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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Obadias - O Princípio da Retribuição - 04.11.12 Lição 05 - 4º. Tri. 2012 - EBD CPAD - 04.11.12


Texto da Lição: Obadias 1.1-4, 15-18
                           
I   -  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

  1. Conceituar soberania divina e livre arbítrio.
  2. Elencar  os elementos contextuais do livro de Obadias. 
  3. Saber o princípio da retribuição divina.

II   - TEXTO ÁUREO:
“ Porque o dia do SENHOR está perto, sobre todas as nações;como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça” (Obadias 1.15).

III – VERDADE PRÁTICA: Obadias mostra que a lei da semeadura e o princípio da retribuição constituem uma realidade da qual ninguém pode escapar.

IV – PALAVRA CHAVE: Soberania – Qualidade ou condição de Soberano.

                                                  Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
            http://nasendadacruz.blogspot.com

V  – COMENTÁRIO – Apresentação

Deus está no controle de tudo e toda ação humana está ao alcance de seus olhos. 

A lei natural da semeadura ilustra o princípio da retribuição no campo  espiritual, e é justamente essa a mensagem que encontramos no livro do profeta Obadias, em seus oráculos contra Edom.

Oráculo, palavra derivada do latim, oraculum, era um vocábulo usado para indicar um assento de oração; a mensagem dada; uma pessoa, divina ou humana que apresentasse uma mensagem, uma predição, uma ordem ou comunicação divina; um templo; um santuário.

Nos seus oráculos Obadias traz uma mensagem profética contra os descendentes de Esaú, os edomitas. Os “irmãos” dos israelitas seriam duramente julgados pela forma com que os trataram quando estavam sendo atacados pelos invasores.

Este tratamento desprezível dado ao povo de Deus em um momento em que estavam vulneráveis foi motivo suficiente para que Deus declarasse a queda de Edom.

Relatos nos dizem que a maldade dos edomitas chegou ao cúmulo de preparar armadilhas para os israelitas que conseguiram escapar da cidade com vida. 

Os muitos pecados de Israel foram o motivo de seu exílio e da perda temporária de sua nação.

Mas isso não era motivo para que Edom aproveitasse a situação e colocasse em prática seu desprezo pelos israelitas tratando-os com malignidade.

Para que possamos entender o livro de Obadias precisamos ter em mãos um breve resumo da história de Israel. O profeta trata de duas nações, Israel e Edom, mas refere-se a elas por meio da citação de seus antepassados, Esaú e Jacó.

Isso ocorre porque era comum para os hebreus identificar as pessoas utilizando o nome de seus antepassados. 

Ao longo da história entre Israel e Edom, houve momentos de animosidade e isso perdurou por muitos anos, despertando e mantendo acesa uma inimizade entre esses dois povos descendentes de Abraão.

Apesar da animosidade entre esses dois grupos, a recomendação divina aos israelitas era que tratassem os edomitas com respeito, da mesma forma que deveriam tratar os egípcios:

Não abominarás o edomita, pois é teu irmão; nem abominarás o egípcio, pois estrangeiros fostes na sua terra” (Dt 23.7). Essa recomendação os edomitas não seguiram com relação a Israel.

O problema foi a atitude de Edom no momento do juízo de Deus. Os edomitas foram condenados não apenas porque se mantiveram distantes e alegres quando seus parentes estavam sendo atacados.

Eles foram condenados porque, além de observar o que estava acontecendo, participaram dos ataques contra os sobreviventes. 

Mas seu julgamento não tardaria a vir. Quanto aos israelitas, eles seriam restaurados e teriam suas terras de volta, além de possuir as terras de seus inimigos também (Ob 18,19).

Os israelitas estavam sendo julgados por Deus por causa dos seus pecados. Até ai, Edom não tinha qualquer ingerência a ponto de receber uma dura palavra da parte do Senhor.

Mas quando Edom se propôs a atacar os israelitas e maltratá-los, e entregá-los aos inimigos, então Edom caiu na mesma sentença que foi dada aos israelitas; eles seria julgados e exterminados, e suas terras, dadas aos que antes tinham atacado.

