Subsídios Teológicos e Bibliológicos
para Estudo sobre:
Lição 01 – PARÁBOLA: UMA LIÇÃO PARA A
VIDA - 07.10.18
Mateus 13.10-17
Por: Pr. João
Barbosa
Parábola – São métodos empregados no discurso,
por meio do qual as verdades morais ou religiosas se ilustram pela analogia com
fatos da vida comum.
A comparação pode fazer-se por meio de palavras semelhantes ou pela
ideia contida na parábola. Os limites entre parábola, símiles e metáfora não
são bem determinados.
Muitas vezes observa-se pequena diferença. O símile e a metáfora são
breves, ao passo que a parábola é comparativamente longa.
“Vós sois o sal da terra e a luz do mundo”, é uma metáfora. “Eu sou o
bom pastor”, também é uma metáfora. “Como um cordeiro mudo diante daquele que o
tosquia”, é uma símile.
“Mas, o Reino dos Céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e
escondeu em três medidas de farinha até ficar toda levedada” (Mt 13.33), é uma
parábola.
Como termo geralmente traduzido por “parábola”, significa por lado a
lado, transmitindo a ideia de comparação. A parábola é literalmente por ao lado
ou comparar verdades terrenas com verdades celestiais, ou uma semelhança ou
ilustração entre um assunto e outro.
A parábola demonstra o que há fora de nós, é o espelho em que podemos
contemplar o espiritual e o interno, como alguém já disse: E se a terra é
apenas a sombra do céu e das coisas que nele há e um parece mais com o outro do
que se supõe aqui na terra.
Na Bíblia encontramos o uso de muitas figuras de linguagens e todas elas
são necessárias para ilustrar verdades divinas e profundas em que diferencia a
parábola da alegoria, da fábula, do provérbio e do mito.
Algumas das figuras de linguagem mais encontradas na Bíblia:
Símile – O vocábulo símile significa
parecença ou semelhança. Exemplificado no Salmo 1: Dois homens – Um será como a
árvore plantada junto a ribeiro de águas. Os ímpios são como a moinha que o
vento espalha (Sl 1.3,4).
A símile difere da metáfora por se apenas um estado de semelhança,
enquanto a metáfora transfere a representação de formas mais vigorosas.
Podemos ver nestas passagens: “Todos os homens são como a erva e toda a
sua beleza como as flores do campo” (Is 40.6,7).
“Toda a carne é como a erva e toda a glória do homem como a flor da
erva, seca-se a erva e cai a sua flor” (1Pe 1.24). A parábola autentica e, no
uso das Escrituras, uma símele geralmente posta em forma de narrativa ou usada
em conexão com algum episódio.
Portanto, parábola e símele se parecem. No evangelho de João não existem
parábolas propriamente ditas e sim muitas parábolas impressionantes.
Metáforas do evangelho de João:
“Eu sou o bom pastor” (Jo 10.11).
“Eu sou a videira verdadeira” (Jo 15.1).
“Eu sou a porta” (Jo 10.7).
“Eu sou a vida” (Jo 6.35).
“Eu sou o caminho a verdade e a vida” (Jo 14.6).
Prosopopeia – Quando se atribui a seres
irracionais e inanimados sentimentos humanos. Exemplo: “A ardente expectativa
da criação aguarda a revelação ou manifestação do filho de Deus. Pois a criação
está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a
sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da
corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
Porque sabemos que
toda a criação, a um só tempo geme e suporta angústias até agora. E não somente
ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em
nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção de nosso corpo” (Rm
8.19-23).
As parábolas que Jesus ensinava
são marcadas pela brevidade e pela simplicidade. Mas algumas são mais longas do
que a média de suas parábolas. Exemplo: “A parábola dos talentos” (Mt
25.14-30), “a parábola do filho pródigo” (Lc 15.11-32). As parábolas de Jesus
na sua brevidade; ganham vida e são um veículo que transmitem uma mensagem
profunda em termos simples – uma proverbial história terrestre com uma mensagem
celeste.
