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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Jonas – A Misericórdia Divina - Lição 06 - 4º. Tri. 2012 - EBD CPAD - 11.11.12





 Texto da Lição: Jonas 1.1-3,15,17; 3.8-10; 4.1,2
                           
I   -  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Explicar o contexto histórico, a estrutura e a mensagem do livro de Jonas.
  2. Conhecer o atributo da misericórdia divina.

  1. Conscientizar-se da perenidade da misericórdia de Deus.

II   - TEXTO ÁUREO:
“E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mal caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez” (Jonas 3.10).

III – VERDADE PRÁTICA: O relato de Jonas ensina-nos o quanto Deus nos ama e está pronto a perdoar os que se arrependem.

IV – PALAVRA CHAVE: Misericórdia – Sentimento de solidariedade com relação a alguém que sofre uma tragédia; compaixão, piedade.

                                                Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
            http://nasendadacruz.blogspot.com
V  – COMENTÁRIO – Apresentação

A história de Jonas que encanta crianças e adultos atinge o seu ápice com a narrativa da experiência do profeta ao ser engolido por um grande peixe, quando do ventre do peixe Jonas clamou a Deus e teve a sua oração respondida com o peixe vomitando-o vivo em uma praia.

No entanto, este acontecimento não deve ofuscar o milagre maior que foi o arrependimento e a conversão de uma cidade pagã. Jonas foi um profeta reconhecido em seus dias, e em nossos dias. 
Jesus se utilizou da história de Jonas, inclusive falando dos três dias em que o profeta esteve no ventre do grande peixe. As versões da Bíblia costumam variar nesse aspecto, umas chamam de um grande peixe e outras, uma baleia.

Para o Senhor a história de Jonas serviu de referência para mostrar o que aconteceria no futuro: a sua ressurreição ao terceiro dia.

Jonas foi chamado para pregar aos inimigos do povo de Deus, os assírios, que tinham um histórico de crueldades para com os povos dominados. Tal mensagem era um desafio aos israelitas daqueles dias. Deus era Deus dos israelitas, e não um Deus que deveria mostrar compaixão para com outras nações. E Jonas aprendeu do próprio Deus:

“...não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens, que não sabem discernir entre a sua mão direita e a esquerda, e também muitos animais¿ (Jn 4.11).

Se para os dias de Jonas tal mensagem era inconcebível, o mesmo ocorreu nos dias de Jesus. Nos dias em que o Senhor esteve nesta terra, trouxe a mensagem do Reino de Deus primeiramente aos judeus, mas não desprezou os estrangeiros.

OBJETIVO 1: Explicar o contexto histórico, a estrutura e a mensagem do livro de Jonas.
Jonas, cujo nome significa “pombo”, é-nos apresentado como filho de Amitai (Jn 1.1). É mencionado em 2Re 14.25 como:

1. Um profeta de Israel que profetizou no Reino do Norte, durante o reinado de Jeroboão II (793 – 753 a.C.);

2. Como um cidadão de Gate-Efer, que distava uns 4km ao norte de Nazaré, na Galiléia.Os fariseus, pois, estavam enganados quando alegaram que nenhum profeta jamais surgira da Galiléia (Jo 7.52).

O ministério de Jonas teve lugar pouco depois do  de  Eliseu (2Re 13.14-19), coincidiu parcialmente com o de Amós (Am 1.1) e foi seguido pelo de Oséias (Os 1.1). Embora o livro não declare o nome do autor, seguramente foi o próprio Jonas quem o escreveu.

O arrependimento de Nínive, diante da pregação de Jonas, ocorreu no reinado de um destes dois monarcas assírios: Adade-Nirari III (810 – 783 a.C.), cujo governo foi marcado por uma tendência para o monoteísmo, ou  Assurda III (733 – 755 a.C.), em cuja administração houve duas grandes pragas (765 e 759 a. C.) e um eclipse do Sol (763 a.C.).

Estas ocorrências podem ter sido interpretadas como sinais do juízo divino, preparando a capital da Assíria à mensagem de Jonas. Nínive ficava cerca de 800 km a nordeste da Galiléia.

O livro de Jonas conta a história da chamada do profeta para ir a Nínive, e de sua atitude quanto ao mandato divino. O capítulo 1 descreve a desobediência inicial de Jonas, e o castigo divino subsequente.

Ao invés de seguir rumo nordeste, em direção a Nínive, Jonas embarca num navio que velejava para o oeste, cujo destino era Tarsis, na atual Espanha, o ponto mais distante possível da direção apontada por Deus.

O profeta, porém, não demorou a sentir o peso da impugnação divina: uma violenta tempestade no mar Mediterrâneo o levou a revelar-se aos marinheiros. Estes, por sua vez, são obrigados a jogá-lo ao mar. Providencialmente, Deus prepara “um grande peixe” para salvar-lhe a vida.

O capítulo 2 revela a oração que Jonas fez em seu cômodo excepcional. Ele agradece a Deus por ter-lhe poupado a vida, e promete obedecer á sua chamada. Então é vomitado pelo peixe em terra.

O capítulo 3 registra a segunda oportunidade que Jonas recebe de ir a Nínive, e ali prega a mensagem divina àquela gente ímpia. Num dos despertamentos espirituais mais notáveis da história, o rei conclama a todos ao jejum e a oração. E assim o juízo divino não recai sobre eles.

O capítulo 4 contém o ressentimento do profeta contra Deus, por ter o Senhor poupado a nação inimiga de Israel. Fazendo usa de uma planta, de um verme e do vento oriental, Deus ensina ao profeta contrariado, que ele se deleita em colocar sua graça à disposição de todos, e não apenas de Israel e Judá.

OBJETIVO 2: Conhecer o atributo da misericórdia divina.

A palavra portuguesa “misericórdia” vem do latim mercis, mercedis, “pagamento” “recompensa”, que veio a ser associada às recompensas divinas, ou seja, aos atos de compaixão celeste.

A misericórdia é o ato de tratar um ofensor com menor rigor do que ele merece. Trata-se do ato de não aplicar um castigo merecido, mas também envolve a idéia de dar a alguém algo que não merece. Também aponta para o ato de aliviar o sofrimento, inteiramente à parte da questão do mérito pessoal.

Quando chega à ótica de favor desmerecido, então, já se torna um sinônimo da palavra “graça”. Deus estende a sua misericórdia a todas as criaturas vivas, sendo esse o alvo mesmo da espiritualidade, no tocante a esse aspecto.

O vínculo que une Deus às suas criaturas, leva-o a expressar compaixão para com todos os seres vivos. Até mesmo aqueles que nada merecem da parte dele recebem misericórdia (Is 13.18; Jr 6.23; 21.7; 42.12; 1Re 8.50).

A misericórdia pode indicar benevolência, benignidade, bênção, clemência, compaixão e favor. A misericórdia é uma atitude de compaixão e beneficência ativa e graciosa expressa mediante o perdão calorosamente conferido a um malfeitor. Na Bíblia, a misericórdia de Deus é oferecida gratuitamente, uma expressão não-constrangida de amor, sem qualquer mácula de preconceito, aberta a todos os homens, dignos e indignos igualmente.


OBJETIVO 3: Conscientizar-se da perenidade da misericórdia de Deus.

No Salmo 100.5 o salmista declara: “Porque o Senhor é bom e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade estende-se de geração a geração”.

A idéia de misericórdia está sempre relacionada à idéia de “graça” (no grego, charis). O vocábulo graça envolve muitos sentidos: Significa graciosidade, atrativos, favor, cuidados ou ajuda graciosa (At 11.1-18; Rm 3.24); denotando assim bondade espontânea e atos de generosidade fundamentados em disposições de compaixão para com o necessitado.

“Graça” como característica de Deus fundamenta as relações divinas-humanas na iniciativa generosa e tolerante fidelidade de Deus culminando na atividade vigorosa e restauradora de Deus em favor da humanidade.

Um ponto de partida para o estudo da benevolência de Deus para com a humanidade no Antigo Testamento é a auto-revelação de Deus em Ex 34.6,7.

Senhor, Senhor, Deus compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade que mantém o seu amor a milhares e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado. Contudo, não deixa de punir o culpado; castigos os filhos e os netos pelo pecado de  seus pais até a terceira e quarta geração”.

A importância desse pronunciamento é ressaltada pelo seu status de auto- revelação de Javé e por aparecer novamente em Nm 14.17-19; Dt 5.9,10; 7.9-13; Sl 77.8,9; 103.8-12,17,18; Jn 3.10 – 4.2.

A graça de Deus está na base de seu caráter; desse modo, ela dura mais do que sua ira e se espalha fartamente na ação de sustentação e salvação de vidas.

A atividade graciosa de Deus é resultado de sua própria disposição, Ele pode estar bem disposto até para com os ímpios, e muitas vezes sua misericórdia se estende até mesmo para com aqueles que perseguem o seu povo (Jn 4.2, 11).
Antes dos mandamentos serem enumerados em Ex 20, Javé lembra a Israel: “Vocês viram o que fiz ao Egito e como os transportei sobre asas de águia e os trouxe para junto de mim” (Ex 19.4).

E identifica-se como “O Senhor, o teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da terra da servidão” (Ex 20.1).

O caráter de Deus é assim manifesto à sua resposta compassiva aos clamores  israelitas (Dt 26.5-10), na sua iniciativa redentora em resgatar Israel da escravidão, na transformação do povo efetuada por ele, na escolha deles dentre as nações  (eleição).

A graça de Deus é irresistível em sua plenitude (Rm 5.15,17 6.1; 2Co 4.15;8,9;9.8). Aqueles que receberam e estão sendo transformados pela graça de Deus devem estar dispostos também a reconhecer esta mesma graça operando na vida de outrem. A experiência que uma pessoa tem da graça divina deve transformar os padrões pelos quais avaliam os outros (2 Co 5.16).

O ministério de Jesus não é nada mais do que a dádiva que Deus faz das bênçãos da salvação a todos que o recebem, principalmente àqueles cuja sorte na vida os colocou à margem da sociedade (Lc 4.18,19; 6.20-26).

De fato, em todos os evangelhos sinópticos encontram-se evidências da graça extraordinária de Deus agindo no ministério de Jesus e à disposição dele. A semente da palavra de Deus é lançada sem descriminação, mesmo que as respostas à Palavra variem (Mc 4.1-20).

Em Mateus capítulos 8 – 9 Jesus é retratado como alguém que torna possível a presença e poder do domínio de Deus aos que estavam na periferia da sociedade judaica na Galiléia:

Um leproso, um escravo de um oficial gentil, uma mulher idosa, o endemoninhado, um paralítico, um coletor de impostos, uma jovem e um cego.

CONCLUSÃO:

Numa perspectiva bíblico-teológica “graça” é fundamentalmente uma palavra sobre Deus: Sua iniciativa demonstra amplamente o seu cuidado e amor para com todos. Seu favor é derramado indiscriminadamente para com os ingratos e maus (Lc 6.35).

Por outro lado, os desesperados, o pobre e o marginalizado podem ter certeza de que sua compaixão objetiva a eles em primeiro lugar.

A graça de Deus é dada livremente, mas também possibilita e provoca uma resposta humana, para que as pessoas sejam convocadas a se comportarem perante Deus em adoração, gratidão e obediência; e uns para com os outros em maneiras que reflitam e irradiem a amabilidade de Deus.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Esequias Soares).

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. CPAD – Rio de Janeiro, 2012.

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

Bíblia de Estudo Cronológico – Editora Vida

ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico. 8ª. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo..  Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

DOCKERY, David S. Manual Bíblico Vida Nova – 1ª. ed. São Paulo, Editora Vida, 2001.
RICHARDS Lawrence. Comentário Bíblico do Professor. 3ª. Imp. São Paulo: Editora Vida, 2004.
DAVIDSON, F. O Novo Comentário da Bíblia. 3ª. ed. São Paulo: Editora Vida Nova, 1997.
RADMARCHER, Earl D.; ALLEN, Ronald B; HOUSE, H. Wayne. O Novo Comentário Bíblico do Antigo Testamento com Recursos Adicionais. 1ª. ed. Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2010
ALEXANDER T. Desmond  – Novo Dicionário de Teologia Bíblica – Editora Vida, 2009

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