Abordagem de Conteúdos Transversalizados
com o Tema em Estudo
2º. Trimestre 2016
Romanos 6. 1-12
Reflexão: Cristo Jesus é a graça divina manifestada em forma
humana.
Paulo
inicia o
capítulo 6 de Romanos fazendo uma refutação aos Antinomistas, que diziam,
se onde abundou o pecado superabundou a graça, então quanto mais pecar quanto mais
graça. Por isso diz o apóstolo:
“Que diremos pois? permaneceremos no pecado
para que a graça seja mais abundante? De modo nenhum! Nós que estamos mortos
para o pecado, como
viveremos
ainda nele?... (Rm 6.1,2-6).
O
que é Antinomismo? O termo significa
literalmente "contra lei". Não no sentido de oposição à lei,
mas no sentido de não aceitar que exista de fato alguma norma geral que seja
capaz, por si mesma, de classificar a mentira como sendo certo ou errado.
Talvez a palavra mais correta fosse mesmo "anomia", isto é, "sem
lei, ou ausência de lei".
Antinomismo
é a especulação a respeito de um problema filosófico realizada por intermédio
de dois argumentos, ambos coerentes e críveis em suas formulações respectivas,
mas antagônicos em suas conclusões.
O Antinomismo é a doutrina que
assevera não haver mais necessidade de se pregar nem observar as leis morais do
Antigo Testamento.
Sabemos que a lei cerimonial, esta, foi abolida por
Cristo, mas as leis morais têm valor eterno. O Antinomismo foi um dos principais inimigos da graça nos dias
de Paulo, e ainda continua sendo em nossos dias.
Outro grande inimigo da graça é o legalismo. A
palavra "legalismo" é usada por alguns cristãos evangélicos para
descrever uma posição doutrinária que apresenta um conjunto de regras e prescrições
para alcançar a salvação e o crescimento espiritual. Os Legalistas admitem a
necessidade de ter uma aceitação rigorosa e literal a essas regras e prescrições.
De
acordo com a Palavra de Deus essa posição é contrária à graça de Deus. Aqueles
que defendem tal posição podem até deixar de entender o verdadeiro propósito da
lei, principalmente da lei de Moisés no Velho Testamento, a qual é um guia para
nos conduzir a Cristo (Gálatas 3:24).
Em relação à visão de alguns, legalismo é o oposto de ser gracioso. Dessa forma conforme estes afirmam até crentes podem ser legalistas.
Em relação à visão de alguns, legalismo é o oposto de ser gracioso. Dessa forma conforme estes afirmam até crentes podem ser legalistas.
O apóstolo
Paulo, no entanto, nos admoesta a ser graciosos uns com os outros:
"Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões"
(Romanos 14:1).
É lamentável
o fato de que alguns defendem sua posição escatológica de uma forma tão contundente
que terminam eliminando outras pessoas de sua comunhão antes de conceder-lhes o
direito de expressar sua própria opinião. Isso também se denomina Legalismo.
O
Antinomismo e o Legalismo são inimigos da graça de Deus (Rm 6.15-19; Ef 2.8-10).
A graça destrói o domínio do pecado porque o
pecado é como um tirano impiedoso que não poupa os seus súditos. Ele reinou
desde eu entrou no mundo e seu domínio parecia não ter fim.
Mas a graça de Deus destrói
todo domínio do pecado (Rm 6.6-10). Podemos dizer que a graça é o auxílio
divino e a força que recebemos por meio da Expiação de Jesus Cristo. Por meio
da graça, somos salvos do pecado e da morte.
Além disso, a graça é
um poder capacitador que nos fortalece a cada dia e nos ajuda a perseverar até
o fim. É necessário esforço de nossa parte para receber a plenitude da graça do
Senhor. ...”Porque onde o pecado abundou superabundou a graça; (Rm 5.20b).
A Bíblia nos mostra
dois tipos de graça: A graça comum e a graça salvadora.
A graça comum – Segundo afirma
Hernandes Dias Lopes, um dos principais frutos da graça comum são as muitas bênçãos naturais que
os seres humanos recebem nesta vida presente.
Quanto a esse fruto em
particular, a graça comum pode ser definida como aquelas bênçãos gerais, como a
chuva e o fulgor do sol, o alimento e a bebida, a vestimenta e o teto, as quais
Deus concede a todas as pessoas sem relutância ou discriminação.
Embora muitos façam pouco caso das bênçãos de
Deus, ainda assim eles recebem abundantes provas da bondade do Senhor todos os
dias, mesmo que eles não sejam eficazmente chamados para a salvação.
Há várias passagens bíblicas revelando que
Deus derrama suas bênçãos sobre todas as pessoas sem exceção, isto é, sobre
justos e injustos, eleitos e não eleitos, como por exemplo: Gn 17.18,20; 39.5;
Sl 36.6; 104.16-30; 145.9,15,16; Jn 4.10,11; Mt 5.44,45; Mc 8.2; Lc 6.35,36; At
14.16,17; 1Tm 4.10. Essas dádivas vêm como bênçãos não só para os bons, mas
também para os maus.
A graça de Deus é um favor
concedido a pecadores indignos. Deus não nos amou,
escolheu, chamou e justificou por causa dos nossos méritos, mas apesar dos
nossos deméritos. A causa da salvação não está no homem, mas em Deus; não está
no mérito do homem, mas na graça de Deus, não está naquilo que fazemos para
Deus, mas no que Deus fez por nós.
Deus não nos amou porque éramos receptivos ao
seu amor, mas amou-nos quando éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos. Deus
nos escolheu não por causa da nossa fé, mas para a fé; Deus nos escolheu não
porque éramos santos, mas para sermos santos; não porque praticávamos boas
obras, mas para as boas obras; não porque éramos obedientes, mas para a
obediência.
A graça de Deus não
é o resultado das obras, mas as obras são o resultado da graça. Graça e obras estão em lados opostos. Não podem caminhar pela
mesma trilha como a causa da salvação.
A graça salvadora – Aqueles que se
esforçam para alcançar a salvação pelas obras rejeitam a graça e aqueles que
recebem a salvação pela graça não podem ter a pretensão de contribuir com Deus
com suas obras.
A salvação é totalmente pela graça, mediante a fé, independente
das obras. As obras trazem glória para o homem; a graça exalta a Deus. A graça
desemboca nas obras e as obras proclamam e atestam a graça. As obras são o
fruto e a graça a raiz.
As obras são a consequência e a graça a causa. As obras nascem
da graça e a graça é refletida através das obras. A graça de Deus é recebida pela fé e não por meio das obras. A salvação que a graça traz em suas
asas é recebida pela fé e não por meio das obras.
Não somos aceitos diante de Deus pelas obras que fazemos para Deus,
mas pela obra que Cristo fez por nós na cruz. A fé não é meritória, é dom de
Deus. A fé é o instrumento mediante o qual tomamos posse da salvação pela
graça. O apóstolo Paulo sintetiza este glorioso ensino, em sua carta aos
Efésios:
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de
vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos
feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de
antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.8-10).
Os pensamentos se transformam em hábitos; os hábitos se
transformam em caráter e o caráter determina o destino.
Bibliografia:
Lições Bíblicas EBD
CPAD - 2º. Trimestre 2016. Comentarista: Pr.José Gonçalves.
GONÇALVES. José. Maravilhosa Graça – O
Evangelho de Jesus revelado na Carta aos Romanos. CPAD. RJaneiro 2016
RADMACHER, Earl D. O
Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento com Recursos Adicionais. Editora
Central. RJaneiro, 2010
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Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnus. SPaulo, 2002
DYKE, Fred Van, e
outros.A Criação Redimida – A base Bíblica para a Mordomia Ecológica. Edit.
Cultura Cristã. Spaulo 1999
ERICKSON, Millard J.
Teologia Sistemática. Edições Vida Nova. SPaulo, 2015
CHAFER, Lewis Sperry – Teologia
Sistemática. Vl 7 & 8. Editora Hagnos. SPaulo, 2003
GOPPELT. Leonhard – Teologia do Novo Testamento Vls 1 e 2 – Editora Sinodal
Vozes. R.Janeiro, 1982.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento.
CPAD. RJaneiro 2012
RICHARDS. Lawrence. Comentário Bíblico do Professor. Editora Vida. SPaulo
2004
BARBAGLIO. Giuseppe. As Cartas de Paulo Vl 2. Edit. Loyola. São Paulo, 1991.
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