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domingo, 17 de abril de 2016

O Cristão e a Política - 17.04.2016

Romanos 13.1-7
Por: Pr. João Barbosa (COMADALPE)

Reflexão: Não se deve por em dúvida que o poder civil é uma vocação, não somente santa e legítima diante de Deus, mas também mui sacrossanta e honrosa entre todas as vocações. (João Calvino – O grande reformador de Genebra)

A palavra cristão veio a existência como uma forma de escárnio aplicado aos seguidores de Cristo.
Primeiro chamaram os apóstolos de os do caminho (At 24.14). Depois os da seita do nazareno, e por fim, na cidade de Antioquia da Síria, como forma de desprezo e escárnio os chamaram de cristãos.

Essa palavra aparece em Atos 26.28, quando Paulo fazia a sua defesa perante o rei Agripa, e em 1Pe 4.16, quando a palavra cristão já tinha sido absorvida pelos seguidores de Cristo e por toda a sociedade. O apóstolo Pedro exorta os crentes a sofrerem como cristãos.

O que é Política? – É a arte ou ciência de governar; a arte ou a ciência da organização, direção, e administração de nações, estados e províncias.

A aplicação desta arte nos negócios internos da nação é chamada de política interna. Quando aplicada nos negócios externos da nação, é chamada de política externa. 

Assim temos a política de saúde, a política habitacional, a política de educação, a política social. Finalmente, uma ação política para todas as necessidades da sociedade e atendimento das demandas de um povo.

Qual deve ser o comportamento do crente para com a Política? – Segundo o sábio Salomão, quando o governo é formado de homens justos e honestos, o povo vive feliz, mas quando os líderes de uma nação são maus e desonestos, o povo chora de tristeza (Pv 29.2 BV).

Quando os bons alcançam o poder, todos festejam; mas, quando o poder cai nas mãos dos maus, o povo se esconde de medo (Pv 28.12 NTLH).
Abraão se destacou no cenário político do seu tempo. Tinha uma posição de estadista e era respeitado por todos os povos vizinhos (Gn 14.12-17; 23.3-6).

José foi um político e grande administrador dos negócios de uma das mais prósperas civilizações do vale do Nilo, o Egito. E governou no temor de Deus. Faraó disse ao seu povo que ninguém levantava a mão ou o pé, senão, por ordem de José.

Somente no trono ele era de posição inferior ao rei. Nos dias atuais, José seria chamado de Primeiro Ministro (Gn 41.38-44).
O período dos Juízes e do Reino Unido foi muito rico em engenharia política. Jeftá usou a diplomacia antes da guerra (Jz 11.1-14).

E que dizer das habilidades de Davi em uma verdadeira obra de engenharia política, que mesmo doente e acamado desfez a conspiração de Adonias, seu filho, Joabe comandante de seu exército e o sacerdote Abiatar, para usurparem o trono de Salomão (1Re 1.5-7, 18,19, 32-39).

Daniel foi profeta, político e estadista nos reinos da Babilônia e da Pérsia (Dn 6.1-3). O sacerdote Esdras e Neemias, todos exerceram cargos políticos. O crente é um cidadão da terra e do céu, portanto deve exercer os seus direitos políticos segundo preceitua as Escrituras.

Cidadão da terra – Costuma-se dizer que os três direitos básicos da cidadania são: os civis, os políticos e os sociais.

  1. Direitos Civis – Estão ligados ao que chamamos de liberdade individual. Quando as pessoas não são iguais perante a lei, ocorre uma violação dos direitos civis. A Constituição Federal diz que todos são iguais perante a lei. A discriminação é um crime. E é também um pecado, porque Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 10.11).
  2. Direitos Políticos – Estão relacionados ao direito que as pessoas têm de participar no governo da sociedade. Pelos diretos políticos, todas as pessoas têm o direito de votarem e serem votadas. Isto é: concorrer nas eleições e votar naqueles que estão concorrendo. Devemos agradecer a Deus, pois vivemos em um país democrático e podemos exercer nossos direitos de cidadãos ocupando os espaços constitucionais. Um dos maiores castigos aplicado a um cidadão é quando lhe são suspensos os direitos de votar e ser votado.
  3. Direitos Sociais – Permitem diminuir as desigualdades sociais e garantir a todos um mínimo de bem estar. Como cidadãos terrenos, precisamos exercer esses três direitos básicos da cidadania. Então, como cristãos seremos cidadãos plenos, tanto do Céu como da Terra.
O crente como Cidadão do Céu – Os patriarcas embora vivessem em uma terra que por juramento de Deus lhes pertencia, se consideravam como peregrinos e forasteiros, porque esperavam uma cidade que tem fundamento cujo artífice e construtor é Deus (Hb 11.13-17).

Este é o exemplo dos patriarcas que buscavam a cidadania celeste. Paulo ao escrever aos Filipenses faz uma alusão à cidadania espiritual e celeste dos membros da igreja, onde Cristo é o Senhor absoluto. Isso subentende um novo e elevado destino (Fp 3.20).

Os irmãos filipenses que tinham direito à cidadania romana, sem dúvida compreenderam bem a metáfora usada pelo apóstolo.

Dirigindo-se aos Colossenses, o apóstolo Paulo não usa a palavra cidadania, mas, fala sobre o crente como pertencente ao reino do amado Filho de Deus (Cl 1.13).

Aos crentes efésios ele diz: “Agora, já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas, concidadãos dos santos e da família de Deus” (Ef 2.19).

É de modo digno diante de Deus, da pátria, e de sua consciência e das pessoas que o cercam, que o crente como cidadão do Céu, pode plenamente exercer o seu direito como cidadão da Terra.

(Obs: Este é o primeiro artigo de uma série sobre o crente e a política).

Fontes de Pesquisa
Lição Bíblica Dominical - 3º. Trimeste 2002 - EBD CPAD
CHAMPLIN. R.N - Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia


CAVALCANTI Robson. O Cristão e a Política – Teoria bíblica e Prática Histórica. Editora Ultimato. Minas Gerais, 2002

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