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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A Apostasia no Reino de Israel - Lição 01 - 1º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 06.01.13


Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
            http://nasendadacruz.blogspot.com
 Texto da Lição: 1 Reis 16.29-34
                          
I   -  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Identificar as causas e os agentes da apostasia em Israel.
  2. Conscientizar-se sobre os perigos da apostasia.
  3. Compreender quais foram as consequencias da apostasia para Israel.

II  - INTRODUÇÃO: Tendo assumido o poder sobre o reino do norte, Jeroboão procurou descentralizar o culto da capital do reino do sul, Jerusalém, para os centros de adoração que ele mesmo havia criado: Dã e Betel, locais situados nos extremos norte e sul do seu reino.

Jeroboão temia que o povo do norte fosse influenciado pela adoração realizada no templo de Salomão em Jerusalém. Para evitar que isso acontecesse, ele construiu altares; um em Dã e outro em Betel. E neles pôs seus bezerros de ouro como objeto de adoração, e constituiu sacerdotes dos mais baixos do povo que não eram dos filhos de Levi (1Re 12.25-33).

Assim, a idolatria foi fomentada pelo próprio Jeroboão e todos os reis do norte posteriores a ele num total de dezenove reis seguiram seus passos sendo infiéis ao verdadeiro Deus.

E fez o que era mau perante o Senhor; porque andou nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel; não se apartou deles” (2Re 13.2,11; 14.24; 15.9,18,24,28.).

III – DESENVOLVIMENTO

  1. CAUSAS DA APOSTASIA:
  
1. 1 - Casamento Misto – A história bíblica nos mostra que a mistura do povo de Deus com outros povos foi sempre um período real. E sempre que os fundamentos que determinam os limites de separação entre o santo e o profano é ultrapassado o povo cai em pecado.

Nos dias pós-exílicos Neemias precisou tomar medidas drásticas para frear esta prática (Ne 13.23-29). O texto de nossa lição põe o casamento misto de Acabe com Jezabel, filha de Etbaal rei dos Sidônios, como uma das causas da apostasia no reino do norte.

As Escrituras nos mostram que Acabe “tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos Sidônios; e serviu a Baal e o adorou” (1Re 16.31). Foi em decorrência desse casamento pagão que a idolatria entrou com força em Israel. Embora se fale de um casamento político, as consequências dele foram, na verdade, espirituais. A mistura sempre foi um perigo constante da história do povo de Deus (Dt 7.3-5; 2Co 6.14,15).

1. 2 – A institucionalização da idolatria – Quando o rei Acabe casou-se com Jezabel, as consequências desse casamento misto teve um efeito imediato, pois, instigado por Jezabel, ele “levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificaram em Samaria “ (1Re 16.32).

O culto idólatra promovido pelo estado foi formalizado quando Acabe “fez um poste-ídolo, de maneira que cometeu mais abominação para irritar o Senhor, Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele” (1Re 16.33).

Observamos com muita clareza que o culto a Baal estava substituindo o verdadeiro culto a Deus. Havia uma idolatria estabelecida e financiada pelo estado pois Jezabel tinha 450 profetas de Baal mais 400 profetas de Aserá que comiam com ela em sua mesa.

  1. OS AGENTES DA APOSTASIA:
 2. 1 - Acabe – Onri, pai de Acabe, foi o sétimo rei de Israel. Ao se legitimar como rei, comprou a colina de Samaria tendo construído ali a capital do seu reino. (1Re 16.22-24). A Bíblia fala muito pouco acerca deste rei. Exceto que foi o mais perverso “aos olhos do Senhor” do que todos que foram antes dele, até mesmo Jeroboão, filho de Nebate.

Adorava e encorajava a adoração a ídolos, um ponto que foi lembrado na profecia de Miquéias (Mq 6.16). Esta dinastia teve uma influência tão maléfica a ponto de afetar o reino do sul, Judá. Acazias, rei de Judá era filho de Atalia, neta de Onri. Sob a influência da mãe, ele “fez o que era mau aos olhos do Senhor” (2Cr 22.2-4; 2Re 8.26). Finalmente Onri morreu e seu filho Acabe o sucedeu no trono de Israel (1Re 16.28-30).

2.2  - Jezabel – O texto bíblico diz que Acabe tomou por mulher a Jezabel. Em nenhum outro evento antes desse, temos a menção do nome das esposas dos reis. Agora, de repente, temos informações não apenas do próximo rei Acabe, como também do nome da mulher com quem ele se casou, Jezabel.

Por que Deus fez o escritor do livro parar e se debruçar sobre o casamento de um rei?  Qual o propósito de mostrar a ascendência da mulher de Acabe?  Alguns estudiosos acreditam que existem duas razões principais:

Primeiro, ela era o parceiro dominante no casamento. Quem realmente mandava no reino era Jezabel. Ela era o poder por trás do trono. A administração de Acabe era, no sentido mais real, um governo de saias. Jezabel mandava no marido, o rei, e, portanto, governava sobre o povo de Israel.

Segundo, ela foi a precursora da adoração a Baal. O pai de Jezabel, Etbaal, era o rei dos Sidônios. A adoração a  Baal, teve início com os cananeus, existia a tempos naquela parte do mundo. Mas a verdadeira adoração a Baal não havia encontrado eco entre os israelitas até que foi introduzida por meio do casamento de Acabe. Como parte do dote de Jezabel ela trouxe na bagagem sua herança religiosa: a adoração idólatra a Baal.

Baal era adorado como o Deus da chuva e da fertilidade, aquele que controlava as estações do ano, as colheitas e a terra. Quando a adoração a Baal entrou no reino de Israel, trazendo suas práticas pagãs e os sacrifícios bárbaros, a impiedade da terra só fez crescer.

  1. AS CONSEQUÊNCIAS DA APOSTASIA:
 
3.1 – A perda da identidade nacional e espiritual – Desde a sua criação como nação eleita, Israel foi identificado como povo de Deus (Ex 19.5). A identidade dessa nação como povo escolhido é algo bem definido nas Escrituras Sagradas. Mas nos dias de Acabe o povo estava dividido.  As palavras de Elias: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? (1Re 18.21), revela a crise de identidade dos israelitas do reino do norte.

A adoração a Baal havia sido fomentada com tanta força pela casa real que o povo estava totalmente dividido em sua adoração. Quem deveria ser adorado, Baal ou o Senhor?  O relato bíblico nos mostra que Deus havia preservado alguns verdadeiros adoradores, mas a grande massa popular estava totalmente propensa á adoração falsa. A nação que sempre fora identificada pelo nome do Deus a quem servia, estava agora perdendo a sua verdadeira identidade.

3. 2 – O julgamento divino – É nesse cenário de falta de identidade nacional e espiritual que, como quem surge do nada, aparece o profeta Elias para predizer uma grande seca (1Re 17.1; 18.1), a fim de que a nação não viesse a perder de vez a sua identidade espiritual e até mesmo deixar de ser vista como povo de Deus. O Senhor enviou o seu mensageiro para trazer um tratamento de choque à nação.

Elias se distinguia dos falsos profetas, porque enquanto eles prediziam o que o povo gostaria de ouvir, ele falava o que estava na mente de Deus. Por outro lado, Elias não previu o julgamento apenas para o reino do norte. O reino do sul, com sua sede em Jerusalém, experimentou julgamento semelhante.

Isso ocorreu durante o reinado de Jeorão, filho de Josafá e genro de Acabe, que recebe uma carta do profeta Elias. Nela é anunciado o juízo divino sobre sua vida e reinado (2Cr 21.1-20). O Senhor mostrou claramente que a causa do julgamento divino estava associada ao abandono da verdadeira fé em Deus. O apóstolo Paulo nos adverte da necessidade de fazermos um auto julgamento (1Co 11.31.32).

4. A APOSTASIA 

4.1 - Um perigo real A apostasia era algo bem real no reino do norte e estava espalhada por toda a parte. Na verdade a palavra apostasia significa abandono da fé ou mudar de religião. Foi exatamente isso que os israelitas estavam fazendo. Estavam abandonando a adoração devida ao Deus verdadeiro para seguirem aos deuses cananeus. Estavam trocando Jeová por Baal.

No Novo Testamento observamos que os cristãos são advertidos sobre o perigo da apostasia. Na carta aos Hebreus, o autor coloca a apostasia como um perigo real e não apenas como uma mera suposição (Hb 6.1-6). Se o cristão não estiver vigilante é possível sim, que ele venha a naufragar na fé.

Há dezenas de passagens bíblicas que mostram que alguém pode apostatar ou perder a sua salvação. Jesus por exemplo, diz que por se multiplicar a impiedade o amor de muitos esfriará (Mt 24.12,13). E adverte que aqueles que olham para trás são indignos do reino de Deus (Lc 9.62). E exorta-nos a estar sempre lembrados da mulher de Ló (Lc 17.32).

4. 2 – Um mal evitável – A apostasia, portanto, é uma real possibilidade, mas não devemos nos centrar nela, e sim na graça de Deus. A Bíblia de Estudo Pentecostal observa que, embora seja um perigo para todos que vão se desviando da fé e se apartam de Deus, a apostasia não se consuma sem o constante e deliberado pecar contra a voz do Espírito Santo. “Hoje se ouvirdes a sua voz não endureçais os vossos corações” (Hb 3.7,8,15; 4.7).

No caso de Acabe, observamos que este foi um rei mau (1Re 16.30), que em vez de seguir os bons exemplos como os de Davi, esse monarca do reino do norte preferiu seguir os maus exemplos. O cronista destaca que, “ninguém ouve, pois, como Acabe, que se vendeu para fazer o que era mau diante do Senhor, porque Jezabel sua mulher, o instigava” (1Re 21.25).

Ainda de acordo com este mesmo capítulo, Acabe se contristou quando foi repreendido pelo profeta, mas tudo mostra que foi um arrependimento tardio (1Re 21.17-29). Tivesse ele tomado essa atitude antes, o seu reinado teria sido diferente.

 IV – CONCLUSÃO

As lições deixadas são bastante claras para nós: Não podemos fazer aliança com o paganismo mesmo que isso traga algumas vantagens políticas ou sociais. A verdadeira adoração a Deus deve prevalecer sobre toda e qualquer oferta que nos seja feita mesmo que essas ofertas tragam grandes ganhos no presente.

Ainda hoje encontramos pessoas que ficam na brecha, aquelas que ainda lutam para nos manter acordados. São homens e mulheres de coragem, prontos para se levantarem e cumprirem a missão que lhes foi confiada por Deus. Moisés, José, Elias, Davi, Ester e muitos outros. Eram homens e mulheres que queriam permanecer firmes contra as forças poderosas de seus dias, sem relutar ou ter qualquer empecilho para proclamar o nome do Senhor. 

Lembremo-nos das palavras que o Senhor mandou Ezequiel escrever: “Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas não achei”. (Ez 22.30). O Senhor ainda está procurando pessoas que façam a diferença. A vida de Elias nos ensina o que o Senhor requer de cada um de nós.  

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2013 – (Comentarista: José Gonçalves).

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

GONÇALVES, Josué. Porção Dobrada (Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu). Rio de Janeiro 2012. 1ª. Edição. CPAD

SWINDOLL, Charles R. Elias – Um homem de heroísmo e humildade. São Paulo, 2001.  10ª. reimpressão 2012. Editora Mundo Cristão

WISEMAN, Donald J. 1 e 2Reis – Introdução e Comentário. Inglaterra, 1993. Brasil, 2006. Série Cultura Bíblica – Editora Vida Nova.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.


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