Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
Texto da Lição: 1 Reis 17.1-7
I - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
- Descrever a vocação e
a chamada de Elias.
- Compreender como se deu a atuação do profeta Elias.
- Destacar o
papel de Elias junto a monarquia e nas Escrituras.
II - INTRODUÇÃO: Elias aparece em cena de maneira surpreendente
e repentina. Ele é apresentado sem qualquer informação sobre sua vida anterior,
sem referência à sua família ou tribo em Israel, e até mesmo seu lugar de
nascimento, Tisbe – não é conhecido ao certo até o dia de hoje.
Não lhe é atribuída nenhuma
linhagem elaborada por meio da qual talvez pudéssemos identificá-lo no registro
social do antigo Israel, e não é mencionado nenhum grupo específico do qual ele
pudesse ser considerado o porta voz.
Habitava em Gileade, uma
área periférica no antigo Israel, isolada do outro lado do Jordão. Ele não
tinha fama nem notoriedade, nenhuma influência política específica. Não tinha
credenciais para comandar um interrogatório, nem um título acadêmico
acompanhando o seu nome. Todavia Deus chamou este homem enigmático que
protagonizou os fatos mais importantes na história do profetismo de Israel.
III – DESENVOLVIMENTO
- A IDENTIDADE DE ELIAS:
1. 1 – Seu nome – A palavra hebraica para Deus no Antigo
Testamento era Heloim, usada em alguns momentos na forma abreviada de El. A
palavra jah é o termo usado para Jeová. Assim, no nome de Elias – Elijah
encontramos as palavras usadas para “Deus e Jeová”. Entre elas existe um
pequeno “i” que, em hebraico, é uma referência ao pronome pessoal “meu”. Colocando
as palavras juntas, descobrimos que o significado do nome Elias é “meu Deus é
Jeová” ou “o Senhor é meu Deus”.
1. 2 – Sua terra sua gente – Elias era de Tisbe, um lugarejo na região
de Gileade e a leste do rio Jordão. Esse lugar não aparece em outras passagens
bíblicas, mas é citado somente no contexto do profeta Elias (1Re 21.17; 2Re
1.3.8; 9.36).
Gileade, região onde vivia o
profeta Elias, era um lugar solitário e de vida ao ar livre, onde seus
habitantes eram provavelmente rudes, queimados do sol, musculosos e fortes.
Nunca foi um lugar de
educação, sofisticação e diplomacia. Era uma terra árida, e muitos acham que a
aparência de Elias tinha uma relação com sua terra. Seus hábitos beiravam o
grosseiro e o áspero, o violento e o severo.
1. 3 – Sua fé em Deus – Elias era um homem comprometido com a
adoração verdadeira. Como um israelita professava sua fé no Deus verdadeiro que
através da história havia se revelado ao seu povo.Com o desenrolar dos fatos,
vemos o profeta afirmando essa verdade. Quando ele desafiou os profetas de
Baal, orou:
“Ó Senhor, Deus de Abraão, de
Isaque e de Israel, fique, hoje, sabido que tu és Deus em Israel e que eu sou
teu servo e que segundo a tua palavra fiz todas essa coisas” (1Re 18.36).
- O MINISTÉRIO PROFÉTICO DE ELIAS:
2. 1 – Sua vocação e chamada – Elias foi convocado para fazer um
julgamento; ele estava armado com “poder de fechar o céu para que não chovesse
nos dias de sua profecia”.
Somente a luz da verdade, a luz que iluminou a
escuridão do mundo preservou a nação da extinção total. A vocação e chamada de Elias foram, portanto, divinas,
da mesma forma como foram as vocações e chamadas dos demais profetas canônicos.
Podemos perceber estes fatos
quando vemos o profeta Elias colocar Deus como a fonte por trás de suas
enunciações proféticas: “Tão certo como
vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou” (1Re 17.1). Em
outras passagens bíblicas Elias diz que suas ações obedeciam diretamente a uma
determinação divina (1Re 18.36).
A vocação de Elias se
manifesta em um contexto onde não havia referenciais. No Antigo Israel os reis
não agiam apenas como governantes do povo, mas também como referencial
espiritual. Quando um rei fazia o que era mal aos olhos do Senhor, as
consequências de suas ações eram logo sentidas pelo povo.
Como havia uma apostasia
generalizada, isso servia como um modelo referencial para seguir. Acabe com sua
esposa, Jezabel, infelizmente eram modelos de um culto idólatra. É nesse
contexto que Deus levanta o profeta de Tisbe para trazer o povo novamente para
um verdadeiro modelo de adoração. Elia se torna o referencial a ser seguido.
Logo que chegou a posição de
rainha em Israel, Jezabel empreendeu uma campanha para exterminar os profetas
do Senhor (1Re 18.4). O desastre só não foi total porque o Senhor preservou os
sete mil que não se dobraram diante de Baal (1Re 19.18). No lugar dos
verdadeiros profetas, Jezabel pôs seus profetas particulares:
“Vendo-o, disse-lhe: és tu o perturbador de
Israel? Respondeu Elias: eu não tenho perturbado a
Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixaste os mandamentos do Senhor e
seguiste os Baalins. Agora, pois, manda juntar a mim todo o Israel no monte
Carmelo, como também os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e os quatrocentos
profetas do poste-ídolo que come da mesa de Jezabel” (1Re 18.17-19).
Os profetas que “comiam da
mesa de Jezabel” eram aqueles aos quais ela havia alugado. Eram profetas
comprados, profetizavam somente o que ela e seu marido gostavam de ouvir. O
verdadeiro profeta não se vende porque nenhum profeta de Deus fala da sua
própria vontade (2Pe 1.20).
2. 2 – A natureza do seu ministério – O ministério do profeta Elias é atestado pela inspiração e autoridade divina que o
acompanhava. A história do profeta de Tisbe é uma história de milagres. O
primeiro livro dos Reis atribui ao profeta Elias sete grandes milagres:
1- Elias faz cessar as
chuvas. 2- Multiplica a comida da viúva. 3- Restaura à vida o filho da viúva. 4-
Faz descer fogo do céu no monte Carmelo. 5- Restaura as chuvas. 6- Invoca fogo
sobre soldados. 7- Divide as águas do Jordão.
É, portanto, uma história de
intervenções divinas no reino do norte. Encontramos por toda parte do livro dos
Reis as marcas da inspiração profética no ministério de Elias.
- ELIAS E A MONARQUIA:
3. 1 – Buscando a justiça social – Na verdade, as ações do profeta revelam uma
luta incansável não somente em busca do bem estar espiritual, mas também social
do povo de Deus. Quando um monarca como
o rei Acabe se afastava de Deus, as consequências poderiam logo ser percebida
na opressão do povo.
A morte de Nabote, por
exemplo, revela esse fato de uma forma muito clara (1Re 21.1-16). Acabe foi
confrontado e denunciado pelo profeta Elias pela forma injusta como agiu.
3. 2 – A
restauração do culto – Nos dias do profeta Elias, as ações de Acabe e sua mulher Jezabel
sofreram oposição ferrenha do profeta porque elas estavam pulverizando o
verdadeiro culto (21Re 19.10).
Em um diálogo que teve com Deus, Elias afirma
que a casa real havia derrubado o altar de adoração ao Deus verdadeiro e em seu
lugar levantado outros altares para adoração aos deuses pagãos. Como profeta de
Deus, coube a Elias a missão de restaurar o altar do Senhor que estava em
ruínas (1Re 18.30).
- ELIAS E A LITERATURA BÍBLICA:
4. 1 – No Antigo Testamento – Nessa Literatura Bíblica encontramos os
profetas sendo enviado por Deus para exortar o povo a fim de que não se renegue
o verdadeiro culto a Javé. Os profetas dispõem de poderes milagrosos e sua
palavra se realiza. O Antigo Testamento mostra que com Elias tem início a
tradição profética dentro do contexto da monarquia.
Foi Elias quem abriu o
caminho para outros profetas que vieram depois. Mas Elias não possuía apenas um
ministério de cunho profético e social, seu ministério também era escatológico
(Ml 4.5).
4. 2 – No Novo Testamento – Nesta literatura encontramos Jesus
identificando João – o Batista, como aquele que viria no poder e espírito de
Elias (Lc 1.17; Mt 1.14; 17.10-13). No monte da transfiguração o evangelista
afirma que Elias e Moisés falavam com o Senhor acerca da “sua partida” (Mt
17.3; Lc 9.30-31).
Quando o Senhor censurou a
falta de fé em Israel ele trouxe como exemplo a visita que Elias fizera à viúva
de Sarepta. No judaísmo dos tempos de Jesus Elias era uma figura bem popular
devido aos feitos miraculosos, o que levou alguns judeus acharem que Jesus
seria o Elias redivivo (Mt 16.14; Mc 6.15; 8.28).
IV – CONCLUSÃO:
A mensagem do profeta Elias
visava primeiramente produzir arrependimento e não a manifestação da ira
divina. Isto é visto claramente quando Acabe se arrepende e o Senhor adia o
julgamento que havia revelado para os seus dias (1Re 21.27-29). Fica, pois, a
lição para nós revelada na história do profeta Elias, que a graça de Deus é
maior que o pecado e suas consequências.
Alguns homens de Deus não
podem ser explicados, em face do que acontece a eles, desde o nascimento até
que chegam à idade adulta. Há poderes maiores em operação. Elias foi um
precursor dos profetas, e os escritos dos profetas, a partir dos seus dias, adquiriram
imensa proeminência nas Escrituras. Ele deu um tremendo exemplo de poder
espiritual e de busca pela verdade, pela justiça e pela santidade em Israel,
tudo o que veio a tornar-se o tema dos profetas que se seguiram.
Se você quer ser um homem ou
uma mulher de Deus, é essencial encarar as situações impossíveis da vida com
fé, tal qual Elias fez. Se você é um jovem que deseja viver uma vida piedosa
que vai deixar marcas neste mundo, então deve colocar-se à sombra do seu
Salvador, confiando que ele vai operar através das provações que surgirão e de
situações extremas com que você não é capaz de lidar sozinho.
O Deus de Elias é seu Deus,
ele é Deus das situações impossíveis. Ele é aquele que faz o que nenhuma pessoa
na terra pode fazer. Elias encarou o impossível com calma e alegria, com
bondade e autocontrole com fé e humildade. Visivelmente, Elias foi heroico em
atos de bravura e fé, mas sempre foi um modelo de humildade.
Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2013 – (Comentarista: José Gonçalves).
Bíblia
de Estudo Pentecostal – CPAD
GONÇALVES,
Josué. Porção Dobrada (Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os
ministérios proféticos de Elias e Eliseu). Rio de Janeiro 2012. 1ª. Edição.
CPAD
SWINDOLL,
Charles R. Elias – Um homem de heroísmo e humildade. São Paulo, 2001. 10ª. reimpressão 2012. Editora Mundo Cristão
WISEMAN,
Donald J. 1 e 2Reis – Introdução e Comentário. Inglaterra, 1993. Brasil, 2006.
Série Cultura Bíblica – Editora Vida Nova.
CHAMPLIN.
R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora
Hagnos.
CHAMPLIN.
R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo..
Editora Hagnos.
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