Total de visualizações de página

sábado, 22 de dezembro de 2012


Zacarias – O Reinado Messiânico
Lição 12 -  4º. Tri. 2012 - EBD CPAD - 23.12.12
Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
            http://nasendadacruz.blogspot.com
 Texto da Lição: Zacarias 1.1; 8.1-3, 20-23
                           
I   -  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Compreender a estrutura e a mensagem do livro de Zacarias.
  2.  Explicar a promessa de restauração da nação.  
  3. Saber que o reino messiânico é real.

II  - DESENVOLVIMENTO DO TEMA
Muitos estudiosos da Bíblia consideram o livro de Zacarias como uma continuação das profecias de Ageu. A primeira proclamação feita pelo profeta Zacarias foi um mês antes da última proclamação de Ageu (Ag 2.10; Zc 1.1).

Esdras refere-se a Ageu e Zacarias como se fosse contemporâneo e também colaboradores um do outro (Ed 5.1). A primeira mensagem de Zacarias foi para exortar a comunidade dos remanescentes em Jerusalém a arrepender-se e obedecer ao Senhor, que lhes dera a incumbência de reconstruir o templo e iniciar o culto como ensinado por Moisés nos seus escritos.

Pouco se sabe a respeito de Zacarias. Ele era de família sacerdotal. Neto do sacerdote Ido, cujo filho, Baraquias, pai de Zacarias, nunca é citado como sacerdote. Por isso, supõe-se que Baraquias tinha morrido ainda jovem e Zacarias provavelmente foi criado por seu avô com quem subiu do exílio babilônico no edito de Ciro – o persa, em 539 a.C.

Assim como Jeremias e Ezequiel Zacarias também era sacerdote e profeta. Daí entendermos o seu grande interesse no templo. Zacarias era provavelmente jovem quando começou o seu ministério profético e o profeta Ageu já era um ancião.

Deduz-se que Zacarias era jovem pelo livro de Neemias, pois Ido seu avô era um dos sacerdotes que regressara a Jerusalém com Zorobabel (Ne 12.4). E ainda exercia plenamente o ofício sacerdotal quando Zacarias começou seu ministério profético, portanto, ainda muito jovem.

O livro de Zacarias divide-se em três partes distintas:
Capítulos 1 a 6 apresentam as visões do jovem profeta; capítulos 7 e 8 apresentam um interlúdio histórico e os capítulos de 9 a 14 apresentam profecias escatológicas de gênero apocalíptico. Nos primeiros seis capítulos também contêm aspectos apocalípticos.

Zacarias, como Ageu, fala não apenas sobre a condição atual da terra, mas também da condição futura. Alguns aspectos das visões dizem respeito ao futuro reino messiânico, particularmente na promessa do Messias que virá (Zc 3.8-10). Zacarias ensinou que o Messias combinaria as funções de sacerdote e rei em uma só pessoa (Zc 3.8; 6.12,13), e que ele seria o próprio Senhor (Zc 12.10; 13.7).

Zacarias afirmou claramente que Yahweh seria “rei sobre toda a terra” (Zc 14.9; 2.10-12; 8.20-23). Mas também declarou que o representante messiânico do Senhor será rei (Zc 9.9.10; 3.8; 6.12,13; 11.14; 13.7). Zacarias também anunciou a obra de Jesus Cristo sobre a cruz, enfatizando a rejeição do representante de Deus (Zc 11.4-13) e a subsequente necessidade de purificação na terra (Zc 2.10 – 13.1).

Zacarias exerceu o seu ministério profético em Jerusalém no pós-exílio tanto como sacerdote quanto profeta. As profecias do capítulo 1 a 6 aconteceram no período de 520 a.C – 518 a.C. Período de reinício da reconstrução do templo.

Essas mensagens alinham-se ao propósito das profecias de Ageu que era de encorajar os cerca de cento e cinquenta mil judeus remanescentes do exílio a persistirem na reconstrução da casa do Senhor. Neste período, Zacarias estava trabalhando junto com o profeta Ageu.

O tempo exato em que Zacarias recebeu as visões é informado: Vigésimo quarto dia do décimo primeiro mês, no segundo ano do reinado de Dario (Zc 1.7). Isto quer dizer que, precisamente dois meses depois das duas últimas mensagens proféticas de Ageu (Ag 2.10,20), Zacarias profetizou de novo (Zc 1.7).

A mensagem geral que Zacarias recebeu por meio das visões era para encorajar o remanescente de Jerusalém, repetir as promessas que Ageu tinha feito e acrescentar uma compreensão adicional dos propósitos e planos compactuais de Yahweh. O resultado desejado era de que eles com ânimo e esperança continuassem a reconstrução do templo e estabelecessem o culto e o serviço de Yahweh.

A primeira visão noturna é a do cavaleiro e seus cavalos (Zc 1.7-17) e representa os povos e nações em repouso e em paz (Zc 1.11). O anjo de Yahweh intercedendo e a resposta de Yahweh que o templo e a cidade serão reconstruídos.

A segunda visão é a dos quatro chifres e dos quatro ferreiros (Zc 1.18-21), fala do juízo de Deus sobre os opressores de Judá e de Israel. Alguns crêem que os ferreiros representam quatro impérios que se levantariam contra os quatro chifres, isto é, contra cidades que se excederam em suas ações contra os reinos do norte e do sul. Chifres, na Bíblia, são símbolos de força e poder e os ferreiros representam instrumentos de Deus para quebrar os opressores do seu povo.

A terceira visão representa o reino de Yahweh, Jerusalém como cidade sem muro e expandindo-se por toda a terra (Zc 2.1-13). A visão do homem que carregava um cordel de medir refere-se à reconstrução de Jerusalém. Os poucos remanescentes que voltaram do exílio se tornariam no futuro uma grande multidão.

Esse crescimento representado nesta visão pela ausência de muros, que simboliza a incapacidade da cidade de conter a multidão que surgiria (Zc 2.4). Quanto a proteção da cidade, Deus seria um muro de fogo para proteger o seu povo nessa fase de reconstrução (Zc 2.5).

A quarta visão é uma proclamação expressa sobre o perdão e a purificação da comunidade remanescente, destacando o papel do servo do sumo sacerdote Josué e dos demais sacerdotes em relação à casa davídica. Nesta visão encontramos a defesa divina às acusações de Satanás contra o sacerdote Josué e a justificação deste por Deus (Zc 3.1-10).

A visão revela a purificação do remanescente povo judeu que retornou do cativeiro representado aqui pelo sumo sacerdote Josué. As vestes sujas do sacerdote falam do pecado do povo (Zc 3.3). O ser “tição tirado do fogo” (Zc 3.2) é uma alusão às privações sofridas durante o exílio babilônico dos quais o povo sobreviveu para viver a reconstrução do templo.

As vestes novas do sacerdote que substituíram as vestes sujas (Zc 3.4,5) são um sinal da nova realidade que Israel passaria espiritualmente ao ser santificada por Jeová. Mas para que Israel pudesse experimentar plenamente essas bênçãos deveriam observar as ordenanças divinas.

Essa purificação pela qual o povo passaria, prefigura uma purificação ainda maior, que ocorrerá durante o reino do Messias, que é chamado nesta visão de “servo do Senhor” e “ o renovo” (Zc 3.8). A pedra única sobre a qual se encontra sete óleos é uma referência à plenitude do conhecimento e da sabedoria (Zc 3.9).

Esses sete olhos lembram os sete olhos do cordeiro manifestados em uma visão específica de Apocalipse e apontam para a perfeição do saber, e para a onisciência de Cristo (Ap 5.6). A obra expiatória do Cordeiro é que garante o fim da iniquidade da terra um dia (Zc 3.9). No reino do Messias haverá comunhão plena e paz.

A quinta visão é a do castiçal de ouro e das sete lâmpadas (Zc 4.14). Fala da ação do Espírito Santo sobre a vida de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué, aqui representados por duas oliveiras (Zc 4.3,11-14) pelo poder do Espírito Santo (Zc 4.6). Eles levariam adiante a obra de reconstrução do templo simbolizado aqui pelo castiçal de ouro e conduziria o povo segundo a vontade de Deus.

Se na visão de Apocalipse 1 os castiçais representam igrejas, as sete comunidades da Ásia Menor (Ap 1.20), na visão de Zacarias o castiçal representa a casa do Senhor, o templo (Zc 4.2,9). Se na profecia de Ageu 2.3-7 onde o profeta anima o povo para a reconstrução do templo ressaltando que, apesar de o segundo edifício ser muito simples e relação ao original (templo de Salomão), ele receberia a glória de Deus. Nesta visão Zacarias chama a atenção do povo para a valorização “do dia das coisas pequenas” (Zc 4.10). Aquela simples obra seria abençoada por Deus.

Sexta visão – A visão do rolo voante (Zc 5.1-4). É uma advertência sobre a inexorabilidade do castigo de Deus sobre os judeus que fossem infiéis entre os remanescentes. Esse castigo só seria manifestado após a reconstrução do templo.

A sétima visão é a da mulher e do efa – (Zc 5.5-11). A maioria dos expositores bíblicos acredita que a visão seja uma referência a um castigo que virá em tempo remoto, e acontecerá no final dos tempos, onde Sinar, que é Babilônia, representa o governo mundial do Anticristo.

A mulher desta visão tipifica o pecado da idolatria; o efa, ou o que ela carrega, representa todo tipo de impiedade (Zc 5.8). Efa ou cesto era uma medida judaica utilizada para grãos.

A oitava é a visão dos quatro carros (Zc 6.1-8). Os carros simbolizam a rapidez e o tamanho do julgamento divino sobre os antigos opressores de Israel. Essa visão é dada ao sacerdote e profeta Zacarias para que faça coroas com ouro e prata para que seja colocada na cabeça do sumo sacerdote Josué que lideraria a reconstrução do templo e do culto no templo tipificando o Messias que haveria de vir e que seria rei e sumo sacerdote perfeito do povo (Zc 6.12).

A reconstrução do templo, liderada por Josué e Zorobabel representam a reconstrução espiritual do povo liderada pelo Messias durante o seu reino, que não terá fim (Lc 1.32,33).

 III – CONCLUSÃO
As profecias de Zacarias dos capítulos 9 – 14 foram escritas muitos anos depois das profecias registradas até o capítulo 6 do seu livro. O profeta Ageu sem dúvida, já era falecido há anos. Se os primeiros oito capítulos de Zacarias, especialmente os seis primeiros foram escritos no período de 520 a.C, esta última parte foi escrita por volta dos anos 480 a.C – 470 a.C.
Neste período Zacarias não é mais um jovem profeta, mas, o ancião e profeta Zacarias. Tudo leva a crer que por essa época, a nova geração do povo já não era sensível à voz de Deus como nos dias de Zorobabel e Josué, que provavelmente já eram falecidos. É digno de nota que Jesus lembra que Zacarias, já idoso, acabou assassinado “entre o santuário e o altar” pelos seus colegas oficiais do templo (Mt 23.25).

Os capítulos 12 – 14 são dedicados totalmente ao reino do Messias que acontecerá quando o Senhor descer com poder e grande glória junto com a sua igreja e miríades de anjos para destruir os exércitos do Anticristo (Zc 14.1-4; Ap 19.11-21). Julgará as nações (Mt 25.31-46; Ap 20.1-6).

Consultas:                                                                                                                         
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Esequias Soares).

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. Rio de Janeiro, 2012.. CPAD

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

A Bíblia em Ordem Cronológica – Editora Vida

Bíblia de Estudo Defesa da Fé - CPAD  

Bíblia de Estudo de Genebra – Editora Cultura Cristã – Soc. Bíblica do Brasil

GRONINGEN, Gerard Van. Criação e Consumação Volume II. 1ª Edição São Paulo, 2006. Editora Cultura Cristã.

GRONINGEN, Gerard Van. Revelação Messiânica no Antigo Testamento. 2ª Edição São Paulo, 2003. Editora Cultura Cristã.


CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.

RICHARDS Lawrence. Comentário Bíblico do Professor. 3ª. Imp. São Paulo. 2010  Editora Vida.
Grandes Doutrinas da Bíblia Vol.1. 1ª. Edição em Português. São Paulo. 1997. Edit. PES.

Nenhum comentário:

Postar um comentário