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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Malaquias – A Sacralidade da Família - Lição 13 - 4º. Tri. 2012 - EBD CPAD - 30.12.12


Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva          http://nasendadacruz.blogspot.com
 Texto da Lição: Malaquias 1.1; 2.10-16
                           
I   -  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Explicar o contexto social, a estrutura e a mensagem do livro de Malaquias.
  2. Reconhecer quais são as implicações de um péssimo relacionamento familiar.
  3. Conscientizar-se que é vontade de Deus vivermos um bom relacionamento na família e na sociedade.
 II  - DESENVOLVIMENTO DO TEMA
A partir da queda de Jerusalém, começamos com Zedequias e os últimos três reis de Judá; chegamos a Nabucodonozor rei da Babilônia; depois, o governo medo-persa, com Dário, Cambises, Xerxes, Artaxerxes, governantes que dominaram Israel. 

Nesse período ainda encontramos o ministério de Jeremias, que durou mais ou menos 60 anos; o ministério de Ezequiel, mais ou menos 34 anos;  o ministério Daniel de aproximadamente 70 anos; o  ministério de Ageu, com apenas pouco mais de dois meses; depois seguiram-se os ministérios de Zacarias, Esdras, Neemias e Malaquias. 

A queda da Babilônia, no tempo de Belsazar, em 539 a.C., é relatada no capítulo cinco de Daniel. Em 538 a.C., os judeus são libertados e, em 536 a. C., um primeiro grupo deles retorna a Israel conduzidos por Zorobabel e o sumo sacerdote Josué.

Começa então o trabalho de reconstrução do templo, e ao povo ensina-se como adorar o Senhor. Segue-se a interrupção da reconstrução do templo, a morte de Ciro  e as revoluções no reino persa. Em 520 a.C., é retomada a reconstrução do templo, com Dário no poder. O término da reconstrução do tempo acontece em 516 a.C., depois disso, Zacarias escreve os capítulos 9 – 14 do seu livro.

Na época de Xerxes vamos encontrar a rainha Ester. Segue-se o reinado de Artaxerxes, com a presença do sumo sacerdote Esdras, e a chegado do segundo grupo de judeus em 464 a.C. Finalmente, os muros de Jerusalém são reconstruídos por Neemias.

É nesse contexto que tem início o ministério de Malaquias, aproximadamente 100 anos após o reinício da reconstrução do templo. Os profetas que o precederam, Ageu e Zacarias, levaram o povo ao arrependimento e a dar primazia para a adoração. 

Houve um despertamento espiritual, e as bênçãos da adoração, que fora restaurada plenamente, vieram a reconstrução do templo.

Após os ministérios de Ageu e Zacarias e o final do ministério de Zorobabel e o sacerdote Josué veio o ministério de Esdras, juntamente com a chegada do segundo grupo dos cativos, com registrado nos capítulos 7 – 10 do livro de Esdras. 

Seguiu-se o ministério de Neemias, que deu início à reconstrução dos muros, em 445 a.C., como descrito dos capítulos 1 – 6 do livro de Neemias. As reformas e a organização civil e religiosa são apresentadas nos capítulos 7 – 12.

Apesar de todo o avivamento observado nesse contexto, vamos encontrar o povo dos dias de Malaquias, em condições religiosas deploráveis, rejeitando o ensino literal da palavra. Caíram moralmente na corrupção da boa conduta que a lei pedia.

Socialmente, as famílias estavam em ruínas tanto espiritual como moral e viviam uma intensa crise econômica. O povo tinha perdido rapidamente o espírito de gratidão e de temor ao Senhor.

O nome do profeta significa: meu mensageiro ou meu embaixador. Malaquias falava em nome do Senhor Jeová Tsabaot – Senhor dos Exércitos (Ml 1.1-5; 1.6; 4.6). Malaquias não teve visões como tiveram Ageu e Zacarias, também como eles, não precisou reconstruir o templo. Ele veio para corrigir a adoração corrompida que tinha a ver com a futura vinda do Messias como nos capítulos 3. 1-6 e 4.1-6.

Malaquias pronunciou seis oráculos ou mensagens de advertências.

Primeiro oráculo ou mensagem de advertência (Ml 1.1-5), Nesse primeiro oráculo ou denúncia ele revela a ingratidão do povo ao amor imutável do Senhor. Esses cinco primeiros versículos apresentam a primeira denúncia ou oráculo do profeta e está  relacionada  com a falta de reconhecimento do amor de Deus por Israel.

Embora os edomitas tivessem zombado de Judá quando esteve no cativeiro, posteriormente eles foram destruídos por Nabucodonozor para nunca mais serem nação, enquanto Israel foi trazido de volta por Deus e estava na terra novamente. Esta era a prova do amor de Deus para com eles.

Quando Malaquias fala de peso não tem o mesmo sentido da palavra em Naun 1.1, nem peso como é descrito em Isaias 13 – 33, que falava de juízo e destruição. Mas em Malaquias, peso significava apresentar o irrevogável amor de Deus para aquela geração e mostrar que Jeová Tsabaot almejava tirar a nação do estado de miséria em que se encontrava e conduzí-los à vitória.

O fracasso do povo era resultado de sua falta em não corresponder ao amor do Senhor, como deveria ser correspondido por intermédio da verdadeira adoração a Deus. Os israelitas estavam praticando uma forma de adoração corrupta – denunciava o profeta Malaquias.

Segundo e terceiro oráculos ou denúncias (Ml 1.6 – 2.10-16). O texto está dividido da seguinte forma:

1ª parte – a) as denúncias do profeta (Ml 1.6,7); Apesar de tudo, o Senhor continuava demonstrando seu amor aos sacerdotes. Os oráculos dirigidos a eles poderiam até soar absurdos, mas era através deles que o Senhor poderia mostrar seu desejo intenso em socorrê-los para depois abençoá-los.

b) a descrição dos atos sacerdotais (Ml 1.8,9); O texto trata das provas que caracterizavam a forma como os sacerdotes apresentavam os animais para o sacrifício, ou na recepção deles levados pelo povo para o sacrifício, sem que houvesse restrição ao ensino – ao oferecer um animal com defeito os sacerdotes estavam sujeitos à morte conforme (Lv 20.22-25) porque estavam violando a lei da adoração.

c) o desagrado do Senhor (Ml 1.10,11); Esse texto trata das consequências da adoração corrupta que o povo e os sacerdotes praticavam tendo em vista o que iria acontecer na verdadeira adoração universal do futuro reino de Deus. 

O desagrado do Senhor era em ver o lugar da adoração profanado e a prática de  sacrilégios levaram-no a declarar sua total rejeição à essa prática de adoração corrupta.

d) o desacato dos sacerdotes (Ml 1.12,13); Esses versículos abordam as palavras e atitude que os sacerdotes manifestavam no serviço de adoração corrupta que praticavam. As suas ações haviam sido denunciadas nos versículos 8 e 9. Agora as suas palavras e atitudes são alvo das denúncias. 

A profanação dos sacerdotes estava também em suas próprias palavras: “Mas vós o profanais, quando dizeis: a mesa do Senhor é imunda, e o que nela se oferece, isto é, a sua comida desprezível”. Desprezível é idêntico o que já foi dito em Ml 1.6, ou seja, os sacerdotes estavam tratando seu ofício sacerdotal em forma de zombaria.

e) os defraudadores da adoração (Ml 1.14); Trata-se das penalidades aos infratores da lei da adoração. Agora, o adorador corrupto é chamado de enganador, seja ele sacerdote ou qualquer pessoa do povo que traga suas ofertas de adoração devida a um voto feito. Salomão fez uma severa advertência aos que fazem votos e não o cumprem:

“...Cumpre o voto que fizeres, melhor é que não votes do que votes e não cumpras” (Ec 5.4.5). “Pois maldito seja o enganador que tendo um animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor um defeituoso” (Ml 1.14). Cumprir o voto através de uma trapaça era escolher um animal defeituoso do seu rebanho em lugar de um sadio.

2ª parte – a) a advertência anunciada (Ml 2.1-3); Após ter denunciado a ingratidão do povo, a profanação e sacrilégios, bem como o espírito mercenário dos sacerdotes, juntamente com a fraude dos atos simbólicos de adoração, devido aos votos dos adoradores, agora a primeira palavra do capítulo 2 revela as advertências dirigidas aos sacerdotes.

“Agora, ó sacerdotes, para vós outros este mandamento”. Mandamento é uma ordem para considerar o tempo e as condições em que viviam. Trata com os sacerdotes sob as ameaças de punição da lei. Se, de um lado, é uma ameaça, por outro lado, é o amor de Deus revelado aos sacerdotes apóstatas. O Senhor não deseja punir, mas se regozija em ver o arrependimento.

“Se, não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz Jeová Tsabaot: enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei vossas bênçãos”. Se a apostasia é progressiva, a correção e juízo também o são. Começa com os que têm mais responsabilidade. “Mas àquele a quem muito foi dado muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia,muito mais lhe pedirão” (Lc 12.48).

Os sacerdotes estão debaixo do regime da lei (Lv 26.14-16). E deveriam retornar à lei, entendê-la e aplicá-la, caso contrário haveria disciplina. Assim, as bênçãos da Aliança da terra passavam pela fidelidade sacerdotal e em seguida alcançavam o povo.

b) a aliança de Levi avaliada. (Ml 2.4-7); Ao comparar o padrão espiritual que os sacerdotes tinham perdido, com aquele que precisava ser restaurado, Malaquias demonstra o contraste entre a conduta, dedicação e fidelidade dos sacerdotes no passado e o comportamento da geração dos sacerdotes dos seus dias.

“Então sabereis que eu vos enviei estes mandamentos, para que a minha aliança continue com Levi” (Ml 2.4). Esta é uma aliança de vida e paz. É uma referência ao que foi concedida a Finéias e aos seus descendentes na planície de Moabe (Nm 25.10-13).
 
c) A atuação sacerdotal corrompida (Ml 2.8,9) O profeta denuncia e condena como de forma tão depressa os sacerdotes se desviaram do caminho que lhes tinha sido ordenado, que era o afastamento das normas de adoração e serviço que a lei requeria. A fidelidade ao caminho estava em não se desviar das instruções nem para a direita nem para a esquerda (Dt 5.32).

d) A deslealdade do povo (Ml 2.10) O propósito da criação de Israel era proclamar o louvor do Senhor entre as nações. Esta é a razão pela qual Israel existia – mas eles não cumpriam com este propósito (Ml 2.10; Is 43.1,7,21).

Quarto oráculo ou denúncia (Ml 2.3-16); A deslealdade do casamento. A consequência de todos os desvios da observância da lei do Senhor trouxe como consequência a deslealdade no casamento. As mulheres judias divorciadas e abandonadas pelos seus maridos com seus filhos quando adoravam no templo, elas pediam justiça pelos atos injustos de seus ex-maridos.

A adoração delas impedia a adoração de seus maridos divorciados. De sorte que, Deus já não olhava para as ofertas deles porque desconsideravam ao Senhor. Os ex-maridos eram os causadores das lágrimas. E a causa da aliança de casamento quebrada. E perguntavam por que (Ml 2.14).

Porque esses divorciados fossem eles sacerdotes ou não, deveriam ter consciência de seus atos para com a nação, a família e também diante do Senhor. Eles eram culpados de trair a aliança de casamento “Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade com a qual fostes desleal”. 

Eles eram desleais porque as mulheres companheiras das bênçãos e sofrimentos e das decisões de seus maridos diante dos negócios desta vida, ela era sua companheira nas doenças e na saúde.

Ela era a companheira dada pelo Senhor ao homes “Mulher da tua aliança” é a outra base para explicar a deslealdade do marido à sua esposa. Ela fora a escolhida dentro da aliança do Senhor, razão porque o Senhor foi testemunha.

A Bíblia não trata um casamento como um contrato, e sim como uma aliança. O contrato é temporário; a aliança é permanente. A deslealdade é assim considerada, primeiramente por se tratar de uma aliança que não podia ser quebrada. 

Eles deixavam a mulher da sua mocidade para unir-se a uma gentia fora da aliança do Senhor. Era uma dupla deslealdade contra a esposa e contra a aliança do Senhor.

Quinto oráculo ou denúncia (Ml 3.7) A quinta denúncia apresenta a forma como a nação se desviou dos caminhos do Senhor, visto ser esta uma tendência da nação de Israel que continua desde o êxito até hoje em abandonar a lei do Senhor.

Mesmo assim o Senhor sempre proporciona ao povo sua graciosa oferta de reconciliação com Deus. “Tornai-vos para mim, e eu tornarei para vós outros, diz o Senhor dos exércitos” (Ml 3.7). É o amor incondicional de Deus solicitando e apelando para que haja o retorno à sua Palavra.

Sexto oráculo (Ml 3.8-12); Roubo – “Roubaria o homem a Deus¿ Esta pergunta parece um absurdo em termos universais, mas para Israel, é válida e possível devido à aliança mosaica que ainda estava em vigor. “Roubar” – é kaba (hb) significa defraudar (Pv 22.22).

A Bíblia sempre mostrou que tudo na criação está a disposição do homem, mas toda ela é do Senhor. “Ao Senhor pertence a terra de tudo que nela se contém, o mundo e os que nele habitam (Sl 24.1). “Pois são meus todos os animais do bosque e as alimarias aos milhares sobre as montanhas” (Sl 50.10).

Todavia, entre as nações do mundo antigo somente Israel é que deveria dizimar, reconhecendo dessa maneira o possuidor de todas as coisas através da adoração mosaica. Em que o povo roubava a Deus¿

“Nos dízimos e nas ofertas”. Por terem negligenciado o ensino da lei, os sacerdotes e o povo se tornaram culpados debaixo da lei e por conseguinte da aliança, por isso estavam debaixo da sua disciplina. Estavam roubando ao Senhor.

Há vários tipos de dízimos. Não se trata apenas de um décimo do que se ganha numa só atividade, e sim de um processo de dizimar as várias etapas de sua produção agro-pastoril, além das ofertas. O resultado apontado por essa denúncia estava na falta de prosperidade do povo: 

“Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais vós toda a nação” (Ml 3.9). O método da lei era primeiro prometer; depois, obedecer. Então, receber bênção. A falha em dar os dízimos impedia as bênçãos da lei tanto individualmente como nacionalmente.

“Todos os dízimos” é um processo de dizimar mediante cada etapa de uma produção ou de uma negociação (Lv 27.30,32; Dt 14.22). Os levitas dizimavam o que recebiam em suas cidades e davam ao sacerdote no templo (Nm 18.28,29).  

Há um dízimo que era recolhido a cada três anos, que todos os judeus mantinham guardados em sua casa para ampararem os levitas, os órfãos, o estrangeiro, e as viúvas que residiam em sua cidade. “Comerão, e se fartarão” (Dt 14.28,29).

Ainda existiam os dízimos que eram levados ao templo por ocasião das festas de Israel (Dt 14.22-27). Desse modo podemos observar que pela lei de Moisés, o dízimo significava dez por cento das várias etapas de produção. 

O povo tinha, pois, que ficar atento e recolhê-lo sobre a lei. De tudo que deveria ser dizimado alguns estudiosos chegaram à conclusão de que os dízimos não eram simplesmente dez por cento e sim, aproximadamente de vinte e seis a trinta e seis da produção total. 

“Então, provai nisto diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas dos céus e não derramar sobre vós bênçãos sem medidas” (Ml 3.10).
III – CONCLUSÃO

O ensino das epístolas para a igreja:

a) O ato de ofertar vem do desejo de cada crente (2 Co 9.7,11,12); cheio de alegria e na base da graça e não da lei (2 Co 8.7,8).

 b) As doações devem ser sistemáticas (1Co 16,2), e voluntárias (2Co 8.12); e como prova de amor ao Senhor (2 Co 8.8; 9.1,2,5,7).

c) As recompensas para o doador chegam com alegria (2Co 8.2).

d) Os que semeiam com liberalidade terão abundância de bênçãos (2Co 9.6-11).

e) As doações poderão ser dirigidas principalmente para aqueles que trabalham no campo missionário (Fl 14.19; Gl 6.6; At 4.32-35).

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Esequias Soares).

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. Rio de Janeiro, 2012.. CPAD

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

FILHO, Isaltino Gomes Coelho. Ageu: Nosso Contemporâneo. Rio de Janeiro, 1991. Editora Juerp.

Bíblia de Estudo de Genebra – Editora Cultura Cristã – Soc. Bíblica do Brasil

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

RICHARDS Lawrence. Comentário Bíblico do Professor. 3ª. Imp. São Paulo. 2010 Editora Vida.
Grandes Doutrinas da Bíblia Vol.1. 1ª. Edição em Português. São Paulo. 1997. Edit. PES.

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