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sábado, 28 de junho de 2014

A Multiforme Sabedoria de Deus – Lição 13 – 2º. Tri EBD CPAD –29.06.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Ef 3.8-10; 1Pe 4.7-10 

I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Conhecer o caráter diverso dos dons espirituais e ministeriais
  2. Estudar as qualidades dos bons despenseiros dos mistérios divinos
  3. Correlacionar os dons espirituais com o fruto do Espírito
 CONSIDERAÇÕES
A palavra multiforme se deriva do termo grego “polupoikilos”, cujo significado é “multilateral”. Era usado para indicar quadros, flores e vestimentas de várias cores.
Na versão da septuaginta (tradução do original hebraico do AT  para o grego, completada cerca de 200 anos antes da era cristã), a capa de “muitas cores” presenteada por Jacó a José, é descrita por esta palavra (Gn 37.3).
Esse vocábulo mostra a sabedoria divina como algo que tem muitíssimas facetas, dotado de enorme variedade, com os mais variados modos de manifestação e expressão, por ser algo que é digno de ser contemplado devido suas muitas e excelentes variações e manifestações, como relata o escritor aos Hebreus acerca das muitas formas de aparições de Deus, do seu falar e de suas revelações aos filhos dos homens, quando afirma que:
“Havendo Deus, antigamente falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,  nestes últimos dias, a nós falou-nos pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.
 Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da majestade nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que ele.” (H.b 1.1-4).
Gregório de Nissa diz, que antes da encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo, os poderes celestiais conheciam a sabedoria de Deus como algo simples e uniforme, que efetuava maravilhas de modo consoante com a natureza de cada coisa. Nada havia de “poikilon” (multiforme, multicolorido).
Mas agora, por meio da “oikonomia” (dispensação, plano), que diz respeito à igreja e à raça humana, a sabedoria de Deus não é mais conhecida como algo uniforme, e sim, como algo “polupoikilos” (multiforme, variegado), o invisível se manifestou em carne, veio para remir cativos, sendo ele mesmo o inquiridor, e sendo ele mesmo o preço.
Em  sua multiforme sabedoria e querendo se tornar conhecido dos homens, Deus se revelou aos homens através de sonhos, de visões, de profecias, através de:
Teofanias, de antropomorfismos, de Urim, de Tumin, de tipos, de símbolos, de parábolas, de símiles, de prosopopeia, entre outros;
E por fim, através da igreja, Deus revela a sua multiforme sabedoria com o objetivo de que seja conhecida dos principados e potestades nos céus.
Principados e potestades aqui mencionados, são poderes angelicais superiores, de natureza santa, que habitam nas regiões ou esfera celeste, conforme encontramos em Ef 1.21-23, quando Paulo falando a respeito da exaltação de Cristo afirma que:
Após consumar a obra da redenção, Jesus, assentou-se à direita do Pai nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir, não só neste presente século, mas também no vindouro.
E, pôs todas as coisas debaixo dos pés, e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.
A multiforme sabedoria de Deus é revelada em um cântico de exaltação onde vemos como a sabedoria personalizada desde os tempos eternos, exalta toda a criação de Deus, e revela sua existência antes que todas as coisas surgissem – porque Ele é antes de todas as coisas e todas as coisas subsistem por Ele (Pv 8.22-31).
Em sua multiforme sabedoria, Deus revelou o seu  Eterno Conselho, que foi estabelecido entre as Três Pessoas da Trindade, e refere-se aos planos do Deus Triuno com respeito a criação, queda e redenção de pecadores, inclusive a Pessoa e a Obra do Redentor.
Esse plano feito na eternidade tem a ver com o decreto de Deus, que abrange todas as coisas que acontece na história do mundo (Ef 3.11;  2Tm 1.9,10; Tt 1.2,3; Sl 40.6-8; Hb 10.5-10).
Tudo isto acontece através da igreja, que é a congregação dos remidos, uma obra que é superior a todos os demais atos da criação de Deus – “E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto em Deus, que tudo criou;
Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida pelos principados e potestades nos céus, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus nosso Senhor” (Ef 3.10,11).
Nada do que acontece neste mundo fica fora dos planos de Deus, sobretudo, a redenção de homens que eram pecadores.
“Os Dons Espirituais” e “O Fruto do Espírito”, são meios de Deus revelar sua multiforme sabedoria, ou suas muitas formas de revelação, e operação e ação através da sua igreja que é o seu corpo.
Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 2º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato).
RENOVATO Elinaldo. Os Dons Espirituais e Ministeriais- Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro, 2014 – CPAD
Itamir Neves de. Atos dos Apóstolos – Uma história singular. Paraná. 2ª. re-impressão, 2005. Descoberta Editora Ltda.
Bíblia da Mulher – Editora Mundo Cristão e Sociedade Bíblica do Brasil
Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD
Bíblia da Mulher - Editora Mundo Cristão e Sociedade Bíblica do Brasil
Bíblia de estudo Palavras Chave: Hebraico/Grego – Editora CPAD
CAMPOS, Heber Carlos. A Pessoa de Cristo – As Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004. Editora Cultura Cristã

