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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Subsídios Históricos sobre a Cidade de Nínive


Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
 DESENVOLVIMENTO DO TEMA: 
Começo da derrocada de Nínive
Nínive é a transliteração hebraica do nome assírio Ninus, um dos nomes da deusa Istar. O sinal cuneiforme consistia em um peixe dentro de um cercado. O termo hebraico nun significa “peixe”, embora não haja conexão real entre esses dois vocábulos.

O termo grego Ninos, como designação ocorreu por assimilação ao nome de um herói grego. Após o século XII a.C., Nínive tornou-se uma das residências reais da Assíria. O antigo título da cidade, conforme já afirmamos era Ninus.

As pairagens que assinalam o antigo local de Nínive, ficam situadas à margem oriental do rio Tigre, diante da moderna cidade da Mosul, no norte do Iraque (Mesopotâmia superior). 

A Bíblia informa-nos de que foi Ninrode quem fundou essa cidade, após ter fundado o mais antigo império babilônico sobre o qual se tem conhecimento (Gn 10.8-11).

Em 2.300 a.C. Nínive já era um lugar fluorescente. Em 1800 a.C., Nínive tornou-se um centro de culto religioso e de comércio, na época dos reis assírios, como Sansi-Adade I. Ele restaurou o templo de Istar, tal como o fez Hamurabi, da Babilônia.

Hamurabi conseguiu predominar sobre a Assíria cerca de vinte anos após Sansi-Adade I. Foi por essa época que ele publicou seu famoso código legal, “que glorificou o nome de Istar”.

Em 1400 a.C. os reis de Mitani exerciam pelo menos alguma forma de controle sobre Nínive. Nessa época, Dusrata enviou uma estátua de Istar, de Nínive ao Egito para curar o enfermo Faraó. Dessa época é que se originou o famoso hino a Istar no idioma hurriano.

Em 1300 a. C. Nínive voltou ao poder assírio. Em 1100 a.C. Tiglate-Pileser I construiu o seu palácio em Nínive. Em 800 a.C Assurmasirpal II construiu também seu palácio em Nínive. Em 860 a.C. o profeta Jonas evangeliza Nínive com sucesso. Jonas é o missionário do Antigo Testamento.

Em 722 a.C. o reino do Norte cuja capital era Samaria foi conquistado pela Assíria, e seus habitantes foram levados para o cativeiro. Em 704 – 681 a.C. Nínive tornou-se capital do império Assírio que anteriormente era Assur, por instigação de Senaqueribe, tornando-a a mais importante cidade oriental da época.

O palácio de Senaqueribe tinha 9.178m² com paredes que tinha relevos retratando as suas vitórias, incluindo o cerco de Laquis e a cobrança de tributos a Judá. Ele construiu ou ampliou as muralhas da cidade. Introduziu um novo sistema de suprimento de água, com canais que vinha desde o rio Gomel, em Baviã.

Portão de Nínive
Nínive dispunha de quinze portões principais. Cada um desses portões eram guardados por um touro gigantesco. Senaqueribe também construiu parque, jardins botânicos e um jardim zoológico, além de haver edificado muitos edifícios. 2Reis 18.15 revela-nos que ele cobrou tributo de Ezequias rei de Judá.

Em 681 a.C. Senaqueribe foi assassinado, e seu filho caçula e sucessor Esar-Hadon, subiu ao trono, após ter derrotado os rebeldes que haviam conseguido controlar por algum tempo a coroa. Esar-Hadon construiu um palácio em Nínive, embora preferisse passar a maior parte de seu tempo em Calá.
Nínive 612 a.C
669 – 627 a.C. durante o governo dos filhos de Esar-Hadon a economia da nação declinou e a nobreza assíria revoltou-se contra o poder dominante. 612 a. C. uma força combinada de medos babilônios e citas atacou e capturou a cidade de Nínive, e assim desapareceu para sempre o cruel império assírio.

Esse acontecimento foi eloquentemente referido pelos profetas Naum e Sofonias (Sf 2.13-15). O local foi subsequentemente habitado, mas nunca mais adquiriu qualquer significação especial. 

Na época do profeta Jonas, Nínive contava com uma população de cerca de 120.000 habitantes; Calá tinha cerca de 70.000 habitantes.

Ninrode o Rebelde, fundador de Nínive era filho de Cuxe, um descendente de Cã. Um guerreiro e caçador. Fundou o reino da Babilônia, que com o tempo chegou a incluir a Assíria (Gn 10.6-8). Como filho de Cuxe (1Cr 10.10), Ninrode estava relacionado ao Cuxe Camito de Gn 10.6.

Ninrode foi um antigo tirano, um homem furioso, caçador, incansável, o fundador de Babel (Babilônia). Ele proveu “a união da paixão pela caça com habilidade na guerra”. E assim foi uma espécie de protótipo dos monarcas assírios.

Ele era violento, arrogante, matador, exatamente coisas que as pessoas admiram, protótipo dos grandes tiranos que se seguiriam. Os reis assírios, eram famosos por sua habilidade na caça, que era um esporte, mas também um meio de exibir suas habilidades violentas.

Ninrode fundou várias cidades, que se tornaram centro de oposição aos filhos de Israel. Daí dizer-se: como Nirode, poderoso caçador. O seu nome tornou-se proverbial, e muitas lendas surgiram em torno dele.

Outros homens entregaram-se à atividade pastoril, mas não Ninrode. Ele sabia onde e como obter fama e glória humana, e fez outros homens o temer, e com bons motivos. Fazia de suas presas tanto a animais quanto a homens, e ambos fugiam dele.

Ninrode era tido como benfeitor público. Organizava caçadas e distribuía alimentos ao povo. Também organizava comunidades e obras públicas.
Era um líder de homens e muito respeitado, apesar de sua violência. Deu início a seu pequeno império, que, sob outros líderes floresceu nas formas dos impérios assírio e babilônico.

John Gill afirmou que parte da fama de Ninrode residia no alegado fato de que, após o dilúvio, as feras aumentaram grandemente em número; e então qualquer homem, como Ninrode, que pudesse reduzir a ameaça e o desconforto provocado pelos animais ferozes seria naturalmente respeitado e honrado.

A caça conforme informou Aristóteles era tida como um aspecto das artes militares. Há uma certa lógica nisso. Na guerra, os homens caçam uns aos outros para se matarem; e, na caça os homens caçam os animais, uma triste atividade. Xenofonte escreveu que os reis da Pérsia eram preparados para o governo por meio da pesca e da caça.

É curioso que a família real da Inglaterra sempre tenha se especializado na cavalaria e na caça. E muitos deles, mesmo em nossos dias têm se distinguido como militares.

Os assírios deificaram Ninrode e, em sua mitologia, puseram-no entre as constelações, após a sua morte, a fim de conferir-lhe perpetuidade. Ele chegou a ser chamado de Órion.

Apesar de muitos outros homens já terem caçado, talvez o relato bíblico queira dar a entender que foi Ninrode quem deu origem à caça como uma verdadeira arte.

A Bíblia fornece-nos algum relato em relação a Ninrode, mas o significado do seu nome, “Rebelde” faz dele uma espécie de anti-herói indesejável.
Ele era um tipo de rei que Deus jamais aprovaria, um caçador e matador, em contraste com a idéia de um rei pastor (2Sm 5.2; 7.7; Ap 2.27; 19.15). 

Um caçador satisfaz-se às custas de suas vítimas, mas um pastor preocupa-se em proteger seus rebanhos e cuidar deles.

Por outro lado, a declaração de que ele foi “poderoso caçador diante do Senhor” (Gn 10.9), poderia ter a intenção de ser um elogio.

Coisa alguma era e continua sendo mais comum do que a glorificação da força bruta, por parte dos homens; nada é mais comum do que dar pouca importância ao sofrimento humano.                


Consultas:    
MESQUITA. Antonio Neves de. Povos e Nações do Mundo Antigo. 7ª. Edição. São Paulo, 2001. Editora Hagnos. \ Bíblia de Estudo de Genebra – Editora Cultura Cristã – Soc. Bíblica do Brasil \ CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Volumes 1 e 7 - Editora Hagnos.

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