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sábado, 30 de março de 2019

ORANDO COMO JESUS ENSINOU - 31.03.19


                           ORANDO COMO JESUS ENSINOU - 31.03.19
Mateus 6.5-15
Por: Pr. João Barbosa

Esta oração ensinada por Jesus faz parte do Sermão do Monte, onde Jesus proclama o código do reino messiânico.

O Sermão do Monte está em Mt 5.1 – 8.1 e Lc 6.17-49. Todos os aldeamentos antigos, como no período neolítico, têm sido explorados pelos arqueólogos, no Oriente Próximo.

O local onde Jesus proferiu esse sermão, segundo o texto, foi em um certo monte perto de Cafarnaum, em que havia um pequeno planalto, onde Jesus podia sentar-se com os seus discípulos, para ouvir distintamente os seus ensinos.

Este lugar era também acessível a uma grande multidão. No Sermão do Monte Jesus proclama os princípios fundamentais do reino messiânico – o reino de Deus dentre as quais destacamos três interpretações.

Primeiro, a interpretação espiritual da lei, segundo a reafirmação da ética do Velho Testamento elevando o padrão moral, e terceiro, proclamação da justiça do reino de Deus.

O Sermão do Monte tem por tema fundamental o reino de Deus e sua justiça. Trata-se do reino espiritual exposto por Jesus aos seus discípulos. E no sentido mais amplo o Sermão do Monte é a lei do Espírito.

Os mestres do judaísmo se haviam desviado dos ensinos espirituais do reino de Deus, obscurecendo-os com seus ritos e tradições orais, para dominar todos os povos.

Jesus rompe definitivamente com o sistema rabínico das tradições, proclamando em seu código do reino os princípios de consciência e de liberdade religiosa.

Como exemplo temos a quebra do sábado, atribuída a Jesus pelos rabinos. Esta suposta transgressão da lei não era a quebra do verdadeiro sábado; o que Jesus fez foi rejeitar a ridícula exegese rabina, apelando pelos princípios fundamentais do sábado.

O reino de Deus estava no mundo antes mesmo de Deus revelar-se a Jesus Cristo em carne. Havia sido gradualmente revelado o homem por Deus pelos patriarcas e profetas.

Agora, o próprio filho de Deus, o próprio soberano do reino dos céus, pessoalmente o estava revelando de modo completo, expondo aos seus discípulos a natureza do reino divino (Lc 7.21).

E o reino de Deus continua sobre a terra até a consumação dos séculos, mas a sua natureza é eterna. “O teu trono, ó Deus, é pelos séculos dos séculos, e cetro de equidade é o cetro do teu reino” (Hb 1.8).

E aos crentes em Cristo Jesus “Será dada largamente a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador e Jesus Cristo” (2Pe 1.11).

A oração modelo de Jesus, é uma espécie de paradigma para todas as nossas orações a Deus. Nesta oração modelo de Jesus encontramos três partes principais: Invocação, petição e conclusão.

a) Invocação: “Pai nosso que estás nos céus”. Nesta invocação Jesus ensina a nossa parentela espiritual de filhos adotivos de Deus; e sem esta filiação espiritual, não se pode, realmente orar ao Pai Celeste.

Ora, se somos filhos, muito podemos esperar de nossas petições. O adjetivo possessivo “nosso” implica a fraternidade espiritual dos filhos adotivos de Deus.

Somos irmãos, pela fé mútua em Cristo Jesus, que é o filho unigênito do Pai Celestial. Por isso, podemos, pois, orar ao Pai e também interceder a favor de nossos irmãos na fé.

Temos acesso ao Pai, em nome de seu Filho, Jesus Cristo, que nos fez filhos de Deus, pela fé nele. “Mas, a todos quanto o receberem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Isto é, aos que crerem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo 1.12).

Agora consideremos os diversos aspectos da petição, na oração modelo de Jesus:

b) Petição: “ Santificado seja o teu nome”.
“Santificado seja o teu nome.” O primeiro objetivo de todas as nossas petições deve ser a santificação do nome de Deus. Deus é santo. Seu nome é santo. Deus existe por si. “O nome expressa seu divino Ser”. É um só.

Não há nem pode haver um nome igual. “Eu Sou O Que Sou” é o seu santo nome. E, como pode ser santificado o nome de Deus? O terceiro mandamento do decálogo responde: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.”

Como filhos adotivos de Deus, recebemos Dele o mandamento: “Sede santos, porque eu sou santo.” Lv 11:44,19:2.

E Jesus: “Sede vós, pois, perfeitos como é perfeito vosso Pai que está nos céus” Mt 5:48. Diante da santidade de Deus, o homem deve temer e tremer.

Por isso, os crentes devem evitar o uso constante de certas expressões e interjeições, como: “Se Deus quiser; Meu Deus do céu!!!” E outras frases semelhantes, em que se usa o nome Deus.

É preciso eliminar completamente, do vocabulário de um súdito do Reino de Deus, expressões tais como: Puxa vida!

Outro aspecto da oração modelo é: “Venha o teu reino.” O reino de Deus é a vinda de Jesus Cristo para governar a vida do homem, pela graça de Deus, mediante a fé no filho do Deus vivo e único Salvador e Senhor de nossa alma.

O reino de Deus estava no mundo; e, quando Adão e Eva se converteram e se arrependeram dos seus pecados e creram e aceitaram o perdão e a salvação pela fé Naquele que havia de nascer da descendência da mulher, o ungido de Deus, o Messias, o Rei, que seria Jesus Cristo, eles entraram no reino eterno de Deus, porque Cristo entrou em seus corações, pela fé Nele e neles fez morada.

E o reino de Deus ainda está no mundo, e todos quantos se arrependem e aceitam Cristo como Salvador, são pela graça de Deus, regenerados pela obra exclusiva do Espírito Santo, na base do sacrifício de Cristo na cruz.

Sim, entrando no reino de Deus, porque Cristo entra no coração do crente que se torna súdito do reino de Deus. E o reino de Deus está no mundo até a consumação dos séculos, e de eternidade a eternidade, porque o reino de Deus é eterno.

Infelizmente, os rabinos judeus, os doutores da lei e os intérpretes do Velho Testamento por causa dos seus pecados e incredulidade não podiam compreender o Espírito da revelação de Deus ao homem.

Por isso a mentalidade deles, em geral, era que o reino de Deus fosse temporal e político, e que os judeus seriam os mentores do mundo, sob o comando de um messias enviado de Jeová.

Mas, graças a Deus, que, mesmo entre os judeus, havia muitos crentes verdadeiros, os quais, embora às vezes, estivessem um tanto confusos quanto ao reino de Deus, contudo, chegaram a interpretar o espírito e a natureza do mesmo.

Quanto a nós, o mestre nos ensina a orar: “Venha o Teu reino.” Pela graça de Deus podemos compreender que, quando oramos: “Venha o Teu reino”, isto significa:

Venha o Senhor Jesus Cristo entronizar-se no coração de todos os pecadores que arrependidos, confessem seus pecados e creiam em Jesus como seu Salvador, seu Senhor, seu Rei, e seu Deus.

Esta oração é uma súplica missionária para que o reino de Deus alcance todos os quadrantes da Terra. É uma súplica para que o Senhor da seara vocacione e envie obreiros para sua seara. É uma súplica para dedicação completa da vida do crente ao serviço do mestre.

Quando os súditos do reino de Deus oram pela conversão de pecadores, quando trabalham no serviço de evangelização, quando pregam o evangelho ou entregam um folheto evangelístico ao pecador, quando contribuem financeiramente para a causa do evangelho, estão orando: “venha o teu reino.” É a oração missionária.

“Seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no céu.” Que significa fazer a vontade de Deus? – É obedecer, de coração, aos seus santos mandamentos. Para obediência é preciso submissão da vontade, é necessário “crucificar o homem velho”, que quer dizer fazer a vontade da carne e fazer a vontade do espírito.

Nossa natureza pecaminosa, nosso temperamento irritável ou impulsivo, medroso ou covarde, o orgulho, a vaidade, os vícios de toda sorte de fraquezas humanas devem submeter-se à vontade soberana de Deus.

O exemplo perfeito da submissão da vontade humana à divina nos é dado por Jesus no Getsêmani: “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice, todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.”

“O pão nosso de cada dia nos dá hoje.” Tudo que somos, tudo que julgamos possuir, tudo quanto existe é de Deus. E o “pão de cada dia” também vem de Deus, porque é de Deus.

O trabalho para ganhar o pão cotidiano é ordenado por Deus e enobrece o homem; e Deus, portanto, tem prazer em que o homem lhe peça.

c) Conclusão: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”. O perdão de Deus ao pecador está condicionado pelo perdão do pecador ao seu semelhante.

Deus é misericordioso em perdoar. O homem deve também usar de misericórdia para com o seu próximo que peca conta ele.

Segundo o ensino de Jesus, nenhum pecador pode esperar o perdão de Deus se não tiver o espírito de perdoar seu semelhante.

Digo: Espírito de perdão, porque, muitas vezes, o ofendido está pronto a perdoar o ofensor, mas este não se arrepende de seu erro.

Neste caso, o ofendido deve permanecer no espírito de perdão, amando o seu inimigo, mas o ofensor é responsável diante da justiça divina por não se haver arrependido e pedido perdão ao ofendido.

“E não nos deixe cair em tentação”. Toda tentação tem sua origem no mal e no príncipe das trevas, Satanás. A provação, porém, pode vir de Deus.

O ser tentado não é propriamente pecado, mas o cair na tentação é pecado. Jesus foi tentado em tudo que o homem é tentado, mas não pecou.

Então, o que fazer, quando tentados? Simplesmente, não dá atenção alguma à tentação, e enfrentá-la refugiando-se em Deus pela fé e pela oração.

E, quando o crente tem a infelicidade de cair na tentação, somente lhe resta uma coisa a fazer: arrepender-se imediatamente e pedir perdão a Deus de seus pecados.

“Mas livra-nos do mal”. Constantemente, a nossa oração deve ser: Senhor, “livra-nos do mal”. Estamos cercados, em nossa vida cotidiana por um sem número de tentações e se faz necessário que estejamos constantemente vigiando e orando:

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação”. E muito mais do que isso, constantemente nossa oração deve ser elevada ao trono da graça, em ações de graças pelas inumeráveis vezes que o |Senhor nos tem livrado do mal e que nós nem mesmo nos apercebemos. Quanto as palavras de Jesus nos vers. 14 e 15 de 6 de Mateus, “porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai Celestial vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens, tão pouco vosso Pai perdoará as vossas ofensas”.

Não é propriamente a conclusão da oração modelo, mas, uma série de advertências aos súditos do reino de Deus sobre o perdão que devemos aos nossos ofensores. Sem a qual nossas orações não serão atendidas e nossos pecados também não nos serão perdoados. Essa é a batalha espiritual do crente em sua luta contra a carne e o sangue e contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais.
OLIVEIRA Miqueias. Batalha Espiritual por Princípios Bíblicos. BV Films Editora Eireli, Rio de Janeiro, 2016
GIOIA, Egídio. A Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerpe. Rio de Janeiro, 1981
BARCLAY Willliam. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito Vol.2. Editora Vida Nova São Paulo, 2010
BUBECK Mark I. O Adversário. Edições Vida Nova. São Paulo, 1993
CHAMPLIIN. Novo Dicionário Bíblico. Editora Hagnus. São Paulo, 2018

terça-feira, 19 de março de 2019

A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA NA VIDA DO CRENTE - 24.03.19


A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA NA VIDA DO CRENTE - 24.03.19
Mateus 26.36-46
Por: Pr. João Barbosa

Todos os aldeamentos antigos, como no período neolítico, têm sido explorados pelos arqueólogos, no Oriente Próximo. Esses aldeamentos exibem restos de posições elevadas e fortificadas, torres de vigias e outras construções feitas de pedra.

Assim, nas mais antigas aldeias do Iraque, ou nos níveis mais baixos do cômoro de Jericó têm sido encontrado estas formas de construção arquitetônica em uma época de grandes dificuldades de locomoção e comunicação e de contínuos ataques armados.

As torres de vigia eram uma necessidade imperiosa para a segurança das comunidades fossem elas grandes ou pequenas. Logo, tornou-se fácil transferir a ideia de uma torre de vigia literal, material, para uma postura mental de vigilância (Is 21.8).

No tocante ao crente, essa ideia quase sempre aparece vinculada à noção de oração, conforme se percebe, por exemplo, em Cl 4.2 – “Perseverai na oração, vigiando com ações de graça”.
As cidades antigas tinham muros, mas nem sempre eram suficientes. Por isso, era preciso ter guaritas com homens estacionados à procura de inimigos que poderiam atacar repentinamente.

Guaritas também eram colocadas nos morros, e nas torres construídas em postos militares avançados (2Sm 18.24-27; 2Re 9.17-20).

Havia também torres construídas em parreirais e plantações para protegerem de predadores humanos ou animais (2Cr 17.9; 20.14; Jó 27.18).

São vigias, profetas e ministros que cuidam do bem estar das nações e dos indivíduos (Is 21.6; 52.8; 62.6; Jr 6,17; Ez 3.17). Por outro lado havia também vigias falsos que faziam mal ao povo – atalaias cegos (Is 56.10).

O mandamento neotestamentário é obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossas almas, como quem deve prestar contas (Hb 13.17).

Nos dias do antigo testamento nas localidades mais precárias, era extremamente necessário “manter vigilância”, para que as comunidades fossem elas grandes ou pequenas pudessem sobreviver.

Por isto em muitos lugares havia os vigias, que tinham por função avisar ao resto da cidade, sobre a aproximação de qualquer pessoa, fosse ela amigável ou hostil.

Assim lemos: “Olharam pois, as sentinelas de Saul em Gibeá de Benjamim, e eis que a multidão se dissolvia, e fugia para cá e para lá.

Disse então Saul ao povo que estava com ele: Ora contai, e vede quem saiu de entre nós. E contaram, e eis que nem Jônatas nem seu pajem de arma estavam ali...” (1Sm 14.23).  

A menção ao ato de vigiar é extremamente comum no AT. Isso em sentido literal. Foi fácil passar do literalismo para a linguagem simbólica.

Conforme podemos exemplificar no Sl 127.1 – “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalha os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.”

No NT as mesmas noções de “vigilância” que encontramos no AT, são transferidas para o cuidado que a comunidade cristã deve ter para com a causa do Senhor e a sua vigilância quanto a parousia (segunda vinda de Cristo).

Lemos em 1Pe 1.13 – “Cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que nos está sendo revelada por nosso Senhor Jesus Cristo”.

Quando Jesus Cristo caminhava á sombra da cruz ainda no cenáculo, disse aos seus discípulos: “Assim como o Pai me ordenou, assim mesmo faço, para que o mundo saiba que eu amo o Pai” (Jo 14.31).

E então encaminharam-se “para o outro lado do ribeiro de Cedrom, onde havia um jardim.” Cremos, que Jesus continuou a falar com seus discípulo as palavras preciosas que estão escritas nos capítulos 15 e 16 do evangelho de João.

“Então chegaram a um lugar chamado Getsemani, e disse aos seus discípulos: sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar”.

Getsemani é o símbolo da expectativa agonizante do sofrimento de Jesus. Era um pequeno jardim nas imediações de Jerusalém, para onde Jesus muitas vezes se havia retirado, fugindo do burburinho da cidade, para descansar, na solidão e silêncio da noite, a comunhão íntima e santa com o Pai.

Neste recanto solitário havia recebido força, coragem e energias espirituais para enfrentar as lutas tremendas que lhes sobrevinham no seu santo ministério.

Como acabara de ter com os seus discípulos a tocante despedida do cenáculo, onde instituíra o monumento comemorativo de sua morte – a ceia do Senhor.

Agora chegou a hora final em que se havia de oferecer em holocaustos a Deus. Era alta noite. Atravessando o ribeiro de Cedrom, com seus discípulos, ali entrou. Jesus, sob a expectativa da cruz, luta com o Pai em oração:

“E disse Jesus aos seus discípulos: sentai-vos aqui enquanto eu vou ali orar. E levou consigo a Pedro, a Tiago e a João, e começou a ter pavor e angustiar-se; e disse-lhes: a minha alma está triste até a morte; ficai aqui e vigiai”.

Porque o Senhor tomou somente os três discípulos mencionados, não nos foi declarado, mas cremos que o Senhor conhecendo-lhes o coração achou por bem agir assim. Era a tremenda e angustiosa expectativa de beber o cálice de pecado do mundo no sofrimento e morte na cruz.

Pecado que envolvia com o seu manto negro e frio os torturantes e angustiosos momentos que precedem qualquer drama da vida humana. No Getsemani, o mestre viu a negra nuvem da tormenta que se aproximava ao seu encontro.

Tão aterrorizantes eram os seus prenúncios, que o Senhor na sua natureza humana, sentiu até necessidade da companhia e simpatia dos seus queridos discípulos, a quem disse: “Ficai aqui, e vigiai comigo”.

Quantas vezes Jesus havia ficado com os seus discípulos para os animar e ajudar nos seus temores, nas suas lutas e nas suas tentações, mas agora é Jesus que lhes pede: “Ficai aqui, e vigiai comigo”.

A essência desta profundíssima tristeza de Jesus estava no seu extremo horror ao pecado.
Sentia que a pureza imaculada de sua alma ia ser manchada e enegrecida pelo pecado, não dele, mas do mundo.

Sentia a realidade da maldição da cruz. Sentia que ia ser maldito pela justíssima lei de Deus: “Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”. (Gl 3.13; 1Pe 2.24).

Sentia que a espada da justiça divina ia cair sobre ele, transpassando-lhe o coração. Prostrou-se sobre o seu rosto, refugiou-se no seio do Pai e orou:

“Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice”; “Aba Pai, tudo te é possível, afasta de mim este cálice, todavia, não seja o que eu quero, mas o que tu queres”.

Jesus, como filho de Deus que se fez homem, faz ao Pai essa pungente rogativa. Mas ao mesmo tempo, deixa de modo absoluto a resposta com, a vontade soberana do Pai, porém, continuando prostrado em oração.

Em dado momento levanta-se e vai para junto de seus discípulos – achou-os dormindo. A angústia do mestre se agravou e então disse a Pedro: “Simão, dormes? Não pudeste vigiar uma hora?”

E exortou-os: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação; o espirito, na verdade está pronto, mas a carne é fraca”.

Esta solene advertência do mestre aos seus discípulos deve também alcançar o coração de todos nós que lhe seguimos.

Cada crente tem em sua vida um conflito. Este conflito é entre a carne e o espírito. Entre o bem e o mal, entre a pureza e o pecado, entre a justiça e a iniquidade.

A tentação para o pecado está constantemente nos assaltando. Devemos atentar para a exortação do Senhor: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação”.

Parecia que Jesus não fora atendido na primeira vez que orou. Mas sabendo que devia beber o cálice da amargura e da morte continuou a orar:

“Pai meu, se este cálice não pode passar de mim, sem que eu o beba, faça a tua vontade”. O Pai sabendo o que o seu Filho necessitava, enviou um anjo para confortá-lo (Lc 22.43).

Em sua agonia espiritual, pela terceira vez Jesus fez a mesma oração. E tão intensa foi esta terceira oração, que “o seu suor se tornou em gotas de sangue, que caia pelo chão” (Lc 22.44).

A ciência médica considera este fenômeno de “diapédese” ou seja a passagem dos leucócitos do sangue para o tecido conjuntivo e faz-se atravessando os vasos capilares.

Este processo ocorre geralmente quando uma parte do organismo fica lesionada, pelo que o processo de inflamação é necessário.

Também pode ocorrer a passagem de hemácias (ou glóbulos vermelhos) em casos patológicos como a diátese hemorrágica.

Resumidamente, a diapédese é a saída dos glóbulos brancos dos vasos sanguíneos, conforme descreve a “Wikpédia – a enciclopédia livre”.
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“Ao voltar terceira vez disse-lhes: dormi agora e descansai – basta, é chegada a hora. Eis que o Filho do Homem está sendo entregue nas mais dos pecadores. Levantai-vos, vamo-nos; eis que se aproxima aquele que me trai”.


OLIVEIRA Miqueias. Batalha Espiritual por Princípios Bíblicos. BV Films Editora Eireli, Rio de Janeiro, 2016
GIOIA, Egídio. A Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerpe. Rio de Janeiro, 1981
BARCLAY Willliam. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito Vol.2. Editora Vida Nova São Paulo, 2010
BUBECK Mark I. O Adversário. Edições Vida Nova. São Paulo, 1993
CHAMPLIIN. Novo Dicionário Bíblico. Editora Hagnus. São Paulo, 2018
BUBECK Mark I. O Reavivamento Satânico. Edições Vida Nova. São Paulo, 1993

sexta-feira, 1 de março de 2019

Lição 09-CONHECENDO A ARMADURA DE DEUS-03.03.19- SUBSÍDIOS


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 09-CONHECENDO A ARMADURA DE DEUS-03.03.19
Efésio 6.13-20
Por: Pr. João Barbosa

Na batalha espiritual a Palavra de Deus e a oração são as duas principais armas que o crente deve usar na batalha espiritual. Este é o padrão necessário que encontramos quando estamos envolvidos em uma batalha espiritual.

Devemos estar sempre lembrados de que Deus é aquele que nos dá a provisão. São muitas as armas que podem ser usadas em uma batalha espiritual. Mas para cada batalha espiritual existe uma arma específica que não se encontra em nenhum manual.

Senão vejamos o que disse o apóstolo Paulo em 2Co 10.3-6: “Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne, porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo; estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência”.

Davi em sua batalha contra o gigante filisteu Golias não aceitou nenhuma orientação do rei de como devia enfrentar aquele gigante. Mas se proveu de uma funda e um seixo (1Sm 17.32-50).

Contra os inimigos filisteus numa das mais duras batalhas travadas por Sansão, ele se utilizou de uma queijada fresca de jumento e com ela feriu mil homens (Jz 15.15,16). Mas, quando a sede lhe sobreveio naquela batalha, pois haviam restado muitos inimigos, a sua arma foi a oração (Jz 15.18,19).

Moisés tinha sempre em mãos a vara de Deus que era sua principal arma para qualquer batalha. Ele a usou primeiro no seu encontro com Deus no Sinai, depois perante Faraó no Egito nos milagres efetuados que resultaram nas pragas, na rocha em Horebe (Ex 17.5-7) e na travessia do Mar (Ex 14.16).

Josafá usou três armas para obter o livramento de Deus contra os moabitas, contra os filhos de Amon e os da montanha de Seir: a oração, o jejum e o louvor (2Cr 20.17-23).

Armas espirituais é um conjunto de armas ofensivas e defensivas que Deus coloca à disposição de seus guerreiros fiéis. Essas armas não são carnais nem materiais, no entanto são poderosas em Deus para destruir as fortalezas do inimigo com o objetivo de livrar os servos de Deus e protege-los nos campos de batalhas espirituais.

Para que o crente entre numa batalha espiritual basta que ele esteja firme em Cristo Jesus. Isto é o suficiente para que ele se torne inimigo do mundo. Qualquer objeto numa batalha pode ser usado como uma arma, para atacar ou ameaçar um inimigo, bem como pode servir para autodefesa.

A utilização de um objeto como arma não transforma a natureza desse objeto numa arma em si. A orientação de Deus a Davi foi o que transformou aquele seixo em uma arma, mas isso não transformou a natureza do objeto. O seixo continuou sendo seixo. Mas se lhes atribui essa característica durante a sua utilização.

As armas espirituais existem e são reais. Deus nos deu para usarmos em nossas batalhas. O texto de 2Co 10.3-6 nos mostra a grande importância das armas de combate e como Deus fornece os equipamentos necessários para entrarmos na peleja.

Nas muitas batalhas contra o Diabo nosso posicionamento em combate será usar as armas espirituais. No entanto, os tipos de armas que usamos nas batalhas espirituais estão ligadas a dois níveis.

Primeiro, o nível defensivo que se relaciona as nossas atitudes e a nossa disposição para nos defendermos. O segundo nível é o ofensivo, em sentido espiritual isso significa quando o crente toma iniciativa no ataque contra as astutas ciladas do maligno.

Não devemos esquecer, portanto, o conselho que o apóstolo Paulo dá a todos os cristãos. O apóstolo pontua da seguinte forma “Orando em todo tempo com toda oração e súplica no espírito, e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6.18).

Oração, jejum e leitura da Bíblia são armas poderosas no mundo espiritual. Essas armas podem ser usadas tanto como arma de ataque ou como arma de defesa.

Observem o que diz o escritor aos Hb.4.12,13. “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intensões do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patente aos olhos daquele com quem temos de tratar”.

As armas defensivas em sentido tipológico são: escudo (Jr 46.3; Ef 6.16), capacete (Ef 6.17; 1Ts 5.8; Is 59.17), couraça (Jó 41.13; Ef 6.14), cinto (Is 11.5; 22.21; Jr 13.1-10).

As armas ofensivas são: espada (Ef 6,17; Sl 45.3), arco (Lm 3.12; Sl 18.34; 46.9), flecha (Sl 144.6; 45.5), funda (1Sm 17.49,50), lança (2Cr 26.14).

Essas são as armas da nossa milícia, não são carnais, mas são poderosas em Deus para destruir as fortalezas e devem ser usadas mediante os princípios de obediência e submissão a vontade soberana de Deus.

Na guerra defensiva uma atitude de defesa deve ser usada a nível individual e tem por objetivo defender o próprio crente e o local onde ele se encontra.

Nesse combate a batalha pende em nosso favor quando temos uma grande bênção de Deus a receber. Nesta batalha enfrentamos os ataques do inimigo, que nunca poderão ser vencidos com armas humanas.

Nesse conflito o crente não ataca o inimigo, mas contra ataca a partir dos próprios ataques do inimigo. Por esta causa estamos em constante guerra defensiva quando o inimigo de nossas almas mostra-nos suas forças.

Nesta ocasião devemos mostrar ao inimigo “quem é” que nos protege. O escudo é uma arma muito poderosa com a função tanto defensiva como ofensiva e serve para proteger o corpo inteiro e nos defender dos dados inflamados. Isto é a segurança de todos aqueles que creem nas providências de Deus.

Josafá alertou seus guerreiros da seguinte forma: “Crede no Senhor vosso Deus, e estarás seguros; crede nos seus profetas, e prosperareis” (2Cr 20.20).

Na metáfora usada pelo apóstolo Paulo, o capacete é uma arma de defesa que serve para proteger a mente do crente contra as inverdades do inimigo.

O cinto é uma arma de defesa que protege nossa identidade porque ele representa a verdade. A couraça é uma arma também de defesa que produz os órgãos vitais de nosso corpo: como coração, pulmão, rins e estômago – é uma vestimenta espiritual que nos protege contra as acusações do inimigo, principalmente as do coração.

Assim se expressou Jeremias: “Enganoso é o coração, mas do que todas as coisas, e perverso; quem, o conhecerá?” (Jr 17.9).

A espada do Espírito que é a Palavra de Deus é a arma que pode ser usada tanto em sentido ofensivo quanto ofensivo. A guerra defensiva acontece quando o crente aplica os princípios básicos do reino de Deus: a fé, salvação, verdade e justiça.

Esses princípios uma vez aplicados, temos a força que vem de Deus para vencermos as batalhas onde todos estão intimamente ligados às armaduras espirituais: escudo, capacete, cinto e couraça, que são os fundamentos que nos protegem durante a caminhada espiritual.

Reportando-nos ainda a Josafá, diz-nos as Escrituras que ele recebeu o mensageiro dos inimigos que vinham pela montanha de Seir, junto ao deserto de Tecoa, dizendo que iriam atacar e que não iria sobrar ninguém.

Eram os mesmo inimigos que sempre se levantaram contra Israel, os amonitas, os moabitas e também os filhos da montanha de Seir que se levantaram contra Josafá. Ele disse ao povo: “Nesta batalha não tereis que pelejar; portai-vos, ficai parados, e vede a salvação do Senhor. Então Josafá se prostrou com o rosto em terra, e todo o Judá e os moradores de Jerusalém se lançaram contra o Senhor, adorando-o.

Levantaram-se os levitas, dos filhos dos coatitas, e dos filhos dos coraítas, para louvarem ao Senhor Deus de Israel,         com voz muito alta. E pela manha cedo se levantaram e desceram ao deserto de Teco. E, ao saírem, Josafá pôs-se em pé e disse: ouvi-me, ó Judá, e vós moradores de Jerusalém: crede no Senhor vosso Deus e estareis seguros; crede nos seus profetas, e prosperareis” (2Cr 20.17-20).

Josafá compreendeu plenamente que as armas que seus soldados utilizavam naquele momento eram armas espirituais. Todos os levitas que estavam com ele ouviram a sua voz e seguiram fielmente suas ordens empunhando os escudos de adoração e celebração ao Senhor.

Aconselhou-se com o povo e ordenou cantores para o Senhor que louvassem a majestade santa, saindo diante dos armados, e dizendo: Louvai ao senhor porque a sua benignidade dura para sempre.

E, quando começaram a cantar e dar louvores, o Senhor pôs emboscadas contra os filhos de Amom e de Moab e os da montanha de Seir que vieram contra Judá, e foram desbaratados. Porque os filhos de Amom e de Moabe se levantaram contra os moradores da montanha de Seir para os destruir e exterminar; e, acabando eles com os moradores de Seir, ajudaram uns aos outros a destruir-se.

Nisso chegou a Judá atalaia do deserto; e olharam para a multidão, e eis que eram corpos mortos que jaziam em terra e nenhum escapou” (2Cr 20.21-24).

Quando você libera sua voz ao Deus que você confia e crê, isso trás confusão em todo plano diabólico do reino das trevas, pois o inimigo não espera que você tenha essa atitude.

O inimigo pensa que fomos programados somente para atacar com armas humanas. Armas carnais da murmuração, das palavras de derrotas, da precipitação, do suicídio. Mas quando o crente abre sua boca em louvor a Deus, isso produz desespero nas hostes infernais e desarticula, todo plano do adversário.

Quando morreu na cruz do Calvário, Jesus desceu as partes mais baixas e tomou as chaves da morte e do inferno. Foi isso que ele disse a João em Ap 1. 18.
Consultas no Trimestre:  SOARES Ezequias. Comentarista da Lição Bíblica EBD do 1º. Trimestre 2019 com o Tema: Batalha Espiritual.
SOARES Ezequias. Batalha Espiritual. CPAD. Rio de Janeiro, 2018
OLIVEIRA Miqueias. Batalha Espiritual por Princípios Bíblicos. BV Films Editora Eireli, Rio de Janeiro, 2016
GIOIA, Egídio. A Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerpe. Rio de Janeiro, 1981
BARCLAY Willliam. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito Vol.2. Editora Vida Nova São Paulo, 2010
BUBECK Mark I. O Adversário. Edições Vida Nova. São Paulo, 1993
BUBECK Mark I. O Reavivamento Satânico. Edições Vida Nova. São Paulo, 1993