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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Um Homem de Deus em Depressão - Lição 05 - 1º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 03.02.13


Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
            http://nasendadacruz.blogspot.com
 Texto da Lição: 1 Reis 19.2-8
                          
I   -  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Compreender a humanidade do profeta Elias.
  2. Identificar as causas e sintomas da depressão de Elias.
  3. Detalhar o tratamento de Deus à depressão de Elias.
 II  - INTRODUÇÃO: Os conflitos de Elias o levaram a enfrentar períodos de depressão – distúrbio mental caracterizado pelo desânimo, sensação de cansaço, ansiedade em grau maior ou menor. 

No ambiente eclesiástico é comum se pensar que um servo de Deus está imune às doenças da alma. As Escrituras falam claramente das fragilidades humanas e descreve-as na vida dos maiores “gigantes espirituais”.

Depressão não era incomum na vida de muitos dos bem sucedidos homens de Deus – Certa vez Moisés ficou tão triste e desmotivado que pediu a Deus para tirar-lhe a vida. Depois do grande reavivamento de Nínive, Jonas fez a mesma coisa. 

Paulo ficou desesperado até da própria vida, em certo ponto de seu ministério na Ásia (2Co 1.8). Mas uma coisa é certa. O Senhor ajudou todos estes seus servos a superar.

 III – DESENVOLVIMENTO

  1. ELIAS – UM HOMEM COMO OS OUTROS:
  
1. 1 – Um homem espiritual – A Bíblia nos mostra que Elias tinha íntima comunhão com Deus, era um homem de fé e possuía uma envolvente vida espiritual moldada na Palavra de Deus – “Elias ... disse: Ó Senhor Deus de Abraão..... conforme a tua palavra fiz todas estas coisas”.

No confronto com os profetas de Baal observa-se que a coragem e a fé patentes em Elias, não têm paralelo em toda a redenção da história. 

Seu desafio ao rei (1Re 18.16-19), sua repreensão a todo o Israel (1Re 18.21-24), e seu confronto com os 450 profetas de Baal (1Re 18.19,19), foram embates que ele os enfrentou dispondo somente das armas da oração e da fé em Deus.

Elias conhecia os infinitos recursos da oração “.... e se inclinou por terra, e meteu o seu rosto entre os seu joelhos...”(1Re 18.42,43). De Elias o Novo Testamento cita sua fé e oração perseverantes como exemplo e estímulo para o povo salvo no tocante ao poder da oração.

1. 2 – Um homem sentimental – Elias não era tão somente um homem espiritual, ele era também profundamente sentimental. 

Elias alegrava-se, mas também se entristecia; sua natureza, portanto, era semelhante à nossa, conforme afirma Tiago: “Elias era um homem sujeito às mesmas paixões que nós...” (Tg 5.17).

  1. AS CAUSAS DOS CONFLITOS DE ELIAS:
 2. 1 – Decepção – Apesar da fantástica vitória de Elias sobre os 450 profetas de Baal, haja vista Deus haver respondido a oração de Elias, enviando fogo do céu em resposta à sua oração (1Re 18.38), Acabe e Jezabel continuavam insensíveis como se nada tivesse acontecido.

Nenhum quebrantamento acontecera na casa real, nem tampouco na vida do povo de Israel. Isto trouxe imensa decepção ao profeta, parecendo até que sua vitória havia se convertido em derrota, mediante a ameaça de Jezabel (1Re 19.2). Elias não estava decepcionado com o seu Deus, mas com o príncipe do seu povo.

2. 2 – Medo – Diante da ameaça da rainha, Elias sentiu medo e fugiu.Foi uma reação imediata (1Re 19.3). Parece paradoxal, entretanto não devemos esquecer o que bem oportuno Tiago nos deixou escrito em 1Ts 5.17, motivo pelo qual neste momento da vida de Elias os sentimentos falaram mais alto do que a fé.

  1. AS CONSEQUÊNCIAS DOS CONFLITOS:
 3.1 – Fuga e isolamento  – Elias, o homem de Deus que enfrentou, superou e venceu tantas situações difíceis, sentiu-se impotente mediante as ameaças da pagã – rainha Jezabel.  

Temendo por sua vida, constata-se um momento de fraqueza que como humanos também, não podemos reprovar. Como vimos, Deus não reprovou Elias em tal circunstância. E se Deus não o condenou quem é o homem mortal para condená-lo?

Não obstante ao que aconteceu com Elias, homem como nós, não devemos fazer desse seu momento fraco entre tantos momentos de destreza, uma referência para nossos conflitos. Davi assim se expressou: “No dia em que eu temer, hei de confiar no Senhor” (Sl 56.3).

Elias não somente sentiu medo, mas procurou o isolamento (1Re 19.4). Elias fugiu, escondeu-se e se isolou – característica de uma pessoa deprimida. 

As razões para a depressão de Elias incluía tristeza devido à apostasia de Israel profanação dos lugares sagrados e martírio dos profetas do Senhor.

 3.2 – Autopiedade e desejo de morrer – Essa é uma atitude marcante de uma pessoa depressiva. A queixa de Elias era de que ele estava sozinho e eles (os numerosos israelitas), não apenas Acabe e Jezabel estavam tentando matá-lo. 

Em seu espírito abatido, Elias fazia suas considerações e pontuava: “Eu fiquei só” (1Re 19.10), ou seja, não havia mais fiéis; somente ele.

Distorcidamente do que Elias ponderava, o texto de 1Re 19.18 relata que Deus possuía ainda seus sete mil. Os sete mil de Israel, que não dobraram os joelhos a Baal. 

Estes são parte dos fiéis, sofredores em todas as gerações, livres de apostasia, de transigência com o erro e de mundanismo entre o povo de Deus, e que perseveram no amor, na fé e na obediência a Deus e á sua Palavra.

São os que fogem dos maus caminhos do mundo, que lavaram as suas vestiduras no sangue do Cordeiro (Ap 7.14), que são perseguidos por amor à justiça (Mt 5.10) e que permaneceram firmemente no caminho estreito (Mt 7.14).

  1. O SOCORRO DIVINO
4. 1 – Provisão física – O socorro trouxe provisão física e espiritual para Elias. ”E deitou-se e dormiu debaixo de um zimbro; e eis que, então, um anjo o tocou e lhe disse: 

Levanta-te e come” (1Re 19.5). Deus cuidou do desalentado Elias de modo compassivo e amoroso.

Permitiu que Elias dormisse. Fortaleceu-o com alimentos, proporcionando-lhe uma revelação inspiradora do seu amor e presença (1Re 19.11-13), concedeu-lhe uma nova revelação e orientação (1Re 19.15-18), deu-lhe um companheiro fiel e fraterno (1Re 19.16,1-19-21).

4. 2 – Provisão espiritual – Não somente o anjo prestou auxílio a Elias (1Re 19.5,6), mas o próprio Deus a quem Elias servia o conduziu por todo tempo. 

Em tempo algum Deus abandonou Elias. Revigorado pela comida trazida pelo anjo em uma segunda vez, levantou-se sobre os próprios pés e seguiu caminho de Horebe onde poderia ser liberto do seu espírito amargo e novamente receber poder espiritual. 

Elias seria revitalizado não apenas na sua vida espiritual, mas também na sua vida emocional (1Re 19.8-15).

Para animar Elias e revigorar sua fé, Deus o visitou no monte Horebe (1Re 19.11,12). Essa visitação foi acompanhada de um forte vendaval, um terremoto e fogo, mas o Senhor não estava em nenhuma dessas coisas. 

Pelo contrário, a revelação de Deus veio através de uma voz mansa e delicada. Elias pôde ver que a obra de Deus avança e prossegue, “não por força, nem por violência, mas pelo meu espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4.6). De modo algum Deus abandonara seu profeta.

 IV – CONCLUSÃO

 O ponto decisivo do ministério de Elias: Algumas das ações de Elias são paralelas às de Moisés.

1. O encontro de Moisés com os magos egípcios. Assim como Moisés, Elias foge dos inimigos para o deserto, mas dessa vez numa “inversão” da história da salvação.

2. Viaja por quarenta dias e quarenta noites (muito mais longe que o necessário). De Berseba, na fronteira da terra prometida, até o Horebe, isto é, o monte Sinai, representando a caminhada de Israel por quarenta anos no deserto. 

Contudo, quando ele chega a uma caverna (Ex 33.18-23), Javé lhe pergunta o que ele estava fazendo ali (1Re 19.9). Moisés esteve na fenda de uma rocha quando viu a glória de Javé passando

4.Elias presencia sinais tangíveis de uma teofania: forte vento; terremoto; e fogo em relação aos dois últimos no Sinai (Ex 19.18). Esses sinais são com frequência relacionados a Baal. Mas dessa vez Javé não se revela por esses meios.  

