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sábado, 25 de fevereiro de 2012

DÍZIMOS E OFERTAS - Lição 09 - 1º. Trimestre 2012 - EBD-CPAD – Esboço

Malaquias 3.10,11; 12 Coríntios 9.6-8
                             pastorjoaobarbosa@gmail.com

EBD em Portugal ADM-Lisboa 2008
Assessoria literária redacional e pedagógica da Mssª. Laudicéa Barboza da Silva  laudiceabarboza@hotmail.comhttp://nasendadacruz.blogspot.com  Visite-nos e confira nossas produções bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1.   Analisar a questão do dízimo e das ofertas dentro de uma perspectiva bíblica.
2.   Conscientizar-se de que a prática do dízimo e das ofertas é uma forma de adoração ao Senhor.
3.   Explicar os dízimos e as ofertas como fontes de bênçãos.
Esboço
Os dízimos e as ofertas são uma ordenança bíblica. A entrega dos dízimos e ofertas é uma atitude de adoração, amor e gratidão a Deus.
No contexto bíblico o dízimo é a décima parte de tudo aquilo que é devolvido ao Senhor, quer em dinheiro, quer em produtos e bens (Pv 3.9). Já a oferta tem o sentido de contribuição voluntária.
Através das antigas alusões literárias, sabemos que o dízimo existia em muitas culturas antigas, sob uma forma ou outra.
O trecho de Gênesis 14.17-20 nos informa sobre o costume, antes da lei mosaica. Sabemos que a prática existia entre os gregos, os romanos, os cartaginenses, e os árabes.
Nessas culturas, tal como entre os hebreus, o dízimo fazia parte da piedade religiosa.
O Antigo Testamento ilustra o dízimo em duas oportunidades:
Em primeiro lugar temos o registro de Abraão que apresentou a décima parte dos despojos do combate militar em que envolveu, a Melquisedeque (Gn 14.20; Hb 7.2-6).
Melquisedeque é a transliteração, para o português, de um nome hebraico que significa “rei de justiça”.
Ele era rei de Salém (Jerusalém) e sacerdote de El Elion, o que o tornava um rei sacerdote, e que serviu mui apropriadamente para ilustrar o mesmo ofício, ocupado em forma muito mais significativa, pelo Senhor Jesus, o Cristo.
Abraão, certamente, deve ter pensado que Melquisedeque serviu ao mesmo Deus que ele servia.
Não há de que duvidar que Melquisedeque era homem conhecido pelo seu poder político e e por sua espiritualidade, bem como por suas funções sacerdotais; e Abraão não hesitou em associar-se a ele, e mesmo a tratá-lo como um superior.
Muitas tentativas têm sido feitas para identificar Melquisedeque. Algumas dessas tentativas equivocadas, tentam situá-lo solidamente dentro da fé e da cultura dos hebreus, mas daí não tem advindo qualquer conclusão útil.
 Geralmente, somos ensinados a mostrar-nos hostis para com pessoas de outras fés religiosas, o que obscurece o respeito que elas merecem.
Lembremo-nos que José casou-se com a filha de um sacerdote egípcio ( Gn 41.45). Desse casamento resultou o nascimento de Manassés e de Efraim, que subsequentemente, tornaram-se os patriarcas de duas das doze tribos de Israel.
É difícil imaginarmos José mostrando-se hostil à família de sua esposa egípcia.
Antes, ele deve ter mantido estreitos laços com a casta sacerdotal egípcia, embora também conservasse suas distinções pessoais.
Talvez Abraão também mantivesse relações amistosas com os melhores membros religiosos de povos estrangeiros, tal como se deu com José e a família de sua esposa egípcia.
Em Salmo 110.4, um rei da linhagem de Davi aparece sendo aclamado, por juramento divino, como “....tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque....”.
Talvez essa aclamação fosse resultante da conquista de Jerusalém por parte de Davi, em  virtude de que ele e a sua casa tornaram-se herdeiros da dinastia de reis-sacerdotes de Melquisedeque. Naturalmente, essa passagem também é profética e messiânica, embora talvez Davi nem tivesse entendido isso.
A falta de informações sobre o sacerdócio do Melquisedeque histórico não nos permite especular muita coisa.
Porém, podemos supor que alguma espécie de linhagem altamente respeitada de reis-sacerdotes tinha em Jerusalém o centro de seu poder, antes dessa cidade cair sob o domínio de Israel.
È claro que esse oficial e o seu culto não faziam parte da fé e da cultura dos hebreus, a despeito do que, era altamente respeitada pelos grandes líderes da nação de Israel.
Tipologicamente, Melquisedeque é apresentado como um rei que tinha funções e direitos sacerdotais (Gn 14.18 e subseqüentes). O próprio Abraão lhe prestou homenagem.
Certamente, pois, a sua glória ultrapassa à de Arão. Cristo assumiu esse sacerdócio real, mas revestido ainda de maior glória.
Notemos que, nos trechos de (Zc 6.13), são combinados os ofícios de rei e de sacerdote, no tocante ao Messias.
O autor do texto volta a considerar o sumo sacerdócio de Melquisedeque de forma mais completa, em (Hb 7.1-10), com o propósito definido de mostrar sua superioridade sobre o sacerdócio aarônico, e isso faz parte de seu argumento que visava mostrar que, em Cristo, todos os tipos sacerdotais são cumpridos e ultrapassados, não havendo mais qualquer necessidade de um sumo sacerdócio terreno.
Cristo incorpora, em si mesmo, todo o sacerdócio de que precisamos.
Até o próprio Levi que recebe dízimoso, por intermédio de Abraão, pagou os dízimos a Melquisedeque, com o resultado que o “menor foi abençoado pelo maior”.
Foi Melquisedeque quem abençoou a Abraão, pelo que também aquele era maior do que este, para nada dizer sobre Levi, que por esse tempo nem havia nascido.
Hermeneuticamente, Melquisedeque é importante porque ilustra diversas coisas.
1. Um significado mais profundo da história;
2. Como a história pode ser simbólica e profética;
3. A unidade do Antigo e do NovoTestamentos;
4. A universalidade do ofício messiânico e sumo sacerdotal de Cristo;
5. A ab-rogação das ordens sacerdotais do Antigo Testamento, por estarem todas cumpridas em Cristo.
A obscuridade de Melquisedeque tem fascinado a tradição, pelo que também muitas identificações conjecturadas têm sido imaginadas por muitos estudiosos de Melquisedeque.
O fato de que ele não tinha pai nem mãe, provavelmente significa que não há registro de seus ancestrais, e, que, profeticamente, ele simboliza o divino Filho-Profeta, acerca de quem não se pode falar de qualquer linhagem terrena.
Em segundo lugar há o caso de Jacó, o qual, após a visão que teve em Luz, devotou uma décima parte de sua propriedade ao Senhor Deus, sob a condição de que fosse conduzido em paz e fosse trazido novamente à casa de seu pai.
Seu irmão gêmeo, Esaú, além de outros, era seu inimigo; e Jacó carecia da proteção e da orientação divinas.
O que Jacó fez naquela oportunidade, foi tomar um voto e fazer uma promessa; e a sua parte do compromisso assumido com Deus, consistia em dar a Deus uma décima parte de tudo quanto possuísse.
 Na economia hebréia um décimo da receita do povo era separado para o custeio do culto público de Deus.
Assim Moisés declarou a Israel: “Todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor: Santo são ao Senhor” “Tocante a todas as dízimas de vacas de ovelhas,.... o dízimo será santo ao Senhor” (Lv 27.30,32).
Mas o sistema dos dízimos não teve originou com os hebreus. Desde os primeiros tempos o Senhor reivindicava como Seu o dízimo; e tal reivindicação era conhecida e honrada.
Abraão pagou dízimos a Melquisedeque, sacerdote do Altíssimo Deus (Gn 28.22).
Quando os israelistas estavam prestes a estabelecer-se como nação, a lei dos dízimos foi confirmada, como estatutos divinamente ordenados, da obediência ao qual dependia a sua prosperidade.
O sistema dos dízimos e ofertas destinava-se a impressionar a mente dos homens com uma grande verdade – verdade de que Deus é a fonte de toda bênção para suas criaturas, e a Ele é devida a gratidão dos homem pelas boas dádivas de Sua providência.
Ele “dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas” (At 17.25). O Senhor declara: “Meu é todo animal da selva, e as alimárias sobre milhares de montanhas”. “Minha é a prata, e meu é o ouro”. E é Deus quem dá aos homens poder de adquirir riquezas (Sl 50.10; Ag 2.8; Dt 18.8).
Como reconhecimento de que todas as coisas provêm dEle, o Senhor determinou que parte de Seus dons Lhe fosse devolvida em dádivas e ofertas para manterem o seu culto.
O dízimo era dedicado exclusivamente ao uso dos levitas, a tribo que fora separada para o serviço do santuário.
Mas este não era de  nenhuma maneira o limite das contribuições para os fins religiosos.
O tabernáculo, bem como mais tarde o templo, foi erigido inteiramente pelas ofertas voluntárias, e, a fim de prover para os necessários reparos e outras despesas; Moisés determinou que todas as vezes que o povo fosse recenseado, cada um deveria contribuir com meio siclo para “o serviço do tabernáculo”.
No tempo de Neemias fazia-se anualmente uma contribuição para este fim (Ex 10.32,33).
De tempos em tempos eram trazidas a Deus ofertas pelo pecado e ofertas de gratidão. Estas eram apresentadas em grande número nas festas anuais. E fazia-se pelos pobres a mais liberal provisão.
Mesmo antes que o dízimo pudesse ser reservado, tinha havido já um reconhecimento dos direitos de Deus.
Aquilo que em primeiro lugar amadurecia dentre todos os produtos da terra, era-Lhe consagrado.
A primeira lã, quando as ovelhas eram tosquiadas; o primeiro trigo quando este era trilhado, o primeiro óleo, o primeiro vinho, eram separados para Deus.
Assim também o eram os primogênitos de todos os animais; e pagava-se um resgate pelo filho primogênito.
As primícias deviam ser apresentadas diante do Senhor no santuário, e eram então dedicadas ao uso dos sacerdotes.
Quanto ao dízimo no Novo Testamento, aos que supõem estar a prática do dízimo restrita ao Antigo Testamento, precisam entender que a natureza e os fundamentos do culto não mudaram.
O culto levítico com os seus rituais já não existe. Todavia, o princípio da adoração continua o mesmo (1 Pe 2.9; Ap.1.6).
O dízimo levítico pertencia a ordem de Arão, que era transitória. Todavia o dízimo cristão pertence a ordem de Melquisedeque que é eterna e, portanto, anterior à lei de Moisés (Hb 5.10; 7.1-10; Sl 110.4).
Jesus não veio ab-rogar a lei, mas cumpri-la (Mt 5.17).
Ele não apenas reconheceu a observância da prática do dízimo, mas a recomendou (Mt 23.23).
Deus fez dos homens os seus despenseiros.
A propriedade que ele pôs em suas mãos são os meios que ele proveu para a propagação do evangelho.
Aqueles que se mostrarem mordomos fiéis ele confiará maiores bens.
Diz o Senhor: “Aos que me honram honrarei” (1 Sm 2.30).
“Deus ama ao que dá com alegria” ( 2 Co 9.7), e, quando seu povo, de coração grato, lhe trazem seus dízimos e ofertas, “não com tristeza, ou por necessidade”, Sua bênção os acompanhará, conforme Ele prometeu. “Trazei todos os dízimos à  casa do tesouro para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei provas de Mim, diz o Senhor dos exércitos, se Eu vos não abrir as janelas do Céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança” (Ml 3.10).

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