 M CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.4 Editora Hagnus   - 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

O Diaconato – Lição 12 – 2º. Tri EBD CPAD –22.06.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: 1Tm 3.8-13 
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1. Analisar o estilo de vida diaconal de Jesus.
2. Explicar a instituição do ministério do diácono.
3. Discorrer sobre o perfil e a função do diácono.

CONSIDERAÇÕES

O diácono – Em seu ministério, conforme o relato de Mateus 4.23, Jesus percorria toda a Galileia ensinando nas suas sinagogas, e pregando o Evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.
Podemos observar pelo texto que Jesus ensinava, pregava o evangelho e curava os enfermos. E em seus ensinos Jesus não especificou como seria a organização da igreja, nos diversos lugares por onde o seu evangelho havia de promover a conversão de milhares, senão, milhões de pessoas pelo poder do Espírito Santo.
Ele garantiu que edificaria a sua igreja e que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela (Mt 16.18). Com o rápido crescimento da igreja foi necessário o estabelecimento de medidas providenciais jamais experimentada por qualquer organização humana.
Para começar este grandioso trabalho, só restaram onze apóstolos. Judas o traidor perecera de maneira trágica indo para o seu próprio lugar (At 1.25).
A equipe que Jesus formara era pequena e diminuta, mas a obra precisava ser feita. Em lugar de Judas foi eleito Matias, que tomou o seu bispado (At 1.20).
Resolvido o problema da substituição de Judas, os apóstolos iniciaram a grande missão de prosseguir com a obra de Jesus. Fato este que veio ocorrer logo depois do pentecostes (At 1.8; 2.1-4), onde com a pregação cheia da unção do Espírito Santo pelo apóstolo Pedro, quase três mil novos crentes se agregaram ao pequeno grupo de cristãos (At 2.37-41).
A diaconia de Jesus Cristo – O termo diaconia significa  “ministério, serviço”. Jesus Cristo foi exemplo para a igreja em todos os aspectos.
Em sua diaconia ele foi “apóstolo da nossa confissão” (Hb 13.1), foi profeta (Lc 24.19), foi evangelista (Lc 4.18,19), foi pastor (Jo 10.11) e também foi diácono (Rm 15.8).
Ele demonstrou seu caráter e sua personalidade, dando exemplo de humildade. Para cumprir sua missão sacrificial em favor dos homens, Jesus despojou-se temporariamente da sua glória (Jo 17.14).
Paulo diz que ele assumiu a forma de servo, mas que isso, a forma de “escravo”. “Sendo ele em forma de Deus não teve por usurpação ser igual a Deus.
Mas aniquilou-se a si mesmo, tornando a forma de servo, e fazendo-se semelhante aos homens, e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.6-8).
A expressão “tomando a forma de servo”, significa aparecer em uma condição humilde e desprezível.
Na véspera de sua crucificação o Senhor Jesus Cristo reuniu seus doze discípulos para comer a última ceia. Tomando uma bacia com água e uma toalha, ele começou a lavar os pés dos discípulos um a um.
A diaconia da toalha e da bacia é uma convocação cristocêntrica para uma vida de serviço humilde (Jo 13.12-17).
O discípulo é um serviçal – Certa vez, Tiago e João pediram ao Senhor lugares de destaque “à direita” e à “esquerda” de Jesus quando da implantação de seu reino (Mc 10.35-37).
Os discípulos ainda não haviam compreendido a mensagem de Jesus. A proposta do nazareno nunca foi a de estabelecer uma hierarquia de poder temporal para a sua igreja, mas a de serviço conforme demonstra sua resposta a ele:
“Antes qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal [diakonos] e qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro será servo de todos. Porque o filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.43-45).
A instituição dos diáconos – O crescimento vertiginoso da igreja trouxe diversos problemas; entre os conversos, havia pessoas de outros lugares.
Além dos judeus, ou seja, os judeus de fala grega – que eram os da diáspora – havia os judeus crentes, que viviam e moravam em toda a Palestina com a sua maioria em Jerusalém.
Os problemas não tardaram a surgir. O evangelista Lucas escritor dos Atos do Apóstolos, registrou que naqueles dias, quando a comunidade cristã cresceu grandemente, surgiram diversos problemas,  incluindo os de ordem social.
Por uma decisão sábia e unânime, escolheram sete homens, com qualidades exemplares para cuidarem daquele ‘importante negócio”, que era dar assistência aos novos convertidos nas suas necessidades básicas;
Visto que muitos aceitavam a Cristo e ficavam em situação difícil, rejeitados por suas famílias e expulsos de casa e desprezados da sociedade.
Diante de uma crise de caráter humanitário, os apóstolos tiveram de tomar medidas que serviram de base para a criação do cargo ou da função de diácono, que faz parte, até hoje, do ministério ordenado nas igrejas cristãs.
“Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.
Não é razoável que deixemos a Palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheio do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.
Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da Palavra. E este parecer contentou a toda multidão, e elegeram a Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócolo e Nicanor, e Timão e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia;
E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a Palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedeciam a fé” (At 6.1-7).
O perfil do diácono – Na conceituação de diácono, vimos que além de serem considerados “servos” e “serviçais”, e até “escravos”, há também a conceituação de “ministros”.
Paulo considerou a si próprio e a Apolo como ministros de Cristo. “Pois quem é Paulo e quem é Apolo senão ministro sobre os quais crestes e conforme o Senhor deu a cada um” (1Co 3.5).
A qualificação do diácono – No NT, os apóstolos são também intitulados de diáconos (2Co 6.4); 9.19; Ef 3.7; Cl 1.23). O próprio Cristo é chamado de diácono da circuncisão (Rm 15.8).
Visto que essa palavra implica em ministrar ou servir, ela é aplicada a todos aqueles que possuíam a tarefa de ajudar aos  homens sem importar se fossem apóstolos, pastores, ou até mesmo a comunidade dos irmãos em Cristo.
Nesse contexto, temos o sentido geral da palavra “diakonos” onde qualquer ministro cristão ou mesmo cada cristão é um diácono.
Entretanto, com o passar do tempo, a palavra passou a ter um significado especial (Fp 1.1; 1Tm 3.8-13), designando aqueles que foram eleitos para deveres especiais na igreja local. Os diáconos precisam ser equipados moral, espiritual e mentalmente (At 6.1-6).
Só devem ser eleitos para o diaconato aqueles que realmente tenham o dom de ministrar ou servir.
De acordo com 1Tm 3.8-13 devem ser:
a)    Honestos e sábios em suas decisões;
b)    Não de língua dobre;
c)    Temperantes;
d)    Bom administrador de suas próprias posses;
e)    Devem ser testados primeiro;
f)     Devem ser pessoas de fé;
g)     Devem ser irrepreensíveis;
h)    Deve ser monogâmicos;
i)     Devem governar bem seus filhos e sua própria casa.
Semelhantemente, os diáconos devem cuidar das necessidades das famílias da igreja, pois os problemas sociais e filantrópicos absorvem muito tempo e energia das igrejas em nosso tempo.
Sendo assim, os pastores não ficarão sobrecarregados e poderão dedicar-se mais ao ministério da pregação da palavra, à semelhança da igreja de Jerusalém (At 1.6,7).
Existem outras responsabilidades que os diáconos podem exercer na igreja, tais como:
Ajudar a igreja no levantamento das ofertas, ajudar o pastor nas visitações e na disciplina eclesiástica, visitar os novos crentes e os doentes nos hospitais, evangelizar, e dirigir cultos.
Os diáconos devem ficar à disposição durante o trabalho da igreja para ajudá-la em qualquer serviço ou necessidade.
Até mesmo quando o pastor, evangelista ou presbítero não estiver presente por algum motivo, e não haja ninguém escalado para substituí-lo, o diácono pode então ficar á frente do trabalho da igreja.

Não existe tempo específico para o ministério diaconal.

Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 2º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato).
RENOVATO Elinaldo. Os Dons Espirituais e Ministeriais- Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro, 2014 – CPAD
Itamir Neves de. Atos dos Apóstolos – Uma história singular. Paraná. 2ª.reimpressão, 2005. Descoberta Editora Ltda.
 MARTINS, Jaziel Guerreiro – Manual do Pastor e da igreja, Curitiba, 2005. Santos, Editora. - CHAMPLIN. R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia – Editora Hagnus  
 CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus   - CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus   

quarta-feira, 11 de junho de 2014

O Presbítero, Bispo ou Ancião – Lição 11 – 2º. Tri EBD CPAD –15.06.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Tito 1.5-7; 1 Pedro 5.1-4 
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1. Conceituar o termo e a função do presbítero.
2. Valorizar o ministério do presbítero.
3. Apontar os deveres dos presbíteros.

CONSIDERAÇÕES:

O significado de Presbítero – A palavra presbítero em sua origem significa “presbys” (grego), que tem o significado de “mais velho”. Como substantivo, uma pessoa mais velha. Especialmente, um membro do sinédrio israelita ou um presbítero cristão – ancião, mais velho, “um título de dignidade”.
“Ancião de igrejas cristãs, presbítero, encarregado da administração e governo das igrejas individuais” equivale a “episkopos, supervisor, bispo; também didaskalos, professor; poimen, pastor”.
Nos primórdios da igreja o presbítero era “o pastor” local, fazendo parte de um grupo de obreiros responsáveis pelo cuidado das novas igrejas que surgiam em decorrência do trabalho de evangelização intensiva efetuada pelos apóstolos.
Em suas viagens missionárias, o apóstolo Paulo implantava igrejas onde chegava. Ele, que também era pastor e presbítero, teve o cuidado de organizar a administração das igrejas por ele abertas em sua missão evangelizadora.
Ao longo dos séculos, a atividade do presbítero caracterizou-se pelo empenho em que estes tinham na administração da igreja local – “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesse em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbítero, como já te mandei” (Tito 1.5).
O apóstolo orientou a Tito quanto ao estabelecimento de presbíteros nas diversas cidades em Creta, onde havia igrejas locais.
E esses presbíteros ficariam sob a supervisão de Tito que também era presbítero mas o seu ministério não era simplesmente local como os demais presbíteros ali naquela localidade.
De acordo com o entendimento  da igreja do primeiro século, a igreja local deveria ter à frente um obreiro experiente e de mais idade, que fosse um ancião.
Um jovem obreiro pode ter muito conhecimento bíblico e até muita unção de Deus, mas a experiência só se consegue com o tempo, com o passar dos anos – “Dizia eu: falem os dias, e a multidão dos anos ensine a sabedoria”(Jó 32.7).
Na igreja primitiva a função do presbítero não era inferior a do pastor ou do evangelista. O presbítero era um obreiro que colaborava com o pastor da igreja ajudando-o no cuidado do rebanho do Senhor Jesus Cristo.
