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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

UMA IGREJA VERDADEIRAMENTE PRÓSPERA - Lição 10 - 1º. Trimestre 2012 - EBD-CPAD – Esboço

Efésios 2.11-13; Romanos 11.1-5
ADM - Lisboa-PT - 2008 -
CONGRESSO MISSIONÁRIO INFANTIL
                                   pastorjoaobarbosa@gmail.com

Escola Dominical em Lisboa-PT
Assessoria literária redacional e pedagógica da Mssª. Laudicéa Barboza da Silva  laudiceabarboza@hotmail.comhttp://nasendadacruz.blogspot.com  Visite-nos e confira nossas produções bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas.
Ouça Nossa Rádio Missionária com reapresentações do nosso programa "Andando por onde Jesus Andou"
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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.   Analisar alguns aspectos do povo de Deus na Velha e na Nova Aliança.
2.   Compreender qual é a verdadeira natureza da Igreja.
3.   Conscientizar-se de que a Igreja tem como missão a adoração, a instrução, a edificação e a proclamação.
Esboço
Desde a criação do mundo, o relacionamento entre Deus e o homem tem sido feito por promessas e requisitos específicos.

A Bíblia contém vários tratados a respeito das provisões que definem as diferentes formas de relacionamento entre Deus e o home que ocorrem nas Escrituras, e frequentemente chama esses tratados de “alianças” e que podem ser definidas como “um acordo imutável e divinamente imposto entre Deus e o homem, que estipula as condições do relacionamento entre as partes”.

Apesar da existência de muitos outros detalhes especificados nas alianças que Deus fez com o homem através da história bíblica, o elemento essencial no âmago de todas elas é a promessa: “....serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jr 31.33).

Quando especificamos que o relacionamento é uma “aliança” vemos claramente os paralelos entre os relacionamentos tanto na Velha quanto na Nova Aliança que Deus teve com o seu povo.

Assim, a Velha Aliança que contrasta com a Nova Aliança, é a integralidade do Antigo Testamento, pois as alianças com Abraão e Davi jamais são chamadas “velhas” no Novo Testamento.

Pelo contrário, apenas a aliança sob Moisés, a aliança feita no monte Sinai (Ex 19 – 24) é chamada “velha aliança” (2 Co 3.14; Hb 8.6,13), a ser substituída pela “nova aliança em Cristo” (Lc 22.20; 1Co 11.25; 2Co 3.6; Hb 8.8,13; 9.15; 12.24).

Apesar de o sistema sacrificial da aliança mosaica, “velha aliança”, não remover realmente os pecados (Hb 10.1-4), prefigurava o fato de que Cristo levou os pecados, sendo o sumo sacerdote perfeito que também foi um sacrifício perfeito (Hb 9.11-28).

Contudo, a aliança mosaica em si mesma, com todas as suas leis detalhadas, não poderiam salvar as pessoas.
Não que as leis em si fossem erradas, visto que foram dadas por um Deus santo, mas elas não possuíam o poder de dar ás pessoas uma nova vida, e as pessoas não eram capazes de obedecer a elas perfeitamente: 

É porventura, a lei contrária às promessas de Deus? De modo nenhum! Porque, se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a justiça, na verdade, seria procedente da lei” (Gl 3.21).

Paulo percebeu que o Espírito Santo operando dentro de nós pode nos dar o poder de obedecer a Deus de uma maneira que a lei mosaica jamais poderia, pois ele declara sobre Deus

“....o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, mas o Espírito vivifica” (2 Co 3.6).

A nova aliança em Cristo, então, é muito melhor porque cumpre as promessas feitas em Jeremias e citadas em Hebreus 8, o qual mostra o antigo pacto que era um símbolo transitório e descreve o novo, apresentando a pessoa de Cristo como o mediador de um pacto melhor e eterno.

“Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá.
Não conforme o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, porquanto eles invalidaram o meu concerto, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor.

Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração: e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.

E não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguém mais a seu irmão, dizendo: conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior, diz o Senhor; porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados” (Jr 31. 31-34).

Por intermédio de Jesus, Deus renovou a aliança com o seu povo, mas os judeus, devido à sua incredulidade e dureza de coração vieram a rejeitar a Jesus como o mediador do novo concerto (Hb 9.15; 12.24; Jo 1.12).

Por causa disso, o propósito de Deus ter um povo que o representasse continuou com a Igreja de Cristo – “o Israel do Novo Testamento” – o povo de Deus formado agora, tanto por judeus como por gentios (Cl 6.16; Rm 2.28,29; Ef 2.14-22; Fp 3.3; 1 Pe 2.9).

A igreja é o “Israel de Deus” e, como tal, tem a missão de representá-lo nessa  terra, e o seu grande foco de atuação além da adoração, instrução e edificação é a proclamação do evangelho, motivo de sua incomparável prosperidade.

A missão da igreja é colocar em prática a Grande Comissão e a Comissão Cultural pelo viés da Missão Integral (Mt 28.19), pois fomos chamados para sermos proclamadores das boas novas do Reino de Deus (1 Pe 2.9).

A nossa cosmovisão sobre a missão da Igreja, para compreender sua verdadeira natureza como igreja local e visível, e universal e invisível que é o corpo místico de Cristo, é importante não somente para o cumprimento da Grande Comissão, mas também para o cumprimento da Comissão Integral que é a chamada para criar uma cultura debaixo do Senhorio de Cristo como resultado da Grande Comissão e Comissão Cultural.

Deus se importa não só com a redenção das almas, mas também com a restauração de sua criação. Ele nos chama para sermos agentes não apenas da sua graça salvadora, ou seja, somente para pregar o Evangelho caracterizado na Grande Comissão – mas também para sua graça comum, isto é, levar adiante o trabalho de Deus de manter a criação através da promoção da justiça e retenção do mal, desenvolvendo assim a Comissão Cultural.

Em suma – Na Grande Comissão cumprimos o Ide da graça salvadora. “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai  o Evangelho a toda criatura.” (Mc 16.15).

Na Comissão Cultural cumprimos a graça comum que é o processo de mudança da sociedade para uma cosmovisão segundo o padrão estabelecido por Deus na sua Palavra. 

“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.”  (Mt 28.19,20)

Nosso trabalho não é somente construir a Igreja (Grande Comissão), mas também construir uma sociedade para a glória de Deus, (Comissão Cultural).

A Missão Integral é uma ordenança divina, caracterizada por uma responsabilidade que vai além da evangelização.
Devemos distinguir, portanto, a diferença entre o trabalho da Grande Comissão – a salvação das almas, e o trabalho de Deus através da Comissão Cultural – o exercício da autoridade sobre todas as coisas criadas por Deus. 

“E disse Deus; façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.” (Gn 1.26).

“Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo; as aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo que passa pelas veredas dos mares.” (Sl 8.6-8).

Situando-se dentro da Comissão Integral, Tiago escreveu no cap.2, vers.15,16. “E, se o irmão ou irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e alguns de vós lhes disser: ide em paz, aquietai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?”

A Comissão Cultural é uma Convocação à Igreja: Nosso chamado vai além do  pautar os princípios divinos, mas também se comprometer em transformar o mundo; devemos cumprir a Grande Comissão e a Comissão Cultural. 
Somos ordenados a pregar as Boas Novas e a trazer todas as coisas à submissão da ordem de Deus, defendendo e vivendo a verdade de Deus nas condições históricas e culturais únicas de nossa Era.

Comprometer-nos com o mundo, todavia, requer que entendamos as grandes idéias que competem pelas mentes e pelos corações das pessoas.
Segundo o filósofo Richard Weaver, em seu livro – Idéias Have Consequencias – “São as grandes idéias que informam a mente, incendeiam a imaginação, movem o coração e dão forma à cultura”.

A história é um pouco mais do que o registro do surgimento e queda das grandes idéias; as cosmovisões que formam nossos valores e nos levam à ação.

No período de 16 a 25 de Julho de 1974, foi realizado na cidade Lausanne, Suíça, o Congresso Internacional para Evangelização Mundial sob o Tema: “Que a terra ouça a Voz de Deus”: 

O objetivo do Congresso era discutir o rumo das Missões Cristãs Mundiais. No final dos trabalhos, foi divulgado um documento denominado O Pacto de Lausanne. Composto de quinze artigos, a seguir:

01.               O Propósito de Deus
02.               A Autoridade e o Poder da Bíblia
03.               A Unicidade e a Universalidade de Cristo
04.               A Natureza da Evangelização
05.               A responsabilidade Social Cristã
06.               A Igreja e a Evangelização
07.               Cooperação na Evangelização
08.               Esforço Conjugado de Igrejas na Evangelização
09.               Urgência da Tarefa Evangelística
10.               Evangelização e Cultura
11.               Educação e Liderança
12.               Conflito Espiritual
13.               Liberdade e Perseguição
14.               O Poder do Espírito Santo
15.               O Retorno de Cristo.

A Grande Comissão tem a responsabilidade de proclamar o Evangelho ao Mundo: O Senhor Jesus comissionou-nos, a pregar, a batizar e a fazer discípulos em todo o mundo (Mc 16.15; Mt 28.19).

Esta ordenança é conhecida como a Grande Comissão. E tem como objetivo:
a) Proclamar o Evangelho em palavras e ações a toda criatura;
b) Discipular os novos conversos, tornando-os fiéis seguidores de Cristo;
c) Integrá-los espiritualmente e socialmente na Igreja local, a fim de que cresçam na graça e no conhecimento por intermédio da ação do Espírito Santo em sua vida, desfrutando sempre da comunhão dos santos.

O “Ide” de Jesus significa também atravessar fronteiras.
Anunciar o Evangelho em uma cultura diferente é o grande desafio da obra missionária. 
Não podemos desprezar a cultura de um povo a quem pretendemos evangelizar e estabelecermos a nossa. 
“E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1 Co 2.1,2).
Uma de nossas falhas, é que estamos enfrentando Conflitos Culturais de todos os lados, sem nos dar conta de que a própria guerra está ao nosso redor.

Precisamos identificar as cosmovisões que jazem na raiz do Conflito Cultural.

A Guerra Cultural não é sobre o aborto, novas formas de união no casamento ou declínio na educação de nossas crianças. Esses são apenas os conflitos.

A verdadeira guerra é uma luta cósmica entre a cosmovisão cristã e as várias cosmovisões seculares e espirituais, que estão em ordem de batalha contra a Igreja de Cristo.

A base da cosmovisão cristã, é a revelação de Deus nas Escrituras, sobre qualquer aspecto da vida familiar, educacional, política, científica, artística e até a mesmo na cultura popular.

Isso é o que devemos entender se vamos ser efetivos tanto em evangelizar nosso mundo hoje, como transformá-lo para refletir a sabedoria do Criador. 

A Comissão Integral engloba esses dois propósitos: evangelizar o mundo e trazê-lo à obediência e ao senhorio de Cristo através da promoção da justiça e retenção do mal.
"E este evangelho do Reino será pregado por todo o mundo, e em testemunho de todas as gentes..."(Mt 24.14).


Fontes de Consultas:
GONDIM, Ricardo. O Evangelho da Nova Era – Uma análise e refutação bíblica da chamada Teologia da Prosperidade. Press Aba
GONÇALVES, José. Lição EBD-CPAD – 1º. Trimestre 2012. Manual do Mestre
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
OLSON, Roger. História da Teologia Cristã – 2000 Anos de Tradição e Reformas. Vida Acadêmica
Novo Comentário Bíblico do Novo Testamento – Eds: READMACHER, Earl D; ALLEN, Ronald B; HOUSE, H. Wayne
COLSON, Charles – E Agora como Viveremos? – Edições CPAD
DESMOND, T. Alexander e ROSNER, Brian. S – Novo Dicionário de Teologia Bíblica – Editora Vida.
PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. Editora Vida Acadêmica
CHAFER. Teologia Sistemática. SPERRY, Lewis. (vl 1,2). Editora Hagnus
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva. Editora Vida Nova.
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
Bíblia de Estudo Scofield 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

DÍZIMOS E OFERTAS - Lição 09 - 1º. Trimestre 2012 - EBD-CPAD – Esboço

Malaquias 3.10,11; 12 Coríntios 9.6-8
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EBD em Portugal ADM-Lisboa 2008
Assessoria literária redacional e pedagógica da Mssª. Laudicéa Barboza da Silva  laudiceabarboza@hotmail.comhttp://nasendadacruz.blogspot.com  Visite-nos e confira nossas produções bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1.   Analisar a questão do dízimo e das ofertas dentro de uma perspectiva bíblica.
2.   Conscientizar-se de que a prática do dízimo e das ofertas é uma forma de adoração ao Senhor.
3.   Explicar os dízimos e as ofertas como fontes de bênçãos.
Esboço
Os dízimos e as ofertas são uma ordenança bíblica. A entrega dos dízimos e ofertas é uma atitude de adoração, amor e gratidão a Deus.
No contexto bíblico o dízimo é a décima parte de tudo aquilo que é devolvido ao Senhor, quer em dinheiro, quer em produtos e bens (Pv 3.9). Já a oferta tem o sentido de contribuição voluntária.
Através das antigas alusões literárias, sabemos que o dízimo existia em muitas culturas antigas, sob uma forma ou outra.
O trecho de Gênesis 14.17-20 nos informa sobre o costume, antes da lei mosaica. Sabemos que a prática existia entre os gregos, os romanos, os cartaginenses, e os árabes.
Nessas culturas, tal como entre os hebreus, o dízimo fazia parte da piedade religiosa.
O Antigo Testamento ilustra o dízimo em duas oportunidades:
Em primeiro lugar temos o registro de Abraão que apresentou a décima parte dos despojos do combate militar em que envolveu, a Melquisedeque (Gn 14.20; Hb 7.2-6).
Melquisedeque é a transliteração, para o português, de um nome hebraico que significa “rei de justiça”.
Ele era rei de Salém (Jerusalém) e sacerdote de El Elion, o que o tornava um rei sacerdote, e que serviu mui apropriadamente para ilustrar o mesmo ofício, ocupado em forma muito mais significativa, pelo Senhor Jesus, o Cristo.
Abraão, certamente, deve ter pensado que Melquisedeque serviu ao mesmo Deus que ele servia.
Não há de que duvidar que Melquisedeque era homem conhecido pelo seu poder político e e por sua espiritualidade, bem como por suas funções sacerdotais; e Abraão não hesitou em associar-se a ele, e mesmo a tratá-lo como um superior.
Muitas tentativas têm sido feitas para identificar Melquisedeque. Algumas dessas tentativas equivocadas, tentam situá-lo solidamente dentro da fé e da cultura dos hebreus, mas daí não tem advindo qualquer conclusão útil.
 Geralmente, somos ensinados a mostrar-nos hostis para com pessoas de outras fés religiosas, o que obscurece o respeito que elas merecem.
Lembremo-nos que José casou-se com a filha de um sacerdote egípcio ( Gn 41.45). Desse casamento resultou o nascimento de Manassés e de Efraim, que subsequentemente, tornaram-se os patriarcas de duas das doze tribos de Israel.
É difícil imaginarmos José mostrando-se hostil à família de sua esposa egípcia.
Antes, ele deve ter mantido estreitos laços com a casta sacerdotal egípcia, embora também conservasse suas distinções pessoais.
Talvez Abraão também mantivesse relações amistosas com os melhores membros religiosos de povos estrangeiros, tal como se deu com José e a família de sua esposa egípcia.
Em Salmo 110.4, um rei da linhagem de Davi aparece sendo aclamado, por juramento divino, como “....tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque....”.
Talvez essa aclamação fosse resultante da conquista de Jerusalém por parte de Davi, em  virtude de que ele e a sua casa tornaram-se herdeiros da dinastia de reis-sacerdotes de Melquisedeque. Naturalmente, essa passagem também é profética e messiânica, embora talvez Davi nem tivesse entendido isso.
A falta de informações sobre o sacerdócio do Melquisedeque histórico não nos permite especular muita coisa.
Porém, podemos supor que alguma espécie de linhagem altamente respeitada de reis-sacerdotes tinha em Jerusalém o centro de seu poder, antes dessa cidade cair sob o domínio de Israel.
È claro que esse oficial e o seu culto não faziam parte da fé e da cultura dos hebreus, a despeito do que, era altamente respeitada pelos grandes líderes da nação de Israel.
Tipologicamente, Melquisedeque é apresentado como um rei que tinha funções e direitos sacerdotais (Gn 14.18 e subseqüentes). O próprio Abraão lhe prestou homenagem.
Certamente, pois, a sua glória ultrapassa à de Arão. Cristo assumiu esse sacerdócio real, mas revestido ainda de maior glória.
Notemos que, nos trechos de (Zc 6.13), são combinados os ofícios de rei e de sacerdote, no tocante ao Messias.
O autor do texto volta a considerar o sumo sacerdócio de Melquisedeque de forma mais completa, em (Hb 7.1-10), com o propósito definido de mostrar sua superioridade sobre o sacerdócio aarônico, e isso faz parte de seu argumento que visava mostrar que, em Cristo, todos os tipos sacerdotais são cumpridos e ultrapassados, não havendo mais qualquer necessidade de um sumo sacerdócio terreno.
Cristo incorpora, em si mesmo, todo o sacerdócio de que precisamos.
Até o próprio Levi que recebe dízimoso, por intermédio de Abraão, pagou os dízimos a Melquisedeque, com o resultado que o “menor foi abençoado pelo maior”.
Foi Melquisedeque quem abençoou a Abraão, pelo que também aquele era maior do que este, para nada dizer sobre Levi, que por esse tempo nem havia nascido.
Hermeneuticamente, Melquisedeque é importante porque ilustra diversas coisas.
1. Um significado mais profundo da história;
2. Como a história pode ser simbólica e profética;
3. A unidade do Antigo e do NovoTestamentos;
4. A universalidade do ofício messiânico e sumo sacerdotal de Cristo;
5. A ab-rogação das ordens sacerdotais do Antigo Testamento, por estarem todas cumpridas em Cristo.
A obscuridade de Melquisedeque tem fascinado a tradição, pelo que também muitas identificações conjecturadas têm sido imaginadas por muitos estudiosos de Melquisedeque.
O fato de que ele não tinha pai nem mãe, provavelmente significa que não há registro de seus ancestrais, e, que, profeticamente, ele simboliza o divino Filho-Profeta, acerca de quem não se pode falar de qualquer linhagem terrena.
Em segundo lugar há o caso de Jacó, o qual, após a visão que teve em Luz, devotou uma décima parte de sua propriedade ao Senhor Deus, sob a condição de que fosse conduzido em paz e fosse trazido novamente à casa de seu pai.
Seu irmão gêmeo, Esaú, além de outros, era seu inimigo; e Jacó carecia da proteção e da orientação divinas.
O que Jacó fez naquela oportunidade, foi tomar um voto e fazer uma promessa; e a sua parte do compromisso assumido com Deus, consistia em dar a Deus uma décima parte de tudo quanto possuísse.
 Na economia hebréia um décimo da receita do povo era separado para o custeio do culto público de Deus.
Assim Moisés declarou a Israel: “Todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor: Santo são ao Senhor” “Tocante a todas as dízimas de vacas de ovelhas,.... o dízimo será santo ao Senhor” (Lv 27.30,32).
Mas o sistema dos dízimos não teve originou com os hebreus. Desde os primeiros tempos o Senhor reivindicava como Seu o dízimo; e tal reivindicação era conhecida e honrada.
Abraão pagou dízimos a Melquisedeque, sacerdote do Altíssimo Deus (Gn 28.22).
Quando os israelistas estavam prestes a estabelecer-se como nação, a lei dos dízimos foi confirmada, como estatutos divinamente ordenados, da obediência ao qual dependia a sua prosperidade.
O sistema dos dízimos e ofertas destinava-se a impressionar a mente dos homens com uma grande verdade – verdade de que Deus é a fonte de toda bênção para suas criaturas, e a Ele é devida a gratidão dos homem pelas boas dádivas de Sua providência.
Ele “dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas” (At 17.25). O Senhor declara: “Meu é todo animal da selva, e as alimárias sobre milhares de montanhas”. “Minha é a prata, e meu é o ouro”. E é Deus quem dá aos homens poder de adquirir riquezas (Sl 50.10; Ag 2.8; Dt 18.8).
Como reconhecimento de que todas as coisas provêm dEle, o Senhor determinou que parte de Seus dons Lhe fosse devolvida em dádivas e ofertas para manterem o seu culto.
O dízimo era dedicado exclusivamente ao uso dos levitas, a tribo que fora separada para o serviço do santuário.
Mas este não era de  nenhuma maneira o limite das contribuições para os fins religiosos.
O tabernáculo, bem como mais tarde o templo, foi erigido inteiramente pelas ofertas voluntárias, e, a fim de prover para os necessários reparos e outras despesas; Moisés determinou que todas as vezes que o povo fosse recenseado, cada um deveria contribuir com meio siclo para “o serviço do tabernáculo”.
No tempo de Neemias fazia-se anualmente uma contribuição para este fim (Ex 10.32,33).
De tempos em tempos eram trazidas a Deus ofertas pelo pecado e ofertas de gratidão. Estas eram apresentadas em grande número nas festas anuais. E fazia-se pelos pobres a mais liberal provisão.
Mesmo antes que o dízimo pudesse ser reservado, tinha havido já um reconhecimento dos direitos de Deus.
Aquilo que em primeiro lugar amadurecia dentre todos os produtos da terra, era-Lhe consagrado.
A primeira lã, quando as ovelhas eram tosquiadas; o primeiro trigo quando este era trilhado, o primeiro óleo, o primeiro vinho, eram separados para Deus.
Assim também o eram os primogênitos de todos os animais; e pagava-se um resgate pelo filho primogênito.
As primícias deviam ser apresentadas diante do Senhor no santuário, e eram então dedicadas ao uso dos sacerdotes.
Quanto ao dízimo no Novo Testamento, aos que supõem estar a prática do dízimo restrita ao Antigo Testamento, precisam entender que a natureza e os fundamentos do culto não mudaram.
O culto levítico com os seus rituais já não existe. Todavia, o princípio da adoração continua o mesmo (1 Pe 2.9; Ap.1.6).
O dízimo levítico pertencia a ordem de Arão, que era transitória. Todavia o dízimo cristão pertence a ordem de Melquisedeque que é eterna e, portanto, anterior à lei de Moisés (Hb 5.10; 7.1-10; Sl 110.4).
Jesus não veio ab-rogar a lei, mas cumpri-la (Mt 5.17).
Ele não apenas reconheceu a observância da prática do dízimo, mas a recomendou (Mt 23.23).
Deus fez dos homens os seus despenseiros.
A propriedade que ele pôs em suas mãos são os meios que ele proveu para a propagação do evangelho.
Aqueles que se mostrarem mordomos fiéis ele confiará maiores bens.
Diz o Senhor: “Aos que me honram honrarei” (1 Sm 2.30).
“Deus ama ao que dá com alegria” ( 2 Co 9.7), e, quando seu povo, de coração grato, lhe trazem seus dízimos e ofertas, “não com tristeza, ou por necessidade”, Sua bênção os acompanhará, conforme Ele prometeu. “Trazei todos os dízimos à  casa do tesouro para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei provas de Mim, diz o Senhor dos exércitos, se Eu vos não abrir as janelas do Céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança” (Ml 3.10).

