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quarta-feira, 11 de junho de 2014

O Presbítero, Bispo ou Ancião – Lição 11 – 2º. Tri EBD CPAD –15.06.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Tito 1.5-7; 1 Pedro 5.1-4 
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1. Conceituar o termo e a função do presbítero.
2. Valorizar o ministério do presbítero.
3. Apontar os deveres dos presbíteros.

CONSIDERAÇÕES:

O significado de Presbítero – A palavra presbítero em sua origem significa “presbys” (grego), que tem o significado de “mais velho”. Como substantivo, uma pessoa mais velha. Especialmente, um membro do sinédrio israelita ou um presbítero cristão – ancião, mais velho, “um título de dignidade”.
“Ancião de igrejas cristãs, presbítero, encarregado da administração e governo das igrejas individuais” equivale a “episkopos, supervisor, bispo; também didaskalos, professor; poimen, pastor”.
Nos primórdios da igreja o presbítero era “o pastor” local, fazendo parte de um grupo de obreiros responsáveis pelo cuidado das novas igrejas que surgiam em decorrência do trabalho de evangelização intensiva efetuada pelos apóstolos.
Em suas viagens missionárias, o apóstolo Paulo implantava igrejas onde chegava. Ele, que também era pastor e presbítero, teve o cuidado de organizar a administração das igrejas por ele abertas em sua missão evangelizadora.
Ao longo dos séculos, a atividade do presbítero caracterizou-se pelo empenho em que estes tinham na administração da igreja local – “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesse em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbítero, como já te mandei” (Tito 1.5).
O apóstolo orientou a Tito quanto ao estabelecimento de presbíteros nas diversas cidades em Creta, onde havia igrejas locais.
E esses presbíteros ficariam sob a supervisão de Tito que também era presbítero mas o seu ministério não era simplesmente local como os demais presbíteros ali naquela localidade.
De acordo com o entendimento  da igreja do primeiro século, a igreja local deveria ter à frente um obreiro experiente e de mais idade, que fosse um ancião.
Um jovem obreiro pode ter muito conhecimento bíblico e até muita unção de Deus, mas a experiência só se consegue com o tempo, com o passar dos anos – “Dizia eu: falem os dias, e a multidão dos anos ensine a sabedoria”(Jó 32.7).
Na igreja primitiva a função do presbítero não era inferior a do pastor ou do evangelista. O presbítero era um obreiro que colaborava com o pastor da igreja ajudando-o no cuidado do rebanho do Senhor Jesus Cristo.
A escolha dos Presbíteros – Em um estudo cuidadoso no NT podemos encontrar três títulos que expressam o ministério pastoral. Esses três títulos representam essencialmente os mesmos cargos, que são usados como termos equivalentes.
João Calvino entendia que as Escrituras usa as três palavras como sinônimas.  E’ o que encontramos em At 20.17.28, onde Paulo denomina  aqueles líderes de “presbíteros”, anciãos, “bispos” e “pastores”, que deviam apascentar o rebanho de Deus.
Em 1Pe 5.12, os deveres de um pastor são atribuídos aos presbíteros. Em Tito 1.5-9, os termos “presbíteros” e “bispos” são usados como sinônimos, logo, bispos, presbíteros e pastores eram três títulos que ressaltavam três aspectos diferentes de uma mesma função eclesiástica.
Os três termos referem-se as funções dos mensageiros de Deus, sem a mínima indicação de que qualquer um deles tivesse autoridade eclesiástica sobre qualquer outro.
O bispo – A palavra “bispo” é aplicada a Cristo, “Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas, agora, tendes voltado ao pastor e bispo da vossa alma” (1Pe 2.25);
Ao ofício apostólico “Porque no livro dos Salmos está escrito: Fique deserta a sua habitação, e não haja quem nela habite; e: Tome outro o seu bispado” (At 1.20).
E por fim, aos líderes das congregações cristãs locais. “Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipo com os bispos e diáconos” (Fp 1.1).
O termo bispo aparece em o NT por várias vezes como verbo, substantivo e adjetivo (At 1.20; 20.28; Fp 1.1; 1Tm 3.1,2; Tito 1.7; Hb 12.15; 1Pe 2.12,25; 5.2).
O título bispo é o termo de superintendência do ofício pastoral, ou seja, (ao pastor que dirigia determinada região era chamado de bispo). O termo vem do grego “episkopos”, que era dado àqueles que tinham uma função de vigiar, fiscalizar, principalmente as embarcações.
Os gregos e os romanos usavam este termo para designar superintendente de obras profanas e em sentido sagrado. O bispo, portanto, é o superintendente, o administrador da igreja; é o organizador, diretor e presidente dos membros da igreja.
É bem verdade que já existia nas epístolas pastorais uma aproximação ao ofício distinto de “bispo” que veio a surgir na igreja já a partir do segundo século, o qual passou a ter autoridade sobre os anciãos de alguma área geográfica.
Em Tito 1.5, o apóstolo Paulo  outorgou a Tito o poder de consagrar anciãos “presbíteros” para serem anciãos da área onde trabalhavam no evangelho.
Porém, esse desenvolvimento no poder da função do bispo veio a se firmar somente no segundo século da era cristã quando Inácio, pastor de Antioquia, que havia sido discípulo de João, é chamado de bispo.
No primeiro século, os títulos “bispo” e “presbítero”, eram usados geralmente como sinônimos. A partir do segundo século eles passaram a designar duas funções distintas. Isso porque as igrejas haviam crescido tanto, que o seu governo havia ficado difícil.
O bispo, gradualmente, tornou-se presidente do corpo de presbíteros; a estes era confiada a direção das igrejas locais, e àqueles a administração da disciplina.
Houve também, a necessidade de uma autoridade nas diversas comunidades cristãs, a fim de que fosse possível preservar a unidade.
Segundo Inácio, bispo de Antioquia, o “bispo” era o símbolo da unidade cristã e o portador da tradição apostólica. As congregações eram ensinadas a reverenciarem e obedecerem aos seus bispos, protegendo-se assim contra as heresias.
Pois, os bispos eram os representantes da doutrina verdadeira ensinada pelos apóstolos. A partir de Cipriano – 250d.C, a ideia de que deveria haver alguém que interpretasse as leis e mantivesse a ordem entre os bispos, um “bispo” dos bispos começa a ganhar terreno rapidamente.
Isso veio a culminar numa hierarquia eclesiástica. Ao passo que o NT nos apresenta a  ideia de um ministério diversificado, mas sem superioridade e inferioridade.
Como podemos então explicar essa hierarquia eclesiástica dentro das igrejas evangélicas Assembleia de Deus no Brasil: Lembremo-nos de que já na carta de Paulo a Tito aparece pela primeira vez no NT a ideia de obreiros local e de obreiros presidentes (Tt 1.5; 1Pe 5.1; At 20.28; 1Tm 5.17);
O que já tinha sido observado no Concílio de Jerusalém (At 15), quando ficou decidido que os novos crentes não eram obrigados a seguir os preceitos do judaísmo, mas, simplesmente absterem-se dos ídolos e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição, das quais coisas diziam bem fazeis se vos guardardes (At 15.28, 29).
Nesse concílio, o primeiro da igreja cristã, observa-se que há um comando hierárquico, onde Tiago e Pedro demonstrava ter alguma ascendência sobre os demais, embora a decisão final fosse uma unanimidade entre todos os presentes, e foram orientados pelo Espírito Santo.
Conforme podemos encontrar no auxílio bibliográfico desta lição pág. 83, (2º. Trimestre 2014), as AD, especialmente no Brasil, certamente por razão de se constituirem inicialmente de crentes de diversos grupos evangélicas, atraídas pela crença bíblica no batismo com o Espírito Santo, do ponto de vista administrativo, ministerial, adotaram uma posição intermediária mais aproximada do sistema presbiteriano.
Não admitem hierarquia. Não aceitam o episcopado formal, senão, o conceito bíblico de que o pastor é o mesmo bispo mencionado no NT.
Admitem entretanto, o cargo separado de presbítero. Porém, em algumas regiões, em campo de evangelização das AD, de certo modo, e-lhe dado o cargo correspondente ao de pastor.
Na Convenção Geral de 1937, na AD de São Paulo, foi debatida a questão sobre se os anciãos (presbíteros), não poderiam ser considerados pastores. Os convencionais compreenderam, citando os textos de 1Pe 1.5; At 20.28; 1Tm 5.17, que, em alguns casos, parece haver uma diferença entre ancião e anciãos com chamada ao ministério, e estabeleceram, assim, a hierarquia eclesiástica que até hoje existe nas AD: diáconos, presbíteros, e ministros do evangelho: (pastores evangelistas).
Nas AD o trabalho do presbítero tem a sua definição; passou também a ser visto pelo penúltimo cargo exercido pelos obreiros na sucessão das ordenações antes de ser consagrado a evangelista ou pastor.  

Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 2º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato).
RENOVATO Elinaldo. Os Dons Espirituais e Ministeriais- Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro, 2014 – CPAD
Itamir Neves de. Atos dos Apóstolos – Uma história singular. Paraná. 2ª.reimpressão, 2005. Descoberta Editora Ltda.
 MARTINS, Jaziel Guerreiro – Manual do Pastor e da igreja, Curitiba, 2005. Santos, Editora. - CHAMPLIN. R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia – Editora Hagnus  

 CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus   - CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus   

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