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domingo, 25 de novembro de 2012

Assíria: Subsídios Históricos

Pr. João Barbosa da Silva
DESENVOLVIMENTO DO TEMA:

Império assírio de grande poder bélico
A Assíria tem seu nome originado de Assur, a principal divindade da Assíria e Assur, o segundo filho de Sem. Portanto, a Assíria é o país ocupado pelos descendentes desse neto de Noé (Gn 10.22).

A Assíria era o nome de um país, e depois, o de um poderoso império que dominou o mundo bíblico dos séculos IX a VII a.C. Incluía a Babilônia, o Elão, a Média, a Síria, a Palestina, a Arábia, o sul de Anatólia, a Cilícia e o Egito.

Assíria era o antigo nome do distrito de ambos os lados do rio Tigre, variando em suas dimensões, dependendo da época, mas geralmente confinada à região da parte norte do moderno Iraque entre a presente fronteira Síria e o pequeno rio Zabe.

A oeste, era limitada pelo platô desértico da Mesopotâmia central, e a leste pelas montanhas do Curdistão; ao norte ficava a Armênia, e ao sul a Babilônia.

Assírios descendentes da raça semita
A capital original do país, de onde também se derivava o nome do país, era Assur, modernamente Qalat Sharqat. Ficava na margem ocidental do Tigre, acima da boca do pequeno Zabe.

Para o norte cerca de 97km dali ficava Nínive, modernamente Kuyunjik, que foi fundada muito tempo antes da cidade de Assur, mas que finalmente tornou-se capital do novo império Assírio. Entre essas duas cidades ficava Calá, moderna Ninrud, que foi capital do império durante parte dos séculos IX e VII a.C.
Palácios assírios
A nordeste de Nínive ficava Dur Sharruquin, modernamente Corsadabe, que foi a capital durante o século de Sargão II (721 -705 a.C.). Importantes cidades secundárias eram, Arbela, modernamente, Erbil ou Arbil, a sudoeste de Nínive; Harã era o principal centro do poder do novo império assírio; na parte oeste da Mesopotâmia, e última capital do império, após a queda de Nínive em 612 a.C.

A Assíria e a Babilônia tiveram ambas impressionantes histórias, compartilhando de um idioma comum, conhecido como assírio-babilônico, ou acadiano. 
Jardins suspensos da Babilônia
Uma avançada civilização se desenvolvera na Babilônia em cerca de 3000 a.C., que permaneceu o centro cultural da Mesopotâmia até o século VI a.C.

No novo império a partir de (900 – 612 a.C), Tuculti-Niunrta II de (890 – 885 a.C.) combateu os opressores da Assíria. Seu filho, Assur Nasirpal II (805 – 860 a.C) mediante uma série de campanhas militares, subjugou muitos povos, como os que estavam no médio rio Eufrates, os do Líbano, os filisteus, e os povos das colinas Orientais da Babilônia.
No oeste, ele entrou em conflito com Israel. Seu filho Salmaneser III ( 824 – 757 a.C.) herdou a máquina de combate e conduziu campanhas contra a Síria-Palestina, em uma das quais lutou contra Acabe, rei de Israel, em Carcá, sobre o rio Orontes.

Em outra campanha recebeu tributo de Jeú, filho de Onri, rei de Judá. Esse monarca assírio fazia alta opinião de si mesmo, dizendo que ele era “o poderoso rei, rei do universo, rei sem rival, o autocrata, o poderoso dos quatro reinos do mundo, que esmigalha os príncipes do mundo inteiro, que despedaçou todos os seus adversários como potes de barro”.

Palácio de Assurbanipal
Apesar de tanta jactância, ele morreu em meio a revolta que seu filho, Samsi-Adad V, (823 – 811 a.C.) teve de enfrentar. Adad-Nirari III  (810 – 783 a.C) deu prosseguimento a interminável guerra com bom êxito.

Mas Salmaneser IV (782 – 783 a.C.) Asurdan III (752 – 755 a.C.) e Assur-Nirari V (754 – 745 a.C.) não se mostraram muito bons nas matanças (ou seus adversários eram superiores), o 
que explica o declínio do império assírio.

Foi então que surgiu em cena o grande guerreiro e estadista, Tiglati-Pileser III, inspirado pelos feitos do grande matador em massa, Tiglati-Pileser I do século XI a.C. Nessa inspiração sanguinária, ele reconquistou todos os territórios, incluindo a Babilônia, onde se tornou conhecido pelo nome de Pulo (Na Bíblia, Pul 2Re 15.19).

Esse homem conquistou Israel e enviou para o cativeiro uma parte da sua população. Após a sua morte, Oséias, rei de Israel revoltou-se contra a Síria. Em face disso, Salmaneser V (726 – 722 a.C) atacou Samaria, a capital de Israel o reino israelita do norte. 

Antes da queda de Israel consumar-se, Sarruquim II, também conhecido como Zargão II (721 – 705 a.C) assumiu as rédeas do poder.

Seu reinado foi inaugurado com a queda de Israel. O ano de 722 a.C. aparece como a data do cativeiro de Israel. Zargão é mencionado no Antigo Testamento, somente em Is 20.1. Mas as escavações feitas em seu esplêndido palácio, em Dur Sarrucuim ou Corsabade, com muitas descobertas, fizeram dele um dos mais bem conhecidos reis assírios.

Seu filho, Senaqueribe, sucedeu-o no trono em 704 a.C tendo governado a Assíria até o ano de 681 a.C. As crônicas da Babilônia informam que ele foi assassinado por seu próprio filho. Seu filho mais jovem, não envolvido no assassinato, teria perseguido seus irmãos rebeldes e comparsas no crime, até o sul da Armênia.

Portão de Nínive
Senaqueribe foi um construtor, e não apenas um guerreiro, tendo construído palácios, portões e templos em Nínive. Também construiu arquedutos e represas. Prisioneiros, entre os quais havia judeus, foram forçados a ajudar nessas obras.

O filho mais novo de Senaqueribe, Esar-Hadon (680 – 669 a.C.) subiu ao poder e tornou-se um dos maiores conquistadores assírios de todos os tempos, distinção essa nada fácil, em meio a tão grande número de sanguinários matadores.

A história da Assíria fornece uma lista quase interminável de campanhas. Judá parece entre aqueles que pagavam tributos a Esar-Hadon. A Assíria chegou a invadir o Egito, estabelecendo governadores assírios em Tebas e em Mênfis.

Porém, uma vez morto Esar-Hadon, começaram as inevitáveis revoltas. O Egito libertou-se. Então coube a Assurbanipal (669 – 627 a.C.) recuperar o controle sobre o Egito. Esse homem também era um sábio e um humanista.

As conquistas territoriais foram subsequentemente perdidas, e o poder assírio começou a declinar radicalmente. 

Nabopolassar, o caldeu, expulsou os assírios da Babilônia, em 625 a.C. Os babilônios aliaram-se aos medos e capturaram a cidade de Assur, em 614 a.C., e então, em julho e agosto de 612 a.C., conforme havia sido profetizado por Naum e Sofonias, Nínive caiu.

CONCLUSÃO:       

As suas muralhas fora feitas em pedaços por enchentes (Na 1.8). Durante dois anos, Assur-Ubaniti manteve-se em Harã, mas nenhuma ajuda chegou da parte do Egito. O faraó Neco marchou tarde demais, e assim a cidade foi conquistada pelos babilônios.

Esse foi o fim da Assíria e o começo do novo império babilônico. Tendo início um novo período histórico. É admirável que uma potência importante e de tão longa duração pudesse ter sido conquistada com tanta rapidez.
 Consultas:  
MESQUITA. Antonio Neves de. Povos e Nações do Mundo Antigo. 7ª. Edição. São Paulo, 2001. Editora Hagnos. \ Bíblia de Estudo de Genebra – Editora Cultura Cristã – Soc. Bíblica do Brasil \ CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Volumes 1 e 7 - Editora Hagnos.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Subsídios Históricos sobre a Cidade de Nínive


Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
 DESENVOLVIMENTO DO TEMA: 
Começo da derrocada de Nínive
Nínive é a transliteração hebraica do nome assírio Ninus, um dos nomes da deusa Istar. O sinal cuneiforme consistia em um peixe dentro de um cercado. O termo hebraico nun significa “peixe”, embora não haja conexão real entre esses dois vocábulos.

O termo grego Ninos, como designação ocorreu por assimilação ao nome de um herói grego. Após o século XII a.C., Nínive tornou-se uma das residências reais da Assíria. O antigo título da cidade, conforme já afirmamos era Ninus.

As pairagens que assinalam o antigo local de Nínive, ficam situadas à margem oriental do rio Tigre, diante da moderna cidade da Mosul, no norte do Iraque (Mesopotâmia superior). 

A Bíblia informa-nos de que foi Ninrode quem fundou essa cidade, após ter fundado o mais antigo império babilônico sobre o qual se tem conhecimento (Gn 10.8-11).

Em 2.300 a.C. Nínive já era um lugar fluorescente. Em 1800 a.C., Nínive tornou-se um centro de culto religioso e de comércio, na época dos reis assírios, como Sansi-Adade I. Ele restaurou o templo de Istar, tal como o fez Hamurabi, da Babilônia.

Hamurabi conseguiu predominar sobre a Assíria cerca de vinte anos após Sansi-Adade I. Foi por essa época que ele publicou seu famoso código legal, “que glorificou o nome de Istar”.

Em 1400 a.C. os reis de Mitani exerciam pelo menos alguma forma de controle sobre Nínive. Nessa época, Dusrata enviou uma estátua de Istar, de Nínive ao Egito para curar o enfermo Faraó. Dessa época é que se originou o famoso hino a Istar no idioma hurriano.

Em 1300 a. C. Nínive voltou ao poder assírio. Em 1100 a.C. Tiglate-Pileser I construiu o seu palácio em Nínive. Em 800 a.C Assurmasirpal II construiu também seu palácio em Nínive. Em 860 a.C. o profeta Jonas evangeliza Nínive com sucesso. Jonas é o missionário do Antigo Testamento.

Em 722 a.C. o reino do Norte cuja capital era Samaria foi conquistado pela Assíria, e seus habitantes foram levados para o cativeiro. Em 704 – 681 a.C. Nínive tornou-se capital do império Assírio que anteriormente era Assur, por instigação de Senaqueribe, tornando-a a mais importante cidade oriental da época.

O palácio de Senaqueribe tinha 9.178m² com paredes que tinha relevos retratando as suas vitórias, incluindo o cerco de Laquis e a cobrança de tributos a Judá. Ele construiu ou ampliou as muralhas da cidade. Introduziu um novo sistema de suprimento de água, com canais que vinha desde o rio Gomel, em Baviã.

Portão de Nínive
Nínive dispunha de quinze portões principais. Cada um desses portões eram guardados por um touro gigantesco. Senaqueribe também construiu parque, jardins botânicos e um jardim zoológico, além de haver edificado muitos edifícios. 2Reis 18.15 revela-nos que ele cobrou tributo de Ezequias rei de Judá.

Em 681 a.C. Senaqueribe foi assassinado, e seu filho caçula e sucessor Esar-Hadon, subiu ao trono, após ter derrotado os rebeldes que haviam conseguido controlar por algum tempo a coroa. Esar-Hadon construiu um palácio em Nínive, embora preferisse passar a maior parte de seu tempo em Calá.
Nínive 612 a.C
669 – 627 a.C. durante o governo dos filhos de Esar-Hadon a economia da nação declinou e a nobreza assíria revoltou-se contra o poder dominante. 612 a. C. uma força combinada de medos babilônios e citas atacou e capturou a cidade de Nínive, e assim desapareceu para sempre o cruel império assírio.

Esse acontecimento foi eloquentemente referido pelos profetas Naum e Sofonias (Sf 2.13-15). O local foi subsequentemente habitado, mas nunca mais adquiriu qualquer significação especial. 

Na época do profeta Jonas, Nínive contava com uma população de cerca de 120.000 habitantes; Calá tinha cerca de 70.000 habitantes.

Ninrode o Rebelde, fundador de Nínive era filho de Cuxe, um descendente de Cã. Um guerreiro e caçador. Fundou o reino da Babilônia, que com o tempo chegou a incluir a Assíria (Gn 10.6-8). Como filho de Cuxe (1Cr 10.10), Ninrode estava relacionado ao Cuxe Camito de Gn 10.6.

Ninrode foi um antigo tirano, um homem furioso, caçador, incansável, o fundador de Babel (Babilônia). Ele proveu “a união da paixão pela caça com habilidade na guerra”. E assim foi uma espécie de protótipo dos monarcas assírios.

Ele era violento, arrogante, matador, exatamente coisas que as pessoas admiram, protótipo dos grandes tiranos que se seguiriam. Os reis assírios, eram famosos por sua habilidade na caça, que era um esporte, mas também um meio de exibir suas habilidades violentas.

Ninrode fundou várias cidades, que se tornaram centro de oposição aos filhos de Israel. Daí dizer-se: como Nirode, poderoso caçador. O seu nome tornou-se proverbial, e muitas lendas surgiram em torno dele.

Outros homens entregaram-se à atividade pastoril, mas não Ninrode. Ele sabia onde e como obter fama e glória humana, e fez outros homens o temer, e com bons motivos. Fazia de suas presas tanto a animais quanto a homens, e ambos fugiam dele.

Ninrode era tido como benfeitor público. Organizava caçadas e distribuía alimentos ao povo. Também organizava comunidades e obras públicas.
Era um líder de homens e muito respeitado, apesar de sua violência. Deu início a seu pequeno império, que, sob outros líderes floresceu nas formas dos impérios assírio e babilônico.

John Gill afirmou que parte da fama de Ninrode residia no alegado fato de que, após o dilúvio, as feras aumentaram grandemente em número; e então qualquer homem, como Ninrode, que pudesse reduzir a ameaça e o desconforto provocado pelos animais ferozes seria naturalmente respeitado e honrado.

A caça conforme informou Aristóteles era tida como um aspecto das artes militares. Há uma certa lógica nisso. Na guerra, os homens caçam uns aos outros para se matarem; e, na caça os homens caçam os animais, uma triste atividade. Xenofonte escreveu que os reis da Pérsia eram preparados para o governo por meio da pesca e da caça.

É curioso que a família real da Inglaterra sempre tenha se especializado na cavalaria e na caça. E muitos deles, mesmo em nossos dias têm se distinguido como militares.

Os assírios deificaram Ninrode e, em sua mitologia, puseram-no entre as constelações, após a sua morte, a fim de conferir-lhe perpetuidade. Ele chegou a ser chamado de Órion.

Apesar de muitos outros homens já terem caçado, talvez o relato bíblico queira dar a entender que foi Ninrode quem deu origem à caça como uma verdadeira arte.

A Bíblia fornece-nos algum relato em relação a Ninrode, mas o significado do seu nome, “Rebelde” faz dele uma espécie de anti-herói indesejável.
Ele era um tipo de rei que Deus jamais aprovaria, um caçador e matador, em contraste com a idéia de um rei pastor (2Sm 5.2; 7.7; Ap 2.27; 19.15). 

Um caçador satisfaz-se às custas de suas vítimas, mas um pastor preocupa-se em proteger seus rebanhos e cuidar deles.

Por outro lado, a declaração de que ele foi “poderoso caçador diante do Senhor” (Gn 10.9), poderia ter a intenção de ser um elogio.

Coisa alguma era e continua sendo mais comum do que a glorificação da força bruta, por parte dos homens; nada é mais comum do que dar pouca importância ao sofrimento humano.                


Consultas:    
MESQUITA. Antonio Neves de. Povos e Nações do Mundo Antigo. 7ª. Edição. São Paulo, 2001. Editora Hagnos. \ Bíblia de Estudo de Genebra – Editora Cultura Cristã – Soc. Bíblica do Brasil \ CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Volumes 1 e 7 - Editora Hagnos.

domingo, 18 de novembro de 2012

Naum – O Limite da Tolerância Divina - Lição 08 - 4º. Tri. 2012 - EBD CPAD - 25.11.12


Texto da Lição: Naum 1.1-3, 9 -14





Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva

I   - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Explicar o contexto histórico do livro de Naum.
  2. Apontar os limites entre tolerância e vindicação.
  3. Conscientizar-se da existência do juízo divino.
II   - TEXTO ÁUREO:
“Disse mais: Ora, não se ire o Senhor que ainda só mais esta vez falo: se, porventura, se acharem ali dez?  E disse: não a destruirei por amor aos dez”
(Gênesis 18.32).

III – VERDADE PRÁTICA: No tempo estabelecido por Deus, cada nação, e cada indivíduo em particular, passará pelo crivo da justiça divina.

IV – PALAVRA CHAVE: Tolerância – Ato ou efeito de tolerar; indulgência, condescendência.

V  – DESENVOLVIMENTO

OBJETIVO 1: Explicar o contexto histórico do livro de Naum.
Naum, cujo nome significa consolo, sua origem era proveniente de Elcós (Na 1.1), cuja localização é incerta, sendo sugerido também como procedente a vizinhança de Cafarnaum, e também o Sul da Judéia.

Naum profetizou entre o final do reinado de Manassés e o início do reinado de Josias – 663 e 612 a.C., provavelmente por volta desta última data, durante a reforma promovida pelo rei Josias (630 – 620 a. C.); e predisse a queda de Nínive, capital da Assíria, cerca de  135 - 150 anos depois da profecia de Jonas.

Em Na 3.8-10, refere-se ele a queda de “Nô” ou “Nô-Amon” (a cidade egípcia de Tebas), como evento passado ocorrido em 663 a. C. Os assírios eram conhecidos no mundo antigo pela extrema crueldade com que tratavam os povos subjugados. Depois de atacarem uma cidade, passavam a chacinar implacavelmente os habitantes, deportando o restante da população a outras partes do império.

O livro de Naum tem, basicamente, duplo propósito. O primeiro é profetizar sobre o julgamento de Nínive mediante o juízo vingador de Deus; o segundo é um poderoso alento consolador à nação de Judá, que seria tirado das garras cruéis dos assírios. A razão desse julgamento aparece em Na 3.4,5.

Tudo isso por causa da grande prostituição da bela e encantadora meretriz, da mestra de feitiçarias, que vendia os povos com a sua prostituição e as gentes com as suas feitiçarias “Eis que estou contra ti, diz o Senhor dos Exércitos... por semelhante modo, da mesma maneira que Nínive seria destruída, Judá seria libertada do domínio assírio. Mas de sobre ti, Judá, quebrarei o jugo deles e romperei os teus laços” (Na 1.13).

OBJETIVO 2: Apontar os limites entre tolerância e vindicação.

Deus é tolerante e compassivo, pois espera o arrependimento do pecador. Todavia a sua justiça não permite tomar o culpado por inocente (Na 1.3). O arrependimento dos ninivitas no caso do profeta Jonas, adicionou esses muitos anos à vida nacional da Assíria. Mas, uma segunda oportunidade não seria mais concedida aos assírios.

Conforme Ec. 8.11, “Como não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está completamente voltado para praticar o mal”. Os assírios ignoraram a longanimidade e a paciência de Deus, assim, a medida da sua injustiça completou-se e o juízo de Deus foi derramado sobre aquela ímpia nação (Rm 2.3-6).

A paciência – um dos atributos de Deus, é uma outra forma de Ele expressar a sua bondade para com os homens. Deus é longânimo e a longanimidade também é uma expressão da sua bondade (Sl 103.8; Ex 34.6; 1Pe 3.20; 2Pe 3.15). Deus é tardio em irar-se, e essa atitude também é expressão da sua bondade (Ne 9.17; Sl 145.8; Jn 4.20. Na 1.3).

Justiça é também um dos atributos de Deus, característica da sua natureza que é a santidade. Sua ira contra o pecado decorre do seu amor e justiça (Rm 3.5,6). Ele revela sua ira contra todas as formas de iniqüidade (Rm 1.18), principalmente a idolatria (1Re 14.9,15,22), a incredulidade (Sl 78.21,22; Jn 3.36), e o tratamento injusto com o próximo (Is 10.1-4; Am 2.6).

OBJETIVO 3: Conscientizar-se da existência do juízo divino.

“O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em força e ao culpado não tem por inocente....” (Na 1.3). Deus concede aos pecadores tempo para que se arrependam (2Pe 3.9), mas há limites à sua bondade e paciência. “O Senhor é um Deus zeloso e que toma vingança....” (Na 1.2).

O Senhor é Deus zeloso e vingador e estava ofendido pelo que a Assíria fizera contra o seu povo (Na 1.2). Seu povo era seu filho (Ex 4.22), que aqueles réprobos estavam maltratando.  Porque esse Deus zeloso era também um Deus vingativo, foi a razão pela qual a Assíria terminou tão mal.

Esse Deus zeloso também estava cheio de ira, e isso o levou a ferir e esmagar os ofensores. Os inimigos de Deus são objetos de seu ódio e de seu poder demolidor. Quando eles puseram suas mãos imundas sobre Israel, isso era ir longe demais na ousadia. 

Houve uma ocasião em que 185.000 invasores assírios foram aniquilados diante dos portões de Jerusalém (2Re 19.35-37), mas isso nada foi, em comparação com o que aconteceu mais tarde quando os babilônios e os seus aliados puseram fim ao poder opressor dos assírios.

Os assírios já haviam conquistado o Reino do Norte em Israel 722 a.C., e agora despojavam parte de Judá. Naum consola o povo de Deus declarando que o Senhor destruiria os filhos da Assíria.

A queda de Nínive ocorreu em 612 a.C., quando foi conquistada por uma coalizão de babilônios, medos e citas, e a Assíria deixou de existir como nação em 605 a.C. Nínive não foi apenas cidade no mundo antigo que recebeu o juízo prometido de Deus, mas também um protótipo do juízo vindouro. 

Aqueles que sabem que o Senhor é bom podem alegrar-se no fato de que Deus se vinga de atos perversos contra o seu povo (Na 1.7,8).

CONCLUSÃO:

O juízo vindouro é um chamado para que o povo de Deus não seja complascente com o pecado. O convite ao povo de Deus para uma vida santa é urgente para que esse povo leve a mensagem de Deus àqueles que sem salvação sofrerão a ira vindoura.

Assim como o juízo divino puniu a capital da perversa Assíria, assim também acontecerá no dia da ira de Deus, quando ele punirá a todos, indivíduos e nações, que, rejeitando a sua misericordiosa graça, perseveraram na prática do mal.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Esequias Soares).

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. Rio de Janeiro, 2012.. CPAD

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

Bíblia de Estudo de Genebra – Editora Cultura Cristã – Soc. Bíblica do Brasil


CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

RICHARDS Lawrence. Comentário Bíblico do Professor. 3ª. Imp. São Paulo. 2010 Editora Vida.
CAMPOS. Heber Carlos de. O Ser de Deus e os seus Atributos. 1ª. Edição. São Paulo. 1999. Edit. Cultura Cristã.
Grandes Doutrinas da Bíblia Vol.1. 1ª. Edição em Português. São Paulo. 1997. Edit. PES.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Miquéias – A Importância da Obediência - Lição 07 - 4º. Tri. 2012 - EBD CPAD - 18.11.12


Texto da Lição: Miquéias 1.1-5; 6.6-8
                           
I   -  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Explicar a estrutura da mensagem de Miquéias.
  2. Definir a obediência bíblica.
  3. Conscientizar-se de que o ritual religioso não proporciona relacionamento íntimo com Deus e nem salvação.

II   - TEXTO ÁUREO:
“[...] Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como que se obedeça à palavra do SENHOR. Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros”
(1 Samuel 15.22).

III – VERDADE PRÁTICA: A mensagem de Miquéias leva-nos a pensar seriamente acerca do tipo de cristianismo que estamos vivendo.

IV – PALAVRA CHAVE: Obediência – O ato ou efeito de obedecer.

V  – COMENTÁRIO – Apresentação
 Miquéias é identificado por sua cidade natal Moresete (Mq 1.1, 14), o que indica que ele era um forasteiro em Jerusalém. Profetizando no mesmo período que  Isaias, ele ajudou a moldar o caráter e a política de Israel.

Por fim, a pregação inspirada de Miquéias (Mq 3.8) contra a injustiça trouxe o rei Ezequias ao arrependimento, salvando assim a cidade de Jerusalém.

Miquéias pregou durante os reinados de Jotão (750 – 735 a.C.), Acaz (735 – 715 a.C.) e Ezequias (715 – 786 a. C.), período de expansão e domínio assírio no Antigo Oriente Próximo.

O reino do Norte de Israel foi gradualmente invadido pelos assírios, o que culminou com a queda da capital de Samaria em 722 a.C., em poder do rei assírio Salmaneser (727 – 722 a.C).

Deus levantou a Assíria para ser o chicote da sua ira contra o seu povo iníquo (Is 10.5-11). Como Miquéias havia profetizado (Mq 1.2-7), Samaria caiu em poder dos invasores assírios.

Judá sentiu a força do julgamento divino quando Senaqueribe  marchou através da Sefelá (cadeia montanhosa situada a oeste de Judá) e até os portões de Jerusalém, como Miquéias também havia predito (Mq 1.8-16).

Em seus oráculos o profeta Miquéias declara que o Deus santo e justo não tolerará mais a maldade persistente do seu povo (Mq 1.3). Muitos dos pecados de Israel são mencionados, desde a idolatria e a feitiçaria (Mq 5.12-14) até as ações enganosas e fraudulentas (Mq 6.10,11).

Mas Miquéias acrescenta uma condenação especial àqueles que oprimiram o pobre, apoderando-se de terras que Deus determinou  como herança a todo o seu povo (Mq 2.1-5; Nm 27.1-11).

Os líderes políticos e espirituais de Judá também são condenados pela opressão ao povo e pelo descaso com a justiça e a verdade (Mq cap.3).

Os termos da proclamação da aliança entre Deus e o seu povo são fundamentais na proclamação de Miquéias sobre o julgamento e a restauração.
Enquanto Deus fielmente cumpriu seus compromissos conforme a aliança (Mq 6.1-5), o povo permaneceu na desobediência; e agora as maldições da aliança deveriam ser aplicadas (Mq 6.13-16).

Miquéias reconhece que a restauração de Israel depende unicamente do perdão misericordioso de Deus e de sua iniciativa soberana, e não do trabalho de mãos humanas (Mq 7.18,19).

OBJETIVO 1: Explicar a estrutura da mensagem de Miquéias.
Após anunciar introdutoriamente que a mensagem que Deus lhe dera era tanto para Judá quanto para Israel (Mq 1.1),  começa dirigindo-se ao Reino do Norte, destacando sobretudo a idolatria que havia se instalado em Samaria (Mq 1.1-8), e que levara o povo a vários outros tipos de pecado.

Diante desse cenário de imoralidade em Israel, o profeta lamentava, uivava e andava “despojado e nu” pois a chaga” daquela nação era “incurável.

Em seguida, Miquéias fala da iniquidade de Judá  (Mq 1.9-16). E na sequência, ele afirma que por causa da impiedade de Judá e Israel as duas nações sofreriam cativeiro (Mq 2.1-11).

A mensagem de restauração é antecipada nos dois últimos versículos do capítulo 2 (Mq 2,12,13) e o capítulo 3 conclui essa primeira parte caracterizada por denúncias com profecias onde os líderes do povo são repreendidos por suas injustiças.

Um detalhe aqui é que todos os três grupos de líderes da nação são mencionados: os líderes civis (Mq 2.1-4), os profetas falsos (Mq 2.5-10) e os líderes religiosos, isto é, os sacerdotes (Mq 2.11). Miquéias arremata deixando claro que os pecados dos líderes afetariam toda a nação (Mq 2.12).

O livro de Miquéias compõe-se de uma coleção de sete capítulos englobando breves oráculos divididos em três grupos principais confome esboço a seguir:

Capítulos 1 – 3: Uma série de juízos contra Israel e Judá

Capítulos 4 – 5: Mensagens de esperança

Capítulos 6 – 7: Juízo de Deus contra Israel e sua misericórdia final

O assunto do livro é a ira divina em relação aos pecados de Samaria e de Jerusalém. Miquéias emitiu oráculos contra a idolatria, censurou com veemência a opressão aos pobres e denunciou o colapso da justiça nacional.

Além disso, anunciou, de antemão, o local do nascimento do Messias, em Belém: ”E tu, Belém Efrata,  pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2);

Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntaram: Onde está o recém-nascido rei dos judeus, porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo.

Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda Jerusalém; então, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer.

Em Belém da Judéia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta: E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o guia que há de  apascentar o meu povo de Israel” (Mt 2.1-6).
OBJETIVO 2: Definir a obediência bíblica.

A idéia de obediência que esse vocábulo desenvolve é a de consentimento atento e sincero as diretrizes de alguém reconhecidamente em posição de autoridade. Aqueles a quem se deve obediência não têm apenas o direito de dar ordem, mas também de poder manifestar suas exigências.

O dever humano de obedecer ao Criador pressupõe tanto seu domínio (senhorio) quanto sua revelação (palavras).  O Antigo Testamento geralmente descreve a obediência a Deus como ouvir sua voz (palavras de revelação), embora Deuteronômio 11.27 fale de obedecer a seus mandamentos (palavras de senhorio), assim como se diz que os recabitas obedeciam à ordem de seu antepassado (Jr 35.8,10,14,16,18).

No Novo Testamento as pessoas obedeciam não só as figuras de autoridade (Deus Pai, Deus Filho, pais, líderes da igreja, dono de escravos), mas também à doutrina, à verdade, ao evangelho e à Palavra que vem de Deus (Rm 6.17; 10.16; 1Pe 1.22; 3.1).

A obediência a Deus sempre é recomendada como religião pura; (assim foi com Abraão (Gn 22.18; 26.5; Hb 11.8); a desobediência sempre é reconhecida como impiedade radical, assim foi com Saul (1Sm 15. 13-26).

A obediência é a marca de qualidade de todos os servos de Deus, mas o exemplo supremo de obediência é a de Jesus Cristo, o eterno Filho de Deus que para fazer a vontade do Pai, foi obediente até a morte, e morte de cruz (Fp 2.5-11; Hb 5.8).

A obediência de Jesus na terra significa, positivamente, um propósito de sempre agradar ao Pai, ao fazer sua vontade, obedecer às suas ordenanças, relatar fielmente tudo que ele é orientado a dizer e sempre buscar sua glória e honra, isto é, para que seu nome seja santificado e louvado (Jo 5.30,36).

Em toda a história da Bíblia, é a obediência à vontade revelada de Deus, que o agrada e que traz as bênçãos de saúde, riqueza, liberdade, segurança e tranquilidade.

Noé obedeceu a Deus ao construir a arca (Gn 6.22); Abraão, ao partir de Harã e oferecer Isaque (Gn 12.1-4; 22.15-18); Moisés, ao retornar ao Egito para desafiar o faraó e tirar o povo (Ex 3.10 – 4.20), e assim por diante através de uma longa sucessão de líderes fiéis do Antigo Testamento.

No Sinai, ao anunciar seu compromisso com Israel por meio da aliança, Deus ordenou ao povo a obedecer a todas as suas exigências, e deu-lhe por escrito o decálogo e muitas outras instruções para regulamentar sua obediência (Ex 19.5; 24.3-7, etc).

A obediência é imposta por Deus (Dt 13.4), é essencial à fé (Hb 11.6); resultado para quem dá ouvido à voz de Deus (Ex 19.5), é um dever que temos diante de Cristo (2Co 10.5); o evangelho requer obediência (Rm 1.5); consiste em observar os mandamentos de Deus (Ec 12.13).

Manifesta-se através da submissão (Rm 13.1); a justificação nos é conferida mediante a nossa obediência a Cristo que foi crucificado em nosso lugar (Rm 5.19; Hb 5.8); Cristo é o supremo exemplo de obediência (Mt 3.15; Fp 2.5-8); A obediência deve ser uma das características dos santos (1Pe 1.14).

É uma característica dos anjos (Sl 103.20); deve proceder do próprio coração (Dt 6.1-9; Tg 1.25); deve ser prestada voluntariamente (Sl 18.44); não deve ter reservas (Js 22.2,3); deve ser constante (Fp 2.12); finalmente será universal (Dn 7.27); envolve bem-aventurança (Dt 11.27); os desobedientes são punidos (Dt 1.34,35; Is 1.20).

Jesus repreendeu àqueles que tinham um tipo de obediência apenas externo, mas que nada tem a ver com a verdadeira espiritualidade (Mt 6.2-5, 16; 23.25-35). Tiago mostrou que não existe justificação sem obediência (Tg 2.21-23).

A obediência é superior ao rito religioso, por mais exata e fielmente que esse rito seja observado (1Sm 15.22). A obediência está intimamente relacionada à fé (Hb 11.24-26) .

Cristo foi galardoado por sua obediência, pelo que Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome. Na qualidade de o Logos de Deus, ele já era exaltado juntamente com o Pai! Sua morte obediente foi galardoada (Fp 2.9).

OBJETIVO 3: Conscientizar-se de que o ritual religioso não proporciona relcionamento íntimo com Deus e nem salvação.

O termo Rito tem vários sentidos. Rito é totalmente diferente que rituais.
No sentido mais geral, um rito é uma sucessão de palavras, gestos e atos que, repetida, compõe uma cerimônia (religiosa ou civil, na maior parte das vezes). Apesar de seguir um padrão, o rito não é mecanizado.

O Rito é um conjunto de atividades organizadas, no qual as pessoas se expressam por meio de gestos, símbolos, linguagem e comportamento, transmitindo um sentido coerente ao ritual.

Um ritual é um conjunto de ações, realizadas principalmente pelo seu simbólico valor. Pode ser determinado pelas tradições de uma comunidade religiosa ou não.

Um ritual pode ser realizado em ocasiões específicas, ou a critério dos indivíduos ou comunidades. Pode ser realizado por um único indivíduo, por um grupo, ou por toda a comunidade, em locais arbitrários, ou em locais especialmente reservados para isso: ou em público, em privado, ou ante pessoas específicas.

Um ritual pode ser restrito a um determinado subconjunto da comunidade, e pode permitir ou sublinhar a passagem entre estados religiosos ou sociais. Os propósitos dos rituais são variados, com obrigações religiosas ou ideais, satisfação de necessidades espirituais ou emocionais dos praticantes, fortalecimento de laços sociais, educação social e moral, demonstração de respeito ou submissão, afirmando afiliação, obtendo a aceitação social ou aprovação para alguns eventos ou, às vezes, apenas pelo prazer do ritual em si.

No levitismo o rito era um conjunto de cerimônias e práticas litúrgicas cuja função prática simbolizava o fenômeno da fé, onde o tipo apontava para o antítipo. Exemplo: O cordeiro pascal era o tipo que apontava para Cristo, o antítipo.

O israelita que sacrificava um animal curvava-se sobre este, para significar assim que ele se identificava com o referido animal que estava tomando o seu lugar. Esse ato exprimia a ideia de substituição (Lv 16.21,22).

Os sacrifícios do Antigo Testamento apontavam para um tempo futuro quando, então, Cristo viria para remover de modo permanente todo o pecado confessado (Hb 9.28; 10.10-18).
Em se tratando do Cristianismo, temos dois sacramento ue foram instituídos por Jesus, o Batismo em Águas por imersão e a Santa Ceia do Senhor (Mt 3.15; 26.26-30).

Esses cerimonialismos, contudo, não substituem o relacionamento sincero com Deus, nem proporcionam salvação em si (1 Sm 15.22; Sl 40.6-8; 51.,16,17; 1Co 1.14-17; 11.28,29).

Diferente dos ritos e rituais, o Culto é o momento de adoração ou homenagem que cada crente presta ao Senhor Jesus Cristo. Temos duas palavras gregas que definem culto: latréia, que significa adoração e proskuneós, que significa reverenciar, prestar obediência e render homenagem ao Supremo Ser.

O Culto é o momento através do qual rendemos as devidas honras e deferências à Divindade, podendo ser litúrgico, quando realizado congregacionalmente, e conduzido por leituras, cânticos, ofertório, exposição da Palavra e etc.

O culto pode ser também doméstico quando levado a efeito apenas no âmbito familiar e que também possui a sua liturgia.

O culto é o momento de adoração por excelência, do povo de Deus, e marca o encontro do Supremo Ser com os seus adoradores. Daí a pergunta da mulher samaritana a Jesus, se deveriam cultuar no monte Jerizim ou em Jerusalém.

Jesus respondeu a mulher que não era nem nesse monte de Jerizim e nem também em Jerusalém seria o lugar de adoração. “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adoração ao Pai em Espírito e verdade, porque o Pai procuram a tais que assim adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram, o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.20,21,23,24).


CONCLUSÃO:
No tempo do profeta Miquéias o povo realizava muito bem o ritual levítico. Porém o Senhor não se agradava de suas reuniões solenes e sacrifícios, pois os rituais se tornaram algo mecânico, sem vida, uma simples obrigação religiosa.

Cumpriam a liturgia, mas não amavam verdadeiramente a Deus nem ao próximo. O que Deus espera de nós é que, tal qual um verdadeiro adorador, o adoremos em espírito e em verdade (Jo 3.24).

Devemos comparecer diante de Deus com total sinceridade e de ânimo de uma vida dirigida pelo Espírito Santo, amando a Deus acima de todas as coisas e ao próximo, pois toda a lei se resume nessa verdade (Mc 12.29-31).

Sem o verdadeiro arrependimento e um profundo compromisso com Deus, todas as práticas religiosas não passam de rituais vazios e completamente desprovidos de valor espiritual.

Praticar a justiça, amar a beneficência e andar humildemente com Deus, são considerados pela tradição judaica desde o século 1 a.C., o resumo dos 613 preceitos depreendidos da lei de Moisés.

Essa é vista por muitos como a maior declaração do Antigo Testamento. Os dois primeiros preceitos falam do compromisso horizontal com o nosso próximo; e o terceiro, de compromisso vertical com Deus.

Isso vale para todos os seres humanos e é paralelo ao ensino de Jesus: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mt 22.37-40).


Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Esequias Soares).

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. CPAD – Rio de Janeiro, 2012.

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

Bíblia de Estudo de Genebra – Editora Cultura Cristã – Soc. Bíblica do Brasil

ANDRADE, Claudionor Corrêa. Manual da Harpa Cristã 1ª. Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo..  Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

DOCKERY, David S. Manual Bíblico Vida Nova – 1ª. ed. São Paulo, Editora Vida, 2001.
RICHARDS Lawrence. Comentário Bíblico do Professor. 3ª. Imp. São Paulo: Editora Vida, 2004.
RADMARCHER, Earl D.; ALLEN, Ronald B; HOUSE, H. Wayne. O Novo Comentário Bíblico do Antigo Testamento com Recursos Adicionais. 1ª. ed. Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2010
Wilkpédia – A Enciclopédia Livre