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

OS SINAIS DA VOLTA DE CRISTO - Programa 050 de 06.01.12

Programa Missionário “Andando Por Onde Jesus Andou”.
Produção e Apresentação do Pr. João Barbosa da Silva e da Mssª. Laudicéa Barboza
Em nossa Rádio Missionária  nasendadacruz.com  ouça diariamente a reapresentação de um de nossos Programas “Andando por Onde Jesus Andou” 
Texto Bíblico Chave
 Mateus 24.1-14
 “E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo  aconteça, mais ainda não é o fim.
Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas essas coisas são o princípio das dores.
Então, vos hão de entregar para serdes atormentados e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome. Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão.
E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.
E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.

INTRODUÇÃO: Sinais, milagres e prodígios são obras sobrenaturais cujo objetivo é demonstrar o poder de Deus sobre o mundo natural e que podem levar os incrédulos a reconhecer a soberania de Deus (Jo 3.2; 4.48; 14.11). Os sinais podem ser religiosos, políticos, sociais e físicos. Os discípulos perguntaram a Jesus: “Que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mt 24.3).  Os últimos dias serão assinalados por acontecimentos espantosos (At 2.19,20).

O QUE SÃO OS SINAIS DA VOLTA DE CRISTO:
A segunda volta de Cristo a este mundo acontecerá em duas fases distintas:
 1ª Fase: Jesus vem para arrebatar a sua igreja e será um rapto, só os  crentes verão.

O apóstolo disse que esse acontecimento será num abrir e fechar de olhos ante a última trombeta. “Porque a trombeta soará e os mortos ressuscitarão primeiro, depois nós os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com ele nas nuvens, ao encontrar o Senhor nos ares” ( I Ts 4.3-17; 1 Co 15.51,52; Mt 24.40,41; Hb 9.28).

2ª Fase:  Será visível, com poder e grande glória e todo olho verá. (Ap 1.7; Mt 24.27,30).
Por isso, quando a Bíblia diz, os sinais de sua vinda, pode se referir ao arrebatamento da Igreja ou a sua vinda em glória para destruir o reino do Anticristo, julgar as nações e estabelecer o seu reino milenial (Mt 25.31,32; Ap 20.1-6).

OS FATOS HISTÓRICOS DE ISRAEL QUE MARCAM A VOLTA DE CRISTO:
Os Evangelhos de Mt 24.25; Mc 13; Lc 21; descrevem os sinais que antecedem o arrebatamento da Igreja.
Analisemos alguns fatos históricos relacionados à Israel:
O Reino do Norte, ou das Dez Tribos, que, após o reinado de Salomão se rebelara, e, sob Jeroboão se organizara como reino separado do de Judá, em 722 aC, o reino do Norte foi conquistado pela Assíria e levado para o cativeiro. (2 Reis 18.9-12).
O Reino de Judá permaneceu fiel á descendência de Davi e, em três períodos distintos, foi subjugado ao cativeiro de Babilônia.
Em 605 aC. quando foi deportado o rei Jeoaquim e com ele seguem-se para a Babilônia Daniel e seus três companheiros, todos ainda adolescentes.
Em 589 a C. quando Jerusalém foi sitiada; e em 587 aC. quando Jerusalém capital de Judá foi destruída e o templo incendiado, desde então Israel jamais teve plena autonomia.

Mas em 14 de maio de 1948, quando foi criado o Estado de Israel o primeiro ministro Benguriom, leu Isaias 66.8 “Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisa semelhante? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto, e já deu à luz seus filhos”.

Quando Israel declarou sua independência e cessou a administração britânica, o Egito, atacou Israel por ar, terra e mar, seguidos por Síria, Iraque, Jordânia e Líbano. Israel saiu vitorioso daquela que foi chamada de guerra da Independência.
Seu território que herdara da ONU  era de 14.300 quilômetros quadrados, passou para 20.800 quilômetros quadrados.

Depois veio a guerra de outubro de 1956, conhecida como guerra de Suez.
Israel também saiu vitorioso e houve um período de 10 anos sem conflitos até junho de 1967, quando os árabes se mobilizaram contra o Estado Judeu. 
Os Estados Unidos e a Grã Bretanha, pediam aos judeus que abandonassem a terra.
Os árabes eram dezenas de vezes mais poderosos que Israel, mas Israel atacou primeiro, naquela que ficou conhecida como a Guerra dos Seis Dias.
O território de Israel passou de 20.800 quilômetros  quadrados para 88.000 quilômetros quadrados, embora, depois tenha sido obrigado a fazer concessão aos egípcios e aos palestinos.

Voltou a ser atacado em 1973, naquela que ficou conhecida como a guerra de Yonquipur.
Israel saiu vitorioso. Nesta guerra Israel reconquistou Jerusalém para se cumprir o que disse Jesus “Jerusalém será pisada pelos gentios até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21.24).
“A figueira já floresceu”. (Lc 21.29,30).
Hoje Israel é uma nação soberana e respeitada no Conselho das Nações.
Na guerra de 1967, as rádios de Israel transmitiram as palavras do Senhor dita pelo profeta Amós “Removerei o cativeiro do meu povo Israel, e reedificarão as cidades assoladas e nelas habitarão, e plantarão vinhas e beberão o seu vinho, e farão pomares e lhes comerão o fruto. E os plantarei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o Senhor teu Deus” (Amós 9.14,15).

OS SINAIS DA VOLTA DE CRISTO:
Jesus predisse alguns acontecimentos que não seria o fim.
Falsos Cristos (Mt 24.5), guerra e rumores de guerras (Mt 24,6), mas ainda não é o fim.
Jesus falou de nações lutando contra nações, reinos contra reinos,  de fome e terremotos em vários lugares, com distúrbios internacionais e físicos no mundo, tudo isto, são princípio das dores.
“Mas o fim não será logo” (Lc 21.9).
Os grandes sinais da volta de Jesus são:

Israel como nação soberana, o avanço da ciência como nunca houve.
O domínio do átomo da informática e da cibernética.
O conhecimento dobra a cada dois anos (Dn 12.4; Naum 2.4).
As transmissões de um fato chega em qualquer parte do mundo em tempo real (Ap 11.7-11).
Um correio eletrônico dá a volta ao mundo em um segundo, uma confederação de países da Europa formando um bloco unido.
Já tem o Euro, o passaporte comum, o parlamento europeu, só falta o governador comum o (Anticristo) (2 Ts 2.4; Dn 7.7, 23-25; Ap 13.1-8).
Mas o grande sinal que aponta para o fim, é a evangelização do mundo de forma geral, em todos os continentes (Mc 13.10; Mt 24.14)

Então virá o fim.
Jesus mandou evangelizar todas as nações, povos, tribos e línguas (Mt 28.18-20; Mc 16.15).

Pesquisas de antropólogos e linguistas revelam que há mais de 5.000 línguas e dialetos e mais da  metade ainda não têm uma porção da Palavra de Deus.
Portanto, ide ensinai.

Fontes:
CHANPLIN. Enciclopédia de Bíblia Filosofia eTeologia -  Edit. HAGNOS
COENEN. Lotar e BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. Edit. Vida Nova
CHANPLIN. Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Edit. HAGNOS
CHANPLIN. Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Edit. HAGNOS
HINDSON, Tim Lahaye Ed. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Editores Gerais. Editora CPAD
ALMEIDA, Abraão de. Babilônia, Ontem e Hoje. Editora CPAD
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática – Atual e Exaustiva. Editora Vida Nova
Revista Isto É nº. 2197 de 21.12.2011 – Págs. 84-91
Bíblias:
De Estudo Pentecostal. Editora CPAD
De Estudo Defesa da Fé. Editora CPAD
Em Ordem Cronológica: Nova Versão Internacional. Editora Vida
De Estudo Profética Tim Lahaye. Editora Hagnos
Estudo de Genebra (Edit.Cultura Cristã e Soc. Bíblica do Brasil

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O PERIGO DE QUERER BARGANHAR COM DEUS - Lição 08 - 1º. Trimestre 2012 - EBD-CPAD – Esboço

Mateus 4.1-11
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Assessoria literária redacional e pedagógica da Mssª. Laudicéa Barboza da Silva  laudiceabarboza@hotmail.comhttp://nasendadacruz.blogspot.com  Visite-nos e confira nossas produções bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
     1.   Conscientizar-se de que as Escrituras condenam a barganha.
2.   Descrever alguns pressupostos da Teologia da barganha.
3.   Explicar qual é o perigo de se tentar barganhar com Deus.
EBD- Lugar de aprender para a vida e celebrá-la á cada dia
Na EBD - Você e sua Família recebem as bênçãos do Pai, do Filho e
do Espírito Santo
Esboço
Parte do Corpo Docente da EBD 
A séria e dura advertência de que Deus não se deixa escarnecer, tem um de seus muitos registros na Palavra de Deus, através do apóstolo Paulo em Gálatas 6.7,8 – “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito do Espírito ceifará a vida eterna”.
Em notas de rodapé do citado versículo na Bíblia de Estudo Pentecostal comenta-se que aqueles que afirmam ser nascidos de novo, os seguidores de Cristo e que têm o Espírito Santo (Gl 6.3), mas ao mesmo tempo deliberadamente semeiam na carne, ...e , satisfazendo seus desejos pecaminosos (Gl 5. 19.21), são culpados de zombar de Deus e desprezá-Lo.
Que ninguém se engane: tais pessoas não ceifarão “a vida eterna” mas a corrupção (Gl 6.8), e a morte eterna – “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.
E que fruto tínheis, então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte. Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim, a vida eterna” (Rm 6.20-23).
Em Pv 1.22, encontramos uma exortação e chamamento à sabedoria – “Até quando, ó néscios, amareis a necessidade? E vós, escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós, loucos, aborrecereis o conhecimento?”
Estes serão reduzidos a nada e consumidos é o que diz o Senhor através do profeta Isaias “Porque o tirano é reduzido a nada, e se consome o escarnecedor, e todos os que se dão a iniqüidade são desarraigados” (Is 29.20).
Esta vilipendiosa atitude que está tão em moda entre os adeptos da Teologia da Prosperidade – a barganha, não possui respaldo bíblico, haja vista, as bênçãos de Deus em nossa vida ser única e exclusivamente o resultado do amor e da grandiosa misericórdia de Deus.
A barganha tem sua fundamentação no poder terreno, e o apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos declara: “Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17).
Barganhar é o ato de trocar, de forma fraudulenta ou não, um objeto por outro, sendo considerados bons negociadores àqueles que nada tendo para negociar, são hábeis, e, numa espécie de chantagem, barganham objetos ou posição social, política ou econômica e até mesmo eclesiástica na sociedade, por outros objetos ou por vantagens.
Em alguns casos, a barganha é simples componente psicológico, segundo a “Wikipédia – Enciclopédia Livre”, em que através de pressão emocional consegue-se que um a determinada atitude seja tomada ou uma vantagem seja conseguida.
Deve-se, contudo, tomar o cuidado de diferenciar barganha de chantagem, vez que o segundo é um ato de extorsão em troca de dinheiro, sendo este conseguido sob ameaça; enquanto o ato de barganhar envolve geralmente negociação, lícita ou não, favorável a apenas uma das partes.
 Dentre os muitos sinônimos atribuídos ao vocábulo barganha na língua portuguesa, destacamos “desprezo, escárnio e zombaria”.
Se partirmos para a análise de cada um desses termos de forma mais ampliada veremos com admiração os vergonhosos caminhos daqueles que tentam negociar com Deus suas bênçãos a ponto de trocar o Criador pela criatura, e em contrapartida transformarem-se em iníquos homens pela sua paixão desenfreada pelas coisas materiais, consideradas por Deus como imorais e imundas ao transformarem o viver cristão em uma relação comercial.
O subsídio teológico trazido pelo Manual do Mestre, compartilha conosco, através do tópico “Uma Teologia de Supermercado”, em um comentário de Luis Alexandre Solano Rossi (2008, p.75), as seguintes considerações:
“.....Quando fórmulas, técnicas ou quaisquer outros meios substituem a comunhão do crente com o seu Deus, então o caminho para uma fé deformada, está aberto.
Esse modelo teológico que ignora a existência humana e não leva em conta a soberania de Deus sobre a história tem produzido uma geração de crentes superficiais.
E o que é pior – tem se tornado quase que exclusivamente o único tipo de fé conhecida. O cristianismo ortodoxo tem sido empurrado para a periferia da fé.
A química resultante da mistura desse modelo teológico com o princípio bíblico da retribuição tem originado uma excrescência dentro do protestantismo evangélico – a Teologia da Barganha.
Os pressupostos da Teologia da Barganha já são perceptíveis no Antigo Testamento, nos argumentos defendidos pelos amigos de Jó: Elifaz, Bildade, Zofar e Eliú.
É possível vermos na teologia desses homens uma relação distorcida entre pecado e punição. Em palavras mais simples, eles defendiam a tese de que por trás do sofrimento de Jó estava algum tipo de pecado cometido, porém, ainda não conhecido. Algo semelhante àquilo que é pregado por aí”.
Também em seu livro “A Prosperidade à Luz da Bíblia, o comentarista da lição pondera: “A teologia da retribuição está assumindo a sua forma e assim permanecerá durante o desenrolar de todo o livro de Jó. O homem pode, sim, ser conduzido a agir por interesse: se ele faz o bem, recebe a felicidade; se pratica o mal, recebe a infelicidade.
A vida de fé está a um passo de se transformar em uma relação comercial. A fé pode estar sendo vista a partir de uma prateleira de supermercado, ou seja, Deus se apresentaria como um negociante. A consagrada expressão brasileira do “toma lá, dá cá” se encaixa perfeitamente nessa situação [....].
Contra essa teologia da retribuição, ele (Jó) tem um único argumento: sua experiência pessoal e sua observação da história, na qual a injustiça permanece impune.
Sua observação e intuição são corretas: existem somente homens situados no espaço e no tempo, no sentido de que vivem em uma época precisa e em um contexto social, cultural e econômico preciso [.....] . Vejamos um resumo de seus discursos:
a)   Elifaz sugere que Jó é um pecador;
b)   Bildad diz abertamente que seus filhos morreram por seus pecados;
c)   Sofar assegura a Jó que seu sofrimento é menos do que ele merecia;
d)   Eliú afirma que o sofrimento tem um caráter pedagógico. Eles representam perfeitamente o modo mais comum de se mascarar a verdadeira fé bíblica [....].
Dois pressupostos tentam fundamentar a “Teologia da Barganha”:
1.   A falsa doutrina do direito legal do crente. Segundo essa crença exótica e antibíblica, Jesus Cristo, ao morrer na cruz, conquistou para os crentes muitos direitos.
Isto se refere àquela pessoa que aceita ao Senhor Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador e se submete ao seu senhorio e vontade.
Cabe agora ao crente conscientizar-se da existência desses direitos e reivindicar, para si, sua concretização.
Entretanto, a posse dessas bênçãos não é um direito líquido e certo, haja vista, as promessas de Deus serem condicionais e dependerem única e exclusivamente da vontade divina.
Ensinam os falsos mestres, que a doutrina do direito legal, deu amplos poderes aos crentes. E estes, agora, podem usá-los como moeda de troca sem levar em conta o querer divino.
Os tais ensinadores acreditam que Deus não tem direito de dizer “não” a quem Ele conferiu o direito de exigir.
Assim, segundo esse aleijão de ensino, procuram anular a soberania de deus sobre suas vidas. Ignoram estes ensinadores o fato de que o Deus Soberano não divide a sua glória com outrem (Is 42.8).
2. A famigerada prática do determinismo bastante conhecida, que ensina entre outras coisas, que não é mais preciso orar e sim, determinar. Para os que ensinam tal errada doutrina, a vontade divina pouco importa.
A verdade porém, é que Deus não é refém de lei alguma, pois ele é Soberano (Is 55.8). Ele criou todas as coisas e de todos é Senhor.
A expiação de Cristo proveu a benção da cura tanto da alma como do corpo (1 Pe 2.24; Mt 8.16,17).
Não obstante, isso não significa que o crente não passará por adversidades.
Não podemos cair na tentação de barganhar com Deus, pois nada temos de real valor para propor em troca e muito menos o direito de assim procedermos.
O profeta Isaias afirmou que até os nossos mais exaltados atos de justiça não passam de trapos de imundícia diante dele (Is 64.6). Estamos a precisar dele em todo o tempo e a todo o momento; e ele está pronto a abençoar-nos segundo a sua soberana e perfeita vontade (Mt 6.10; 26.42).

Fontes:
GONDIM, Ricardo. O Evangelho da Nova Era – Uma análise e refutação bíblica da chamada Teologia da Prosperidade. Press Aba
GONÇALVES, José. Lição EBD-CPAD – 1º. Trimestre 2012. Manual do Mestre
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
OLSON, Roger. História da Teologia Cristã – 2000 Anos de Tradição e Reformas. Vida Acadêmica
DESMOND, T. Alexander e ROSNER, Brian. S – Novo Dicionário de Teologia Bíblica – Editora Vida.
CHAFER. Teologia Sistemática. (V.7,8) Editora Hagnus
HAGIN, E. Kenneth. Como Ser Dirigido Pelo Espírito de Deus. Graça Editorial
 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD