Subsídios
para o Ensino da Lição: Pr. João
Barbosa
Texto da Lição: Tito 1.5-7; 1 Pedro 5.1-4
I -
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1. Conceituar o termo e a função do presbítero.
2. Valorizar o ministério do presbítero.
3. Apontar os deveres dos
presbíteros.
CONSIDERAÇÕES:
O
significado de Presbítero – A palavra
presbítero em sua origem significa “presbys”
(grego), que tem o significado de “mais
velho”. Como substantivo, uma pessoa mais velha. Especialmente, um membro
do sinédrio israelita ou um presbítero cristão – ancião, mais velho, “um título
de dignidade”.
“Ancião de igrejas cristãs,
presbítero, encarregado da administração e governo das igrejas individuais”
equivale a “episkopos, supervisor, bispo; também didaskalos, professor; poimen,
pastor”.
Nos primórdios da igreja o
presbítero era “o pastor” local, fazendo parte de um grupo de obreiros
responsáveis pelo cuidado das novas igrejas que surgiam em decorrência do
trabalho de evangelização intensiva efetuada pelos apóstolos.
Em suas viagens missionárias,
o apóstolo Paulo implantava igrejas onde chegava. Ele, que também era pastor e
presbítero, teve o cuidado de organizar a administração das igrejas por ele
abertas em sua missão evangelizadora.
Ao longo dos séculos, a
atividade do presbítero caracterizou-se pelo empenho em que estes tinham na
administração da igreja local – “Por esta
causa te deixei em Creta, para que pusesse em boa ordem as coisas que ainda
restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbítero, como já te mandei”
(Tito 1.5).
O apóstolo orientou a Tito quanto
ao estabelecimento de presbíteros nas diversas cidades em Creta, onde havia
igrejas locais.
E esses presbíteros ficariam
sob a supervisão de Tito que também era presbítero mas o seu ministério não era
simplesmente local como os demais presbíteros ali naquela localidade.
De acordo com o entendimento da igreja do primeiro século, a igreja local
deveria ter à frente um obreiro experiente e de mais idade, que fosse um
ancião.
Um jovem obreiro pode ter
muito conhecimento bíblico e até muita unção de Deus, mas a experiência só se
consegue com o tempo, com o passar dos anos – “Dizia eu: falem os dias, e a multidão dos anos ensine a sabedoria”(Jó
32.7).
Na igreja primitiva a função
do presbítero não era inferior a do pastor ou do evangelista. O presbítero era
um obreiro que colaborava com o pastor da igreja ajudando-o no cuidado do
rebanho do Senhor Jesus Cristo.
A
escolha dos Presbíteros – Em um estudo
cuidadoso no NT podemos encontrar três títulos que expressam o ministério
pastoral. Esses três títulos representam essencialmente os mesmos cargos, que
são usados como termos equivalentes.
João Calvino entendia que as
Escrituras usa as três palavras como sinônimas.
E’ o que encontramos em At 20.17.28, onde Paulo denomina aqueles líderes de “presbíteros”, anciãos,
“bispos” e “pastores”, que deviam apascentar o rebanho de Deus.
Em 1Pe 5.12, os deveres de um
pastor são atribuídos aos presbíteros. Em Tito 1.5-9, os termos “presbíteros” e
“bispos” são usados como sinônimos, logo, bispos, presbíteros e pastores eram
três títulos que ressaltavam três aspectos diferentes de uma mesma função
eclesiástica.
Os três termos referem-se as
funções dos mensageiros de Deus, sem a mínima indicação de que qualquer um
deles tivesse autoridade eclesiástica sobre qualquer outro.
O
bispo – A palavra “bispo” é aplicada a Cristo, “Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas,
agora, tendes voltado ao pastor e bispo da vossa alma” (1Pe 2.25);
Ao ofício apostólico “Porque no livro dos Salmos está escrito:
Fique deserta a sua habitação, e não haja quem nela habite; e: Tome outro o seu
bispado” (At 1.20).
E por fim, aos líderes das
congregações cristãs locais. “Paulo e
Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em
Filipo com os bispos e diáconos” (Fp 1.1).
O termo bispo aparece em o NT
por várias vezes como verbo, substantivo e adjetivo (At 1.20; 20.28; Fp 1.1;
1Tm 3.1,2; Tito 1.7; Hb 12.15; 1Pe 2.12,25; 5.2).
O título bispo é o termo de
superintendência do ofício pastoral, ou seja, (ao pastor que dirigia determinada
região era chamado de bispo). O termo vem do grego “episkopos”, que era dado àqueles que tinham uma função de vigiar,
fiscalizar, principalmente as embarcações.
Os gregos e os romanos usavam
este termo para designar superintendente de obras profanas e em sentido
sagrado. O bispo, portanto, é o superintendente, o administrador da igreja; é o
organizador, diretor e presidente dos membros da igreja.
É bem verdade que já existia
nas epístolas pastorais uma aproximação ao ofício distinto de “bispo” que veio
a surgir na igreja já a partir do segundo século, o qual passou a ter
autoridade sobre os anciãos de alguma área geográfica.
Em Tito 1.5, o apóstolo
Paulo outorgou a Tito o poder de
consagrar anciãos “presbíteros” para serem anciãos da área onde trabalhavam no
evangelho.
Porém, esse desenvolvimento no
poder da função do bispo veio a se firmar somente no segundo século da era
cristã quando Inácio, pastor de Antioquia, que havia sido discípulo de João, é
chamado de bispo.
No primeiro século, os títulos
“bispo” e “presbítero”, eram usados geralmente como sinônimos. A partir do
segundo século eles passaram a designar duas funções distintas. Isso porque as
igrejas haviam crescido tanto, que o seu governo havia ficado difícil.
O bispo, gradualmente,
tornou-se presidente do corpo de presbíteros; a estes era confiada a direção
das igrejas locais, e àqueles a administração da disciplina.
Houve também, a necessidade de
uma autoridade nas diversas comunidades cristãs, a fim de que fosse possível
preservar a unidade.
Segundo Inácio, bispo de
Antioquia, o “bispo” era o símbolo da unidade cristã e o portador da tradição
apostólica. As congregações eram ensinadas a reverenciarem e obedecerem aos
seus bispos, protegendo-se assim contra as heresias.
Pois, os bispos eram os
representantes da doutrina verdadeira ensinada pelos apóstolos. A partir de
Cipriano – 250d.C, a ideia de que deveria haver alguém que interpretasse as
leis e mantivesse a ordem entre os bispos, um “bispo” dos bispos começa a
ganhar terreno rapidamente.
Isso veio a culminar numa
hierarquia eclesiástica. Ao passo que o NT nos apresenta a ideia de um ministério diversificado, mas sem
superioridade e inferioridade.
Como podemos então explicar
essa hierarquia eclesiástica dentro das igrejas evangélicas Assembleia de Deus
no Brasil: Lembremo-nos de que já na carta de Paulo a Tito aparece pela
primeira vez no NT a ideia de obreiros local e de obreiros presidentes (Tt 1.5;
1Pe 5.1; At 20.28; 1Tm 5.17);
O que já tinha sido observado
no Concílio de Jerusalém (At 15), quando ficou decidido que os novos crentes
não eram obrigados a seguir os preceitos do judaísmo, mas, simplesmente
absterem-se dos ídolos e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição, das
quais coisas diziam bem fazeis se vos guardardes (At 15.28, 29).
Nesse concílio, o primeiro da
igreja cristã, observa-se que há um comando hierárquico, onde Tiago e Pedro
demonstrava ter alguma ascendência sobre os demais, embora a decisão final
fosse uma unanimidade entre todos os presentes, e foram orientados pelo
Espírito Santo.
Conforme podemos encontrar no
auxílio bibliográfico desta lição pág. 83, (2º. Trimestre 2014), as AD,
especialmente no Brasil, certamente por razão de se constituirem inicialmente
de crentes de diversos grupos evangélicas, atraídas pela crença bíblica no
batismo com o Espírito Santo, do ponto de vista administrativo, ministerial,
adotaram uma posição intermediária mais aproximada do sistema presbiteriano.
Não admitem hierarquia. Não
aceitam o episcopado formal, senão, o conceito bíblico de que o pastor é o
mesmo bispo mencionado no NT.
Admitem entretanto, o cargo
separado de presbítero. Porém, em algumas regiões, em campo de evangelização
das AD, de certo modo, e-lhe dado o cargo correspondente ao de pastor.
Na Convenção Geral de 1937, na
AD de São Paulo, foi debatida a questão sobre se os anciãos (presbíteros), não
poderiam ser considerados pastores. Os convencionais compreenderam, citando os
textos de 1Pe 1.5; At 20.28; 1Tm 5.17, que, em alguns casos, parece haver uma
diferença entre ancião e anciãos com chamada ao ministério, e estabeleceram,
assim, a hierarquia eclesiástica que até hoje existe nas AD: diáconos,
presbíteros, e ministros do evangelho: (pastores evangelistas).
Nas AD o trabalho do
presbítero tem a sua definição; passou também a ser visto pelo penúltimo cargo
exercido pelos obreiros na sucessão das ordenações antes de ser consagrado a
evangelista ou pastor.
Consultas: Lições Bíblicas
EBD-CPAD - 2º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato).
RENOVATO Elinaldo. Os Dons Espirituais e Ministeriais- Servindo a Deus e
aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro, 2014 – CPAD
Itamir Neves de. Atos dos Apóstolos – Uma história singular. Paraná.
2ª.reimpressão, 2005. Descoberta Editora Ltda.
MARTINS, Jaziel Guerreiro – Manual do Pastor e da igreja,
Curitiba, 2005. Santos, Editora. - CHAMPLIN. R. N.
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia – Editora Hagnus
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo
– Vol.1 Editora Hagnus - CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento
Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus
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