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quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Lição 04 - PERSEVERANDO NA FÉ - 28.10.18 - Subsídios


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 04 - PERSEVERANDO NA FÉ - 28.10.18
Lucas 18.1-8
Por: Pr. João Barbosa

A perseverança na fé e na oração é decisiva para o desenvolvimento espiritual. A parábola do juiz iníquo mostra o quão é importante ser perseverante.

No AT a viúva é um símbolo típico dos inocentes, impotentes e oprimidos (Ex 22.22.23; Dt 10.18; 24.17; 27.19; Jó 22.9;24.3,21;Sl  68.5; Is 10.2). Is 1.17,  conclama os governantes e o povo a “interceder pelas viúvas”.

Depois no v. 23 lemos: “cada um deles ama o suborno... e não chega perante eles a causa das viúvas”.

O propósito da parábola do juiz – era o de ensinar a perseverança na oração. Deus certamente responderá, mesmo que pareça, por algum tempo, que ele não nos ouve quando pedimos.

Há duas características que devem ser notadas sobre o tipo de oração fervorosa que devemos fazer. Antes de mais nada devemos orar sempre, o que significa continuamente. Precisamos estar presentes na oração.

Muitas orações são como garotos levados que batem na porta e depois correm. Eles se afastam muito antes das portas serem abertas.

Porém não devemos apenas pedir, mas continuar pedindo, buscando e batendo até que a porta do céu se abra.

Em nossas orações constantes devemos ser específicos como aquela viúva, pois ela, dia após dia, se dirigia ao juiz com o mesmo pedido. Nossas orações são muitas vezes muito genéricas e sem metas.

E, quando orarmos jamais devemos “esmorecer”. Nunca sejamos desencorajados se a nossa oração não for respondida imediatamente.

Se passarmos por alguns perigos e a ajuda der a impressão que foi protelada, nosso espírito não deve enfraquecer nem sucumbir. A oração que o Senhor nos exorta a praticar tem que ser respondida por ele.

Pessoas com coração reto são muitas vezes provadas pela demora divina em responder às orações, e são tentadas a abandonar a disposição de orar.

Para todos os que estejam nessas condições, essa parábola tem uma mensagem de encorajamento.

Na parábola do juiz duro de coração e insensível, ele é apresentado como um homem sem princípios. Ele não temia a Deus nem tinha consideração pelos homens.

Uma viúva da mesma cidade fora tratada injustamente por um inimigo e veio a ele pedir justiça. Embora a sua causa fosse justa, ele não deu atenção ao seu caso.

Mas ela persistiu, voltando sempre com o mesmo pedido, até que finalmente o juiz decidiu fazer-lhe justiça, não porque ele se importasse com a justiça, mas simplesmente para livrar-se daquela viúva que o importunava tanto.

Não houve outro motivo que o fizesse agir a não ser esse. Grandes contrastes são apresentados aqui: Arrogância e impotência extremas – e, no entanto, a impotência venceu no final.

Quando procuramos dividir a parábola temos:

1. A viúva importuna – As viúvas têm um lugar de destaque na Bíblia. Na época do nosso Senhor eram, até certo ponto, desprezadas, e constituíam presa fácil para qualquer homem que não tivesse princípios.

Eram pobres e consequentemente não tinham alguém para protegê-las e resgatá-las. Sua única esperança era recorrerem aos que administravam a justiça para que interviessem a seu favor.

Quase sempre despertavam pena e, por isso, sua impotência em defender-se era reconhecida com misericórdia pela lei judaica. “A nenhuma viúva afligireis” (Ex 22.22-24; Dt 10.18; 24.17). A religião pura inclui o cuidado para com as viúvas em sua aflição (Tg 1.27).

Não nos foi revelada qual era a sua causa urgente. Ela fora injustiçada e buscava apenas justiça na questão com o seu adversário.

O juiz era insensível e não tinha pena; no entanto, a viúva “ia ter com ele” – “vinha continuamente” (Lc 18.3) como devemos ir ao trono da graça se o nosso pedido inicial não for atendido.

Insistia tanto que, finalmente o juiz sem coração cedeu e resolveu atende-la, “para que enfim não volte e não me importune tanto”.

Os discípulos provavelmente riram, quando ouviram esse toque de humor. Bem, a sua persistência prevaleceu e, no final, conseguiu do relutante juiz a justiça de que precisava e merecia.

2. Juiz iníquo – “A conduta desse juiz testifica “a desorganização e corrupção generalizadas da justiça que prevaleciam sob o governo da Galileia e Pereia na época”.

Não há dúvida de que o caso que Jesus apresentou aqui tenha sido extremo. Porém havia representantes da lei cuja consciência estava morta. O que temos aqui era um homem que não tinha Deus.

Ele não era religioso nem mesmo humanitário. Nunca se preocupava com Deus ou com os homens. Cuidava apenas de si mesmo. Como judeu ele agia em contradição à lei, a qual decretava que se estabelecessem juízes nas cidades, em todas as tribos, e proibia rigorosamente juízes distorcidos, acepção de pessoas ou subornos (Dt 16.18,19).

Esse juiz era descaradamente corrupto. Ele justificou a viúva somente porque o importunava e ele não queria ser molestado fisicamente.

A característica notável dessa parábola, a essa altura, é que o juiz viu a si mesmo da mesma maneira que Cristo se referiu a ele.

Jesus disse sobre ele: “Certo juiz que não temia a Deus nem respeitava o homem”. Levado a agir por causa da persistência da viúva, lemos que o juiz “disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens”.

Disse consigo! Esse juiz injusto não pensava em Deus nem na viúva – apenas em si mesmo, preocupado em não ser forçado a fazer o que quer que fosse. Esse homem tinha prostituído uma posição privilegiada.

3. Juiz divino e justo – Examinando como o nosso Senhor aplicou essa sua parábola, torna-se surpreendente que ele tenha comparado os negócios de Deus não com um bom homem, mas com os de um homem mau e sem Deus, e essa característica apenas dá ainda mais poder à parábola.

Há um contraste muito grande entre tudo que o juiz era e o que Deus não é. Tudo o que Deus é, o juiz não era. Deus é exatamente o oposto em caráter a tudo o que o juiz era.

Quando dividimos o ensinamento da parábola em partes menores, temos, primeiramente, a boa vontade de Deus em ouvir e responder aos pedidos dos que lhe pertencem.

“Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que clamam de dia e de noite, ainda que os faça esperar?” Por causa da soberania e onisciência de Deus, ele responde às orações segundo a sua própria vontade.

Ele se restringe à “perfeição do seu próprio Ser e pela permissão humana”. A expressão “fazer justiça”, referindo-se ao juiz injusto, e aqui a Deus, significa a efetivação de sua vingança, não no sentido de vingança, mas de justificação ou justiça. Quando tratado os seus eleitos podem estar certos de que ele os justificará.

“Clamam de dia e de noite” expressa a mesma ideia de ordem do Senhor sobre “o dever de orar sempre”. Se o injusto juiz, por fim, reagiu ao lamento da viúva simplesmente para se ver livre dela, não responderá Deus, que é completamente justo, às orações dos que lhe pertencem, que trabalham debaixo da injustiça e da opressão?

Se um simples sentimento egoísta prevaleceu
Sobre o homem perverso, muito mais ainda os santos podem esperar de Deus.

Se a importunação e a perseverança da viúva finalmente prevaleceram, muito mais ainda essas virtudes prevalecerão com relação a Deus.

Muitas vezes a interferência humana é o maior obstáculo para que nossas orações sejam respondidas. Além disso, um dos propósitos da oração que Deus demora a atender é a fortificação da nossa fé e da nossa paciência. Não sabemos o tempo e os caminhos de Deus. “Ele tudo fará” (Sl 37.5).

Quando aparentemente Deus segura a resposta dos pedidos de seus filhos, ele faz isso com sabedoria e amor. Nossa palavra final é que a viúva não prevaleceu por causa de sua eloquência ou por sua elaborada petição.

Suas palavras foram poucas, somente seis: “Faz-me justiça contra o meu adversário”. Seu clamor foi curto e explícito. Ele nada disse sobre a sua condição como viúva, sua família ou sua opinião sobre o juiz iníquo. Tudo que ela queria era justiça contra o seu adversário.

Deus nos assegura que ouve e responde nossas orações e isso deve nos incentivar a pedir insistentemente. Os elos da corrente que nos ligam ao céu e traz o céu a terra, são os elos das nossas orações:

·         Uma sensação de necessidade pessoal;
·         Um desejo de receber o que Deus vê que precisamos;
·         Uma fé inabalável que ele tem o que necessitamos;
·         Uma confiança que, apesar de demorar a nos conceder, ele deseja que não desistamos;
·         Uma crença firme que pedindo, crendo, receberemos.

Nesta parábola do juiz iníquo, o Senhor Jesus enfatiza o grande poder da perseverança e da paciência para alcançarmos os nossos objetivos.

A grande perseverança daquela viúva importuna foi determinante para lograr êxito diante daquele juiz iníquo, que por não temer a Deus nem respeitar homem algum, também não se mostrava tão disposto a atender o pedido de pessoa alguma.




Consultas:
GABY. Wagner Tadeu. Comentarista da Lição Bíblica do43º. Trimestre 2018. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante.
GABY. Wagner Tadeu e GABY Eliel dos Santos. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. CPAD. Rio de Janeiro, 2018
WICLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD Rio de Janeiro, 2016.
ELWELL Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Editora Vida Nova, São Paulo, 2009
LOCKYER. Herbert. Todas as Parábolas da Bíblia. Editora Vida, São Paulo 2017
BAILEY Kenneth. As Parábolas de Lucas. Editora Vida Nova São Paulo. 2003
GIOIA Egídio.Notas e Comentários à Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerp. Rio de Janeiro, 1981
CHAMPLIN. Novo Dicionário Bíblico. Editora Hagnos. São Paulo 2018
Bíblia do Pregador Pentecostal - SBB
CHAMPLIN. R.N. Novo Testamento Interpretado – V1. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Lição 03 - O CRESCIMENTO DO REINO DE DEUS - 21.10.18 - Subsídios


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 03 - O CRESCIMENTO DO REINO DE DEUS - 21.10.18
Mateus 4.30-32; 13.31-33; Lucas 13.18,19
Por: Pr. João Barbosa

Podemos dizer que, de alguma forma, todas as parábolas de Jesus pressupõe o Reino de Deus presente no mundo, quer seja explícito ou não.

Em cada parábola encontramos algum elemento do Reino. Algumas, contudo, tratam especificamente do crescimento do Reino de Deus na terra.

Não se pode esquecer o fato de que todas as parábolas de Mateus 13, referem-se à nossa época e que, por elas, nosso Senhor não estava ensinando o sucesso final e completo de seu Reino, nessa dispensação, que vai do seu primeiro advento à sua segunda vinda à terra.

Além do mais, nessas parábolas proféticas, o nosso Senhor não estava ilustrando a verdadeira natureza do seu reino. Ele observou a época e olhou para sua consumação, referindo-se à mistura que prevaleceria até a sua volta como o Rei dos reis e Senhor dos senhores, quando então prevalecerá a uniformidade.

Em nenhuma dessas parábolas Jesus “revela a natureza íntima do Reino, exceto no começo, quando ele mostrou que os princípios do Reino acham-se na Palavra de Deus como personificado na vida de homens e mulheres cristãos.

Aquela, é claro, inclui todas as coisas, mas não há referência detalhada a isso na interpretação. Não se acha definida aqui a ética do Reino. Essa acha-se detalhada no Sermão do Monte”.

Entendemos que essa é a chave que nos abre o significado completo dessas inigualáveis parábolas. Há ainda outros fatores importantes que temos em mente quando consideramos essas parábolas “que dizem respeito aos processos do Reino durante nossa época do procedimento divino”.

O grão de mostarda – No Oriente Médio o que se conhece como “mostarda” não cresce a ponto de ser chamada árvore. Mesmo havendo muitas espécies de sementes de mostarda, os botânicos acreditam que a espécie mencionada na parábola seja a “cardá”, termo árabe para “mostarda”.

Em razão do diminuto tamanho do grão, a semente simboliza pequenos começos, denota pesos ou medidas muito pequenos. É equivalente a uma partícula, “de tão pequena” que é.

Por ser picantes, muito ardidas, mostram suas melhores virtudes apenas quando esmagadas; suas sementes tornam-se atraentes ao sabor das aves que se alimentam de ervas ou as utilizam como abrigo.

Na parábola, a pequena semente não é tanto a Palavra quanto na Parábola do Semeador, mas, sem dúvida, quem semeou o grão de mostarda foi “o Filho do Homem”, como no caso do Semeador, pois foi ele quem teve a mais insignificante entrada no mundo e fundou a sua igreja que ele chamou um  “pequeno rebanho”.

Pequeno em aparência e impróprio para tornar-se o espetáculo por seu vigor. Enquanto Mateus diz que essa semente foi semeada “num campo”, Marcos afirma que foi na terra (Mc 4.30-32); E Lucas, em “sua horta” (Lc 13.18,19).

O “campo”, em nossa parábola é “o mundo”, a terra, os corações dos homens na parábola anterior. A Semente, então semeada no Dia de Pentecostes – “cerca de cento e vinte” irmãos (At 1.15-26).

Grande árvore – Mateus refere-se ao rápido crescimento da semente, que se torna “a maior das hortaliças”, como uma árvore; Lucas diz “cresceu e se fez árvore”. Hortaliças, mesmo que pensemos que possam crescer como uma árvore são espécies inteiramente diferentes das árvores.

O crescimento das árvores é lento; mas o da hortaliça, como a semente de mostarda é anormal; desenvolve-se sem a força de uma árvore, e vive apenas o suficiente para produzir flores e sementes.

Assim, uma hortaliça que se torna árvore sugere uma expansão inteiramente alheia à sua verdadeira natureza e constituição.

Como pode essas coisas referir-se à igreja do nosso Senhor Jesus Cristo? Em alguns meses, a cardal pode crescer como um arbusto, com cerca de três a seis metros de altura, com vasta folhagem e galhos em forma de leque.

Em virtude de o grão de mostarda crescer como uma “árvore”, como que sugerindo talvez, a expansão e proeminência, muitos comentaristas erram, pois utilizam esse detalhe botânico para anunciar a rápida propagação do evangelho e a expansão do cristianismo pelo mundo. Entretanto, essa visão tem sido motivo de muitas polêmicas entre os teólogos.

A igreja organizada erroneamente mudou a ênfase da semente semeada para a árvore que cresce. Em vez de espalhar as sementes com toda humildade, a igreja ficou mais preocupada com a elaboração de grandes denominações, instituições e ordens.

O grande sistema eclesiástico, incluindo o grande conglomerado político-religioso católico romano que representa o cristianismo, não aparece no NT em nenhum momento ele foi reconhecido, nem mesmo implícito nos ensinos de Jesus.

O fundador da Igreja nunca pensou em usar o grão de mostarda quando lançou raízes mais profundas na terra, em referência à sua noiva, cuja esperança, chamado e cidadania estão no céu.

Ele não disse que os seus não são deste mundo como ele também não é daqui. O campo é onde a semente é semeada na esfera do mundo; onde a carne e o Diabo estão unidos em oposição a tudo que concerne a Cristo e a sua Igreja.

Um mundo ímpio, embora seja lugar para lançar sementes da piedade, não oferece solo adequado para a expansão do Cristianismo. Há contínua harmonia entre as parábolas de Mateus 13.

Assim, em O Semeador, a semente não lançou raízes e floresceu em toda extensão do campo, mas apenas em uma quarta parte.

Na Parábola do Trigo e do Joio, temos a continuidade e as consequências da atividade Satânica, as quais positivamente impedem a expectativa de um mundo conquistado para Cristo, na era presente.

Então, a Parábola da Mostarda não pode ensinar o que é contrário às parábolas anteriores, a saber, todo campo que contém apenas boas sementes, onde cresce apenas o trigo.

Antes de resumir as diferenças entre cristianismo e cristandade, o insignificante “arbusto que se sobrepujou” para denotar a normalidade, analisemos brevemente:

Ave do céu – Quando comparamos Escritura com Escritura, encontramos os pássaros, ou aves do céu, que simboliza Satanás e seu poderio. Os pássaros foram usados numa parábola anterior nesse sentido, e devem ter nessa parábola o mesmo significado.

Mateus identifica “as aves do céu” como “o Maligno”. Marcos fala sobre elas como símbolos da atividade satânica. Lucas relaciona “as aves do céu” como o Diabo.

Os pássaros desciam sobre as carcaças dos corpos do sacrifício, e Abraão os enxotava (Gn 15.11; Dt 28.26). Perto do final do tempo dos gentios, Babilônia se tornará “morada de demônios e guarida de todo espírito imundo, e esconderijo de toda árvore imunda e detestável”.

Alguns teólogos reconhecem que este assunto é escatológico e acreditam que o Senhor Jesus Cristo pensou nesse significado simbólico, quando, ao referir-se à amplitude da “grande árvore”, disse que as aves do céu fariam ninhos em seus ramos.

A Parábola da Mostarda – Corresponde à época destacada pela carta a igreja em Pérgamo (Ap.2.12-17). Quando a cristandade, primeiramente plantada em mansidão e humildade, assumiu a aparência das grandezas mundanas, e passou de alvo da poderosa perseguição do império romano a objeto de sua proteção no reinado de Constantino O Grande.

Agora a árvore, com a sua elevada altura e longos ramos, tornou-se o emblema da dignidade e grandeza mundanas. Os governantes dos gentios começaram a exercer autoridade nos assuntos da Igreja (Mt 20.25-28). Ela então abandonou sua simplicidade em Cristo (2Co 11.2,3) e tornou-se grande na terra, e assim é contrária ao seu caráter original e propósito e diferente daquele que é o cabeça, manso e humilde de coração.

A igreja passou de Organismo para Organização, e desenvolveu uma paixão por proeminência, poder e posições. Homens, como governadores mundanos, buscam supremacia no meio dos cristãos.

Assim o imperador Constantino, após derrotar o perverso Licínio 313 – 328 dC. “Pôs o cristianismo sob o trono de César”. Os príncipes assumiram o título e a função de “sumos sacerdotes”.

O dia mais tenebroso em toda história da igreja foi sua adesão aos acenos de Constantino numa hábil manobra política que introduziu com isso muito paganismo e o elevou a posição de poder mundial; e, naquele momento, toda Igreja ficou sob a praga, da qual nunca se livrará completamente.

Esse é todo pecado e o erro do papado: A dominação em nome de Cristo, o desejo de governar sobre reis, imperadores e governadores, para ditar-lhes as regras; uma grande árvore espalha os seus ramos.

Esse espírito permanece com toda força ainda hoje, e procura realizar a vontade de Deus por elevada Organização, revestida de poder. Isto não pode ser uma coisa boa. Pois é um crescimento anormal.
Esse crescimento rápido, porém frágil, indigno de confiança e degenerado do cristianismo professo não estava no ensinamento do fundador do cristianismo.

A regeneração batismal, uma heresia na qual Constantino acreditava firmemente, tornou-se a doutrina fundamental da Igreja. Maria, a mãe de nosso Senhor, tornou-se a rainha do céu em lugar da deusa babilônica que tinha esse título (Jr 44.17-19).

O uso do incenso água benta, velas, magníficas vestimentas e adoração a santos foram introduzidos e tornaram-se como “as aves do céu aninhando-se nos ramos” da “árvore” religiosa.

Satanás conseguiu moradia segura na professa Igreja de Cristo de tal modo que ele está em condições de produzir a primeira grande dissimulação da verdade de Deus, avisada profeticamente por nosso Senhor Jesus Cristo, na Parábola do Fermento.

A saber, o Catolicismo que, não obstante a sua aparência de verdadeira Igreja de Cristo, pertence à falsa igreja.

Muito se poderia escrever sobre o desenvolvimento da falsidade na cristandade: O surgimento através dos séculos de falsos cultos e sistemas religiosos, todos apropriando-se do título de cristão, como “ciência cristã” que não é nem cristã e nem ciência. Temos então a união entre a Igreja e o Estado; a proposta da reunificação dos chamados ramos da Igreja cristã em uma igreja a nível universal.

A regeneração é absolutamente essência para inclusão da Igreja, que é o corpo do Senhor, mas hoje a filiação está indiscriminada e existe um grande número de frequentadores de cultos que não tem a experiência do novo nascimento e a fé nos fundamentos da Palavra de Deus.

O cristianismo está sobrecarregado, porque tantas “aves do céu” fazem seus ninhos nos ramos dessa frondosa árvore.

Consultas:
GABY. Wagner Tadeu. Comentarista da Lição Bíblica do43º. Trimestre 2018. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante.
GABY. Wagner Tadeu e GABY Eliel dos Santos. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. CPAD. Rio de Janeiro, 2018
WICLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD Rio de Janeiro, 2016.
ELWELL Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Editora Vida Nova, São Paulo, 2009
LOCKYER. Herbert. Todas as Parábolas da Bíblia. Editora Vida, São Paulo 2017
BAILEY Kenneth. As Parábolas de Lucas. Editora Vida Nova São Paulo. 2003
GIOIA Egídio.Notas e Comentários à Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerp. Rio de Janeiro, 1981
CHAMPLIN. Novo Dicionário Bíblico. Editora Hagnos. São Paulo 2018
CHAMPLIN. R.N. Novo Testamento Interpretado – V1. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Lição 02 - PARA OUVIR E ANUNCIAR A PALAVRA DE DEUS - 14.10.18


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 02 - PARA OUVIR E ANUNCIAR A PALAVRA DE DEUS - 14.10.18
Marcos 4.3-20
Por: Pr. João Barbosa

Os ensinos de Jesus são a maravilha de todos os séculos, na sua aplicação intelectual, política, moral e espiritual.

Seu método psicológico e pedagógico atrai irresistivelmente a atenção, move a vontade e a consciência; e ele a todos convida para aprenderem na sua escola divina, especialmente aos ministros da Palavra de Deus e a todos obreiros de sua grande seara.

O método de ensino por parábolas já era usado pelos profetas, rabinos e outros educadores. Mas as parábolas de Jesus são “suigeneris”, porquanto tem a nota característica e fundamental de alcançar não a mente, mas a alma, para as coisas espirituais e eternas.

Parábola é um teste para despertar a consciência e significa também provérbios (2Pe 2.22). Parábola é algo posto ao lado de outro, para compará-lo com ele; pode ser um fato real e verdadeiro ou um fato suposto, porém, neste último caso, deve ser razoável e de acordo com a natureza, pois, não sendo assim, não terá valor eficiente.

A parábola é diferente da fábula, e da alegoria. A fábula, geralmente, atribui às coisas materiais ou animais irracionais faculdades humanas.
Eis sua finalidade (1Tm 1,4; 4.7; Tt 1.14; 2Pe 1.16). “A alegoria é uma metáfora porque usa uma coisa pela outra sem expressar a semelhança”. Todas estas figuras são de precioso valor para o ensino.

Porque Jesus ensinou por parábolas? Em Mateus 13.13, encontramos a resposta: “Porque eles, vendo não vêm; e, ouvindo, não ouvem, nem compreendem”. Têm olhos para ver, mas não vêm; e têm ouvido para ouvir, mas não ouvem; e tudo, porque não querem ver nem querem ouvir.

A Parábola do Semeador é uma das parábolas de Jesus encontrada nos três evangelhos sinópticos Mt 13 1-9; Mc 4.3-9; Lc 8.48. Um propósito da Parábola do Semeador foi prevenir os discípulos com relação ao triste fato de a pregação da Palavra de Deus não produzir uma colheita inteira em relação aos ouvintes.

Esta parábola pode ser interpretada como a parábola do coração, pois mostra como é o coração de cada pessoa. A Parábola do Semeador relata de que forma o evangelho será recebido no mundo. Nela aprendemos três verdades:

1. A conversão e a vida espiritual depende de como a pessoa se porta diante da Palavra de Deus (Mc 4.14; Jo 15.1-10.

2. Haverá diferentes reações ante a pregação do evangelho. Da parte do mundo, uns ouvirão, mas não entenderão (Mc 4.15; Mt 13.19). Uns crerão, mas depois se desviarão (Mc 4.16-19). Uns perseverarão e frutificarão em diferentes proporções (Mc 4.20).

3. Os inimigos da Palavra de Deus são: Satanás, os cuidados deste mundo, as riquezas e os prazeres pecaminosos desta vida (Mc 4.15.19; Lc 8.14).

Esta parábola explana o bom êxito ou o insucesso da semente semeada, segundo as disposições do coração dos ouvintes. A semente, que é a Palavra de Deus, é boa e perfeita, mas a sua germinação depende das disposições que encontra.

O Reino dos Céus é a boa semente no mundo. Há, nesta parábola, quatro classes ou tipos de pessoas que representa a totalidade da humanidade, observada através da psicologia do coração humano.
 
A primeira classe são os ouvintes terra-dura, aqueles que estão endurecidos no entendimento das coisas espirituais, empedernidos de coração. Vem Satanás e varre de seus corações a semente da verdade.

A segunda classe são os ouvintes-pedregulhos, os quais recebem com agrado a Palavra de Deus, mas o seu coração é movediço como a areia do mar e não permite à semente criar raízes seguras e, por isso, acaba secando.

Nesta classe de corações estão enquadrados os emocionais, os volúveis, os medrosos e os incapazes de suportarem a ridicularização e a perseguição por amor de Cristo.

A terceira classe são os ouvintes terra-fofa que, aparentemente, manifestam crescimento no conhecimento intelectual das coisas do evangelho, mas, quando chegam a certa altura de crescimento, são cercados por outras plantas venenosas, representadas na parábola, por espinhos e cardos.

Estes, sufocam os ouvintes terra-fofa, porquanto o seu coração não tem firmeza, não confiam na Palavra de Deus que foi semeada no seu coração.

Nesta classe se enquadram os dominados pelo mundanismo, pelas riquezas materiais, pelos prazeres pecaminosos e vícios. São os corações preocupados com as coisas do mundo e têm dois senhores, estão divididos.

A quarta classe são os ouvintes-boa terra. São os que ouvem e compreendem a Palavra de Deus, e dão frutos, “e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta”. Enquadram-se nesta classe os corações humildes e ansiosos de receber a palavra da verdade e praticá-las com alegria de coração.

São os que produzem bons frutos em sua vida cristã, embora uns mais e outros menos, de acordo com o estado em que o coração recebe a Palavra de Deus.

Então Jesus interpreta a parábola a seus discípulos. Primeiramente, explica a seus discípulos o motivo porque ensinava por parábolas: “a vós é confiado o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhe diz por parábolas” (Mc 4.10-11).

O mistério do reino de Deus, a que Jesus se refere, é exatamente a revelação do evangelho aos corações sinceros, e humildes que buscam a verdade e o conhecimento das coisas espirituais e eternas.

Os que tivessem essa revelação e conhecimento da verdade do reino, seriam estimulados a investigar e a buscar as verdades espirituais. Não era propósito do Mestre fazer mistérios ensinando por parábolas, mas por esse meio revelaria grandes verdades do reino de Deus, “pois ao que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem até aquilo que tem lhe será tirado”.

“Quem possui o senso espiritual e tem com ele a capacidade de aprender e entender a verdade divina pode estar certo de que o seu patrimônio de conhecimentos, portanto exíguo, será sempre aumentado”.

“Por outro lado, aqueles que são privados do senso espiritual e não têm fome e sede de justiça em sua alma, tornam-se logo indiferentes às coisas divinas, e aquela pouca vida e aquele pequeno discernimento espiritual que pareciam ter adquirido conversando com pessoas espirituais, logo também cedem seu campo à indiferença e ao erro, senão ao pecado escandaloso”.

“Por isso lhes falo por parábolas; porque eles vendo, não vêm, e ouvindo, não ouvem nem entendem”. A verdade sublime e mui preciosa é que “Deus, nosso Salvador, deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1Tm 2.3,4).

Mas, desastrosamente, criaturas humanas há que deliberadamente fecham seus ouvidos para não ouvir, e fecham seus olhos para não ver, e, dessa maneira, o pior surdo é aquele que não quer ouvir e o pior cego é o que não quer ver.

Os ouvidos e os olhos, tanto os físicos quanto os espirituais, são as portas e as janelas da alma humana; mas se o dono da casa os fecha, não haverá possibilidade de ouvir o som nem ver a luz da Palavra de Deus, e tal coração fica no silencio e nas trevas do pecado.

Jesus termina esta parábola com duas instruções que reforça o ensino fundamental da mesma (Mc 4.21-25). Com estas instruções, Jesus exorta seus discípulos a que proclamem o conhecimento espiritual e a interpretação de seus ensinos e não o tenham em misteriosos segredos.

A luz do conhecimento da verdade deve brilhar, e deve ser manifesta aos homens, porque com a medida com que medimos os nossos semelhantes também nos medirão a nós, “e ainda se vos acrescentarás”, quer para o bem quer para o mal; que o juízo de Deus está à porta, para justificar ou condenar a cada um pessoalmente: “pois, ao que tem, ser-lhe-á dado; e ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado”.

Se temos o conhecimento da verdade, então devemos ensiná-la a outrem, para que Deus nos dê mais conhecimento; mas, se o escondermos e mantivermos o conhecimento da verdade em segredo; teremos o castigo divino: ser-nos-á tirado o que temos.

Consultas:
GABY. Wagner Tadeu. Comentarista da Lição Bíblica do43º. Trimestre 2018. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante.
GABY. Wagner Tadeu e GABY Eliel dos Santos. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. CPAD. Rio de Janeiro, 2018
WICLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD Rio de Janeiro, 2016.
ELWELL Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Editora Vida Nova, São Paulo, 2009
LOCKYER. Herbert. Todas as Parábolas da Bíblia. Editora Vida, São Paulo 2017
BAILEY Kenneth. As Parábolas de Lucas. Editora Vida Nova São Paulo. 2003
GIOIA Egídio.Notas e Comentários à Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerp. Rio de Janeiro, 1981
CHAMPLIN. Novo Dicionário Bíblico. Editora Hagnos. São Paulo 2018
CHAMPLIN. R.N. Novo Testamento Interpretado – V1. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010