dívida. Quando a consciência reconhece, pelo menos, que é grande devedora a Deus, embora tendo a ideia falsa de poder pagar a dívida, é de grande valia porque Deus lhe mostra o que deve fazer para se libertar de tamanha responsabilidade.

Deus não nos trata segundo os nossos méritos, porque não possuímos para com ele, mas nos trata segundo a sua grande misericórdia e segundo a nossa grande necessidade, concedendo-nos um perdão imediato e completo.

Mas este perdão somente é concedido aos que o aceitam com sincero reconhecimento e sem reserva alguma. Isto, porém, não fez o grande devedor da parábola.

Ele aceitou o perdão, porém sem reconhecimento e gratidão. É o que nos mostra a segunda parte da parábola.

Um grande credor chama às contas um pequeno devedor – Apenas algumas centenas de reais era a dívida a ser recebida por aquele que fora tão grande devedor. Somente o fato de, ter sido perdoado de sua grande dívida este grande devedor chama às contas seu pequeno devedor.

E mostra a mesquinhez, a maldade e a ingratidão deste homem grande devedor que foi perdoado. Ele não reconheceu o perdão que o rei lhe concedera. O inimigo de nossa alma procura, por todos os meios, fazer com que o homem se esqueça do amor, da misericórdia e dos benefícios que de Deus recebe.

Esquecendo-se, o homem cai no pecado da ingratidão e, consequentemente em outros pecados. Não nos enganemos a nós mesmos, porque Satanás quer que imaginemos: “Óh! Deus é bom, e a ninguém condenará! Não há castigo, porque Deus é amor e a todos perdoará; não há inferno nem diabo nem demônios”.

O grande devedor da parábola pensava assim; mas, que aconteceu? Foi condenado: “E, indignado, o seu senhor o entregou aos carrascos até que pagasse tudo que lhe devia”.

Este grande credor não quis perdoar o seu pequeno devedor, antes o condenou. Mas esta sua atitude foi a primeira prova para o seu castigo. Não perdoando ao seu devedor não seria perdoado também ele grande devedor.

Condenando seu pequeno devedor, seria ele também grande devedor condenado. O supremo juiz está sentado sobre seu trono de justiça divina e ninguém se engane a si mesmo, supondo que escapará de seu divino juízo.

Antes do castigo final, o rei dos Céus e da Terra, com grande severidade, lançará ao rosto do mesquinho e maldoso grande devedor, que não quis perdoar pequena dívida de seu semelhante, toda a sua ingratidão e maldade, aplicando-lhe a justa condenação.

“Deus é amor”, mas também é justiça; e quanto Deus tem de amor e piedade, tanto tem também de justiça e abominação para com o pecado. E o senhor termina a parábola dizendo: “Assim vos fará meu Pai Celestial, se de coração não perdoardes, cada um a seu irmão”.

Que o Senhor nos conceda a sua graça para perdoarmos as ofensas de nosso próximo que nos suplica lhe perdoemos; e, ao pecarmos nós contra o próximo também lhe supliquemos humildemente, o seu perdão.

“Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1Tm 2.3,4).



Consultas: GABY. Wagner Tadeu. Comentarista da Lição Bíblica do43º. Trimestre 2018. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. / GABY. Wagner Tadeu e GABY Eliel dos Santos. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. CPAD. Rio de Janeiro, 2018 /LOCKYER. Herbert. Todas as Parábolas da Bíblia. Editora Vida, São Paulo 2017  / BAILEY Kenneth. As Parábolas de Lucas. Editora Vida Nova São Paulo. 2003 / GIOIA Egídio.Notas e Comentários à Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerp. Rio de Janeiro, 1981 Bíblia do Pregador Pentecostal – SBB  CHAMPLIN. R.N. Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo– V2. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010/ SNOGRASS Kleine. Compreendendo as Parábolas de Jesus. Editora CPAD, RJaneiro, 2018

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

L. 06 - SINCERIDADE E ARREPENDIMENTO DIANTE DE DEUS - 11.11.18 SUBSÍDIOS


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
L. 06 - SINCERIDADE E ARREPENDIMENTO DIANTE DE DEUS - 11.11.18 
Lucas 18.9-14
Por: Pr. João Barbosa

Esta parábola, a parábola anterior do juiz iníquo e a parábola das minas em Lc 19.11-27, são as únicas que têm o seu propósito explicitado antes da transmissão do seu conteúdo em si.

O contraste nesta parábola reflete o mesmo contraste que ocorre na parábola do Filho Pródigo (Lc 15.11-32), entre a confissão desesperada e humilde do pródigo e o afastamento e o desprezo expressado pelo irmão mais velho.

A atitude do fariseu também é refletida em Lc 7.36-50 com o desdém de Simão, o fariseu, pela mulher que lava os pés de Jesus. A Parábola do Bom Samaritano também se assemelha a ela ao apresentar o contraste entre o samaritano e a atitude do sacerdote e do levita (Lc 10.25-37).

Outros contrastes dignos de reflexão incluem aqueles que ocorrem entre o credor incompassivo e o rei em Mt 18.23-35. Os dois filhos em Mt 21.28-32 e o dos convidados especiais que se recusaram a comparecer com os marginalizados que comparecem à festa em Lc 14.15-24.

O evangelho de Lucas apresenta várias narrativas envolvendo cobradores de impostos e fariseus. Os fariseus normalmente são retratados como pessoas murmuradoras, resistentes ou excitantes diante de Jesus e da sua mensagem, mas existem excessões.

Em Lc 13.31 eles procuram ajudar Jesus alertando-lhe sobre o comportamento de Herodes. Os publicanos, ou cobradores de impostos, são retratados como pessoas receptivas e que estão em busca da salvação.

O tratamento dispensado a Zaqueu em Lc 19.1-10 reflete a justificação que o publicano recebeu nesta parábola em estudo. No v.9 o Senhor dá o motivo porque propõe esta parábola: “Propôs também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros”.

O fariseu é descrito como arrogante porque confiava em si mesmo; como presunçoso porque se julgava com méritos legais, religiosos e morais, que na sua visão, o justificavam; e como desprezador de seu próximo.

Na sua oração a Deus, o fariseu mostra, evidentemente, que não sente seus pecados e, portanto, não tem necessidade de pedir perdão a Deus, “é um verdadeiro rosário orgulhoso de méritos fictícios, seguido de juízos temerários de sua personalidade mesquinha” (v. 11-13).

Mas ele já recebeu o seu galardão: O Mestre declara solenemente que sua oração não foi atendida por Deus. Muito cuidado, pois, para que nós não caiamos nesse grave erro do fariseu.

Mas a oração do publicano é um exemplo frisante e confortador de como um pecador se deve aproximar de Deus para lhe pedir a graça do perdão de seus pecados:

“Ó Deus, tem misericórdia de mim pecador”. Os publicanos eram cobradores de impostos, servindo ao império romano. Eram considerados pelo povo como os maiores pecadores, indignos até de serem olhados.

A oração deste pecador era sincera, pessoal e muito humilde, reconhecendo e confessando seus pecados e pedindo, contrito, perdão a Deus.

Sua oração era profundamente verdadeira e sem argumento algum a seu favor. E, por isso, Jesus declarou: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que a si mesmo se exalta será humilhado; mas o que a si mesmo se humilhar será exaltado”.

Este pecador não procurou justificar-se a si mesmo diante de Deus, não se estribando em seus próprios atos de justiça e de bondade. E aquele que assim não faz jamais achará a graça do perdão para os seus pecados. Mas, a humildade e a sinceridade são fundamentais na personalidade do homem.

Os fariseus eram tidos em alta conta pela maioria dos judeus, e, no geral, eram considerados justos e escrupulosos nos seus esforços para obedecer a Deus. As suas instruções para o culto, para a oração e para uma vida justa tiveram uma forte influência na cultura religiosa judaica.

O fariseu desta parábola vai além de todas as exigências da lei. O jejum, por exemplo, somente era exigido dos judeus no Dia da Expiação. Como a Bíblia atesta as pessoas que atravessam momentos de crise, também recorriam ao jejum. E particularmente as pessoas mais devotas jejuavam com mais frequência.

Ao jejuar duas vezes por semana, aparentemente na segunda e na quinta feira os fariseus provavelmente viam a si mesmo como alguém que jejuava para expiação de todo o povo de Israel. Ao entregar o dízimo de tudo que adquiria, eles também entregavam o dízimo de itens que compravam sobre os quais as pessoas já haviam entregado a décima parte.

Era uma regulamentação do dízimo dos produtos da terra em ocasiões em que a pessoa não tivesse certeza de que esse dízimo não tivesse sido entregue. Se os fariseus eram respeitados a atitude geral para com os cobradores de impostos estavam próximas ao extremo oposto.

Os “publicanos” vendiam e compravam o direito de recolher os impostos em regiões específicas e vários tipos de impostos eram recardados: impostos per capta, impostos sobre a terra, a cobrança de taxas sobre a circulação de bens de uma região para outra, impostos sobre operações de vendas e impostos sobre herança.

Tudo o que os cobradores de impostos e taxas  arrecadavam que ia além dos valores contratados lhes entrava como lucro limpo. Pelo menos na Judeia, os cobradores de impostos judeus – e o publicano da parábola é, com certeza, um judeu eram considerados traidores por terem um acordo de recolhimento de impostos e taxas com o império que oprimia os judeus à época ou eram funcionários subalternos destas pessoas que tinham a função de fazer a cobrança diretamente com as pessoas.

A carga tributária civil era pesada e, depois dela, havia ainda o imposto devido ao tempo. A situação do homem na parábola é incerta; ele pode estar numa situação relativamente confortável ou, talvez, ser um cobrador de impostos de segunda classe.

As atitudes em relação aos cobradores de impostos, e especialmente em relação aos cobradores de tributos, eram bastante negativas. Estas pessoas eram abertamente conhecidas pela sua desonestidade. E eram classificadas na mesma categoria que os assassinos e os ladrões, pessoas às quais ninguém teria obrigação de falar a verdade.

Algumas pessoas sugerem que o fato de um cobrador de impostos ir até o templo para orar já seria, por si só, um ato inusitado, mas isto é um exagero. As pessoas normalmente são forçadas a agir de forma contrária à sua vontade, mas continuam buscando a comunhão com Deus.

Os cobradores de impostos não tinham medo que o povo os reconhecesse. Ao se aproximar de João Batista para receber o seu batismo e a sua orientação para a vida perguntaram a João: Mestre, que devemos fazer? E lhes disse: não peçais mais do que aquilo que vos está ordenado (Lc 3.12,13).

Os leitores de hoje precisam compreender a surpresa e o choque que os ouvintes de Jesus tiveram ao descobrir que o publicano foi declarado justificado. Esta informação ia de encontro a tudo que eles conheciam até então.

Várias posturas são descritas para se referir à forma como se deve fazer as orações, mas o pôr-se de pé é bastante comum nesses momentos (1Sm 1.26; 1Re 8.14,22; Mt 6.5; Mc 11.25).
Olhar para o alto também é uma postura comum na oração; observe como em Mt 14.19; 6.41; Lc 9.16; Mc 7.34; Jo 11.41; 17.1; Jesus ergue os olhos para orar.

“Uma oração orgulhosa é um esforço inútil”. A humildade é um aspecto da oração genuína. O publicano foi justificado porque a sua súplica por misericórdia está de acordo com a ênfase que Jesus coloca no perdão e na misericórdia em outras ocasiões e que fica mais clara na Parábola do credor incompassivo em Mt 18.21-35. Especialmente nos vs. 27, 32. Mas também em outras passagens (Mt 5.3-7; Lc 6.20.21; 7.36-50).

O termo “justificado” (originário do verbo dikaioo) é um termo técnico da área jurídica que significa que algo ou alguém “foi constatado como correto”, ou “novamente absorvido”. Esta parábola apresenta implicações cristológicas. Jesus tinha a confiança de declarar a mente de Deus no que diz respeito ao juízo.

As implicações que esta parábola tem a respeito de Deus são ainda mais marcantes no sentido que ela contém uma revelação a respeito dEle.

Na verdade, as atitudes dos dois homens revelam duas imagens de Deus, uma pressuposta pelo fariseu, que é falsa, e outra que fazia parte da expectativa do publicano, mas, que não era pressuposta por ele, mas que era verdadeira.

Deus não é um Deus que se impressione com ato de piedade e sentimento de superioridade. Mas Ele é, ao contrário, um Deus de misericórdia, que responde às necessidades e às orações honestas das pessoas.

Por outro lado, Deus não é um Deus cuja misericórdia possa ser considerada incondicional. Dentro da parábola o publicano nem ao menos fica sabendo o resultado da sua oração.

Consultas: GABY. Wagner Tadeu. Comentarista da Lição Bíblica do 4º. Trimestre 2018. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. / GABY. Wagner Tadeu e GABY Eliel dos Santos. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. CPAD. Rio de Janeiro, 2018 /LOCKYER. Herbert. Todas as Parábolas da Bíblia. Editora Vida, São Paulo 2017  / BAILEY Kenneth. As Parábolas de Lucas. Editora Vida Nova São Paulo. 2003 / GIOIA Egídio.Notas e Comentários à Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerp. Rio de Janeiro, 1981 Bíblia do Pregador Pentecostal – SBB  CHAMPLIN. R.N. Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo– V2. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010/ SNOGRASS Kleine. Compreendendo as Parábolas de Jesus. Editora CPAD, RJaneiro, 2018