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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Joel - O Derramamento do Espírito Santo - Lição 03 - 4º. Tri. 2012 - EBD CPAD - 21.10.12

 Texto da Lição: Joel 1.1; 2.28-32
                           
I   -  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Explicar o contexto histórico, a estrutura e a mensagem do livro de Joel.
  2. Compreender que o Espírito Santo é uma pessoa divina.
  3. Saber que o livro de Joel é escatológico.
II   - TEXTO ÁUREO:
“E nos últimos dias acontecerá , diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos” (Atos 2.17).

III – VERDADE PRÁTICA: O Espírito Santo não veio ao mundo cumprir uma missão temporária, mas guiar a igreja até a vinda do Senhor.

IV – PALAVRA CHAVE: Derramamento
 O termo em destaque equivale as ações de espalhar, dispersar, distribuir, esparzir, verter, repartir, propagar e difundir.
ADM ODIVELAS - Lisboa - Portugal 2008
                                             Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva          http://nasendadacruz.blogspot.com

V  COMENTÁRIO – Apresentação
Quando o Espírito Santo foi derramado sobre a Igreja, em Jerusalém, 

muitas pessoas ficaram atônitas com o fenômeno, pois viram gente simples falando línguas totalmente desconhecidas deles.

Outros, no entanto, zombavam, afirmando que essas pessoas estavam “cheias de mostos” ou “embriagadas”. 

Nessa ocasião o apóstolo Pedro se levantou, junto dos demais apóstolos (At 2.14) e expôs sistematicamente os pontos centrais da revelação de Deus através de Jesus Cristo.

Ele evocou a profecia de Joel a respeito do derramamento do Espírito Santo (At 2.15-21). E conclamou-os: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.

Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.38,39).

OBJETIVO 1: Explicar o contexto histórico, a estrutura e a mensagem do livro de Joel.

Quase nada se sabe virtualmente acerca do profeta Joel, seu ministério, sua família, nem mesmo sua vida pessoal; apenas que ele era profeta do reino de Judá e que o seu pai chamava-se Petuel (Jl 1.1). 

Alguns situam as profecias de Joel em cerca de 800 a.C., enquanto outros imaginam ser dos tempos pós- exílicos.Apesar de suas profecias terem sido dirigidas especificamente ao reino do Sul, Judá, a sua mensagem é universal. 

Se aceitarmos a data mais antiga, então o seu ministério se deu na época em que Judá estava sob a regência de Joiada durante a infância de Joás (2Cr 3.16-21; 22 – 24).

Assim sendo, é possível que tenha conhecido Elias, quando ainda era menino, e por certo era contemporâneo de Eliseu. Joel escreveu uma obra prima poética, falando sobre a devastadora praga de gafanhotos que havia assolado a Palestina (Jl 1.4;2.25).

O profeta vê nessa calamidade uma visitação do Senhor e se refere a ela como um tipo do castigo final do mundo, o “Dia do Senhor“ (Jl 1.15). Como muitos outros profetas, Joel prediz o futuro à luz do tempo presente, um acontecimento iminente como símbolo de um acontecimento futuro.

Por isso ele vê na invasão dos gafanhotos um indício da invasão vindoura do exército assírio (Jl 2,1-7; Is caps 36 e 37). Projetando sua visão ainda mais para o futuro ele vê a invasão da Palestina pelos exércitos confederados do Anticristo.

Para compreender melhor os terríveis efeitos que essa praga dos gafanhotos teve sobre Judá, basta analisarmos a ocorrência desse tipo de juízo divino sobre o Egito afetando grandemente aquela nação (Ex 10.1-19).

Todavia, seu poema profético envolve quatro mensagens centrais. Além da espantosa devastação produzida pelos gafanhotos (símbolo da ira divina, e de poder predizer outros juízos divinos).

Joel também falou da frutificação renovada da terra, sob a condição de arrependimento; o dom do Espírito nos últimos dias e o julgamento final das nações que tinham perseguido ou causado dano à nação de Israel.

Os estudiosos conservadores vêm sentido escatológico ainda mais profundo em seus escritos, afirmando que eles se aplicam ao final da nossa dispensação. De fato, o esquema profético de Joel é o mais completo do Antigo Testamento, embora o autor nos apresente esse esquema em largas pinceladas.

O estilo de Joel é dramático e prende a atenção do leitor. Os processos da natureza, bem como aqueles provocados pelos homens estão sob o controle de Deus de tal modo que, em todas as vicissitudes da vida, a nossa responsabilidade primária é diante de Deus. 

O juízo de Deus não consiste em mera vingança. Antes é um meio de produzir o bem, visando especificamente esse bem. Joel é anterior a todos os profetas literários, pois tem-se como certo que ele escreveu suas profecias 835 a.C. 

A mensagem divina foi entregue ao profeta por meio da palavra (Jl 1.1). O pano de fundo histórico e propósito do livro é a grande praga de gafanhotos e o julgamento divino, ou dia de juízo, simbolizado por aquela praga, foram o que deu origem ao livro.

Grandes pragas de gafanhotos ocorriam periodicamente, no Oriente Próximo, até onde a história é capaz de registrar, pelo que é impossível identificar qualquer praga particular, como aquela mencionada por Joel.

Se este livro foi escrito em tempos pré-exílicos, em antecipação ao castigo das nações de Israel e de Judá, pelos assírios e babilônios, respectivamente, então esse foi um dos motivos da composição do livro. Todavia, uma coisa não podemos esquecer: Joel antevia um julgamento divino final, o “Dia do Senhor”.

Alguns eruditos vinculam as profecias de Joel, ao Armagedom através da invasão da Palestina por parte de potências gentílicas do norte (Jl 2.1-10). A destruição desses exércitos invasores aparece em (Jl 2.1-11). O arrependimento da nação de Israel no fim, é visto em (Jl 2.12-17), nos últimos dias (At 2.16,17).

Também há menção à infusão ou derramamento do Espírito, em bases mundiais em (Jl 2.12-17), nos últimos dias, o que para nós parece ainda futuro. Todavia, devemos entender que, para Pedro, o início do cristianismo já marcava o início dos “últimos dias” (At 2.16,17).

O retorno do Senhor Jesus ao mundo – a parousia, é visto em (Jl 2.30-32), e o recolhimento do disperso povo de Israel em sua própria terra, em (Jl 3.1-16). Em seguida aparecem as bênçãos do reino milenar (Jl 3.17-21).

Naturalmente o livro fala do arrependimento, a condição “sine qua non”, para alguém estar espiritualmente preparado para aqueles momentos dos acontecimentos finais.

O derramamento universal do Espírito Santo aparece em (Jl 2.28,29). Os cristãos primitivos aplicavam isso ao Pentecostes e aos seus resultados, conforme se vê em Atos 2,16 ss, mas não exclusivamente a eles, 

porque o restante do Novo Testamento prevê um derramamento muito maior e cabal do Espírito Santo, durante o período da Grande Tribulação, com uma colheita de almas inigualável em toda a história do mundo.

“Depois destas coisas vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos, e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus que se assenta no trono e ao Cordeiro, pertence a salvação” (Ap 7.9,10).

OBJETIVO 2. Compreender que o Espírito Santo é uma pessoa divina.

O Espírito Santo está presente em toda a Bíblia que o mostra claramente como uma pessoa e não como uma mera influência. Ele é inteligente (Rm 8.27). Tem emoções (Ef 4,30), e vontade (At 16.6-11; 1 Co 2.11).

O Espírito Santo é divino. Ele é chamado textualmente de Deus de Israel (2Sm 23.2,3). Ele é igual ao Pai e ao Filho em poder, glória e magestade. Ao longo da história o Espírito Santo sempre revestiu homens de Deus a fim de equipá-los para serviços especiais.

Um exemplo notável no Antigo  Testamento, era José, a quem fora outorgado o Espírito para capacitá-lo a agir de modo eficaz na casa de Faraó (Gn 41.38-40). Também Bezalel e Ooliabe, aos quais Deus concedeu a plenitude do seu Espírito para que fizessem o trabalho artístico necessário à construção do Tabernáculo, e também para ensinarem aos outros (Ex 31.1-11; 35.30-35). 

A plenitude do Espírito Santo, não é exatamente a mesma coisa que o Batismo no Espírito Santo no Novo Testamento.

No Antigo Testamento o Espírito Santo vinha sobre uns poucos indivíduos selecionados para servirem a Deus de modo especial e os revestia de poder (Ex 31.3). O Espírito do Senhor veio sobre muitos dos juízes tais como Otniel (Jz 3.9,10), Gideão (Jz 6.34), Jefté (Jz 11.29) e Sansão (Jz 14.5,6; 15.14-16). 

Estes exemplos revelam o princípio divino que ainda perdura; quando Deus opta por usar grandemente uma pessoa, o seu Espírito vem sobre ela.

Note-se que, nos tempos do Antigo Testamento o Espírito Santo vinha apenas sobre umas poucas pessoas, enchendo-as a fim de lhe dar poder para o serviço ou a profecia. Não houve nenhum derramamento geral do Espírito Santo sobre Israel.  

O derramamento do Espírito Santo de forma mais ampla (Jl 2.28,29; At 2.4,16-18) começou no grande dia de Pentecostes.

OBJETIIVO 3. Saber que o livro de Joel é escatológico.
O livro do Profeta Joel é sobretudo escatológico. O primeiro capítulo descreve a desolação causada em Judá por uma invasão de gafanhotos – um dos instrumentos do julgamento divino mencionado por Moisés em sua profecia (Dt 28.38,39) e por Salomão em sua oração (1 Re 8.37). e que havia sido usado por Deus contra o Egito (Ex 10.12-20).

A principal mensagem de Joel é que Deus julga, e essa mensagem da realidade do juízo divino, conforme orientação do profeta ao povo, não deveria ser esquecida, mas recontada às gerações seguintes (Jl 1.3).

Não é àtoa que Deus permitiu que essa obra inspirada pelo Espírito Santo ficasse para a posteridade, para que sua mensagem nunca fosse olvidada e pudesse reverberar durante séculos, despertando vidas.

Joel fala do derramamento do Espírito Santo nos últimos dias e faz alusão ainda sobre aparição de sinais em cima no céu e embaixo na terra, de sangue, fogo e colunas de fumaça, do sol convertendo-se em trevas, e da lua tornando-se sangue (Jl 2.30,31).

São manifestações teofânicas de Jeová para revelar a si mesmo e também para executar juízo sobre o pecado (Ex 19.18; Ap 8.7). O primeiro advento de Cristo e o derramamento do Espírito Santo são eventos introdutórios aos “últimos dias” (Ap 2.17).

Os sinais cósmicos acompanhados de fogo, coluna de fumaça, etc., ausentes do dia de Pentecostes, dizem respeito à Grande tribulação, no epílogo da história, “antes que venha o grande e terrível dia do Senhor” (Jl 2.31,; At 2.20).
CONCLUSÃO:
A vinda do Espírito Santo, além de revestir os crentes em Jesus, resulta também em salvação a todos que desejam encontrar a vida eterna. O apóstolo Paulo termina a citação de Joel com estas palavras:

“Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (At 2.21). O apóstolo Paulo citou essa passagem referindo-se a Jesus e afirmando que o Meigo Nazareno é o mesmo grande Deus Jeová de Israel (Rm 10.13).

O derramamento do Espírito Santo inaugura a dispensação da igreja, que, acompanhado de grandes sinais, faz do cristianismo uma religião sui generis. A igreja continua recebendo o poder do alto e prossegue anunciando a salvação a todos os povos.

Nisso vemos a múltipla operação do Espírito Santo, revestindo de poder os crentes em Jesus e convencendo o pecador de seus pecados (At 1.8; Jo 16.7-11). Há dimensões tanto presentes quanto futuras em todas as aplicações de Joel no Novo Testamento.

Os dons do Espírito que começaram a fluir através do povo de Deus, no Pentecostes, ainda se acham à disposição dos crentes no tempo presente (1 Co 12.1 – 14.40).

Além disso, os versículos que precedem a profecia a respeito do Espírito Santo e a analogia da colheita com as chuvas temporãs e seródias (Jl 2.23-27), e os versículos que se seguem, e os sinais que se darão nos céus no final dos tempos, (Jl 2.30,32), 

indicam que a profecia sobre o derramamento do Espírito (Jl 2.28,29), inclui não somente a chuva inicial no Pentecoste, como também um derramamento final e culminante sobre toda a raça humana no final dos tempos.


Consultas:
Li0ções Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Esequias Soares).

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. CPAD – Rio de Janeiro, 2012.

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico. 8ª. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo..  Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

DOCKERY, David S. Manual Bíblico Vida Nova – 1ª. ed. São Paulo, Editora Vida, 2001.
RICHARDS Lawrence. Comentário Bíblico do Professor. 3ª. Imp. São Paulo: Editora Vida, 2004.
DAVIDSON, F. O Novo Comentário da Bíblia. 3ª. ed. São Paulo: Editora Vida Nova, 1997.
RADMARCHER, Earl D.; ALLEN, Ronald B; HOUSE, H. Wayne. O Novo Comentário Bíblico do Antigo Testamento com Recursos Adicionais. 1ª. ed. Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2010

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