Abordagem de Conteúdos
Transversalizados com o Tema em Estudo
2º. Trimestre 2016
Romanos 4. 17-22
Reflexão: A justificação dos pecados diante de Deus ocorre somente
pela fé.
A carta aos Romanos está alicerçada em fatos reais e não
simplesmente em teorias. Nesta mensagem o apóstolo Paulo nos dá um exemplo vivo
de justificação pela fé (Gn 15.6).
Abraão creu nas promessas de Deus e isso lhe foi imputado
como justiça, quando ele ainda estava na incircuncisão, treze anos antes de
ser circuncidado (Rm 4.11,12,
16,17; Gl 3.7-9,29).
Todo aquele que é da fé, quer judeu ou gentio, é um Filho
de Abraão. Não há dúvida de que a fé de Abraão é o fator que o torna tão
importante. Deus fez importantes promessas a ele e aos seus descendentes. Isaque,
Jacó e os doze filhos de Jacó, que deram origem ao povo israelita – promessas que
Deus repetiu no decorrer da história de Israel.
Abrão é lembrado como o homem que creu em Deus, e que tudo
que o Senhor prometeu se cumpriu em sua vida. Devemos considerar que Abraão não
tinha as evidencias que nós temos hoje. Os herdeiros da promessa divina só
podem ser os que creem.
Só a fé, de fato, mantém o caráter gratuito dos bens
prometidos e a destinação universalista das promessas.
Se a promessa estivesse ligada a lei, valeria só para os
judeus, com a exclusão dos gentios. No entanto, o testemunho do Gn 17.5; se
refere justamente a estes. “Eu te constitui por pai de uma multidão de povos, a
descendência segundo a carne da qual os judeus mesmo se orgulhavam não os torna
herdeiros da salvação prometida por Deus.
Abraão na verdade é pai dos que creem.
O apóstolo Paulo faz uma distinção entre paternidade
nacionalista e paternidade espiritual. Entre os descendentes filiação histórica e descendência - filiação
espiritual.
Abraão para o apóstolo Paulo era o crente. De sorte que os
que são da fé são benditos com o crente Abraão (Gl 3.9).
O fundamento da justificação não é a obediência a lei; mas
a morte de Cristo. Sua morte é tanto a manifestação do amor de Deus pelos
pecadores como o fundamento sobre o qual a justificação está assegurada: “Sendo
agora justificado pelo seu sangue” (Rm 5.9).
Mas a nossa justificação está fundamentada naquilo que
Cristo fez objetivamente por nós. Assim, se fosse possível a um homem ser
justificado pela lei, a morte de Cristo teria sido sem propósito (Gl 2.21).
A morte de Cristo como fundamento da justificação é
mostrada com detalhes em Rm 3.21-26.
Os homens são justificados gratuitamente pela sua graça,
pela redenção que há em Cristo Jesus, a qual Deus propôs para propiciação pela
fé no seu sangue (Rm 3.24,25).
A morte propiciatória de Cristo foi um ato de justiça
divina (Rm 3.25). Antes da morte de Cristo, os pecados ficaram debaixo da paciência
de Deus (Ec 8.11).
A morte de Cristo é uma prova de que Deus é justo e é
justificador daquele que tem fé em Jesus (Rm 3.26).
Mais uma vez o apóstolo Paulo apela para as Escrituras
citando Gn 17.5. Para confirmar sua exposição, longe de ser pai somente dos
judeus, os circuncidados, Abraão seria também o pai de todos os crentes, judeus
e gentios igualmente.
Como está escrito: Por pai de muitas nações te constitui
perante aquele no qual creu, a saber, Deus, que vivifica os mortos, e chama as
coisas que não são, como se já fossem (Rm 4.17).
Essa declaração está vinculada aos seguintes pensamentos:
Primeiro, faz-nos lembrar que Isaque nasceu de alguém já amortecido (Hb 11.12),
pois, Sara já havia passado em muito, da idade própria da concepção, e o próprio
Abraão já era idoso.
Nesse episódio percebemos o poder vivificador de Deus, o que
torna possível aquilo que é totalmente impossível, tornando isso uma realidade.
Isto também nos faz lembrar sobre a ressurreição de Cristo,
por intermédio de quem a vida eterna é dada aos homens, e isso por igual modo, contra
situações incrivelmente instransponíveis. Além disso, há a maravilha da nova
vida que temos em Cristo, a vida eterna.
Paulo contemplava a quantidade incrível de nações gentílicas
que tinham se tornado cristãs.
Deus trouxe Isaque á vida. Deus trouxe Cristo vivo novamente,
do sepulcro. Deus trouxe a igreja à existência, essencialmente, composta de
judeus e gentios, os quais, de fato, são filhos de Abraão, a exemplo de Isaque.
Alguns pensam que esteja implícito nisso a ressurreição
final e gloriosa entrada dos filhos de Deus na vida celeste.
Pois, chamar a existência, as coisas que não são como se já
fossem, isso pode indicar um decreto divino, como chamar do nada (Is 51.4; 2Re
8.1).
É através de seus decretos que Deus traz à existência as
coisas que agora não existem.
Deus permite por seus decretos que coisas que não existem venham
à existência (Is 40.26; 45.3).
“O qual em esperança creu contra a esperança para que se
tornasse pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência”
(Rm 4.17). Porque a fé de Abraão se reveste de tanta importância? Diz Paulo: Sua
fé era contra a esperança, apesar de ter repousado sobre a esperança.
Abraão não tinha nenhuma esperança. Mas, visto que ele
confiou na promessa de Deus, então creu. Ficou plenamente certo que o propósito divino
era que dele se derivassem muitos povos, e que seus descendentes seriam tão
numerosos quanto as estrelas do céu (Gn 15.5).
“Então creu e isso lhe foi imputado com justiça (Gn 15.6).
A fé é uma estrada real:
1.
O caminho da fé, portanto,
outorga a vida individual, algo do maravilhoso poder divino.
2.
Sua fé lhe fez adquirir
muitas provisões espirituais e materiais – tornou-se amigo de Deus. Viu Deus operar
milagrosamente e tornou-se proprietário de imensas provisões físicas e
espirituais.
3.
Foi estrangeiro e peregrino
na terra. Ele sabia que tinha uma cidade espiritual (Hb 11.16).
4.
Agora Abraão pode olhar dos
lugares espirituais e ver como o seu pacto?
(At 3.25) está se cumprindo e contempla a grande colheita de almas dentre as
nações.
A fé de Abraão antecipou a vinda histórica de Cristo. A
verdadeira fé desconhece limites, pois não tem limitação nem de tempo ou de
espaço.
Abraão viveu uma vida em ressurreição conforme os versículos
(Rm 4.16,17,18,25).
Essa fé
suprema de Abraão levou-o a esperar contra a esperança. Sua fé é um sim firmado
na Palavra de Deus.
A fé confia na Palavra de Deus;
A fé põe crédito na Palavra porque ela é verdadeira;
A fé vê mais ajuda na promessa de Deus do que vê impedimentos
em todas outras coisas;
A fé nos leva a perceber o amor, no coração de Cristo
quando ele, com a sua boca nos repreende;
A fé ajuda a alma a esperar em Deus, ainda que Deus adie a
doação;
A fé nos outorga consolo, em meio mesmo aos temores;
A fé sente doçura da vara de Deus;
A fé torna leve as maiores cargas;
A fé nos ajuda quando nos sentimos desanimados;
A fé nos aproxima de Deus mesmo quando estamos afastados
dele;
A fé leva o homem para debaixo da graça divina;
A fé purifica o coração;
A fé torna nossas obras aceitáveis a Deus, por intermédio
de Cristo;
A fé nos outorga paz e consolo na alma;
A fé nos capacita a ver a preciosidade de Jesus Cristo;
Pela fé a nossa vida é cheia da plenitude de Cristo;
A fé nos outorga a vitória sobre a lei, sobre o pecado,
sobre a morte; sobre Satanás e sobre todos os males;
A fé nos exibe a maior excelência daquelas coisas que se não
veem do naquelas que são visíveis;
A fé torna os caminhos de Deus agradáveis e admiráveis;
Pela fé Abraão, Isaque e Jacó possuíram a Terra da
promessa;
Pela fé, os filhos de Israel passaram pelo Mar Vermelho;
Pela fé Gideão realizou mais, com trezentos homens e
alguns cântaros vazios, do que todas as doze tribos de Israel poderiam ter
feito devido á sua incredulidade, pois não criam em Deus; Pela fé, Pedro andou
por cima das águas do mar, porém, devido a sua incredulidade, começou a afundar.
Bibliografia:
Lições Bíblicas EBD
CPAD - 2º. Trimestre 2016. Comentarista: Pr.José Gonçalves.
GONÇALVES. José. Maravilhosa Graça – O
Evangelho de Jesus revelado na Carta aos Romanos. CPAD. RJaneiro 2016
CHAMPLIN. R.N. O Novo Testamento
Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnus. SPaulo, 2002
GOPPELT. Leonhard – Teologia do Novo Testamento Vls 1 e 2 – Editora Sinodal
Vozes. R.Janeiro, 1982.
RICHARDS. Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. CPAD.
RJaneiro 2012
BARBAGLIO. Giuseppe. As Cartas de Paulo Vl 2. Edit. Loyola. São Paulo, 1991.
Bíblia King James. SBB Íbero Americana. 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário