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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Miquéias – A Importância da Obediência - Lição 07 - 4º. Tri. 2012 - EBD CPAD - 18.11.12


Texto da Lição: Miquéias 1.1-5; 6.6-8
                           
I   -  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Explicar a estrutura da mensagem de Miquéias.
  2. Definir a obediência bíblica.
  3. Conscientizar-se de que o ritual religioso não proporciona relacionamento íntimo com Deus e nem salvação.

II   - TEXTO ÁUREO:
“[...] Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como que se obedeça à palavra do SENHOR. Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros”
(1 Samuel 15.22).

III – VERDADE PRÁTICA: A mensagem de Miquéias leva-nos a pensar seriamente acerca do tipo de cristianismo que estamos vivendo.

IV – PALAVRA CHAVE: Obediência – O ato ou efeito de obedecer.

V  – COMENTÁRIO – Apresentação
 Miquéias é identificado por sua cidade natal Moresete (Mq 1.1, 14), o que indica que ele era um forasteiro em Jerusalém. Profetizando no mesmo período que  Isaias, ele ajudou a moldar o caráter e a política de Israel.

Por fim, a pregação inspirada de Miquéias (Mq 3.8) contra a injustiça trouxe o rei Ezequias ao arrependimento, salvando assim a cidade de Jerusalém.

Miquéias pregou durante os reinados de Jotão (750 – 735 a.C.), Acaz (735 – 715 a.C.) e Ezequias (715 – 786 a. C.), período de expansão e domínio assírio no Antigo Oriente Próximo.

O reino do Norte de Israel foi gradualmente invadido pelos assírios, o que culminou com a queda da capital de Samaria em 722 a.C., em poder do rei assírio Salmaneser (727 – 722 a.C).

Deus levantou a Assíria para ser o chicote da sua ira contra o seu povo iníquo (Is 10.5-11). Como Miquéias havia profetizado (Mq 1.2-7), Samaria caiu em poder dos invasores assírios.

Judá sentiu a força do julgamento divino quando Senaqueribe  marchou através da Sefelá (cadeia montanhosa situada a oeste de Judá) e até os portões de Jerusalém, como Miquéias também havia predito (Mq 1.8-16).

Em seus oráculos o profeta Miquéias declara que o Deus santo e justo não tolerará mais a maldade persistente do seu povo (Mq 1.3). Muitos dos pecados de Israel são mencionados, desde a idolatria e a feitiçaria (Mq 5.12-14) até as ações enganosas e fraudulentas (Mq 6.10,11).

Mas Miquéias acrescenta uma condenação especial àqueles que oprimiram o pobre, apoderando-se de terras que Deus determinou  como herança a todo o seu povo (Mq 2.1-5; Nm 27.1-11).

Os líderes políticos e espirituais de Judá também são condenados pela opressão ao povo e pelo descaso com a justiça e a verdade (Mq cap.3).

Os termos da proclamação da aliança entre Deus e o seu povo são fundamentais na proclamação de Miquéias sobre o julgamento e a restauração.
Enquanto Deus fielmente cumpriu seus compromissos conforme a aliança (Mq 6.1-5), o povo permaneceu na desobediência; e agora as maldições da aliança deveriam ser aplicadas (Mq 6.13-16).

Miquéias reconhece que a restauração de Israel depende unicamente do perdão misericordioso de Deus e de sua iniciativa soberana, e não do trabalho de mãos humanas (Mq 7.18,19).

OBJETIVO 1: Explicar a estrutura da mensagem de Miquéias.
Após anunciar introdutoriamente que a mensagem que Deus lhe dera era tanto para Judá quanto para Israel (Mq 1.1),  começa dirigindo-se ao Reino do Norte, destacando sobretudo a idolatria que havia se instalado em Samaria (Mq 1.1-8), e que levara o povo a vários outros tipos de pecado.

Diante desse cenário de imoralidade em Israel, o profeta lamentava, uivava e andava “despojado e nu” pois a chaga” daquela nação era “incurável.

Em seguida, Miquéias fala da iniquidade de Judá  (Mq 1.9-16). E na sequência, ele afirma que por causa da impiedade de Judá e Israel as duas nações sofreriam cativeiro (Mq 2.1-11).

A mensagem de restauração é antecipada nos dois últimos versículos do capítulo 2 (Mq 2,12,13) e o capítulo 3 conclui essa primeira parte caracterizada por denúncias com profecias onde os líderes do povo são repreendidos por suas injustiças.

Um detalhe aqui é que todos os três grupos de líderes da nação são mencionados: os líderes civis (Mq 2.1-4), os profetas falsos (Mq 2.5-10) e os líderes religiosos, isto é, os sacerdotes (Mq 2.11). Miquéias arremata deixando claro que os pecados dos líderes afetariam toda a nação (Mq 2.12).

O livro de Miquéias compõe-se de uma coleção de sete capítulos englobando breves oráculos divididos em três grupos principais confome esboço a seguir:

Capítulos 1 – 3: Uma série de juízos contra Israel e Judá

Capítulos 4 – 5: Mensagens de esperança

Capítulos 6 – 7: Juízo de Deus contra Israel e sua misericórdia final

O assunto do livro é a ira divina em relação aos pecados de Samaria e de Jerusalém. Miquéias emitiu oráculos contra a idolatria, censurou com veemência a opressão aos pobres e denunciou o colapso da justiça nacional.

Além disso, anunciou, de antemão, o local do nascimento do Messias, em Belém: ”E tu, Belém Efrata,  pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2);

Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntaram: Onde está o recém-nascido rei dos judeus, porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo.

Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda Jerusalém; então, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer.

Em Belém da Judéia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta: E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o guia que há de  apascentar o meu povo de Israel” (Mt 2.1-6).
OBJETIVO 2: Definir a obediência bíblica.

A idéia de obediência que esse vocábulo desenvolve é a de consentimento atento e sincero as diretrizes de alguém reconhecidamente em posição de autoridade. Aqueles a quem se deve obediência não têm apenas o direito de dar ordem, mas também de poder manifestar suas exigências.

O dever humano de obedecer ao Criador pressupõe tanto seu domínio (senhorio) quanto sua revelação (palavras).  O Antigo Testamento geralmente descreve a obediência a Deus como ouvir sua voz (palavras de revelação), embora Deuteronômio 11.27 fale de obedecer a seus mandamentos (palavras de senhorio), assim como se diz que os recabitas obedeciam à ordem de seu antepassado (Jr 35.8,10,14,16,18).

No Novo Testamento as pessoas obedeciam não só as figuras de autoridade (Deus Pai, Deus Filho, pais, líderes da igreja, dono de escravos), mas também à doutrina, à verdade, ao evangelho e à Palavra que vem de Deus (Rm 6.17; 10.16; 1Pe 1.22; 3.1).

A obediência a Deus sempre é recomendada como religião pura; (assim foi com Abraão (Gn 22.18; 26.5; Hb 11.8); a desobediência sempre é reconhecida como impiedade radical, assim foi com Saul (1Sm 15. 13-26).

A obediência é a marca de qualidade de todos os servos de Deus, mas o exemplo supremo de obediência é a de Jesus Cristo, o eterno Filho de Deus que para fazer a vontade do Pai, foi obediente até a morte, e morte de cruz (Fp 2.5-11; Hb 5.8).

A obediência de Jesus na terra significa, positivamente, um propósito de sempre agradar ao Pai, ao fazer sua vontade, obedecer às suas ordenanças, relatar fielmente tudo que ele é orientado a dizer e sempre buscar sua glória e honra, isto é, para que seu nome seja santificado e louvado (Jo 5.30,36).

Em toda a história da Bíblia, é a obediência à vontade revelada de Deus, que o agrada e que traz as bênçãos de saúde, riqueza, liberdade, segurança e tranquilidade.

Noé obedeceu a Deus ao construir a arca (Gn 6.22); Abraão, ao partir de Harã e oferecer Isaque (Gn 12.1-4; 22.15-18); Moisés, ao retornar ao Egito para desafiar o faraó e tirar o povo (Ex 3.10 – 4.20), e assim por diante através de uma longa sucessão de líderes fiéis do Antigo Testamento.

No Sinai, ao anunciar seu compromisso com Israel por meio da aliança, Deus ordenou ao povo a obedecer a todas as suas exigências, e deu-lhe por escrito o decálogo e muitas outras instruções para regulamentar sua obediência (Ex 19.5; 24.3-7, etc).

A obediência é imposta por Deus (Dt 13.4), é essencial à fé (Hb 11.6); resultado para quem dá ouvido à voz de Deus (Ex 19.5), é um dever que temos diante de Cristo (2Co 10.5); o evangelho requer obediência (Rm 1.5); consiste em observar os mandamentos de Deus (Ec 12.13).

Manifesta-se através da submissão (Rm 13.1); a justificação nos é conferida mediante a nossa obediência a Cristo que foi crucificado em nosso lugar (Rm 5.19; Hb 5.8); Cristo é o supremo exemplo de obediência (Mt 3.15; Fp 2.5-8); A obediência deve ser uma das características dos santos (1Pe 1.14).

É uma característica dos anjos (Sl 103.20); deve proceder do próprio coração (Dt 6.1-9; Tg 1.25); deve ser prestada voluntariamente (Sl 18.44); não deve ter reservas (Js 22.2,3); deve ser constante (Fp 2.12); finalmente será universal (Dn 7.27); envolve bem-aventurança (Dt 11.27); os desobedientes são punidos (Dt 1.34,35; Is 1.20).

Jesus repreendeu àqueles que tinham um tipo de obediência apenas externo, mas que nada tem a ver com a verdadeira espiritualidade (Mt 6.2-5, 16; 23.25-35). Tiago mostrou que não existe justificação sem obediência (Tg 2.21-23).

A obediência é superior ao rito religioso, por mais exata e fielmente que esse rito seja observado (1Sm 15.22). A obediência está intimamente relacionada à fé (Hb 11.24-26) .

Cristo foi galardoado por sua obediência, pelo que Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome. Na qualidade de o Logos de Deus, ele já era exaltado juntamente com o Pai! Sua morte obediente foi galardoada (Fp 2.9).

OBJETIVO 3: Conscientizar-se de que o ritual religioso não proporciona relcionamento íntimo com Deus e nem salvação.

O termo Rito tem vários sentidos. Rito é totalmente diferente que rituais.
No sentido mais geral, um rito é uma sucessão de palavras, gestos e atos que, repetida, compõe uma cerimônia (religiosa ou civil, na maior parte das vezes). Apesar de seguir um padrão, o rito não é mecanizado.

O Rito é um conjunto de atividades organizadas, no qual as pessoas se expressam por meio de gestos, símbolos, linguagem e comportamento, transmitindo um sentido coerente ao ritual.

Um ritual é um conjunto de ações, realizadas principalmente pelo seu simbólico valor. Pode ser determinado pelas tradições de uma comunidade religiosa ou não.

Um ritual pode ser realizado em ocasiões específicas, ou a critério dos indivíduos ou comunidades. Pode ser realizado por um único indivíduo, por um grupo, ou por toda a comunidade, em locais arbitrários, ou em locais especialmente reservados para isso: ou em público, em privado, ou ante pessoas específicas.

Um ritual pode ser restrito a um determinado subconjunto da comunidade, e pode permitir ou sublinhar a passagem entre estados religiosos ou sociais. Os propósitos dos rituais são variados, com obrigações religiosas ou ideais, satisfação de necessidades espirituais ou emocionais dos praticantes, fortalecimento de laços sociais, educação social e moral, demonstração de respeito ou submissão, afirmando afiliação, obtendo a aceitação social ou aprovação para alguns eventos ou, às vezes, apenas pelo prazer do ritual em si.

No levitismo o rito era um conjunto de cerimônias e práticas litúrgicas cuja função prática simbolizava o fenômeno da fé, onde o tipo apontava para o antítipo. Exemplo: O cordeiro pascal era o tipo que apontava para Cristo, o antítipo.

O israelita que sacrificava um animal curvava-se sobre este, para significar assim que ele se identificava com o referido animal que estava tomando o seu lugar. Esse ato exprimia a ideia de substituição (Lv 16.21,22).

Os sacrifícios do Antigo Testamento apontavam para um tempo futuro quando, então, Cristo viria para remover de modo permanente todo o pecado confessado (Hb 9.28; 10.10-18).
Em se tratando do Cristianismo, temos dois sacramento ue foram instituídos por Jesus, o Batismo em Águas por imersão e a Santa Ceia do Senhor (Mt 3.15; 26.26-30).

Esses cerimonialismos, contudo, não substituem o relacionamento sincero com Deus, nem proporcionam salvação em si (1 Sm 15.22; Sl 40.6-8; 51.,16,17; 1Co 1.14-17; 11.28,29).

Diferente dos ritos e rituais, o Culto é o momento de adoração ou homenagem que cada crente presta ao Senhor Jesus Cristo. Temos duas palavras gregas que definem culto: latréia, que significa adoração e proskuneós, que significa reverenciar, prestar obediência e render homenagem ao Supremo Ser.

O Culto é o momento através do qual rendemos as devidas honras e deferências à Divindade, podendo ser litúrgico, quando realizado congregacionalmente, e conduzido por leituras, cânticos, ofertório, exposição da Palavra e etc.

O culto pode ser também doméstico quando levado a efeito apenas no âmbito familiar e que também possui a sua liturgia.

O culto é o momento de adoração por excelência, do povo de Deus, e marca o encontro do Supremo Ser com os seus adoradores. Daí a pergunta da mulher samaritana a Jesus, se deveriam cultuar no monte Jerizim ou em Jerusalém.

Jesus respondeu a mulher que não era nem nesse monte de Jerizim e nem também em Jerusalém seria o lugar de adoração. “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adoração ao Pai em Espírito e verdade, porque o Pai procuram a tais que assim adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram, o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.20,21,23,24).


CONCLUSÃO:
No tempo do profeta Miquéias o povo realizava muito bem o ritual levítico. Porém o Senhor não se agradava de suas reuniões solenes e sacrifícios, pois os rituais se tornaram algo mecânico, sem vida, uma simples obrigação religiosa.

Cumpriam a liturgia, mas não amavam verdadeiramente a Deus nem ao próximo. O que Deus espera de nós é que, tal qual um verdadeiro adorador, o adoremos em espírito e em verdade (Jo 3.24).

Devemos comparecer diante de Deus com total sinceridade e de ânimo de uma vida dirigida pelo Espírito Santo, amando a Deus acima de todas as coisas e ao próximo, pois toda a lei se resume nessa verdade (Mc 12.29-31).

Sem o verdadeiro arrependimento e um profundo compromisso com Deus, todas as práticas religiosas não passam de rituais vazios e completamente desprovidos de valor espiritual.

Praticar a justiça, amar a beneficência e andar humildemente com Deus, são considerados pela tradição judaica desde o século 1 a.C., o resumo dos 613 preceitos depreendidos da lei de Moisés.

Essa é vista por muitos como a maior declaração do Antigo Testamento. Os dois primeiros preceitos falam do compromisso horizontal com o nosso próximo; e o terceiro, de compromisso vertical com Deus.

Isso vale para todos os seres humanos e é paralelo ao ensino de Jesus: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mt 22.37-40).


Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Esequias Soares).

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. CPAD – Rio de Janeiro, 2012.

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

Bíblia de Estudo de Genebra – Editora Cultura Cristã – Soc. Bíblica do Brasil

ANDRADE, Claudionor Corrêa. Manual da Harpa Cristã 1ª. Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo..  Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

DOCKERY, David S. Manual Bíblico Vida Nova – 1ª. ed. São Paulo, Editora Vida, 2001.
RICHARDS Lawrence. Comentário Bíblico do Professor. 3ª. Imp. São Paulo: Editora Vida, 2004.
RADMARCHER, Earl D.; ALLEN, Ronald B; HOUSE, H. Wayne. O Novo Comentário Bíblico do Antigo Testamento com Recursos Adicionais. 1ª. ed. Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2010
Wilkpédia – A Enciclopédia Livre 

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