Uma parábola é uma forma der discurso, ou uma estória ou um dito para
ilustrar uma lição que se deseja ensinar. Por conveniência, as parábolas podem
ser divididas em três classes: parábolas verídicas, parábolas em forma de
estórias, ilustrações.
A parábola verídica – é uma ilustração tirada da vida
diária e seu ensino é universalmente reconhecido. Exemplos da parábola verídica
são: “Os meninos que brincam na praça” (Mt 11.16-19; Lc 7.31,32).
“A ovelha separada do rebanho” (Mt 18.12-14; Lc 15.4-7), “Uma moeda
perdida numa casa” (Lc 15.8-10;).
Parábola em forma de
estória – Refere-se a um
evento que ocorreu no passado e que se centralizam numa só pessoa: O mordomo
sagaz que endireitou a sua situação depois de ter esbanjado o patrimônio de seu
senhor (Lc 16.1-9); O juiz que acabou finalmente administrando resposta às
repetidas súplicas de uma viúva (Lc 18.2-8).
Ilustrações são estórias que representam um exemplo
a ser imitado; a parábola do bom samaritano (Lc 10.30-37). Termina com a
admoestação: “Vai, e procede de igual modo”.
Além dessas três categorias, parábolas também se referem a ditos breves
e sábios que talvez tenha circulado como provérbios nos dias de Jesus: “Médico,
cura-te a ti mesmo” (Lc 4.23). “Pode por ventura, um cego guiar outro cego? Não
cairão ambos no barranco?” (Lc 6.39).
As parábolas de Jesus são estórias que retratam a vida real, embora em
alguns casos haja exageros deliberados. Exemplo: “Dez mil talentos”. Segundo
qualquer cálculo, dez mil talentos é uma sombra astronômica de dinheiro (Mt
18.24).
Ou implicações alegóricas possam ser detectadas. Exemplo da “parábola
dos maus viticultores” (Mt 21;33-34; Mc 12.12; Lc 20.9-19).
As parábolas que Jesus ensinava, no entanto, não são alegorias em que
cada nome, lugar ou pormenor é simbólico no sentido de exigir uma
interpretação.
As parábolas incluem metáforas e símiles, mas nunca estão longe da
realidade e nunca transmitem ideias fictícias. São estórias tiradas do mundo em
que Jesus vivia e são contadas com o propósito de transmitir uma verdade
espiritual.
Dos três evangélicos sinópticos, Mateus e Lucas registram a maior parte
das parábolas; Marcos inclui apenas seis parábolas, das quais somente uma é
peculiar ao seu evangelho, aquela da “semente que cresce secretamente”, (Mc
4.26-29).
Muitas das parábolas
em Mateus são apresentadas como parábolas do Reino: “O trigo e o joio” (Mt
13.24-30), “O grão de mostarda” (Mt13.31,31), “O fermento” (Mt 13.33), “O
tesouro oculto” (Mt 13.44), “A pérola” (Mt 13.44,45), “A rede” (Mt 13.47-50),
“O credor incompassivo (Mt 18. 21-35), Os trabalhadores da vinha” (Mt 20.1-16),
“As bodas” (Mt 22.1-14) e “As dez virgens” (Mt 25.1-13).
Essas dez parábolas são introduzidas pela expressão
familiar: “O Reino dos Céus é semelhante a ...”.
A parábola dos
talentos pode por implicação, ser considerada uma parábola do reino (Mt
25.14-30), e o contexto de Mt 13, onde Jesus ensinava o significado da vinda do
Reino, talvez forneça um motivo para considerar a parábola do semeador como uma
parábola do reino (Mt 13.3-8).
As parábolas do reino
frequentemente revelam uma perspectiva escatológica especialmente a do trigo e
do joio, da rede, das bodas, das dez virgens e dos talentos.
Mateus completa seu
tema escatológico na parábola do Juízo Final que retrata o pastor separando as
ovelhas dos cabritos (Mt 25.31-33). Mateus agrupou parábolas em certas partes
do seu evangelho: O capítulo 13 de Mateus tem sete parábolas ao todo, e os
capítulos 24 e 25 têm mais cinco parábolas.
Nas parábolas que
Lucas registrou, destacam-se o tema do arrependimento e da salvação. Lucas
retrata o interesse que Jesus demonstra pelos proscritos, pobres, perdidos,
desprezados.
Lucas declara seu
tema usando as palavras de Jesus: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar
o que se havia perdido”. A ênfase no amor de Jesus pelos pobres é exemplificada
na parábola da Grande Ceia (Lc 14.15-24).
Os convidados
apresentam desculpas e se recusam a ir, mas os pobres, os aleijados, os cegos e
os coxos são trazidos para dentro, “para que fique cheia a minha casa”.
Lucas descreve Lázaro
com pormenores vívidos: “Coberto de chagas.... e desejava alimentar-se das
migalhas que caiam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as chagas”
(Lc 16.21).
Lázaro foi levado
pelos anjos para o céu; o rico morreu e foi para o inferno. Os ricos são
advertidos de que devem chegar ao arrependimento e à fé.
O rico que construiu celeiros
maiores para suas colheitas, excepcionalmente grandes, confiava nas riquezas do
mundo e não em Deus. O homem é exortado a viver, não para sua própria vantagem
mas para o seu próximo e para Deus, obedecendo ao resumo da lei: “Ama ao Senhor
teu Deus, e ama ao teu próximo como a ti mesmo”. Este resumo recebe expressão
prática na parábola do bom samaritano (Lcc 10.25-37).
O mandamento do amor
ao próximo não é invalidado pelas barreiras que a raça, a nacionalidade, a
língua e a cultura têm erigido.
Temas adicionais
ressaltados por Lucas são, a fidelidade expressa na parábola do servo do
fazendeiro que arava o campo durante o dia, preparava o jantar para o seu
senhor no fim da tarde, e que nem sequer recebia uma palavra de agradecimento
(Lc 17.7-10).
A lealdade, conforme
retratada na parábola das dez minas, em que nove servos colocaram dinheiro que
lhes foi emprestado em empreendimento lucrativo, ao passo que o décimo o
enterrou no solo (Lc 19.11-27); a oração, descrita nas parábolas do amigo
importuno (Lc 11.5-8), da viúva e do juiz injusto (Lc 18.1-8) e do fariseu e do
publicano (Lc 18.9-14).
Jesus conhecia a vida
humana em todas as suas formas e manifestações, em todos os seus modos e meios.
Estava familiarizado com a vida do agricultor, do vinhateiro, do pescador, do
construtor e do mercador.
Conhecia, também, as
profissões dos ministros da fazenda, do juiz, do cobrador de impostos, e do
administrador de propriedades. Conhecia os fariseus e os peritos da lei. Jesus
sentia-se a vontade em todos os níveis sociais e sabia ministrar a todas as
pessoas independentemente da posição social, formação e profissão de cada uma.
Por meio de parábolas
Jesus levou a todos a mensagem da salvação, conclamava seus ouvintes a se
arrependerem e a crerem, desafiava os crentes a porem a sua fé em prática, e
exortava seus seguidores a exercerem a vigilância.
Consultas:
GABY. Wagner Tadeu. Comentarista da Lição Bíblica
do43º. Trimestre 2018. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos
para uma vida abundante.
GABY. Wagner Tadeu e GABY Eliel dos Santos. As
Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. CPAD.
Rio de Janeiro, 2018
WICLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD Rio de Janeiro,
2016.
ELWELL Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica
da Igreja Cristã. Editora Vida Nova, São Paulo, 2009
LOCKYER. Herbert. Todas as Parábolas da Bíblia.
Editora Vida, São Paulo 2017
BAILEY Kenneth. As Parábolas de Lucas. Editora Vida
Nova São Paulo. 2003
GIOIA Egídio.Notas e Comentários à Harmonia dos
Evangelhos. Editora Juerp. Rio de Janeiro, 1981
CHAMPLIN. Novo Dicionário Bíblico. Editora Hagnos.
São Paulo 2018
CHAMPLIN. R.N. Novo Testamento Interpretado – V1.
Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010
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