Subsídios
para o Ensino da Lição: Pr. João
Barbosa
Texto da Lição: Mt 7.28,29; At 13.1; Rm 12.6,7; Tg 3.1
I -
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1. Aprender que Jesus, o Mestre da Galileia, é mestre por
excelência.
2. Identificar a ordem de Jesus aos seus discípulos para
ensinar a igreja do primeiro século.
3. Saber da importância do
dom ministerial de ensinador na igreja local.
CONSIDERAÇÕES:
Mestre
ou doutor, um dom de Deus para a igreja
– A atividade do mestre, doutor ou ensinador é cuidar do ensino fundamental da
Palavra de Deus.
É tão importante que a Bíblia requer que haja dedicação ao
exercício desse dom. “... se é
ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm
12.7).
Talvez seja uma das grandes
falhas em muitos ministérios nas igrejas, a falta de dedicação ao ensino. O
avanço das ciências, das tecnologias, as questões da bioética, as mudanças
rápidas no comportamento social, provocam questões que exigem não só o
conhecimento bíblico e tecnológico, mas também o secular.
O mestre, doutor ou ensinador
precisa ter o cuidado de não se considerar superior ao pastor ou ao dirigente
de uma congregação, pelo fato de ter mais conhecimento que a média dos obreiros.
Humildade, modéstia, sabedoria
e equilíbrio são qualidades indispensáveis aos que são dotados por Deus de mais
capacidade para se dedicarem ao ensino.
Mas cuidado ainda, deve ter o
mestre, pois dele será requerido mais, como diz Tiago: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos
mais duro juízo” (Tg 3.1).
Jesus,
o mestre por excelência – Nenhum outro
aspecto do ministério de Jesus é tão frequentemente salientado nos evangelhos
como seu ensino. Até mesmo questões como a pregação e os milagres envolviam,
necessariamente, o ato de ensinar.
Em certo sentido, pode-se
afirmar que tudo quanto Jesus dizia e fazia tinha por finalidade dar-lhe
oportunidade de apresentar o seu ensino.
Embora Jesus tenha sido muito
mais do que um mestre, a certa altura foi caracterizado como mestre vindo da
parte de Deus (Jo 3.2).
Os ouvintes de Jesus ficavam
atônitos diante de seu ensino em face do tom de firme autoridade, com que ele
falava (Mt 7.28,29).
A origem dessa autoridade,
provinha da consciência de que ele tinha de ser o perfeito porta voz de Deus
Pai, por ser o filho encarnado (Jo 1.14,17).
Essa natureza divina foi
gradualmente desvendada, conforme se vê nos títulos sucessivos que lhes foram
sendo aplicados: Mestre.
A palavra grega mais
frequentemente traduzida por mestre é “didaskalos”.
Nas páginas do NT esse termo indica alguém que ensina as realidades de Deus e
os deveres dos homens.
Esse vocábulo grego, é uma
tradução do termo hebraico rabi.
Jesus usava esse vocábulo grego, acima de tudo para indicar a si mesmo. Os
crentes só têm um verdadeiro mestre, Jesus Cristo o mestre divino, enviado por
Deus.
Queremos destacar o
relacionamento que havia entre Jesus e seus discípulos (Jo 13.13). Neste
versículo, é a palavra mestre do grego “didaskalos”
que está associada a Senhor.
As pessoas dirigiam-se a Jesus com o título usual
de mestre, em sinal de respeito. Essa palavra vem diretamente do hebraico onde
significa “grande”.
Quando usada com o pronome
possessivo, resultava em “meu grande”. Embora nunca seja traduzida como tal em
nossas Bíblias portuguesas.
Tanto os discípulos de Jesus
como outras pessoas (Jo 3.2; 6.25), trataram a Jesus desse modo.
Por causa dos fariseus Jesu
aconselhou seus discípulos a nunca se intitular de mestre (“didaskalos”). ‘Porque um só é o vosso mestre (“didaskalos”) e todos vós sois irmãos” (Mt 23.8).
O ensino das Escrituras na
igreja do primeiro século – Os mestres são aqueles que têm de Deus um dom
especial para esclarecer, expor e proclamar a Palavra de Deus, a fim de
edificar o corpo de Cristo (Ef 4.12).
A missão dos mestres bíblicos
é defender, preservar, mediante a ajuda do Espírito Santo, o evangelho que lhes
foi confiado (2Tm 1.11-14).
O mestre tem o dever de
fielmente conduzir a igreja à revelação bíblica e à mensagem original de
Cristo. Há um compromisso inarredável com o modo piedoso de vida segundo a
Palavra de Deus.
As Escrituras declaram em 1Tm
1.5, que o alvo da instrução cristã é a caridade de um coração puro, e de uma
boa consciência, e de uma fé não fingida.
Podemos então afirmar que a
aprendizagem cristã não é simplesmente aquilo que a pessoa sabe, mas como ela
vive: a manifestação na vida, do amor, da pureza, da fé e da piedade sincera.
Compete ao mestre
concentrar-se no que está ensinando. Deve conhecer as Escrituras em todos os
sentidos: histórica, textual, crítica e expositivamente.
Deve ser um depositório de
conhecimentos bíblico e em nada ficará prejudicado se for pessoa bem informada
sobre outros temas relacionados na história, na filosofia, na psicologia entre
outras ciências de tal modo a reconhecer que está implícito em sua própria fé.
A
importância do ministério de mestre – a) Ensinemos por meio de palavras, pela
mensagem dos hinos, pela força do exemplo de vida. O ensino faz parte da grande
comissão e da comissão cultural.
b)
Os dons espirituais e ministeriais existem para servir de auxílio no ministério
do ensino, e o alvo de tudo é a maturidade espiritual, o crescimento e o
aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.11,12).
c)
Os verdadeiros mestres são dádivas divinas à igreja, para seu benefício (Ef
4.11). E o dom “do conhecimento” é dado especialmente aos mestres, a fim de que
sejam eficazes em seu ministério (1Co12.8).
O ensino tem um efeito
edificador, portanto, é importante, se a igreja tiver de ser edificada. O
ensino é vital para esse propósito.
d)
Acima de tudo o mais, se seguirmos o exemplo que nos deixou Cristo, o mestre
supremo, sem dúvidas haveremos de ensinar conforme nos exortou o apóstolo
Paulo: “... se é ministério, seja em
ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7).
é)
Aqueles que somente evangelizam negligenciando o ensino cristão, terão de
contentar-se com uma igreja infantil, carnal, com disputas e cisões na igreja
local. Um povo faminto espiritualmente, será um povo infeliz.
f)
A ausência do ensino cristão, arma o palco para a apostasia (Hb 6.1) – “Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina
de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do
arrependimento de obras mortas e de fé em Deus”.
g) Chega um tempo na vida de cada crente, que se
espera que ele se torne um mestre, e não um aprendiz (Hb 5.12) – “Porque, devendo já ser mestre pelo tempo,
ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros
rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de
leite e não de sólido mantimento”.
h)
Observemos a importância prestada por Paulo à necessidade de haverem homens bons que sejam mestres de
outras pessoas na fé cristã, para que esta possa passar de uma geração à outra
(2Tm 2.2).
Na verdade, o ministério do
ensino cristão exige muito mais doação e dedicação a esse mister por algumas horas diárias. -É
necessário que um mestre seja profundo conhecedor das Escrituras e de todas as
temáticas que envolvem o homem nessa pós modernidade.
Um mestre na Palavra de Deus
deve ser um homem de erudição suficiente, que entenda bem quais ensinos estão
explícitos (fora) e implícitos (dentro) na Palavra de Deus escrita.
Uma erudição formal é com
frequência necessária e útil para a preparação de bons mestres bíblicos.
Muita coisa há para ser
aprendida dentro da variedade bíblica; fundos históricos, idiomas, manuscritos
antigos, conhecimentos sobre o cânon sagrado, literatura cristã primitiva e
extra bíblicas, cultura geral sobre os costumes dos tempos e povos bíblicos.
Tudo que não pode ser fácil e
adequadamente apresentados somente na igreja, mas que requer horas de estudo
dedicado.
Os primeiros grandes mestres
das Escrituras foram os integrantes do colégio apostólico. E os apóstolos davam
com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles
havia abundante graça (At 4.33; 5.42).
Consultas: Lições Bíblicas
EBD-CPAD - 2º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato).
RENOVATO Elinaldo. Os Dons Espirituais e Ministeriais- Servindo a Deus e
aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro, 2014 – CPAD
Itamir Neves de. Atos dos Apóstolos – Uma história singular. Paraná.
2ª.reimpressão, 2005. Descoberta Editora Ltda.
MARTINS, Jaziel Guerreiro –
Manual do Pastor e da igreja, Curitiba, 2005. Santos, Editora. - CHAMPLIN. R. N. Enciclopédia
de Bíblia, Teologia e Filosofia – Editora Hagnus
CHAMPLIN. R. N. O Antigo
Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Editora Hagnus
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento
Interpretado Versículo por Versículo – Editora Hagnus
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