A escolha dos Presbíteros – Em um estudo cuidadoso no NT podemos encontrar três títulos que expressam o ministério pastoral. Esses três títulos representam essencialmente os mesmos cargos, que são usados como termos equivalentes.
João Calvino entendia que as Escrituras usa as três palavras como sinônimas.  E’ o que encontramos em At 20.17.28, onde Paulo denomina  aqueles líderes de “presbíteros”, anciãos, “bispos” e “pastores”, que deviam apascentar o rebanho de Deus.
Em 1Pe 5.12, os deveres de um pastor são atribuídos aos presbíteros. Em Tito 1.5-9, os termos “presbíteros” e “bispos” são usados como sinônimos, logo, bispos, presbíteros e pastores eram três títulos que ressaltavam três aspectos diferentes de uma mesma função eclesiástica.
Os três termos referem-se as funções dos mensageiros de Deus, sem a mínima indicação de que qualquer um deles tivesse autoridade eclesiástica sobre qualquer outro.
O bispo – A palavra “bispo” é aplicada a Cristo, “Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas, agora, tendes voltado ao pastor e bispo da vossa alma” (1Pe 2.25);
Ao ofício apostólico “Porque no livro dos Salmos está escrito: Fique deserta a sua habitação, e não haja quem nela habite; e: Tome outro o seu bispado” (At 1.20).
E por fim, aos líderes das congregações cristãs locais. “Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipo com os bispos e diáconos” (Fp 1.1).
O termo bispo aparece em o NT por várias vezes como verbo, substantivo e adjetivo (At 1.20; 20.28; Fp 1.1; 1Tm 3.1,2; Tito 1.7; Hb 12.15; 1Pe 2.12,25; 5.2).
O título bispo é o termo de superintendência do ofício pastoral, ou seja, (ao pastor que dirigia determinada região era chamado de bispo). O termo vem do grego “episkopos”, que era dado àqueles que tinham uma função de vigiar, fiscalizar, principalmente as embarcações.
Os gregos e os romanos usavam este termo para designar superintendente de obras profanas e em sentido sagrado. O bispo, portanto, é o superintendente, o administrador da igreja; é o organizador, diretor e presidente dos membros da igreja.
É bem verdade que já existia nas epístolas pastorais uma aproximação ao ofício distinto de “bispo” que veio a surgir na igreja já a partir do segundo século, o qual passou a ter autoridade sobre os anciãos de alguma área geográfica.
Em Tito 1.5, o apóstolo Paulo  outorgou a Tito o poder de consagrar anciãos “presbíteros” para serem anciãos da área onde trabalhavam no evangelho.
Porém, esse desenvolvimento no poder da função do bispo veio a se firmar somente no segundo século da era cristã quando Inácio, pastor de Antioquia, que havia sido discípulo de João, é chamado de bispo.
No primeiro século, os títulos “bispo” e “presbítero”, eram usados geralmente como sinônimos. A partir do segundo século eles passaram a designar duas funções distintas. Isso porque as igrejas haviam crescido tanto, que o seu governo havia ficado difícil.
O bispo, gradualmente, tornou-se presidente do corpo de presbíteros; a estes era confiada a direção das igrejas locais, e àqueles a administração da disciplina.
Houve também, a necessidade de uma autoridade nas diversas comunidades cristãs, a fim de que fosse possível preservar a unidade.
Segundo Inácio, bispo de Antioquia, o “bispo” era o símbolo da unidade cristã e o portador da tradição apostólica. As congregações eram ensinadas a reverenciarem e obedecerem aos seus bispos, protegendo-se assim contra as heresias.
Pois, os bispos eram os representantes da doutrina verdadeira ensinada pelos apóstolos. A partir de Cipriano – 250d.C, a ideia de que deveria haver alguém que interpretasse as leis e mantivesse a ordem entre os bispos, um “bispo” dos bispos começa a ganhar terreno rapidamente.
Isso veio a culminar numa hierarquia eclesiástica. Ao passo que o NT nos apresenta a  ideia de um ministério diversificado, mas sem superioridade e inferioridade.
Como podemos então explicar essa hierarquia eclesiástica dentro das igrejas evangélicas Assembleia de Deus no Brasil: Lembremo-nos de que já na carta de Paulo a Tito aparece pela primeira vez no NT a ideia de obreiros local e de obreiros presidentes (Tt 1.5; 1Pe 5.1; At 20.28; 1Tm 5.17);
O que já tinha sido observado no Concílio de Jerusalém (At 15), quando ficou decidido que os novos crentes não eram obrigados a seguir os preceitos do judaísmo, mas, simplesmente absterem-se dos ídolos e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição, das quais coisas diziam bem fazeis se vos guardardes (At 15.28, 29).
Nesse concílio, o primeiro da igreja cristã, observa-se que há um comando hierárquico, onde Tiago e Pedro demonstrava ter alguma ascendência sobre os demais, embora a decisão final fosse uma unanimidade entre todos os presentes, e foram orientados pelo Espírito Santo.
Conforme podemos encontrar no auxílio bibliográfico desta lição pág. 83, (2º. Trimestre 2014), as AD, especialmente no Brasil, certamente por razão de se constituirem inicialmente de crentes de diversos grupos evangélicas, atraídas pela crença bíblica no batismo com o Espírito Santo, do ponto de vista administrativo, ministerial, adotaram uma posição intermediária mais aproximada do sistema presbiteriano.
Não admitem hierarquia. Não aceitam o episcopado formal, senão, o conceito bíblico de que o pastor é o mesmo bispo mencionado no NT.
Admitem entretanto, o cargo separado de presbítero. Porém, em algumas regiões, em campo de evangelização das AD, de certo modo, e-lhe dado o cargo correspondente ao de pastor.
Na Convenção Geral de 1937, na AD de São Paulo, foi debatida a questão sobre se os anciãos (presbíteros), não poderiam ser considerados pastores. Os convencionais compreenderam, citando os textos de 1Pe 1.5; At 20.28; 1Tm 5.17, que, em alguns casos, parece haver uma diferença entre ancião e anciãos com chamada ao ministério, e estabeleceram, assim, a hierarquia eclesiástica que até hoje existe nas AD: diáconos, presbíteros, e ministros do evangelho: (pastores evangelistas).
Nas AD o trabalho do presbítero tem a sua definição; passou também a ser visto pelo penúltimo cargo exercido pelos obreiros na sucessão das ordenações antes de ser consagrado a evangelista ou pastor.  

Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 2º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato).
RENOVATO Elinaldo. Os Dons Espirituais e Ministeriais- Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro, 2014 – CPAD
Itamir Neves de. Atos dos Apóstolos – Uma história singular. Paraná. 2ª.reimpressão, 2005. Descoberta Editora Ltda.
 MARTINS, Jaziel Guerreiro – Manual do Pastor e da igreja, Curitiba, 2005. Santos, Editora. - CHAMPLIN. R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia – Editora Hagnus  

 CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus   - CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus   

terça-feira, 3 de junho de 2014

O Ministério de Mestre ou Doutor – Lição 10 – 2º. Tri EBD CPAD –08.06.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Mt 7.28,29; At 13.1; Rm 12.6,7; Tg 3.1     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1. Aprender que Jesus, o Mestre da Galileia, é mestre por excelência.
2. Identificar a ordem de Jesus aos seus discípulos para ensinar a igreja do primeiro século.
3. Saber da importância do dom ministerial de ensinador na igreja local.

CONSIDERAÇÕES:

Mestre ou doutor, um dom de Deus para a igreja – A atividade do mestre, doutor ou ensinador é cuidar do ensino fundamental da Palavra de Deus. 
É tão importante que a Bíblia requer que haja dedicação ao exercício desse dom. “... se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7).
Talvez seja uma das grandes falhas em muitos ministérios nas igrejas, a falta de dedicação ao ensino. O avanço das ciências, das tecnologias, as questões da bioética, as mudanças rápidas no comportamento social, provocam questões que exigem não só o conhecimento bíblico e tecnológico, mas também o secular.
O mestre, doutor ou ensinador precisa ter o cuidado de não se considerar superior ao pastor ou ao dirigente de uma congregação, pelo fato de ter mais conhecimento que a média dos obreiros.
Humildade, modéstia, sabedoria e equilíbrio são qualidades indispensáveis aos que são dotados por Deus de mais capacidade para se dedicarem ao ensino.
Mas cuidado ainda, deve ter o mestre, pois dele será requerido mais, como diz Tiago: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tg 3.1).
Jesus, o mestre por excelência – Nenhum outro aspecto do ministério de Jesus é tão frequentemente salientado nos evangelhos como seu ensino. Até mesmo questões como a pregação e os milagres envolviam, necessariamente, o ato de ensinar.
Em certo sentido, pode-se afirmar que tudo quanto Jesus dizia e fazia tinha por finalidade dar-lhe oportunidade  de apresentar o seu ensino.
Embora Jesus tenha sido muito mais do que um mestre, a certa altura foi caracterizado como mestre vindo da parte de Deus (Jo 3.2).
Os ouvintes de Jesus ficavam atônitos diante de seu ensino em face do tom de firme autoridade, com que ele falava (Mt 7.28,29).
A origem dessa autoridade, provinha da consciência de que ele tinha de ser o perfeito porta voz de Deus Pai, por ser o filho encarnado (Jo 1.14,17).
Essa natureza divina foi gradualmente desvendada, conforme se vê nos títulos sucessivos que lhes foram sendo aplicados: Mestre.
A palavra grega mais frequentemente traduzida por mestre é “didaskalos”. Nas páginas do NT esse termo indica alguém que ensina as realidades de Deus e os deveres dos homens.
Esse vocábulo grego, é uma tradução do termo hebraico rabi. Jesus usava esse vocábulo grego, acima de tudo para indicar a si mesmo. Os crentes só têm um verdadeiro mestre, Jesus Cristo o mestre divino, enviado por Deus.
Queremos destacar o relacionamento que havia entre Jesus e seus discípulos (Jo 13.13). Neste versículo, é a palavra mestre do grego “didaskalos” que está associada a Senhor. 
As pessoas dirigiam-se a Jesus com o título usual de mestre, em sinal de respeito. Essa palavra vem diretamente do hebraico onde significa “grande”.
Quando usada com o pronome possessivo, resultava em “meu grande”. Embora nunca seja traduzida como tal em nossas Bíblias portuguesas.
Tanto os discípulos de Jesus como outras pessoas (Jo 3.2; 6.25), trataram a Jesus desse modo.
Por causa dos fariseus Jesu aconselhou seus discípulos a nunca se intitular de mestre (“didaskalos”). ‘Porque um só é o vosso mestre (“didaskalos”) e todos vós sois irmãos” (Mt 23.8).
O ensino das Escrituras na igreja do primeiro século – Os mestres são aqueles que têm de Deus um dom especial para esclarecer, expor e proclamar a Palavra de Deus, a fim de edificar o corpo de Cristo (Ef 4.12).
A missão dos mestres bíblicos é defender, preservar, mediante a ajuda do Espírito Santo, o evangelho que lhes foi confiado (2Tm 1.11-14).
O mestre tem o dever de fielmente conduzir a igreja à revelação bíblica e à mensagem original de Cristo. Há um compromisso inarredável com o modo piedoso de vida segundo a Palavra de Deus.
As Escrituras declaram em 1Tm 1.5, que o alvo da instrução cristã é a caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.
Podemos então afirmar que a aprendizagem cristã não é simplesmente aquilo que a pessoa sabe, mas como ela vive: a manifestação na vida, do amor, da pureza, da fé e da piedade sincera.
Compete ao mestre concentrar-se no que está ensinando. Deve conhecer as Escrituras em todos os sentidos: histórica, textual, crítica e expositivamente.
Deve ser um depositório de conhecimentos bíblico e em nada ficará prejudicado se for pessoa bem informada sobre outros temas relacionados na história, na filosofia, na psicologia entre outras ciências de tal modo a reconhecer que está implícito em sua própria fé.
A importância do ministério de mestrea) Ensinemos por meio de palavras, pela mensagem dos hinos, pela força do exemplo de vida. O ensino faz parte da grande comissão e da comissão cultural.
b) Os dons espirituais e ministeriais existem para servir de auxílio no ministério do ensino, e o alvo de tudo é a maturidade espiritual, o crescimento e o aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.11,12).
c) Os verdadeiros mestres são dádivas divinas à igreja, para seu benefício (Ef 4.11). E o dom “do conhecimento” é dado especialmente aos mestres, a fim de que sejam eficazes em seu ministério (1Co12.8).
O ensino tem um efeito edificador, portanto, é importante, se a igreja tiver de ser edificada. O ensino é vital para esse propósito.
d) Acima de tudo o mais, se seguirmos o exemplo que nos deixou Cristo, o mestre supremo, sem dúvidas haveremos de ensinar conforme nos exortou o apóstolo Paulo: “... se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7).
é) Aqueles que somente evangelizam negligenciando o ensino cristão, terão de contentar-se com uma igreja infantil, carnal, com disputas e cisões na igreja local. Um povo faminto espiritualmente, será um povo infeliz.
f) A ausência do ensino cristão, arma o palco para a apostasia (Hb 6.1) – “Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus”.
g)  Chega um tempo na vida de cada crente, que se espera que ele se torne um mestre, e não um aprendiz (Hb 5.12) – “Porque, devendo já ser mestre pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento”.
h) Observemos a importância prestada por Paulo à necessidade  de haverem homens bons que sejam mestres de outras pessoas na fé cristã, para que esta possa passar de uma geração à outra (2Tm 2.2).
Na verdade, o ministério do ensino cristão exige muito mais doação e dedicação  a esse mister por algumas horas diárias. -É necessário que um mestre seja profundo conhecedor das Escrituras e de todas as temáticas que envolvem o homem nessa pós modernidade.
Um mestre na Palavra de Deus deve ser um homem de erudição suficiente, que entenda bem quais ensinos estão explícitos (fora) e implícitos (dentro) na Palavra de Deus escrita.
Uma erudição formal é com frequência necessária e útil para a preparação de bons mestres bíblicos.
Muita coisa há para ser aprendida dentro da variedade bíblica; fundos históricos, idiomas, manuscritos antigos, conhecimentos sobre o cânon sagrado, literatura cristã primitiva e extra bíblicas, cultura geral sobre os costumes dos tempos e povos bíblicos.
Tudo que não pode ser fácil e adequadamente apresentados somente na igreja, mas que requer horas de estudo dedicado.
Os primeiros grandes mestres das Escrituras foram os integrantes do colégio apostólico. E os apóstolos davam com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça (At 4.33; 5.42).
Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 2º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato).
RENOVATO Elinaldo. Os Dons Espirituais e Ministeriais- Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro, 2014 – CPAD
Itamir Neves de. Atos dos Apóstolos – Uma história singular. Paraná. 2ª.reimpressão, 2005. Descoberta Editora Ltda.
 MARTINS, Jaziel Guerreiro – Manual do Pastor e da igreja, Curitiba, 2005. Santos, Editora. - CHAMPLIN. R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia – Editora Hagnus  

 CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo –  Editora Hagnus   
 CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Editora Hagnus