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quinta-feira, 28 de abril de 2016

A Maravilhosa Graça - Lição 05 - 01.05.16 - EBD CPAD

Abordagem de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
2º. Trimestre 2016
Romanos 6. 1-12
Reflexão: Cristo Jesus é a graça divina manifestada em forma humana.

Paulo inicia o capítulo 6 de Romanos fazendo uma refutação aos Antinomistas, que diziam, se onde abundou o pecado superabundou a graça, então quanto mais pecar quanto mais graça. Por isso diz o apóstolo:

 “Que diremos pois? permaneceremos no pecado para que a graça seja mais abundante? De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como
viveremos ainda nele?... (Rm 6.1,2-6).

O que é Antinomismo? O termo significa literalmente "contra lei". Não no sentido de oposição à lei, mas no sentido de não aceitar que exista de fato alguma norma geral que seja capaz, por si mesma, de classificar a mentira como sendo certo ou errado. Talvez a palavra mais correta fosse mesmo "anomia", isto é, "sem lei, ou ausência de lei".

Antinomismo é a especulação a respeito de um problema filosófico realizada por intermédio de dois argumentos, ambos coerentes e críveis em suas formulações respectivas, mas antagônicos em suas conclusões.
O Antinomismo é a doutrina que assevera não haver mais necessidade de se pregar nem observar as leis morais do Antigo Testamento.

Sabemos que a lei cerimonial, esta, foi abolida por Cristo, mas as leis morais têm valor eterno. O Antinomismo foi um dos principais inimigos da graça nos dias de Paulo, e ainda continua sendo em nossos dias.

Outro grande inimigo da graça é o legalismo. A palavra "legalismo" é usada por alguns cristãos evangélicos para descrever uma posição doutrinária que apresenta um conjunto de regras e prescrições para alcançar a salvação e o crescimento espiritual. Os Legalistas admitem a necessidade de ter uma aceitação rigorosa e literal a essas regras e prescrições.

De acordo com a Palavra de Deus essa posição é contrária à graça de Deus. Aqueles que defendem tal posição podem até deixar de entender o verdadeiro propósito da lei, principalmente da lei de Moisés no Velho Testamento, a qual é um guia para nos conduzir a Cristo (Gálatas 3:24).

Em relação à visão de alguns, legalismo é o oposto de ser gracioso. Dessa forma conforme estes afirmam até crentes podem ser legalistas.
O apóstolo Paulo, no entanto, nos admoesta a ser graciosos uns com os outros: "Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões" (Romanos 14:1).

É lamentável o fato de que alguns defendem sua posição escatológica de uma forma tão contundente que terminam eliminando outras pessoas de sua comunhão antes de conceder-lhes o direito de expressar sua própria opinião. Isso também se denomina Legalismo.

O Antinomismo e o Legalismo são inimigos da graça de Deus (Rm 6.15-19; Ef 2.8-10). A graça destrói o domínio do pecado porque o pecado é como um tirano impiedoso que não poupa os seus súditos. Ele reinou desde eu entrou no mundo e seu domínio parecia não ter fim.
Mas a graça de Deus destrói todo domínio do pecado (Rm 6.6-10). Podemos dizer que a graça é o auxílio divino e a força que recebemos por meio da Expiação de Jesus Cristo. Por meio da graça, somos salvos do pecado e da morte.
Além disso, a graça é um poder capacitador que nos fortalece a cada dia e nos ajuda a perseverar até o fim. É necessário esforço de nossa parte para receber a plenitude da graça do Senhor. ...”Porque onde o pecado abundou superabundou a graça; (Rm 5.20b).
A Bíblia nos mostra dois tipos de graça: A graça comum e a graça salvadora.
A graça comum – Segundo afirma Hernandes Dias Lopes, um dos principais frutos da graça comum são as muitas bênçãos naturais que os seres humanos recebem nesta vida presente.
Quanto a esse fruto em particular, a graça comum pode ser definida como aquelas bênçãos gerais, como a chuva e o fulgor do sol, o alimento e a bebida, a vestimenta e o teto, as quais Deus concede a todas as pessoas sem relutância ou discriminação.
Embora muitos façam pouco caso das bênçãos de Deus, ainda assim eles recebem abundantes provas da bondade do Senhor todos os dias, mesmo que eles não sejam eficazmente chamados para a salvação.

Há várias passagens bíblicas revelando que Deus derrama suas bênçãos sobre todas as pessoas sem exceção, isto é, sobre justos e injustos, eleitos e não eleitos, como por exemplo: Gn 17.18,20; 39.5; Sl 36.6; 104.16-30; 145.9,15,16; Jn 4.10,11; Mt 5.44,45; Mc 8.2; Lc 6.35,36; At 14.16,17; 1Tm 4.10. Essas dádivas vêm como bênçãos não só para os bons, mas também para os maus.

A graça de Deus é um favor concedido a pecadores indignos. Deus não nos amou, escolheu, chamou e justificou por causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos. A causa da salvação não está no homem, mas em Deus; não está no mérito do homem, mas na graça de Deus, não está naquilo que fazemos para Deus, mas no que Deus fez por nós.
Deus não nos amou porque éramos receptivos ao seu amor, mas amou-nos quando éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos. Deus nos escolheu não por causa da nossa fé, mas para a fé; Deus nos escolheu não porque éramos santos, mas para sermos santos; não porque praticávamos boas obras, mas para as boas obras; não porque éramos obedientes, mas para a obediência.
A graça de Deus não é o resultado das obras, mas as obras são o resultado da graça. Graça e obras estão em lados opostos. Não podem caminhar pela mesma trilha como a causa da salvação.

A graça salvadora – Aqueles que se esforçam para alcançar a salvação pelas obras rejeitam a graça e aqueles que recebem a salvação pela graça não podem ter a pretensão de contribuir com Deus com suas obras.

A salvação é totalmente pela graça, mediante a fé, independente das obras. As obras trazem glória para o homem; a graça exalta a Deus. A graça desemboca nas obras e as obras proclamam e atestam a graça. As obras são o fruto e a graça a raiz.

As obras são a consequência e a graça a causa. As obras nascem da graça e a graça é refletida através das obras. A graça de Deus é recebida pela fé e não por meio das obras. A salvação que a graça traz em suas asas é recebida pela fé e não por meio das obras.

Não somos aceitos diante de Deus pelas obras que fazemos para Deus, mas pela obra que Cristo fez por nós na cruz. A fé não é meritória, é dom de Deus. A fé é o instrumento mediante o qual tomamos posse da salvação pela graça. O apóstolo Paulo sintetiza este glorioso ensino, em sua carta aos Efésios:

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.8-10).

Os pensamentos se transformam em hábitos; os hábitos se transformam em caráter e o caráter determina o destino.

Bibliografia:
Lições Bíblicas EBD CPAD - 2º. Trimestre 2016. Comentarista: Pr.José Gonçalves.
 GONÇALVES. José. Maravilhosa Graça – O Evangelho de Jesus revelado na Carta aos Romanos. CPAD. RJaneiro 2016
RADMACHER, Earl D. O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento com Recursos Adicionais. Editora Central. RJaneiro, 2010
CHAMPLIN. R.N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnus. SPaulo, 2002
DYKE, Fred Van, e outros.A Criação Redimida – A base Bíblica para a Mordomia Ecológica. Edit. Cultura Cristã. Spaulo 1999
ERICKSON, Millard J. Teologia Sistemática. Edições Vida Nova. SPaulo, 2015
CHAFER, Lewis Sperry – Teologia Sistemática. Vl 7 & 8. Editora Hagnos. SPaulo, 2003
GOPPELT. Leonhard – Teologia do Novo Testamento Vls 1 e 2 – Editora Sinodal Vozes. R.Janeiro, 1982.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. CPAD. RJaneiro 2012
RICHARDS. Lawrence. Comentário Bíblico do Professor. Editora Vida. SPaulo 2004

BARBAGLIO. Giuseppe. As Cartas de Paulo Vl 2. Edit. Loyola. São Paulo, 1991.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Video da Lição 5 - A Maravilhosa Graça


Nesta lição vamos abordar a respeito da nova vida em Cristo. O apóstolo mostra que o nosso velho homem já foi crucificado com Cristo. Não somos mais escravos..

segunda-feira, 25 de abril de 2016

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Lição 04 - Os Benefícios da Justificação - 24.04.16 - EBD CPAD

Abordagem de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
2º. Trimestre 2016
Romanos 5. 1-12
Reflexão: A justificação pela fé em Cristo nos libertou de Adão, símbolo do velho homem, para nos colocar em Cristo, onde fomos feitos uma nova criação.

A justificação é uma declaração de Deus a respeito do cristão, de que ele foi feito para sempre justo e aceitável diante de Deus.

Para que algo assim seja declarado deve haver uma realidade inalterável sobre a qual possa repousar. Essa base é a posição á qual o cristão foi trazido pela graça de Deus.

Todos a quem Deus predestinou são chamados, e todos os que são chamados são justificados, e todos os que são justificados o são agora glorificados (Rm 8.29,30).

Deus não condena aquele que antes justificou (Rm 8.33). Na verdade, quatro grandes realidades que dão suporte devem ser mencionadas a esta altura: “Quem os condenará? Cristo Jesus é quem morreu, ou antes, quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.34).

Assim, o estado de justificação deve ser imutável visto que a base sobre o qual ele repousa é assim segura para sempre.

Do cristão, contudo, é revelado que: ele é uma nova criação. “Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. Mas, todas as coisas provêm de Deus que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da conciliação” (2Co 5.17,18).

Ele é tornado justiça de Deus através do estar em Cristo. “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1Co 1.30).
“Aquele que não conheceu o pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fossemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21; Fp 3.7-9).

Ele é aperfeiçoado para sempre. De acordo com Hb 10.14, o cristão é aperfeiçoado para sempre na posição de cristão, embora não ainda na vida diária.

Ele tem a plenitude de Cristo. Além do mais, está em Cristo, como todas as pessoas salvas estão pelo batismo do Espírito. Significa que a plenitude de Cristo se torna posição inalterável deles.

Considere com cuidado especial as espantosas declarações que tratam disto: “Pois todos nós recebemos da sua plenitude e graça sobre graça” (Jo 1.16).

“Porque aprouve a Deus que nele habitasse toda plenitude” (Cl 1.19).
“Porque nele habita corporalmente toda plenitude da divindade, e tendes a vossa plenitude nele, que é a cabeça de todo principado e potestade” (Cl 2.9,10).
“Está completo nele” E’ apenas uma afirmação de João 1.16.

Uma pessoa não pode assim estar perfeitamente em Cristo (1Co 12.13), e não participar de tudo que Cristo é.
O termo grego para justificação é derivado do verbo grego dikió, que significa absorver ou ser declarado justo (Rm 4.2; 5.1).

Trata-se de uma terminologia legal, usada para fazer referência a um veredito favorável a um julgamento. A palavra descreve a configuração de uma corte, onde Deus preside como juiz, determinando a fidelidade de cada pessoa em relação à lei.

Na primeira seção de Romanos, Paulo deixa claro que ninguém pode escapar do julgamento divino (Rm 3.9-20).

A lei não serve para justificar os pecadores, mas para expor os seus pecados. Para remediar essa deplorável situação, Deus enviou seu Filho Jesus Cristo para morrer pelos nossos pecados. Quando cremos em Jesus, Deus imputa a nós a sua justiça, declarando-nos justos diante dele (Rm 5.12).

Um homem, isto é, Adão – através dele entrou o pecado no mundo. O pecado trouxe a morte. Como consequência do pecado é que a morte tornou-se uma experiência universal.

A frase “Porque todos pecaram”, não é uma referência a qualquer pecado que alguém cometa em algum momento da vida, como se fosse alusiva aos pecados individualmente cometidos.

Paulo está conduzindo seus leitores ao início da história humana, conduzindo-os ao pecado original, aquele que acarretou a morte de todos nós.

Aqui se manifesta a unidade do gênero humano. Em Adão, todos nós pecamos (1Co 29.22). O resultado é a morte física e espiritual do ser humano. Todos nós herdamos de Adão a natureza pecaminosa. Além disso, como resultado do nosso pecado em Adão, nós enfrentamos um castigo comum a todos – a morte (Rm 5.13,14).

Antes da lei de Moisés ter sido determinada, o pecado humano não foi imputado. Ou seja, não foi lançado na conta de ninguém, como uma anotação em um livro.

Em outras palavras, o pecado estava presente no mundo desde Adão até Moisés, mas Deus não levava em conta os pecados cometidos, antes do estabelecimento da lei. Pois, não havia nenhuma legislação que pudesse ser obedecida, ou desobedecida.

Todos aqueles que viveram depois de Adão e antes de Moisés não cometeram quaisquer transgressão, pois não havia qualquer regulação semelhante a lei de Moisés, estabelecida para eles.

Mas eles pecaram, e a forma pela qual pecaram é que a morte também reinou sobre eles (Rm 5.15). Através de um só homem, Adão, veio a morte.

Mas através de um só homem, Jesus Cristo – veio a graça e o dom da vida de Deus, a vida eterna foi concedida.  
A condenação veio ao mundo através de Adão. A palavra é alusiva à punição que segue uma sentença judicial.
Assim, por intermédio de Cristo, recebemos o dom gratuito de Deus, que resultou na nossa justificação. Ou seja, o objetivo ou meta do dom é a justificação ou retribuição de retidão (Rm 15.18).

A mesma palavra é traduzida por “ato de justiça” (Rm 5.17). Quando a morte reina, há destruição, quando Cristo reina, somos guiados á vida eterna e passamos a compartilhar sua glória.

Por meio de Adão veio a condenação, por meio de Cristo veio a graça sobre todos os homens para justificação da vida, ou seja, a justificação que produz como resultado a vida.

Existem muitas controvérsias nessa porção da carta aos Romanos. Essa talvez seja uma das passagens mais difíceis das Escrituras.

Um monge por nome Pelágio, que no ano 409 saiu de Roma para Catargo, no Norte de África, fugindo da invasão de Alarico, ensinava, que Deus não atribui ao homem nem a natureza pecaminosa de Adão, nem a culpa a ele imputada.

Sabemos que este ensino é uma heresia e foi combatida por todos os pais da igreja, inclusive Agostinho de Hipona. Pois, se assim fosse, não teria sido necessária a morte de Cristo.

Jacó Armínio, um pastor da igreja holandesa reformada, afirmava que Deus atribui a corrupção do pecado de Adão ao homem, mas não a culpa, no sentido de “culpabilidade”.

A posição calvinista se baseia numa compreensão muito séria e bem literal das declarações de Paulo em Rm 5.12-19, que afirma que o pecado entrou no mundo por intermédio de Adão, e a morte através do pecado, de modo que ela atingiu a todos, pois todos pecaram. Pelo pecado de uma só pessoa, todos pecaram.

Milard J. Erickson, em sua teologia sistemática enfatiza que Paulo está falando dos pecados pessoais de todos os seres humanos.

Todos pecaram como indivíduos e mediante os próprios atos incorremos na mesma culpa pessoal que Adão incorreu, por causa do seu ato.

Portanto, a oração poderia ser assim traduzida, desse modo, a morte veio a todos os homens, pois todos pecaram, em consonância com o princípio das responsabilidades pelos atos pessoais e somente por Eles.

O sentido seria que todos morrem porque todos são culpados, e todos são culpados porque cada um pecou por responsabilidade própria.
 Bibliografia:
Lições Bíblicas EBD CPAD - 2º. Trimestre 2016. Comentarista: Pr.José Gonçalves.
 GONÇALVES. José. Maravilhosa Graça – O Evangelho de Jesus revelado na Carta aos Romanos. CPAD. RJaneiro 2016
RADMACHER, Earl D. O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento com Recursos Adicionais. Editora Central. RJaneiro, 2010
CHAMPLIN. R.N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnus. SPaulo, 2002
DYKE, Fred Van, e outros.A Criação Redimida – A base Bíblica para a Mordomia Ecológica. Edit. Cultura Cristã. Spaulo 1999
ERICKSON, Millard J. Teologia Sistemática. Edições Vida Nova. SPaulo, 2015
CHAFER, Lewis Sperry – Vl 7 & 8. Editora Hagnos. SPaulo, 2003
GOPPELT. Leonhard – Teologia do Novo Testamento Vls 1 e 2 – Editora Sinodal Vozes. R.Janeiro, 1982.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. CPAD. RJaneiro 2012

BARBAGLIO. Giuseppe. As Cartas de Paulo Vl 2. Edit. Loyola. São Paulo, 1991.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Vídeo da Lição 4 Jovens - Preparando-se para Construir uma Família.1

O propósito de Deus na vida do seu povo, em regra, é que ninguém esteja só, não obstante alguns, por escolha própria ou determinação de Deus, não…

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Vídeo da Lição 04 - EBD Jovens - Preparando-se para Construir uma Família

                                                 Preparando-se para Construir uma Família
                                                          Jovens de 18 a 25 anos

domingo, 17 de abril de 2016

O Cristão e a Política - 17.04.2016

Romanos 13.1-7
Por: Pr. João Barbosa (COMADALPE)

Reflexão: Não se deve por em dúvida que o poder civil é uma vocação, não somente santa e legítima diante de Deus, mas também mui sacrossanta e honrosa entre todas as vocações. (João Calvino – O grande reformador de Genebra)

A palavra cristão veio a existência como uma forma de escárnio aplicado aos seguidores de Cristo.
Primeiro chamaram os apóstolos de os do caminho (At 24.14). Depois os da seita do nazareno, e por fim, na cidade de Antioquia da Síria, como forma de desprezo e escárnio os chamaram de cristãos.

Essa palavra aparece em Atos 26.28, quando Paulo fazia a sua defesa perante o rei Agripa, e em 1Pe 4.16, quando a palavra cristão já tinha sido absorvida pelos seguidores de Cristo e por toda a sociedade. O apóstolo Pedro exorta os crentes a sofrerem como cristãos.

O que é Política? – É a arte ou ciência de governar; a arte ou a ciência da organização, direção, e administração de nações, estados e províncias.

A aplicação desta arte nos negócios internos da nação é chamada de política interna. Quando aplicada nos negócios externos da nação, é chamada de política externa. 

Assim temos a política de saúde, a política habitacional, a política de educação, a política social. Finalmente, uma ação política para todas as necessidades da sociedade e atendimento das demandas de um povo.

Qual deve ser o comportamento do crente para com a Política? – Segundo o sábio Salomão, quando o governo é formado de homens justos e honestos, o povo vive feliz, mas quando os líderes de uma nação são maus e desonestos, o povo chora de tristeza (Pv 29.2 BV).

Quando os bons alcançam o poder, todos festejam; mas, quando o poder cai nas mãos dos maus, o povo se esconde de medo (Pv 28.12 NTLH).
Abraão se destacou no cenário político do seu tempo. Tinha uma posição de estadista e era respeitado por todos os povos vizinhos (Gn 14.12-17; 23.3-6).

José foi um político e grande administrador dos negócios de uma das mais prósperas civilizações do vale do Nilo, o Egito. E governou no temor de Deus. Faraó disse ao seu povo que ninguém levantava a mão ou o pé, senão, por ordem de José.

Somente no trono ele era de posição inferior ao rei. Nos dias atuais, José seria chamado de Primeiro Ministro (Gn 41.38-44).
O período dos Juízes e do Reino Unido foi muito rico em engenharia política. Jeftá usou a diplomacia antes da guerra (Jz 11.1-14).

E que dizer das habilidades de Davi em uma verdadeira obra de engenharia política, que mesmo doente e acamado desfez a conspiração de Adonias, seu filho, Joabe comandante de seu exército e o sacerdote Abiatar, para usurparem o trono de Salomão (1Re 1.5-7, 18,19, 32-39).

Daniel foi profeta, político e estadista nos reinos da Babilônia e da Pérsia (Dn 6.1-3). O sacerdote Esdras e Neemias, todos exerceram cargos políticos. O crente é um cidadão da terra e do céu, portanto deve exercer os seus direitos políticos segundo preceitua as Escrituras.

Cidadão da terra – Costuma-se dizer que os três direitos básicos da cidadania são: os civis, os políticos e os sociais.

  1. Direitos Civis – Estão ligados ao que chamamos de liberdade individual. Quando as pessoas não são iguais perante a lei, ocorre uma violação dos direitos civis. A Constituição Federal diz que todos são iguais perante a lei. A discriminação é um crime. E é também um pecado, porque Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 10.11).
  2. Direitos Políticos – Estão relacionados ao direito que as pessoas têm de participar no governo da sociedade. Pelos diretos políticos, todas as pessoas têm o direito de votarem e serem votadas. Isto é: concorrer nas eleições e votar naqueles que estão concorrendo. Devemos agradecer a Deus, pois vivemos em um país democrático e podemos exercer nossos direitos de cidadãos ocupando os espaços constitucionais. Um dos maiores castigos aplicado a um cidadão é quando lhe são suspensos os direitos de votar e ser votado.
  3. Direitos Sociais – Permitem diminuir as desigualdades sociais e garantir a todos um mínimo de bem estar. Como cidadãos terrenos, precisamos exercer esses três direitos básicos da cidadania. Então, como cristãos seremos cidadãos plenos, tanto do Céu como da Terra.
O crente como Cidadão do Céu – Os patriarcas embora vivessem em uma terra que por juramento de Deus lhes pertencia, se consideravam como peregrinos e forasteiros, porque esperavam uma cidade que tem fundamento cujo artífice e construtor é Deus (Hb 11.13-17).

Este é o exemplo dos patriarcas que buscavam a cidadania celeste. Paulo ao escrever aos Filipenses faz uma alusão à cidadania espiritual e celeste dos membros da igreja, onde Cristo é o Senhor absoluto. Isso subentende um novo e elevado destino (Fp 3.20).

Os irmãos filipenses que tinham direito à cidadania romana, sem dúvida compreenderam bem a metáfora usada pelo apóstolo.

Dirigindo-se aos Colossenses, o apóstolo Paulo não usa a palavra cidadania, mas, fala sobre o crente como pertencente ao reino do amado Filho de Deus (Cl 1.13).

Aos crentes efésios ele diz: “Agora, já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas, concidadãos dos santos e da família de Deus” (Ef 2.19).

É de modo digno diante de Deus, da pátria, e de sua consciência e das pessoas que o cercam, que o crente como cidadão do Céu, pode plenamente exercer o seu direito como cidadão da Terra.

(Obs: Este é o primeiro artigo de uma série sobre o crente e a política).

Fontes de Pesquisa
Lição Bíblica Dominical - 3º. Trimeste 2002 - EBD CPAD
CHAMPLIN. R.N - Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia


CAVALCANTI Robson. O Cristão e a Política – Teoria bíblica e Prática Histórica. Editora Ultimato. Minas Gerais, 2002

terça-feira, 12 de abril de 2016

Vídeo da Lição 3 - Justificação, Somente pela Fé em Jesus Cristo

A "Justificação pela fé", também conhecida como sola fide, é um dos conceitos basilares do luteranismo e de todas as denominações cristãs que advém da Reforma Protestante. Pode-se dizer que esse conceito religioso foi um dos catalisadores da Reforma. Lutero inspirou-se na afirmação do apóstolo São Paulo de que "o justo viverá pela fé" (Romanos 1:17), contrariando assim a afirmação da Igreja Católica, que defendia que à fé se deviam acrescentar as boas obras a fim de se poder alcançar a salvação.

Jovens - Lição 3 - As Diferentes Mudanças Sociais da Família


O mais antigo e elementar agrupamento humano, denominado família, em torno do qual a história da civilização se desenvolve, adquiriu inúmeros e…

Jovens - Lição 2 O Primeiro Problema Enfrentado em Família


É impossível que os lares não tenham que passar por conflitos, inclusive as famílias tementes a Deus. A diferença é justamente a causa desses litígios, .......

Jovens - Lição 1 A instituição da Família

Quando o Eterno pensou na vida na Terra, resolveu estabelecer um projeto plural para o homem, o qual não deveria estar só. Por isso, criou Eva......

Lição 03 - Justificação Somente pela Fé em Jesus Cristo - 17.04.16 - EBD

Abordagem de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
2º. Trimestre 2016
Romanos 4. 17-22
Reflexão: A justificação dos pecados diante de Deus ocorre somente pela fé.

A carta aos Romanos está alicerçada em fatos reais e não simplesmente em teorias. Nesta mensagem o apóstolo Paulo nos dá um exemplo vivo de justificação pela fé (Gn 15.6).
Abraão creu nas promessas de Deus e isso lhe foi imputado como justiça, quando ele ainda estava na incircuncisão, treze anos antes de ser circuncidado (Rm 4.11,12,
16,17; Gl 3.7-9,29).

Todo aquele que é da fé, quer judeu ou gentio, é um Filho de Abraão. Não há dúvida de que a fé de Abraão é o fator que o torna tão importante. Deus fez importantes promessas a ele e aos seus descendentes. Isaque, Jacó e os doze filhos de Jacó, que deram origem ao povo israelita – promessas que Deus repetiu no decorrer da história de Israel.

Abrão é lembrado como o homem que creu em Deus, e que tudo que o Senhor prometeu se cumpriu em sua vida. Devemos considerar que Abraão não tinha as evidencias que nós temos hoje. Os herdeiros da promessa divina só podem ser os que creem.

Só a fé, de fato, mantém o caráter gratuito dos bens prometidos e a destinação universalista das promessas.

Se a promessa estivesse ligada a lei, valeria só para os judeus, com a exclusão dos gentios. No entanto, o testemunho do Gn 17.5; se refere justamente a estes. “Eu te constitui por pai de uma multidão de povos, a descendência segundo a carne da qual os judeus mesmo se orgulhavam não os torna herdeiros da salvação prometida por Deus.  

Abraão na verdade é pai dos que creem.
O apóstolo Paulo faz uma distinção entre paternidade nacionalista e paternidade espiritual. Entre os descendentes  filiação histórica e descendência - filiação espiritual.

Abraão para o apóstolo Paulo era o crente. De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão (Gl 3.9).
O fundamento da justificação não é a obediência a lei; mas a morte de Cristo. Sua morte é tanto a manifestação do amor de Deus pelos pecadores como o fundamento sobre o qual a justificação está assegurada: “Sendo agora justificado pelo seu sangue” (Rm 5.9).

Mas a nossa justificação está fundamentada naquilo que Cristo fez objetivamente por nós. Assim, se fosse possível a um homem ser justificado pela lei, a morte de Cristo teria sido sem propósito (Gl 2.21).
A morte de Cristo como fundamento da justificação é mostrada com detalhes em Rm 3.21-26.

Os homens são justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, a qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue (Rm 3.24,25).

A morte propiciatória de Cristo foi um ato de justiça divina (Rm 3.25). Antes da morte de Cristo, os pecados ficaram debaixo da paciência de Deus (Ec 8.11).
A morte de Cristo é uma prova de que Deus é justo e é justificador daquele que tem fé em Jesus (Rm 3.26).

Mais uma vez o apóstolo Paulo apela para as Escrituras citando Gn 17.5. Para confirmar sua exposição, longe de ser pai somente dos judeus, os circuncidados, Abraão seria também o pai de todos os crentes, judeus e gentios igualmente.
Como está escrito: Por pai de muitas nações te constitui perante aquele no qual creu, a saber, Deus, que vivifica os mortos, e chama as coisas que não são, como se já fossem (Rm 4.17).

Essa declaração está vinculada aos seguintes pensamentos: Primeiro, faz-nos lembrar que Isaque nasceu de alguém já amortecido (Hb 11.12), pois, Sara já havia passado em muito, da idade própria da concepção, e o próprio Abraão já era idoso.

Nesse episódio percebemos o poder vivificador de Deus, o que torna possível aquilo que é totalmente impossível, tornando isso uma realidade.
Isto também nos faz lembrar sobre a ressurreição de Cristo, por intermédio de quem a vida eterna é dada aos homens, e isso por igual modo, contra situações incrivelmente instransponíveis. Além disso, há a maravilha da nova vida que temos em Cristo, a vida eterna.

Paulo contemplava a quantidade incrível de nações gentílicas que tinham se tornado cristãs.
Deus trouxe Isaque á vida. Deus trouxe Cristo vivo novamente, do sepulcro. Deus trouxe a igreja à existência, essencialmente, composta de judeus e gentios, os quais, de fato, são filhos de Abraão, a exemplo de Isaque.

Alguns pensam que esteja implícito nisso a ressurreição final e gloriosa entrada dos filhos de Deus na vida celeste.
Pois, chamar a existência, as coisas que não são como se já fossem, isso pode indicar um decreto divino, como chamar do nada (Is 51.4; 2Re 8.1).

É através de seus decretos que Deus traz à existência as coisas que agora não existem.
Deus permite por seus decretos que coisas que não existem venham à existência (Is 40.26; 45.3).

“O qual em esperança creu contra a esperança para que se tornasse pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência” (Rm 4.17). Porque a fé de Abraão se reveste de tanta importância? Diz Paulo: Sua fé era contra a esperança, apesar de ter repousado sobre a esperança.

Abraão não tinha nenhuma esperança. Mas, visto que ele confiou na promessa de Deus, então creu.  Ficou plenamente certo que o propósito divino era que dele se derivassem muitos povos, e que seus descendentes seriam tão numerosos quanto as estrelas do céu (Gn 15.5).
“Então creu e isso lhe foi imputado com  justiça (Gn 15.6).

A fé é uma estrada real:
1.            O caminho da fé, portanto, outorga a vida individual, algo do maravilhoso poder divino.

2.            Sua fé lhe fez adquirir muitas provisões espirituais e materiais – tornou-se amigo de Deus. Viu Deus operar milagrosamente e tornou-se proprietário de imensas provisões físicas e espirituais.

3.            Foi estrangeiro e peregrino na terra. Ele sabia que tinha uma cidade espiritual (Hb 11.16).

4.            Agora Abraão pode olhar dos lugares espirituais e ver como o seu  pacto? (At 3.25) está se cumprindo e contempla a grande colheita de almas dentre as nações.

A fé de Abraão antecipou a vinda histórica de Cristo. A verdadeira fé desconhece limites, pois não tem limitação nem de tempo ou de espaço.
Abraão viveu uma vida em ressurreição conforme os versículos (Rm 4.16,17,18,25).

Essa fé suprema de Abraão levou-o a esperar contra a esperança. Sua fé é um sim firmado na Palavra de Deus.
A fé confia na Palavra de Deus;
A fé põe crédito na Palavra porque ela é verdadeira;
A fé vê mais ajuda na promessa de Deus do que vê impedimentos em todas outras coisas;
A fé nos leva a perceber o amor, no coração de Cristo quando ele, com a sua boca nos repreende;

A fé ajuda a alma a esperar em Deus, ainda que Deus adie a doação;
A fé nos outorga consolo, em meio mesmo aos temores;
A fé sente doçura da vara de Deus;
A fé torna leve as maiores cargas;

A fé nos ajuda quando nos sentimos desanimados;
A fé nos aproxima de Deus mesmo quando estamos afastados dele;
A fé leva o homem para debaixo da graça divina;
A fé purifica o coração;
A fé torna nossas obras aceitáveis a Deus, por intermédio de Cristo;

A fé nos outorga paz e consolo na alma;
A fé nos capacita a ver a preciosidade de Jesus Cristo;
Pela fé a nossa vida é cheia da plenitude de Cristo;

A fé nos outorga a vitória sobre a lei, sobre o pecado, sobre a morte; sobre Satanás e sobre todos os males;
A fé nos exibe a maior excelência daquelas coisas que se não veem do naquelas que são visíveis;

A fé torna os caminhos de Deus agradáveis e admiráveis;
Pela fé Abraão, Isaque e Jacó possuíram a Terra da promessa;
Pela fé, os filhos de Israel passaram pelo Mar Vermelho;

Pela fé Gideão realizou mais, com trezentos homens e alguns cântaros vazios, do que todas as doze tribos de Israel poderiam ter feito devido á sua incredulidade, pois não criam em Deus; Pela fé, Pedro andou por cima das águas do mar, porém, devido a sua incredulidade, começou a afundar.


Bibliografia:
Lições Bíblicas EBD CPAD - 2º. Trimestre 2016. Comentarista: Pr.José Gonçalves.
 GONÇALVES. José. Maravilhosa Graça – O Evangelho de Jesus revelado na Carta aos Romanos. CPAD. RJaneiro 2016
CHAMPLIN. R.N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnus. SPaulo, 2002
GOPPELT. Leonhard – Teologia do Novo Testamento Vls 1 e 2 – Editora Sinodal Vozes. R.Janeiro, 1982.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. CPAD. RJaneiro 2012
BARBAGLIO. Giuseppe. As Cartas de Paulo Vl 2. Edit. Loyola. São Paulo, 1991.

Bíblia King James. SBB Íbero Americana. 2012

terça-feira, 5 de abril de 2016

Lição 02 - A Necessidade Universal da Salvação em Cristo - 10.04.16 - EBD

 Abordagem de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
2º. Trimestre 2016
Romanos 1.18-20; 25-27; 2.1,17-21
Reflexão: O pecado manchou toda a raça humana e somente o sangue de Cristo é suficiente para purificá-la.

Com a queda do homem no Éden e sua expulsão do jardim, o gênero humano continuou em queda livre do ponto de vista espiritual. Com a morte de Abel e a depravação generalizada nos dias de Lameque, Deus decidiu destruir aquela geração preservando Noé, sua esposa, seus filhos e as mulheres de seus filhos (oito pessoas).

Porém, cinco gerações depois do Dilúvio, os homens caíram na mais abominável depravação: a idolatria, a feitiçaria e todas as formas de ocultismo, e a criação de seus próprios deuses para serem adorados em lugar de Deus, em Babel ou Babilônia que é a mãe de todas as abominações da terra (Gn 11.1-9).

A humanidade etnicamente tinha sido dividida em três vertentes profetizadas por Noé através de seus filhos Sem, Cam e Jafé. Sendo quatorze de Jafé, trinta de Cam e vinte e seis de Sem (Gn 10.2-5, 6-20, 21-31). Estas são as famílias dos filhos de Noé segundo as suas gerações nas suas nações. E destes foram disseminadas as nações na terra depois do Dilúvio (Gn 10.32).

Entre os filhos de Sem que detinham a bênção da primogenitura destacava-se Éber, Pelegue e Joquitan (Gn 10.25), que formavam uma vertente piedosa vinda através de Sete e Enus, passando por Enoque, Noé, Sem, até Abraão (Gn 4.26; 5.3-6; 9.26; 12.1-3).

Quando as trevas do pecado cobriu o mundo aproximadamente na sexta geração depois do Dilúvio, Deus tornou audível sua palavra a Abraão, um descendente de Éber, estabelecendo com ele uma aliança.

 Com a Aliança Abraãmica a humanidade passou espiritualmente a ser considerada em duas vertentes: Os descendentes de Abrão ou israelitas (Gn 12.1-3; 15.12-21).
A Aliança Abraãmica efetuada no capítulo 17 de Gênesis, estabeleceu como sinal do pacto o rito da circuncisão (Gn 17.9-14, 23-27).

A circuncisão não é o ingrediente para a salvação. Alguns judeus convertidos ao cristianismo nos primórdios da igreja opinavam que a circuncisão era uma medida necessária para a salvação.

Para esses judeus parecia impossível que um gentio convertido participasse das bênçãos do espírito Santo sem que fossem circuncidados (At 15.1-35).
Em sua epístola aos Gálatas, o apóstolo Paulo argumentou com muita segurança que a salvação em Cristo não depende de méritos humanos, mas somente mediante a graça de Deus (Gl 2.16; Tt 2.11; Ef 2.1-5, 8,9).

Na carta aos Romanos, Paulo esclareceu que o rito da circuncisão feita por Abraão nada tinha a ver com a salvação (Rm 4.9-12). Ele havia crido em Deus e isso lhe foi imputado como justiça muito tempo antes de ser circuncidado (Gn 15.6).

A circuncisão não era um meio de salvação, mas um selo de sua separação exclusiva para servir a Deus. Na nova aliança há um novo ingrediente para a salvação, a fé na obra expiatória de Cristo Jesus. O selo da nossa salvação não é externo, mas é a presença do Espírito Santo como testemunho interno (Rm 8.9,10, Ef 1.13; 4.30).

A circuncisão neo testamentária não e física, mas espiritual (Cl 2.9-12). Na carta aos Romanos Paulo deixou bem claro que Abraão alcançou a promessa por meio da fé (Gn 15.6; Rm 4.9-14).

A maior fratura do mundo antigo era justamente a que havia entre circuncisos e incircuncisos: Uma fratura de caráter étino, histórico-cultural e religioso. Paulo proclama que Cristo é a radical superação disso, diante da revelação e da atuação da iniciativa salvífica de Deus, em Cristo Jesus que foi morto e ressuscitado (RM 1.1-17).
Os privilégios, e desvantagens que existiam entre judeus e gentios desaparecem em Cristo Jesus. Agora todos estão igualmente necessitados da salvação e libertação; “Porque 
Deus encerrou todos debaixo da desobediência a fim de usar de misericórdia para com todos” (Rm 11.32).
Na carta aos Romanos Paulo repete com insistência que Deus não faz descriminação de pessoas (Rm 2.11). Todos pecaram e estão privados da glória de Deus e todos são justificados pela graça mediante a fé em Cristo Jesus (Rm 3.22-24).
Tantos judeus como gentios todos têm o mesmo Senhor generoso com todos os que o invocam (Rm 10.12; 15.7-12). A ação salvífica é do Deus de todos, e não só dos circuncisos (Rm 3.29). Deus em Cristo é quem intervém para reconciliar a humanidade (Rm 3.26).
No plano subjetivo, a salvação ocorre unicamente pela fé (Rm 1.17; 3.21-3; cp.4; 5.1; 9.30-32; 10.6). A essa salvação todos são indistintamente chamados circuncisos e incircuncisos.
Tanto os judeus que observam a lei divina do Sinai e os sem-lei, os que têm uma tradição religiosa respeitável, e todos que estão caminhando pela senda da idolatria.
Tanto o fariseu com sua respeitabilidade moral, como o publicano, todos precisam de Deus. O apóstolo Paulo ao escrever sua carta aos Romanos fez uma profunda análise da situação do mundo gentil, que estava mergulhado na imensa depravação moral, na idolatria e na insensibilidade diante das realidades espiritual.
Deus tinha se revelado através da revelação especial. É razoável supor que Deus falasse ás suas criaturas aquém ele tornou capazes de tal comunhão. Deus falou de vários modos (Hb 1.1,2) pela criação; isto está declarado no salmo 119.1-6; 104.20.30 e Rm 1.19,20; 8.19,22.
Todas as pessoas estão propensas a alguma forma de religião. Todos sentem nostalgia de Deus, contudo, deixam de cultuar a Deus que o criou, cuja revelação geral o torna universalmente conhecido.
O pecado do egoísmo e a aversão às reivindicações do Criador tem levado a humanidade à idolatria, ao erro de prestar culto e homenagem a qualquer outro poder ou objeto, ao invés de cultuar a Deus (Is 44.9-20; Rm 1.21-23; Cl 3.5).
Em sua idolatria os homens apóstatas “Detém a verdade pela mentira” e “mudaram a glória de Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível bem como de aves, quadrúpedes e répteis” (Rm.1. 18,23).
Eles asfixiam extinguem tanto quanto podem, o conhecimento que a revelação geral oferece do transcendente Deus Criador, transferindo o inerradicável senso de divindade para objetos indignos. Isso, em consequência, conduz a um drástico declínio moral e à desgraça, como primeira manifestação da ira de Deus contra a apostasia (Rm 1.18.24-32).
Deus não permitirá que os seres humanos suprimam inteiramente o conhecimento dele e de seu juízo. Alguma consciência do certo e do errado, bem como de responsabilidade para com Deus, sempre permanece (Rm 12.14,15).
Mesmo no mundo decaído, cada um é dotado de uma consciência que, às vezes, condena, falando-lhes que deve sofrer por causa dos erros que tem cometido. Quando a consciência fala nesses termos, fala com a voz de Deus.
Em certo sentido, a humanidade decaída não conhece a Deus, uma vez que aquilo que as pessoas acreditam a respeito dos objetos que cultuam falsifica e distorce a verdade a respeito de Deus (Rm 1.18-21).
Noutro sentido, todos os seres humanos conhecem a Deus, porém com culpa, com desconfortáveis ideias vagas sobre o juízo que não podem evitar.
Somente o evangelho de Cristo pode falar de paz a esse aspecto da condição humana (Rm 1.23,24).
A universalidade do pecado, isto é, que todos os homens estão debaixo da condenação eterna, é uma doutrina claramente demonstrada na epístola aos Romanos.

Por outro lado, o universalismo, doutrina herética que afirma que todos os homens, independentemente se acredita em Cristo ou não, no fim de tudo, serão salvos, é claramente rejeitada nessa mesma carta. Cabe a nós, portanto, conhecedores desses fatos, viver essa bendita salvação e compartilhá-la com que ainda não a possui.

Bibliografia:
Lições Bíblicas EBD CPAD - 2º. Trimestre 2016. Comentarista: Pr.José Gonçalves.
 GONÇALVES. José. Maravilhosa Graça – O Evangelho de Jesus revelado na Carta aos Romanos. CPAD. RJaneiro 2016
GOPPELT. Leonhard – Teologia do Novo Testamento Vls 1 e 2 – Editora Sinodal Vozes. R.Janeiro, 1982.
BARBAGLIO. Giuseppe. As Cartas de Paulo Vl 2. Edit. Loyola. São Paulo, 1991.

Bíblia King James. SBB Íbero Americana. 2012