Em vez disso, foi o murmúrio de uma brisa suave (1Re 19.12), um som quase inaudível ou, se poderia dizer, um silêncio revelador, que despertou Elias para sair da caverna e encontrar-se com Javé.

5. Elias não experimenta outra teofania do Sinai, por dois motivos: primeiro, porque, ao contrário do que se pensa, Deus preservou um remanescente (Rm 11.2-4) e, segundo, porque o Senhor não é simplesmente um deus dos fenômenos naturais, mas se revela na História e em sua Palavra.

6. A teofania do Sinai serviu para legitimar Moisés como único porta-voz de Javé (Dt 34.10-12); profetas posteriores poderão ser julgados pela fidelidade ao ensino mosaico e pelo cumprimento de sua palavra \9dt 18.15-22), não pelos sinais que legitimaram Moisés.

7. Elias recebe a ordem de Deus para voltar pelo seu caminho e ungir três sucessores: um para o rei da Síria, um para o rei de Israel e outro para ele próprio. Essa nova ordem trará vitória sobre o culto a Baal.

Baal será derrotado não com demonstrações mais espetaculares de poder divino no domínio natural, mas por meio do processo histórico. Elias deve se contentar com o fato de ter iniciado a luta contra o baalismo em vez de ser quem o concluirá.

Consultas:  
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2013 – (Comentarista: José Gonçalves).

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

GONÇALVES, Josué. Porção Dobrada (Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu). Rio de Janeiro 2012. 1ª. Edição. CPAD

SWINDOLL, Charles R. Elias – Um homem de heroísmo e humildade. São Paulo, 2001.  10ª. reimpressão 2012. Editora Mundo Cristão

WISEMAN, Donald J. 1 e 2Reis – Introdução e Comentário. Inglaterra, 1993. Brasil, 2006. Série Cultura Bíblica – Editora Vida Nova.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

ALEXANDER T. Desmond. ROSNER. Brian S. – Novo Dicionário de Teologia Bíblica. São Paulo: Editora Vida, 2009.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Elias e os Profetas de Baal -Lição 04 - 1º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 27.01.13


Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
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 Texto da Lição: 1 Reis 18.36-40
                          
I   -  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Destacar a importância de se confrontar os falsos deuses.
  2. Explicar quais são os perigos de dar crédito aos falsos deuses.
  3. Conscientizar-se da necessidade de confrontar a falsa adoração.                                                                                  
II  - INTRODUÇÃO: Elias desafiou o povo a fazer uma escolha definitiva entre seguir a Deus ou a Baal. “Então Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o. Porém o povo não lhe respondeu nada” (1Re 18.21).

Os israelitas achavam que podiam adorar o Deus verdadeiro e também a Baal. O pecado deles era o de ter o coração dividido querendo servir a dois senhores. Na caminhada do deserto para a terra prometida, um dos ensinamentos muito evidenciado foi o de que o Senhor é o nosso único Deus, e  este deve ser o motivo exclusivo de todo nosso amor e  de toda nossa adoração – “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6.4).

 III – DESENVOLVIMENTO

  1. CONFRONTANDO OS FALSOS DEUSES:
  
1.1 – Conhecendo o falso deus Baal – A palavra hebraica para Baal significa “proprietário, senhor ou marido”. É usado em 1Cr 5.5; 8.30 e 9.36, como um nome pessoal; e de modo geral designa a divindade cananéia desse nome. A adoração a Baal era, essencialmente uma religião da natureza, cuja ênfase principal era a fertilidade.

O oriente próximo exibiu várias formas de religião da fertilidade, e essa religião dos cananeus era a mais desenvolvida entre elas, quanto a esse aspecto. Israel deixou-se arrastar pela influência do baalismo, por meio de sincretismo; Tendo havido grande reação dos profetas contra esses elementos corruptores.

A fim de promover o sentimento religioso dos povos e honrar os deuses, foram instituídas festas que apelavam ao impulso procriador e à licenciosidade, incluindo a prostituição masculina e feminina, que se tornou um acompanhamento indispensável nesses cultos de fertilidade.
Essa religião exerceu grande influência sobre Israel, especialmente no reino do norte. Ali as idéias e as culturas pagãs tornaram-se parte, mais rapidamente da perspectiva religiosa dos israelitas. Isso provocou os protestos dos profetas. Foi nesse cenário que Deus levantou o profeta Elias e que postularam a pergunta: ”Se o Senhor é Deus segui-o, se Baal, segui-o, mas o povo nada lhe respondeu (1Re 18.21).

1.    2 – Identificando a falsa divindade Aserá – (Astarte ou Astarote) é uma palavra usada como um título, usualmente com o sentido de minha senhora ou minha deusa. Uma deusa-mãe, consorte de Baal. Os dois usualmente eram adorados formando um par.

No tempo dos juízes, essa combinação tornou-se uma praga para Israel, produzindo idolatria e apostasia (1Sm 7.4; 12.1). Sendo essa uma das razões pela qual Israel foi derrotado certa ocasião em suas campanhas militares.

  1. CONFRONTANDO OS FALSOS PROFETAS:
 2. 1 – Profetizavam sob encomenda – Os profetas do reinado de Acabe eram profetas, mas profetizavam apenas o que o rei e a rainha queriam ouvir, pois faziam parte do sistema estatal de governo, tinham seus ministérios alugados para Acabe e sua esposa.

Esses profetas comiam da mesa de Jezabel. Estavam debaixo de sua influência. Ainda hoje o espírito de Jezabel atua e atua com grande força. Nenhum homem de Deus, nem tampouco a igreja, pode ficar comprometido com qualquer sistema religioso ou político. Se assim o fizerem, perdem suas vozes proféticas (1Re 22.13).  

2.2 – Eram mais numerosos – O culto idólatra estava presente em toda a nação, de norte a sul e de leste a oeste. Dessa forma, para manter a presença da religião pagã na mente do povo, a casa real necessitava de um grande número de falsos profetas (1Re 18.19). Não havia verdade, autenticidade, nem tampouco qualidade no culto falso, mas apenas quantidade.

  1. CONFRONTANDO A FALSA ADORAÇÃO:
 3.1 – Em que ela imita a verdadeira – Ao encontrar-se com Acabe Elias diz a ele: “Agora, pois manda ajuntar a mim todo Israel no monte Carmelo como também os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas do poste-ídolo que come da mesa de Jezabel” (1Re 18.19).
“Então, enviou Acabe mensageiro a todos os filhos de Israel a se reunirem no monte Carmelo” (1Re 18.20).

A platéia que se reuniu no monte Carmelo para testemunhar o grande duelo era composta de dois grupos: Os profetas e sacerdotes dos falsos deuses, Baal e Aserá, e “os filhos de Israel” – ou seja, o público em geral, ou um grupo representativo do povo da terra.

Os profetas e sacerdotes de Baal e Aserá haviam instigado e promovido a adoração de ídolos, sendo esta a razão de Elias se referir diretamente a eles na maior parte deste notável evento. 

Mas muitos israelitas estavam seguindo deliberadamente sua liderança idólatra e ímpia. O que motivava Elias a trazer outra vez o povo para o único e verdadeiro Deus e também remover da terra os falsos profetas e sacerdotes.

3. 2 – No que ela se diferencia da verdadeira – O culto a Baal possuía alguns elementos que tinha certa semelhança com o culto hebreu. Usavam-se altar, animais para o sacrifício, sacerdotes que sacrificavam, músicas danças e etc.  

Mas Elias estava convicto que aquela religião apesar de suas crenças e rituais eram falsas. Disse Elias ao povo: “Só eu fiquei dos profetas do Senhor, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinquenta homens.

“Dêem-se-nos pois, dois novilhos; escolham eles para si um dos novilhos e, dividindo-o em pedaços o ponham sobre a lenha, porém não lhe metam fogo; eu prepararei o outro novilho, e o porei sobre a lenha, e não lhe meterei fogo. 

Então, invocai o nome de vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que responder por fogo esse é que é Deus. E todo o povo respondeu e disse: é boa esta palavra” (1Re 18.22-24)

  1. CONFRONTANDO O SINCRETISMO RELIGIOSO ESTATAL
  2. 4. 1 – O perigo do sincretismo religioso – Sincretismo é uma palavra derivada do grego, “sunkretizo”, “combinar”. Segundo o dicionário teológico de Claudionor Corrêa de Andrade, o termo corresponde ao amalgamar de doutrinas heterogêneas – fusão de elementos religiosos e culturais diferentes, e até antagônicos, num único culto.
4. 2 – A resposta divina ao sincretismo – O culto falso a Baal como já falamos anteriormente, tinha alguns aspectos idênticos ao culto a Yhaweh. Por isso Elias pediu aos profetas que escolhessem um dos novilhos para si, colocassem sobre o altar, mas não colocassem fogo. Até aí o falso culto era muito parecido com o culto verdadeiro.

Então os quatrocentos profetas de Baal e os quatrocentos de Aserá gritavam a Baal, se retalhavam, cortavam-se com lanças segundo seu costume, derramavam seu próprio sangue desde a manhã até ao meio dia e não tiveram resposta (1Re 18.28,29).

Assim, Elias ministra perante todo o povo o culto verdadeiro (1Re 18.30-35). Elias sabia que Deus sempre respondeu com fogo a oração de seus servos no passado, e que neste momento não seria diferente. Foi assim quando Deus aceitou a oferta de Abel (Gn 4.4). Foi com fogo do céu que Deus confirmou o seu pacto com Abraão (Gn 15.7-18).

Foi da mesma forma quando Arão e seus filhos ofereciam sacrifícios ao Senhor sobre o altar do holocausto (Lv 9.24). Na lei do holocausto era ordenado: O fogo arderá continuamente sobre o altar, não se apagará (Lv 6.13). Ainda tem uma resposta do Anjo do Senhor a Gideão quando ele trouxe carne e bolos asmos (Jz 6.20,21).

Elias conhecia todos esses exemplos do passado e sabia que Deus era o mesmo. “Então disse Elias a todo o povo: Cegai-vos a mim, e todo povo se chegou a Elias; Então restaurou o altar do Senhor que estava em ruínas. 

Tomou doze pedras, segundo o número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual vieram a palavra do Senhor dizendo: Israel será o teu nome. Com aquelas pedras edificou o altar em nome do Senhor; depois fez um rego em redor do altar tão grande como para semear duas medidas de semente...” (1Re 18.30-35).

No devido tempo, para se apresentar ofertas de manjares, aproximou-se o profeta Elias e disse: “Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, fique, hoje, sabido que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo e que, segundo tua palavra, fiz todas essas coisas. Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo saiba, Senhor, és Deus, e que a ti fizeste retroceder o coração deles.

Então, caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a terra, e ainda lambeu a água que estava no rego. O que vendo todo o povo caiu de rosto em terra e disse: Só o Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus! E Elias disse: Lançai mão dos profetas de Baal, que  nenhum deles escape. E lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou.

 IV – CONCLUSÃO
Esta é uma história inesquecível que nos deixa quatro lições eternas neste grande capítulo da vida de Elias:
1.    Quando temos certeza que estamos dentro da vontade de Deus somos invencíveis.

2.    Obediência dividida é tão errada quanto a idolatria declarada. As palavras mais duras proferidas nas cartas as Sete Igrejas mencionada nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse são dirigidas a Igreja de Laodicéia. “Quem dera fosses frios ou quentes! Assim porque és morno e não és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca”  (Ap 3.15,16).

3.    Nossa ferramenta mais eficiente é a oração de fé. Quando Baal falhou e Deus estava prestes a fazer sua obra, o único instrumento que Elias usou foi a oração. É impressionante como as pessoas usam muitas outras coisas, menos a oração. Por isso a recomendação de Paulo foi “Orai sem cessar”

4.     Nunca subestime o poder de uma vida totalmente dedicada a Deus. Todo aquele episódio gira em torno de uma vida dedicada: a vida de Elias. Ele era apenas um homem, cercado e suplantado em número por um rei ímpio, e por sua ímpia e poderosa esposa Jezabel.

Oitocentos e cinquenta profetas falsos e sacerdotes pagãos e um incontável número de israelitas descrentes. Todos eles foram silenciados e intimidados por aquele único homem dedicado a Deus. Elias travou uma batalha magnífica contra os profetas de Baal. Mas a maior de todas as batalhas aconteceu no Calvário, onde o arqui inimigo de Deus e inimigo dos homens foi derrotado pelo sacrifício do próprio filho de Deus.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2013 – (Comentarista: José Gonçalves).

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

GONÇALVES, Josué. Porção Dobrada (Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu). Rio de Janeiro 2012. 1ª. Edição. CPAD

SWINDOLL, Charles R. Elias – Um homem de heroísmo e humildade. São Paulo, 2001.  10ª. reimpressão 2012. Editora Mundo Cristão

WISEMAN, Donald J. 1 e 2Reis – Introdução e Comentário. Inglaterra, 1993. Brasil, 2006. Série Cultura Bíblica – Editora Vida Nova.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A longa Seca sobre Israel - Lição 03 - 1º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 20.01.13

Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
            http://nasendadacruz.blogspot.com
 Texto da Lição: 1 Reis 18.1-8
                          
I   -  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Explicar o porquê da longa estiagem.
  2. Relatar as consequências e lições deixadas pela seca.
  3. Conscientizar-se de que Deus é soberano.

II  - INTRODUÇÃO: Elias predisse uma severa escassez de chuva com a qual Israel ia ser castigado por seus pecados. Proclamou ante o rei, em cujas mãos estavam o poder de reformar o país e evitar o castigo. A menos que se arrependesse e se reformasse, haveria de sobrevir sobre o país este castigo.

Não haveria chuva nem orvalho nesses anos afirmou o profeta, senão segundo a sua palavra(1 Re 17.1). “Orou fervorosamente para que não chovesse”, e os céus se fizeram duro como o bronze, até que “outra vez orou, e o céu deu chuva” (Tg 5.17,18).

III – DESENVOLVIMENTO

1.    O PORQUÊ DA SECA:
  
1.1 – Disciplinar a nação – Quando Jezabel veio Para Israel ela trouxe consigo a sua religião, os seus sacerdotes, os seus profetas e os  seus deuses e uma obstinada determinação de abolir o verdadeiro culto a Jeová e em seu lugar estabelecer a adoração a Baal e ao poste-ídolo chamado de Aserá, principal divindade dos sidônios (1Re 16.30-33). As consequências desse ato foi uma decadência total moral e espiritual no reino do norte.

Baal era considerado o deus do trovão, do raio e da fertilidade, e supostamente possuía poder sobre os fenômenos naturais. A grande seca sobre o reino do norte tinha por objetivo demonstrar que Baal não tinha domínio sobre as forças da natureza e criar as condições necessárias para que o profeta Elias pudesse desafiar os profetas de Baal e provar que o mesmo não passa de um deus falso (1Re 17.1,2; 2Re 18.1,2; 21.39).


1. 2 – Revelar a divindade verdadeira – Ao anunciar uma estiagem no nome do Senhor, Elias demonstrou claramente:

   1. Que Yahweh e não Baal era o Deus supremo.
   2. Que Jeová a quem Acabe havia abandonado era o Deus de Israel.
   3. Que Jeová era um Deus vivo e não como o deuses que Acabe adorava, que eram deuses mudos e mortos.
   4. Que ele, Elias, era um servo de Deus em missão e um mensageiro enviado por Ele.
 5. Que apesar da atual prosperidade e paz de Israel, Deus estava irado com eles por causa da sua idolatria e ia castigá-los com a falta de chuvas, com que se lhes mostraria a impotência deles e a insensatez de quem havia deixado o Deus vivente para prestar serviços de adoração a um deus que nada podia realizar.
6. Fazer saber a Acabe o poder que Deus pôs na palavra do profeta Elias “Não haverá chuva por esses anos senão segundo a minha palavra”.

2.    OS EFEITOS DA SECA:
 
2.1 – Escassez e fome – No terceiro ano da seca predita, é com base na referência de 1Re 18.1 que ficamos sabendo por quanto tempo durou tal circunstância. Só que agora era propósito de Yahweh permitir que as chuvas retornassem à terra de Israel.

Mas antes disso, Elias precisava enfrentar Baal e seu quatrocentos e cinquenta profetas e também os quatrocentos profetas do poste-ídolo. Nesse contexto chamado de Aserá (1Re 18.22) em obediência a palavra do Senhor mesmo em perigo de morte, Elias partiu para apresentar-se a Acabe onde somente a graça de Deus poderia poupá-lo da ira de Jezabel.

O texto bíblico nos diz com muita clareza que a fome “era tremenda em Samaria”, ou melhor, conforme diz literalmente o hebraico, “segurava firmemente a terra”. Ou seja, a fome era feroz e devastadora; a cidade de Samaria não ficava isenta da calamidade.

2. 2 – O endurecimento ou arrependimento – É importante observar que quando os efeitos da grande seca se fizeram sentir no palácio, ao invés de refletir sobre as palavras que o profeta Elias lhe havia falado três anos antes; à semelhança de Faraó, Acabe endureceu também o seu coração, e tanto o rei quanto a sua ímpia esposa Jezabel não fizeram caso algum do juízo divino.

O ódio estava no coração de Acabe, porquanto, em sua estupidez ele pensava que Elias era a causa de tamanha calamidade. Ele nunca procurou entender que a idolatria era a causa da grande calamidade pela qual o seu reino era assolado. Até a ração dos cavalos do rei tinha escasseado.

3.    A PROVISÃO DIVINA NA SECA:
  
3.1 – Provisão pessoal – Podemos destacar no ministério do profeta Elias dois momentos distintos da provisão de Deus em sua vida. “Vai-te daqui, e vira-te para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. E há de ser que beberás do ribeiro;e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem” (1 Re 17.3,4).

No caminho de Orebe: “E deitou-se e dormiu debaixo de um zimbro; e eis que, então, um anjo o tocou e lhe disse: levanta-te e come. E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se. E o anjo do Senhor tornou segunda vez, e o tocou, e disse: levanta-te e come, porque mui comprido te será o caminho.” (1Re 19.5-7).

3.1 –A provisão coletiva – O salmista reconhece que Deus chamou a fome sobre a terra; fez mirrar toda planta do pão (Sl 105.16). E falando da forma como Deus provê a subsistência de toda sua criação incluindo homens e animais afirmou: “Todos esperam de ti que lhes dês o seu sustento em tempo oportuno: dando-lho tu, eles o recolhem; abres a tua mão, e enchem-se de bens” (Sl 104.27,28).

  1. AS LIÇÕES DEIXADAS PELA SECA:
 4.1 – A majestade divina – Numa leitura atenciosa da passagem de 1Re 17, podemos descobrir três atributos de Deus apresentados na grande seca sobre Israel. Em primeiro lugar o texto nos mostra que Jeová é quem governa a natureza. Ele é onipotente. A falsa crença no deus cananeu Baal, ensinava que ele era quem controlava a natureza e as estações do tempo.

Em segundo lugar Yahweh é o Deus que conhece todas as coisas, ele é onisciente. O profeta previu que por quarenta e dois meses não haveria chuva sobre a terra de Israel (1Re 17.1; Tg 5.17). Em terceiro lugar Deus não é limitado nem pelo tempo nem pelo espaço. Ele é onipresente. Ele pode estar ao mesmo tempo em todos os lugares. “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28.20b).

4.1 – O pecado tem o seu preço – Durante a longa estiagem Acabe confrontou-se com o profeta Elias e o acusou: “És tu o perturbador de Israel?” Os hebraístas dizem que a forma nominal do verbo hebraico, que significa “perturbar, trazer calamidade”, é aqui traduzida como “perturbador”. Há ocasiões em que esta palavra hebraica é usada com o sentido de “víbora, áspide ou cobra”.

Portanto, “perturbador” é uma maneira de dizer “é você, sua víbora rastejante?” Em outras palavras, Acabe não deixa dúvida de como ele se sentia em relação a Elias. Para ele, o profeta era uma cobra e era ele quem estava por trás de todos os problemas da terra. Elias responde ao rei: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixaste os mandamentos do Senhor e seguiste os baalis (1Re 18.18).

 IV – CONCLUSÃO:

A seca é um dos piores distúrbios ecológicos da natureza. A despeito de todo o seu avanço científico, o homem continua muito dependente das condições atmosféricas, porquanto a água é a origem de toda a vida biológica. O mundo tem aprendido o quanto depende da chuva.

As culturas antigas dispunham de um elaborado sistema de cerimônias e sacrifícios a fim de induzir os deus, bem como os poderes espirituais de todos os tipos, para garantir chuvas suficientes, para ue houvesse boas colheitas.

Quando a seca persiste por tempo suficiente, seguem-se a escassez e a fome (1Re 17.1). A Bíblia refere-se à seca como uma das maneiras pelas quais Deus castiga os homens por seus pecados.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2013 – (Comentarista: José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

GONÇALVES, Josué. Porção Dobrada (Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu). Rio de Janeiro 2012. 1ª. Edição. CPAD

SWINDOLL, Charles R. Elias – Um homem de heroísmo e humildade. São Paulo, 2001.  10ª. reimpressão 2012. Editora Mundo Cristão

WISEMAN, Donald J. 1 e 2Reis – Introdução e Comentário. Inglaterra, 1993. Brasil, 2006. Série Cultura Bíblica – Editora Vida Nova.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos