Abordagem de Conteúdos Transversalizados
com o Tema em Estudo
2º. Trimestre 2016
Romanos 5. 1-12
Reflexão: A justificação pela fé em Cristo nos libertou de Adão, símbolo
do velho homem, para nos colocar em Cristo, onde fomos feitos uma nova criação.
A justificação é uma declaração de Deus a respeito do
cristão, de que ele foi feito para sempre justo e aceitável diante de Deus.
Para que algo assim seja declarado deve haver uma
realidade inalterável sobre a qual possa repousar. Essa base é a posição á qual
o cristão foi trazido pela graça de Deus.
Todos a quem Deus predestinou são chamados, e todos os que
são chamados são justificados, e todos os que são justificados o são agora
glorificados (Rm 8.29,30).
Deus não condena aquele que antes justificou (Rm 8.33). Na
verdade, quatro grandes realidades que dão suporte devem ser mencionadas a esta
altura: “Quem os condenará? Cristo Jesus é quem morreu, ou antes, quem
ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede
por nós” (Rm 8.34).
Assim, o estado de justificação deve ser imutável visto
que a base sobre o qual ele repousa é assim segura para sempre.
Do cristão, contudo, é revelado que: ele é uma nova criação.
“Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já
passaram; eis que tudo se fez novo. Mas, todas as coisas provêm de Deus que nos
reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da conciliação”
(2Co 5.17,18).
Ele é tornado justiça de Deus através do estar em Cristo. “Mas
vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e
justiça, e santificação, e redenção” (1Co 1.30).
“Aquele que não conheceu o pecado, Deus o fez pecado por nós;
para que nele fossemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21; Fp 3.7-9).
Ele é aperfeiçoado para sempre. De acordo com Hb 10.14, o
cristão é aperfeiçoado para sempre na posição de cristão, embora não ainda na
vida diária.
Ele tem a plenitude de Cristo. Além do mais, está em
Cristo, como todas as pessoas salvas estão pelo batismo do Espírito. Significa
que a plenitude de Cristo se torna posição inalterável deles.
Considere com cuidado especial as espantosas declarações
que tratam disto: “Pois todos nós recebemos da sua plenitude e graça sobre
graça” (Jo 1.16).
“Porque aprouve a Deus que nele habitasse toda plenitude”
(Cl 1.19).
“Porque nele habita corporalmente toda plenitude da
divindade, e tendes a vossa plenitude nele, que é a cabeça de todo principado e
potestade” (Cl 2.9,10).
“Está completo nele” E’ apenas uma afirmação de João 1.16.
Uma pessoa não pode assim estar perfeitamente em Cristo (1Co
12.13), e não participar de tudo que Cristo é.
O termo grego para justificação é derivado do verbo grego dikió, que significa absorver ou ser
declarado justo (Rm 4.2; 5.1).
Trata-se de uma terminologia legal, usada para fazer referência
a um veredito favorável a um julgamento. A palavra descreve a configuração de
uma corte, onde Deus preside como juiz, determinando a fidelidade de cada
pessoa em relação à lei.
Na primeira seção de Romanos, Paulo deixa claro que ninguém
pode escapar do julgamento divino (Rm 3.9-20).
A lei não serve para justificar os pecadores, mas para
expor os seus pecados. Para remediar essa deplorável situação, Deus enviou seu Filho
Jesus Cristo para morrer pelos nossos pecados. Quando cremos em Jesus, Deus
imputa a nós a sua justiça, declarando-nos justos diante dele (Rm 5.12).
Um homem, isto é, Adão – através dele entrou o pecado no
mundo. O pecado trouxe a morte. Como consequência do pecado é que a morte
tornou-se uma experiência universal.
A frase “Porque todos pecaram”, não é uma referência a
qualquer pecado que alguém cometa em algum momento da vida, como se fosse alusiva
aos pecados individualmente cometidos.
Paulo está conduzindo seus leitores ao início da história
humana, conduzindo-os ao pecado original, aquele que acarretou a morte de todos
nós.
Aqui se manifesta a unidade do gênero humano. Em Adão,
todos nós pecamos (1Co 29.22). O resultado é a morte física e espiritual do ser
humano. Todos nós herdamos de Adão a natureza pecaminosa. Além disso, como
resultado do nosso pecado em Adão, nós enfrentamos um castigo comum a todos – a
morte (Rm 5.13,14).
Antes da lei de Moisés ter sido determinada, o pecado
humano não foi imputado. Ou seja, não foi lançado na conta de ninguém, como uma
anotação em um livro.
Em outras palavras, o pecado estava presente no mundo
desde Adão até Moisés, mas Deus não levava em conta os pecados cometidos, antes
do estabelecimento da lei. Pois, não havia nenhuma legislação que pudesse ser obedecida,
ou desobedecida.
Todos aqueles que viveram depois de Adão e antes de Moisés
não cometeram quaisquer transgressão, pois não havia qualquer regulação
semelhante a lei de Moisés, estabelecida para eles.
Mas eles pecaram, e a forma pela qual pecaram é que a
morte também reinou sobre eles (Rm 5.15). Através de um só homem, Adão, veio a
morte.
Mas através de um só homem, Jesus Cristo – veio a graça e
o dom da vida de Deus, a vida eterna foi concedida.
A condenação veio ao mundo através de Adão. A palavra é
alusiva à punição que segue uma sentença judicial.
Assim, por intermédio de Cristo, recebemos o dom gratuito
de Deus, que resultou na nossa justificação. Ou seja, o objetivo ou meta do dom
é a justificação ou retribuição de retidão (Rm 15.18).
A mesma palavra é traduzida por “ato de justiça” (Rm
5.17). Quando a morte reina, há destruição, quando Cristo reina, somos guiados á
vida eterna e passamos a compartilhar sua glória.
Por meio de Adão veio a condenação, por meio de Cristo
veio a graça sobre todos os homens para justificação da vida, ou seja, a
justificação que produz como resultado a vida.
Existem muitas controvérsias nessa porção da carta aos
Romanos. Essa talvez seja uma das passagens mais difíceis das Escrituras.
Um monge por nome Pelágio, que no ano 409 saiu de Roma
para Catargo, no Norte de África, fugindo da invasão de Alarico, ensinava, que
Deus não atribui ao homem nem a natureza pecaminosa de Adão, nem a culpa a ele
imputada.
Sabemos que este ensino é uma heresia e foi combatida por
todos os pais da igreja, inclusive Agostinho de Hipona. Pois, se assim fosse, não
teria sido necessária a morte de Cristo.
Jacó Armínio, um pastor da igreja holandesa reformada,
afirmava que Deus atribui a corrupção do pecado de Adão ao homem, mas não a
culpa, no sentido de “culpabilidade”.
A posição calvinista se baseia numa compreensão muito séria
e bem literal das declarações de Paulo em Rm 5.12-19, que afirma que o pecado
entrou no mundo por intermédio de Adão, e a morte através do pecado, de modo
que ela atingiu a todos, pois todos pecaram. Pelo pecado de uma só pessoa,
todos pecaram.
Milard J. Erickson, em sua teologia sistemática enfatiza
que Paulo está falando dos pecados pessoais de todos os seres humanos.
Todos pecaram como indivíduos e mediante os próprios atos
incorremos na mesma culpa pessoal que Adão incorreu, por causa do seu ato.
Portanto, a oração poderia ser assim traduzida, desse
modo, a morte veio a todos os homens, pois todos pecaram, em consonância com o
princípio das responsabilidades pelos atos pessoais e somente por Eles.
O sentido seria que todos morrem porque todos são
culpados, e todos são culpados porque cada um pecou por responsabilidade própria.
Bibliografia:
Lições Bíblicas EBD
CPAD - 2º. Trimestre 2016. Comentarista: Pr.José Gonçalves.
GONÇALVES. José. Maravilhosa Graça – O
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RADMACHER, Earl D. O
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CPAD. RJaneiro 2012
BARBAGLIO. Giuseppe. As Cartas de Paulo Vl 2. Edit. Loyola. São Paulo, 1991.
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