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quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Lição 03 - O CRESCIMENTO DO REINO DE DEUS - 21.10.18 - Subsídios


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 03 - O CRESCIMENTO DO REINO DE DEUS - 21.10.18
Mateus 4.30-32; 13.31-33; Lucas 13.18,19
Por: Pr. João Barbosa

Podemos dizer que, de alguma forma, todas as parábolas de Jesus pressupõe o Reino de Deus presente no mundo, quer seja explícito ou não.

Em cada parábola encontramos algum elemento do Reino. Algumas, contudo, tratam especificamente do crescimento do Reino de Deus na terra.

Não se pode esquecer o fato de que todas as parábolas de Mateus 13, referem-se à nossa época e que, por elas, nosso Senhor não estava ensinando o sucesso final e completo de seu Reino, nessa dispensação, que vai do seu primeiro advento à sua segunda vinda à terra.

Além do mais, nessas parábolas proféticas, o nosso Senhor não estava ilustrando a verdadeira natureza do seu reino. Ele observou a época e olhou para sua consumação, referindo-se à mistura que prevaleceria até a sua volta como o Rei dos reis e Senhor dos senhores, quando então prevalecerá a uniformidade.

Em nenhuma dessas parábolas Jesus “revela a natureza íntima do Reino, exceto no começo, quando ele mostrou que os princípios do Reino acham-se na Palavra de Deus como personificado na vida de homens e mulheres cristãos.

Aquela, é claro, inclui todas as coisas, mas não há referência detalhada a isso na interpretação. Não se acha definida aqui a ética do Reino. Essa acha-se detalhada no Sermão do Monte”.

Entendemos que essa é a chave que nos abre o significado completo dessas inigualáveis parábolas. Há ainda outros fatores importantes que temos em mente quando consideramos essas parábolas “que dizem respeito aos processos do Reino durante nossa época do procedimento divino”.

O grão de mostarda – No Oriente Médio o que se conhece como “mostarda” não cresce a ponto de ser chamada árvore. Mesmo havendo muitas espécies de sementes de mostarda, os botânicos acreditam que a espécie mencionada na parábola seja a “cardá”, termo árabe para “mostarda”.

Em razão do diminuto tamanho do grão, a semente simboliza pequenos começos, denota pesos ou medidas muito pequenos. É equivalente a uma partícula, “de tão pequena” que é.

Por ser picantes, muito ardidas, mostram suas melhores virtudes apenas quando esmagadas; suas sementes tornam-se atraentes ao sabor das aves que se alimentam de ervas ou as utilizam como abrigo.

Na parábola, a pequena semente não é tanto a Palavra quanto na Parábola do Semeador, mas, sem dúvida, quem semeou o grão de mostarda foi “o Filho do Homem”, como no caso do Semeador, pois foi ele quem teve a mais insignificante entrada no mundo e fundou a sua igreja que ele chamou um  “pequeno rebanho”.

Pequeno em aparência e impróprio para tornar-se o espetáculo por seu vigor. Enquanto Mateus diz que essa semente foi semeada “num campo”, Marcos afirma que foi na terra (Mc 4.30-32); E Lucas, em “sua horta” (Lc 13.18,19).

O “campo”, em nossa parábola é “o mundo”, a terra, os corações dos homens na parábola anterior. A Semente, então semeada no Dia de Pentecostes – “cerca de cento e vinte” irmãos (At 1.15-26).

Grande árvore – Mateus refere-se ao rápido crescimento da semente, que se torna “a maior das hortaliças”, como uma árvore; Lucas diz “cresceu e se fez árvore”. Hortaliças, mesmo que pensemos que possam crescer como uma árvore são espécies inteiramente diferentes das árvores.

O crescimento das árvores é lento; mas o da hortaliça, como a semente de mostarda é anormal; desenvolve-se sem a força de uma árvore, e vive apenas o suficiente para produzir flores e sementes.

Assim, uma hortaliça que se torna árvore sugere uma expansão inteiramente alheia à sua verdadeira natureza e constituição.

Como pode essas coisas referir-se à igreja do nosso Senhor Jesus Cristo? Em alguns meses, a cardal pode crescer como um arbusto, com cerca de três a seis metros de altura, com vasta folhagem e galhos em forma de leque.

Em virtude de o grão de mostarda crescer como uma “árvore”, como que sugerindo talvez, a expansão e proeminência, muitos comentaristas erram, pois utilizam esse detalhe botânico para anunciar a rápida propagação do evangelho e a expansão do cristianismo pelo mundo. Entretanto, essa visão tem sido motivo de muitas polêmicas entre os teólogos.

A igreja organizada erroneamente mudou a ênfase da semente semeada para a árvore que cresce. Em vez de espalhar as sementes com toda humildade, a igreja ficou mais preocupada com a elaboração de grandes denominações, instituições e ordens.

O grande sistema eclesiástico, incluindo o grande conglomerado político-religioso católico romano que representa o cristianismo, não aparece no NT em nenhum momento ele foi reconhecido, nem mesmo implícito nos ensinos de Jesus.

O fundador da Igreja nunca pensou em usar o grão de mostarda quando lançou raízes mais profundas na terra, em referência à sua noiva, cuja esperança, chamado e cidadania estão no céu.

Ele não disse que os seus não são deste mundo como ele também não é daqui. O campo é onde a semente é semeada na esfera do mundo; onde a carne e o Diabo estão unidos em oposição a tudo que concerne a Cristo e a sua Igreja.

Um mundo ímpio, embora seja lugar para lançar sementes da piedade, não oferece solo adequado para a expansão do Cristianismo. Há contínua harmonia entre as parábolas de Mateus 13.

Assim, em O Semeador, a semente não lançou raízes e floresceu em toda extensão do campo, mas apenas em uma quarta parte.

Na Parábola do Trigo e do Joio, temos a continuidade e as consequências da atividade Satânica, as quais positivamente impedem a expectativa de um mundo conquistado para Cristo, na era presente.

Então, a Parábola da Mostarda não pode ensinar o que é contrário às parábolas anteriores, a saber, todo campo que contém apenas boas sementes, onde cresce apenas o trigo.

Antes de resumir as diferenças entre cristianismo e cristandade, o insignificante “arbusto que se sobrepujou” para denotar a normalidade, analisemos brevemente:

Ave do céu – Quando comparamos Escritura com Escritura, encontramos os pássaros, ou aves do céu, que simboliza Satanás e seu poderio. Os pássaros foram usados numa parábola anterior nesse sentido, e devem ter nessa parábola o mesmo significado.

Mateus identifica “as aves do céu” como “o Maligno”. Marcos fala sobre elas como símbolos da atividade satânica. Lucas relaciona “as aves do céu” como o Diabo.

Os pássaros desciam sobre as carcaças dos corpos do sacrifício, e Abraão os enxotava (Gn 15.11; Dt 28.26). Perto do final do tempo dos gentios, Babilônia se tornará “morada de demônios e guarida de todo espírito imundo, e esconderijo de toda árvore imunda e detestável”.

Alguns teólogos reconhecem que este assunto é escatológico e acreditam que o Senhor Jesus Cristo pensou nesse significado simbólico, quando, ao referir-se à amplitude da “grande árvore”, disse que as aves do céu fariam ninhos em seus ramos.

A Parábola da Mostarda – Corresponde à época destacada pela carta a igreja em Pérgamo (Ap.2.12-17). Quando a cristandade, primeiramente plantada em mansidão e humildade, assumiu a aparência das grandezas mundanas, e passou de alvo da poderosa perseguição do império romano a objeto de sua proteção no reinado de Constantino O Grande.

Agora a árvore, com a sua elevada altura e longos ramos, tornou-se o emblema da dignidade e grandeza mundanas. Os governantes dos gentios começaram a exercer autoridade nos assuntos da Igreja (Mt 20.25-28). Ela então abandonou sua simplicidade em Cristo (2Co 11.2,3) e tornou-se grande na terra, e assim é contrária ao seu caráter original e propósito e diferente daquele que é o cabeça, manso e humilde de coração.

A igreja passou de Organismo para Organização, e desenvolveu uma paixão por proeminência, poder e posições. Homens, como governadores mundanos, buscam supremacia no meio dos cristãos.

Assim o imperador Constantino, após derrotar o perverso Licínio 313 – 328 dC. “Pôs o cristianismo sob o trono de César”. Os príncipes assumiram o título e a função de “sumos sacerdotes”.

O dia mais tenebroso em toda história da igreja foi sua adesão aos acenos de Constantino numa hábil manobra política que introduziu com isso muito paganismo e o elevou a posição de poder mundial; e, naquele momento, toda Igreja ficou sob a praga, da qual nunca se livrará completamente.

Esse é todo pecado e o erro do papado: A dominação em nome de Cristo, o desejo de governar sobre reis, imperadores e governadores, para ditar-lhes as regras; uma grande árvore espalha os seus ramos.

Esse espírito permanece com toda força ainda hoje, e procura realizar a vontade de Deus por elevada Organização, revestida de poder. Isto não pode ser uma coisa boa. Pois é um crescimento anormal.
Esse crescimento rápido, porém frágil, indigno de confiança e degenerado do cristianismo professo não estava no ensinamento do fundador do cristianismo.

A regeneração batismal, uma heresia na qual Constantino acreditava firmemente, tornou-se a doutrina fundamental da Igreja. Maria, a mãe de nosso Senhor, tornou-se a rainha do céu em lugar da deusa babilônica que tinha esse título (Jr 44.17-19).

O uso do incenso água benta, velas, magníficas vestimentas e adoração a santos foram introduzidos e tornaram-se como “as aves do céu aninhando-se nos ramos” da “árvore” religiosa.

Satanás conseguiu moradia segura na professa Igreja de Cristo de tal modo que ele está em condições de produzir a primeira grande dissimulação da verdade de Deus, avisada profeticamente por nosso Senhor Jesus Cristo, na Parábola do Fermento.

A saber, o Catolicismo que, não obstante a sua aparência de verdadeira Igreja de Cristo, pertence à falsa igreja.

Muito se poderia escrever sobre o desenvolvimento da falsidade na cristandade: O surgimento através dos séculos de falsos cultos e sistemas religiosos, todos apropriando-se do título de cristão, como “ciência cristã” que não é nem cristã e nem ciência. Temos então a união entre a Igreja e o Estado; a proposta da reunificação dos chamados ramos da Igreja cristã em uma igreja a nível universal.

A regeneração é absolutamente essência para inclusão da Igreja, que é o corpo do Senhor, mas hoje a filiação está indiscriminada e existe um grande número de frequentadores de cultos que não tem a experiência do novo nascimento e a fé nos fundamentos da Palavra de Deus.

O cristianismo está sobrecarregado, porque tantas “aves do céu” fazem seus ninhos nos ramos dessa frondosa árvore.

Consultas:
GABY. Wagner Tadeu. Comentarista da Lição Bíblica do43º. Trimestre 2018. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante.
GABY. Wagner Tadeu e GABY Eliel dos Santos. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. CPAD. Rio de Janeiro, 2018
WICLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD Rio de Janeiro, 2016.
ELWELL Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Editora Vida Nova, São Paulo, 2009
LOCKYER. Herbert. Todas as Parábolas da Bíblia. Editora Vida, São Paulo 2017
BAILEY Kenneth. As Parábolas de Lucas. Editora Vida Nova São Paulo. 2003
GIOIA Egídio.Notas e Comentários à Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerp. Rio de Janeiro, 1981
CHAMPLIN. Novo Dicionário Bíblico. Editora Hagnos. São Paulo 2018
CHAMPLIN. R.N. Novo Testamento Interpretado – V1. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010

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