Os edomitas estavam sempre com ânimo pronto para ajudar qualquer grupo que fosse contrário a Israel. A Bíblia registra pelo menos quatro ocasiões em que os filhos de Esaú pilharam os israelitas:

No reinado de Jeorão (2 Cr 21), no reinado de Amazias (2 Cr 25), no reinado de Acaz (2 Cr 28), e no reinado de Zedequias (2 Cr 36). Essa animosidade nunca foi bem vista por Deus (Ob 10 - 15).

OBJETIVO 1: Conceituar soberania divina e livre arbítrio.

O termo soberania denota uma situação em que uma pessoa, com base em sua dignidade e autoridade, exerce o poder supremo, sobre qualquer área, em sua província, que esteja sob a sua jurisdição.

Quando é aplicado a Deus, o termo indica o total domínio do Senhor sobre toda a sua vasta criação. Como Soberano que é Deus exerce de modo absoluto a sua vontade, sem ter de prestar contas a qualquer ser em cima nos céus, embaixo na terra  ou debaixo da terra.

A soberania de Deus consiste em sua sabedoria, justiça, santidade, onipotência, onipresença e onisciência. 

É portanto, absoluta inquestionável que Deus exerce sobre todas as coisas criadas, quer na terra, quer nos céus, dispondo de tudo de acordo com os seus conselhos e desígnios.

Sendo Deus absoluto e necessário, todos nós somos contingentes: todos precisamos dele para existir; sem Ele, não há vida nem movimento.

Deus é Senhor Soberano, no entanto reservou ao homem o livre arbítrio e assim todos nascem livres e são auto-conscientes, por isso, responsável diante de Deus pelos próprios atos. 

Isto não significa negar a soberania divina, trata-se tão somente da liberdade humana.

O livre-arbítrio é um ensinamento bíblico. A vontade de Deus é que todos sejam salvos (Ez 18.32; Jo 3.16; 1 Tm 2.4; 2Pe 3.9). 

A mensagem cristã diz que Cristo veio para salvar os pecadores, e deles se espera que correspondam à chamada divina ao arrependimento (At 2.38).

As Escrituras ensinam também, que todos os homens são donos potenciais da fé conferida por Deus, a fim de que venham realmente a crer, se assim quiserem fazê-lo. Essa é uma dádiva divina dada aos homens.

O que cada indivíduo fizer com o seu potencial de crer é questão exclusivamente sua, por ser algo sujeito ao seu livre arbítrio; portanto, se alguém preferir negar a sua fé em Cristo, tornar-se-á culpado e responsabilizado por isso, tendo de ser julgado por esse motivo.

O livre-arbítrio é uma experiência humana. O homem é livre para alterar o curso de sua maneira de pensar e viver, sendo responsável por fazer tal. 

Nunca devemos pensar que isso funciona no vácuo. De fato, para vir a crer, cada indivíduo humano tem de vencer a si mesmo, além de ter de vencer muita oposição fora de si mesmo.

Mas Deus tornou isso possível através do que ele realizou na cruz, em Cristo Jesus. De acordo com o trecho de Rm 1.18, o homem se afastou de Deus voluntariamente; mas isso pode ser revertido, por mais difícil que seja tal situação. 

A experiência mostra-nos que um homem, com Cristo, ou sem ele, sabe a diferença entre o bem e o mal, e pode escolher uma coisa ou outra, ainda que, normalmente, o homem não regenerado prefira sempre o mal.

OBJETIVO 2. Elencar  os elementos contextuais do livro de Obadias.

O autor deste livro é um profeta chamado Obadias. No livro, não é mencionada a sua genealogia, nem outro pormenor a seu respeito. Obadias é um nome bastante comum, e significa “servo do Senhor”.

Doze ou treze pessoas com tal nome são mencionadas na Bíblia (1 Re 18.13-16; 2Cr 17.7; 34.12,13). 

Dependemos da data desta profecia para sabermos se o Obadias que escreveu este livro é o citado noutra parte do Novo Testamento.

Como nenhum rei é mencionado, não sabemos com certeza a data em que foi escrito. A única alusão histórica diz respeito a uma ocasião em que os edomitas regozijaram-se com a invasão de Jerusalém, e até mesmo tomaram parte na divisão dos despojos (Ob 11-14).

Não fica claro, porém, qual invasão Obadias tinha em mente, pois houve cinco grandes invasões contra a cidade santa durante os tempos do Antigo Testamento.

Primeira: A invasão de Sisaque rei do Egito, em 926 a.C, durante o reinado de Roboão filho de Salomão (1 Re 14.25,26).

Segunda: A invasão dos filisteus e árabes no reinado de Jorão, entre 848 – 841 a.C. (2 Cr 21.16,17).

Terceira: A invasão de Jeoás rei de Israel no reinado de Amazias rei de JJJUj Judá em 790 a. C. ( 2Re 14.13,14).

Quarta: A invasão de Senaqueribe, rei da Assíria, no reinado de Ezequias, em 701 a. C. (2 Re 18.13).

Quinta: A invasão dos babilonios entre 605 – 587\86 a. C. (2 Re 24.25). Donald C. Stamps, diz na sua Bíblia de Estudo Pentecostal referindo-se ao livro de Obadias que Obadias provavelmente profetizou entre a segunda ou a quinta invasão de Jerusalém.

E a destruição de Jerusalém  por Nabucodonozor seria a menos provável, porque não há nenhum indício da destruição completa de Jerusalém nem da deportação de seus habitantes.

Os profetas que se referem à destruição de Jerusalém identificam sempre o inimigo  como sendo Nabucodonozor, e não simplemente “forasteiros” e “estranhos” (Ob 11).

Sendo assim diz Stamps, a ocasião da profecia de Obadias é mais provável durante a segunda das cinco invasões quando uma coalisão de filisteus e árabes uniram-se para pilhar a cidade santa.

Por essa época, os edomitas que haviam estado sob controle de Jerusalém, já haviam consolidado sua liberdade (2 Cr 21.8-10). 

O júbilo dos edomitas motivado pela queda de Jerusalém, fica bem patente e compreensível, levando-se em conta que o período do reinado de Jorão vai de 848 – 841 a.C. e que a pilhagem de Jerusalém já era realidade.

Segundo Stamps, 840 a. C. seria a data mais provável para a composição da profecia. Parte do contexto da profecia relembra (Gn 25.19-34; 27.1 – 28.9) a longa rivalidade entre Esaú, pai dos edomitas e Jacó, pai dos israelitas.

Embora podemos ler em Gênesis 33 a respeito da reconciliação entre os dois irmãos, o ódio entre seus descendentes irrompia frequentemente em guerras no decurso da história bíblica (Nm 20.14-21; 1 Sm 14.47; 2 Sm 8.14; 1 Re 11.14-22).

Em consonância com suas hostilidades, os edomitas regozijaram-se com as adversidades de Jerusalém. Além disso, os edomitas estavam sempre com ânimo pronto para ajudar qualquer grupo que fosse contrário a Israel.

A Bíblia registra, pelo menos, quatro ocasiões em que os filhos de Esaú pilharam os israelitas: No reinado de Jeorão (2 Cr 21); no reinado de Amazias (2 Cr 25); no reinado de Acás (2 Cr 28) e no reinado de Zedequias (2 Cr 36). 

Essa animosidade dos edomitas contra Israel nunca foi aceita por Deus (Ob 10 – 15 NTLH).

OBJETIVO 3: Saber o princípio da retribuição divina.

A retribuição é própria e inevitável devido a natureza divina. Deus caracteriza-se pela retidão, pela justiça e pela onipotência. Portanto, ele que é capaz de punir o mal e recompensar a gratidão.

Por isso, as pessoas recebem de Deus exatamente o eu merecem, exceto quando sua justiça é acompanhada pela sua misericórdia e graça tendo em vista o arrependimento e a fé na pessoa bendita do Senhor Jesus Cristo, pois na pessoa de Jesus o mal foi penalizado e nós fomos salvos (2 Co 5.21).

A retribuição é própria e inevitável devido à natureza divina. Isso é destacado em Gálatas 6.7,8, onde lemos: 

“Não vos enganeis: de Deus não se zomba, pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para sua própria carne da carne colherá corrupção, mas o que semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna”.

Isto apenas reitera o ensino veterotestamentário: “Lavraste a malícia, colheste a perversidade (Os 10.13). Esse ensino mostra que a retribuição além de ser um ato de Deus é também o resultado inevitável das ações humanas, boas ou más.

É significativo que a palavra hebraica por detrás da idéia signifique tanto pecado quanto punição. Tal como no mundo físico, onde cada ato produz resultados inevitáveis, o mesmo se dá no campo espiritual e moral. 

“Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados e com a medida com que tiveres medido vos medirão também” (Mt 7.2).

Provérbios 26 e 27 diz:  “Quem abre uma cova nela cairá e a pedra rolará sobre quem a revolve”. Apocalipse ainda esclarece: “Derramaram sangue de santos e de profetas, também sangue lhes tem dado a beber; são dignos disso” (Ap 16.6; Rm 1.27; Ap 18.6,7).

A retribuição divina só começa neste mundo, completando-se apenas na futura existência, (eternidade). Muitos crimes atrozes jamais serão castigados nesta vida. 

Mas a Bíblia assegura que haverá um dia de prestações de contas (2Co 5.10; 2Pe 2.9; 3.7), quando todos aqueles que não aceitaram a Cristo como Salvador e Senhor serão ressuscitados para serem julgados (Jo 5.29; Ap 20.11-15).

CONCLUSÃO:

A retribuição é inevitável, pois “tudo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Só o arrependimento e a fé em Jesus podem levar o homem a experimentar o amor e a misericórdia de Deus (2 Co 5.17).

Assim como ninguém pode desafiar as leis naturais sem as devidas conseqüências, não é possível ignorar as leis espirituais e sair ileso. O princípio da retribuição já se encontrava na lei de Moisés (Ex 21.23-25; Lv 24.16-22; Dt 19.21).

Os edomitas beberam e alegraram-se com a desgraça de seus irmãos. Mas, agora, chegou a hora de eles receberem a sua paga na mesma moeda. Os descendentes de Esaú provarão cálice da ira divina par sempre (Ob 16).

É bom lembrar que esse princípio vale também para indivíduos (Jz 1.6,7; Hb 2.2). É o princípio da semeadura (Os 8.7; Gl 6.7).


Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Esequias Soares).

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. CPAD – Rio de Janeiro, 2012.

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

Bíblia de Estudo Cronológico – Editora Vida

ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico. 8ª. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo..  Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

DOCKERY, David S. Manual Bíblico Vida Nova – 1ª. ed. São Paulo, Editora Vida, 2001.

RICHARDS Lawrence. Comentário Bíblico do Professor. 3ª. Imp. São Paulo: Editora Vida, 2004.

DAVIDSON, F. O Novo Comentário da Bíblia. 3ª. ed. São Paulo: Editora Vida Nova, 1997.

RADMARCHER, Earl D.; ALLEN, Ronald B; HOUSE, H. Wayne. O Novo Comentário Bíblico do Antigo Testamento com Recursos Adicionais. 1ª. ed. Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2010

domingo, 28 de outubro de 2012

Jabéz - Nosso terceiro Quarentão


 No teu quadragésimo aniversário





Parabéns meu filho por esta data tão linda – 16.10.1972.

O nosso coração se enche de orgulho por te ver saudável e tão cheio de vida, com muita força, coragem e determinação para encarar o mundo de frente, e crescer com ele.
São quarenta anos de vida graciosa concedidos por Deus.
 Louvamos a Deus e agradecemos com muita alegria porque tu és um dos ricos presentes que Deus mandou do seu celeiro celestial para o nosso modesto lar.

Como terceiro dos nossos quatro filhos nos trouxeste as bênçãos que Deus havia reservado para nós pela tua chegada, estendendo estas bênçãos no cumprimento das promessas do Salmo 128, isto é, aquele que teme a Deus será abençoado na sua família.

“Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos!
Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irá bem.

A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos; como plantas de oliveira, à roda da tua mesa.

Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor!




O Senhor te abençoará desde Sião, e tu verás o bem de Jerusalém em todos os dias da tua vida.


E verás os filhos dos teus filhos, e a paz sobre Israel”.
                                                         


Recebe nosso carinhoso abraço no coração.
Tua Mãe, teu Pai e teus Irmãos.


                                     Nunca esqueças que somos seis.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Amós - A Justiça Social como Parte da Adoração - Lição 04 - 4º. Tri. 2012 - EBD CPAD - 28.10.12


 Texto da Lição: Amós 1.1; 2.6-8; 5.21-23
                           
I   -  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Dissertar a respeito da vida pessoal de Amós e a estrutura do livro.
  2. Saber que a justiça social é um empreendimento bíblico.

  1. Apontar a política e a justiça social como elementos de adoração a Deus.

II   - TEXTO ÁUREO:
“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mt 5.20).

III – VERDADE PRÁTICA: Justiça e retidão são elementos necessários e imprescindíveis a verdadeira adoração a Deus.

IV – PALAVRA CHAVE: Adoração
 Adoração é um ato de rendição a Deus em todas as esferas da vida.

Lisboa-PT
                                                Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva          http://nasendadacruz.blogspot.com

V   COMENTÁRIO – Apresentação
A expressão “justiça social” merece uma análise mais profunda em nossos dias, pois os profetas trataram desse assunto com muita seriedade.

Nos dias dos profetas, a justiça social referia-se ao cumprimento da lei no tocante ao próximo e ao respeito com que ele deveria ser tratado, independentemente de sua condição social. 

Na Bíblia encontramos diversos registros nos quais Deus reprova os israelitas por agirem de forma ímpia para com seus irmãos menos favorecidos. A idéia de praticar a justiça social está declarada na Lei de Moisés, no trato com aqueles que precisavam de ajuda.

De forma alguma Deus é contra a riqueza. Deus de igual modo sempre tratou com ricos e pobres. Os ricos deveriam ter um coração generoso para com os menos abastados de forma que aqueles que tinham muito não sentiriam falta daquilo que estavam oferecendo.

No mundo em que vivemos, onde há tanto ricos quanto pobres, frequentemente os que têm abastança material tiram proveito dos que nada têm, explorando-os para que os seus lucros aumentem continuamente (Is 3.14,15; Jr 2.34; Am 2.6,7; 5.12,13; Tg 2.6). 

Dessa forma a Bíblia tem muito a dizer a respeito de como os crentes devem tratar os pobres e necessitados.


OBJETIVO 1: Dissertar a respeito da vida pessoal de Amós e a estrutura do livro.
O homem Amós nasceu em Tecoa, aldeia dez quilômetros ao Sul de Belém. Era boieiro, e não era profundo conhecedor da lei de Moisés. 

Até sua chamada nada se sabe a seu respeito. Trabalhava também como cultivador de sicômoros nos territórios de Efraim no Reino do Norte (Am 7.14).

Os sicômoros ele cultivava em certo período do ano nos férteis territórios de Efraim. Era um homem leigo, humilde e semi nômade, e não era membro da classe profética, tendo-se recusado a ser chamado de profeta, embora admitisse ter sido forçado a entrar no ministério profético, por comissão de divina.

Em uma série de visões, no final da primavera de 751 ou 750 (Am 7.1-9; 8.1-3), Amós recebeu uma espantosa mensagem concernente à eminente destruição e deportação de Israel (Reino do Norte – Samaria). Foi acusado de conspirar contra Jeroboão II, e ameaçado por Amazias sacerdote de Betel. Após ter cumprido sua missão Amós retornou a Judá.

Amós exerceu seu ministério profético durante o longo, pacífico e próspero reinado de Jeroboão II (786 – 745 a.C) em Israel, no mesmo período em que Uzias reinava sobre Judá. Os inimigos militares haviam sido esmagados. A Assíria havia derrotado a Síria. Isso permitiu que Jeroboão II ampliasse suas fronteiras (2Re 14.24, 25).

O comércio trouxe um novo surto de riquezas. Tanto Judá (ao Sul) quanto Israel (ao Norte) cresceram, e o Reino de Israel combinado com o reino de Judá chegou a ter quase as mesmas dimensões que tivera nos tempos áureos de Davi e Salomão.

Embora Assíria tivesse se tornado uma ameaça militar, sob o governo de Tiglate-Pileser III em 745 – 727 a.C. qualquer ameaça vinda daquela direção parecia remota àqueles que descansavam na prosperidade de Israel. Sucedeu que a prosperidade material, como é usual, provocou naquela sociedade corrupções sociais e religiosas.
A vida quieta e sossegada estava debilitando moralmente o povo (Am 2.6-8; 5.11,12). Amós sentiu ser necessário denunciar a vida de luxo, a idolatria e a depravação moral do povo, advertindo sobre o julgamento do cativeiro final.
A adoração do Baal dos cananeus foi incorporada ao culto de Israel, e as descobertas arqueológicas têm demonstrado que a religião Cananéia contemporânea dos tempos do profeta Amós, era a mais corrupta que havia no Oriente Próximo. A prostituição ritual fazia parte desse culto. 
O alcoolismo, violência, grosseira sensualidade e idolatria eram fatores constantes em Israel (Am 4.4,5; 5.5). Essa degradação geral degenerou para injustiça social e judicial, em que os ricos exploravam os pobres, produzindo um virtual estado escravocata.
Foi um período de vida ociosa, riqueza, arte e lassidão moral. Em outras palavras, Israel se tornara uma nação doente, como sucede à maioria das sociedades abastadas.
A opressão contra os pobres  era intensa (Am 2.6); os famintos permaneciam à míngua (Am 6.3-6); a justiça se vendia a quem subornasse mais (Am 2.6; 8.6); a religião não era negligenciada, mas havia sido pervertida (Am 3.4; 4.4; 7.9); o julgamento divino era iminente.

Por causa de sua mensagem que se impôs ao povo, a vida das autoridades foi perturbada, e o profeta Amós recebeu amarga oposição. Foi expulso do santuário real, em Betel, e exortado a parar de profetizar. Mas ele não levou em conta essas ameaças.

O livro de Amós está dividido em três seções:

1. Na primeira (Am 1.3 – 2.16), o profeta dirige primeiramente sua mensagem de condenação a sete nações vizinhas de Israel, inclusive Judá. Tendo levado Israel a aceitar prazeirosamente o castigo desses povos (Am 1.3 – 2.5).

Amós passa a descrever vividamente os pecados da nação eleita e  a punição que lhe estava 
reservada (Am 2.6-16). Esta seção determina o tom da mensagem do livro: A condenação resultará na destruição e exílio da nação israelita.

2. A segunda seção (Am 3.1 – 6.14), registra três mensagens ousadas, iniciando cada uma delas com a expressão: “Ouvi esta palavra” (Am 3.1; 4.1; 5.1). 

Na primeira, Deus julga Israel como um povo privilegiado, a quem ele livrara do Egito: “De todas as famílias da terra, a vós somente conheci; portanto, todas as vossas injustiças visitarei sobre vós” (Am 3.2).

A segunda mensagem começa com o profeta tratando das mulheres ricas de Israel: “...vacas de Basan que oprimis os pobres, que quebrantais os necessitados, que dizeis aos seus senhores: daí cá e bebamos” (Am 4.1). Amós profetiza que elas seriam levadas ao cativeiro com anzóis de pesca, como o justo juizo de Deus requeria (Am 4.2,3).

Amós tem palavras semelhantes para os mercadores desonestos, os governantes corruptos, os advogados e juízes oportunistas e os sacerdotes e profetas prevaricadores.

A terceira mensagem (Am 5 – 6) alista as abominações de  Israel. Amós, pois, conclama o povo ao arrependimento:  “Ai dos que repousam em Sião” (Am 6.1). Pois a ruína estava prestes a se abater sobre eles.

A última seção (Am 7.1-9,10) registra cinco visões de Amós a respeito do juízo divino. A quarta visão descreve Israel como um cesto de frutos em franco estado de putrefação. O juízo divino já se fazia arder (Am 8.1-14).

A visão final mostra Deus em pé ao lado do altar pronto para ferir Samaria e o reino decadente do qual era ela capital (Am 9.1-10).O livro termina, com uma breve, porém poderosa promessa de restauração a um remanescente (Am 9.11-15).

OBJETIVO 2. Saber que a justiça social é um empreendimento bíblico.

A Bíblia Sagrada revela Deus se expressando de várias maneiras seu grande zelo pelos pobres, necessitados  e oprimidos. Três aspectos podemos focar do zelo de Deus neste empreendimento bíblico – a justiça social:

1. O Senhor Deus é o defensor desta classe social em apreciação.
Ele mesmo revela ser dela o Refúgio (Sl 14.6; Is 25.4), o Socorro (Sl 40.17; 70.5; Is 41.14), o Libertador (1 Sm 2.8; Sl 12.5; 34.6; 113.7; 35.10; Lc 1.52,53) e Provedor (Sl 10.14; 68.10; 132.15).

2. Ao revelar a sua Lei aos israelitas, mostrou-lhes também várias maneiras de se eliminar a pobreza do meio do povo (Dt 15.7-11). A obediência a lei de Deus devia também significar um propósito resoluto de socorrer os necessitados (Dt 24.19-21; Lv 19.10).

Deus observa nossa atitude e desejo de ajudar os pobres e necessitados; para isso devemos usar os nossos recursos materiais. O espírito de cobiça e de egoísmo que não se preocupa com as necessidades dos outros, priva-nos da bênção de Deus (Dt 15.9,10).

O Novo Testamento destaca a necessidade da compaixão, sensibilidade e bondade para com os sofredores e outros que enfrentaram circunstâncias difíceis que os levaram à pobreza ou à penúria (Mt 25.31-36;Gl 6.2,10).

Após mostrar aos israelitas as várias maneiras de como eliminar a pobreza Deus declarou-lhes em seguida o seu alvo global:  “Somente para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR  abundantemente te abençoará na terra que o SENHOR, teu Deus, te dará por herança, para a possuires” (Dt 15.4).

Por isso Deus, na sua Lei, proíbe a cobrança de juros “penhor”, ou garantia pelo empréstimo; o credor era obrigado a devolver-lhe o penhor (uma capa ou algo equivalente), antes do por do sol. 

Se o pobre era contratado a prestar serviços ao rico, este era obrigado a pagar-lhe diariamente, para que ele pudesse comprar alimentos para si mesmo e sua família (Dt 24.14, 15).

Durante a estação da colheita, os grãos que caíssem deviam ser deixados no chão para que os pobres o recolhessem (Lv 19.10; Dt 24.19-21); E mais: o cantos das searas de trigo, especificamente, deviam ser deixados aos pobres (Lv 19.9).

Digno de nota era o mandamento divino de se cancelar, a cada sete anos, todas as dívidas dos pobres (Dt 15.1-6). Além disso, o homem de posses não podia recusar-se a emprestar algo ao necessitado, simplesmente por estar próximo o sétimo ano (Dt 15.7-11).

Deus, além de prover o ano para o cancelamento das dívidas, proveu ainda o ano para a devolução das propriedades – o Ano do Jubileu, que ocorria a cada cinquenta anos. 

Todas as terras que tivessem mudado de dono desde o Ano do Jubileu Anterior teriam de ser devolvidas à família originária (Lv 25.8-55).

E mais importante de tudo: a justiça haveria de ser imparcial. Nem os ricos nem os pobres poderiam receber qualquer favoritismo (Ex 23.2,3,6; Dt 1.17; Pv 31.9). 

Desta maneira Deus impedia que os pobres fossem explorados pelos ricos, e garantia um tratamento justo aos necessitados (Dt 24.14).

3. Infelizmente, os israelitas nem sempre observavam tais leis. Muitos ricos tiravam vantagens dos pobres, aumentando-lhes a pobreza e o sofrimento. 

Em consequência de tais ações, o Senhor proferiu, através dos profetas, palavras  severas de juízo contra os ricos que assim procedem (Is 1.21-25; Jr 17.11; Am 4.1-3; 5.11-13; Mq 2.1-5; Hc 2.6-8; Zc 7.8-14).
                                                                                                                                
OBJETIIVO 3. Apontar a política e a justiça social como elementos de adoração a Deus.

No Antigo Testamento a palavra geralmente usada para “adorar” é sahah, que significa “curvar-se” ou “prostrar-se por respeito”. 

A ideia por trás desse conceito é mostrar respeito e reverência, não somente no culto de adoração em que Deus é louvado, mas em cada aspecto da vida.

Nossa vida deve expessar adoração a Deus. O povo de Israel tão profundamente amado por Deus, deveria retribuir esse amor com adoração demonstrando respeito e reverência a Deus de todas as formas.

O livro de Deuteronômio destaca uma série de formas de adoração a Deus com instruções especiais para os israelitas, desde a entrega dos dízimos, das cerimônias de purificação, da guerra, da justiça e da compaixão.

A primeira vista esses temas parecem não estar relacionados, mas a unidade reside no fato de que cada ação ordenada descreve um aspecto da vida intimamente ligada com Deus – tudo que o israelita piedoso disesse ou fizesse deveria ser considerado ato de adoração.

A adoração  a Deus deve ser tão diferente da adoração aos ídolos pagãos quanto Deus é distinto dos elementos sem vida como a madeira e a pedra.

Uma característica básica da adoração pagã era sua limitação a um lugar específico. Mas Deus é Deus de toda a terra. Seu domínio soberano estende-se  sobre tudo e todos. 

Para adorar a Deus de forma verdadeira, é preciso reconhecer seu poder soberano sobre todas as coisas, e adorá-lo pelo que ele realmente é.

A adoração coletiva de Israel deveria concentrar-se no lugar único da terra em que a presença de Deus fosse estabelecida. Hoje Deus está presente no meio do seu povo – na pessoa do Espírito Santo, estabeleceu sua morada em nós.

A adoração nos dias do profeta Amós era uma das decadências da vida do povo. Nos dias de Amós havia uma adoração sem conversão, descaracterizada da verdadeira adoração “....os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em Espírito e em verdade....” (Jo 4.23). 

Isto significa que a adoração verdadeira é a da alma humana, e envolve uma comunicação direta com o mundo superior, o mundo das realidades espiituais.

Não obstante sua baixa condição moral e espiritual, o povo continuava a oferecer o seu culto a Jeová sem refletir e com as mãos sujas de injustiças. 

Comportando-se assim, tanto Israel como Judá, reproduziam o pensamento pagão segundo o qual sacrifícios e libações são suficientes para aplacar a ira dos deuses.

Entretanto, Deus declara não ter prazer algum nas festas religiosas que os israelitas promoviam (Am 5.21; Jr 6.20). 

A verdadeira adoração não consiste em rituais externos ou em cerimônias formais. A verdadeira adoração a Deus consiste num espírito quebrantado e um coração contrito.

Há um infindo vocabulário a fim de definir adoração ou o ato de adorar, contudo a principal idéia de adoração é a de devoção reverente, serviço sagrado e honra a Deus tanto de maneira pública como individual.

Elementos necessários à verdadeira adoração:

1. Um despertamento íntimo no indivíduo e na coletividade, que crie o desejo de buscar e adorar a Deus.

2. A convicção de que a própria vida requer adoração a Deus, sendo produzida profunda insatisfação pelo tipo de vida que a omite.

3. Assosciação com outras pessoas  de iguais atitudes mentais, para que possa existir uma comunidade que adora.

4. Confissão e arrependimento de pecados.

5. Reiterada outorga a Deus, para que sejam renovados o espírito e a essência da adoração.

6. A disposição para enfrentar os aspectos negativos do próprio indivíduo e da coletividade, no esforço de tentar obter reformas, visando ao bem geral.

7. A tentativa de buscar uma condição ideal, para o indivíduo e para a coletivadade, em que cada pessoa procura aprimorar a si mesma e a sua função.

8. Os elementos de oração, louvor, ação de graças, meditação e adoração devem fazer-se todos presentes. Desse modo o caminho é largamente aberto até a presença de Deus, podendo ser exercido controle sobre cada indivíduo e sobre a comunidade adoradora inteira.

CONCLUSÃO:
A adoração ao verdadeiro Deus nas suas variadas formas requer santidade e coração puro. Trata-se de uma relação vertical com Deus e  horizontal com o próximo (Mc 12.28-33).

É nossa responsabilidade lutar por uma sociedade mais justa. Tal senso de justiça expressa o pensamento da lei e dos profetas e é parte do grande mandamento da fé cristã (Mt 22.35-40).

Amós foi o único profeta do Reino do Norte a bradar energicamente contra as injustiças sociais.  

O livro de Amós permanece atual e abrange diversos aspectos da vida social, política e religiosa do povo de Deus. 

O profeta combateu a idolatria, denunciou as injustiças sociais, condenou a violência e profetizou o castigo para os pecadores contumazes e também falou sobre o futuro glorioso de Israel.

Consultas:
Li0ções Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Esequias Soares).

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. CPAD – Rio de Janeiro, 2012.

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico. 8ª. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo..  Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo..  Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

DOCKERY, David S. Manual Bíblico Vida Nova – 1ª. ed. São Paulo, Editora Vida, 2001.
RICHARDS Lawrence. Comentário Bíblico do Professor. 3ª. Imp. São Paulo: Editora Vida, 2004.
DAVIDSON, F. O Novo Comentário da Bíblia. 3ª. ed. São Paulo: Editora Vida Nova, 1997.
RADMARCHER, Earl D.; ALLEN, Ronald B; HOUSE, H. Wayne. O Novo Comentário Bíblico do Antigo Testamento com Recursos Adicionais. 1ª. ed. Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2010