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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Um Homem de Deus em Depressão - Lição 05 - 1º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 03.02.13


Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
            http://nasendadacruz.blogspot.com
 Texto da Lição: 1 Reis 19.2-8
                          
I   -  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Compreender a humanidade do profeta Elias.
  2. Identificar as causas e sintomas da depressão de Elias.
  3. Detalhar o tratamento de Deus à depressão de Elias.
 II  - INTRODUÇÃO: Os conflitos de Elias o levaram a enfrentar períodos de depressão – distúrbio mental caracterizado pelo desânimo, sensação de cansaço, ansiedade em grau maior ou menor. 

No ambiente eclesiástico é comum se pensar que um servo de Deus está imune às doenças da alma. As Escrituras falam claramente das fragilidades humanas e descreve-as na vida dos maiores “gigantes espirituais”.

Depressão não era incomum na vida de muitos dos bem sucedidos homens de Deus – Certa vez Moisés ficou tão triste e desmotivado que pediu a Deus para tirar-lhe a vida. Depois do grande reavivamento de Nínive, Jonas fez a mesma coisa. 

Paulo ficou desesperado até da própria vida, em certo ponto de seu ministério na Ásia (2Co 1.8). Mas uma coisa é certa. O Senhor ajudou todos estes seus servos a superar.

 III – DESENVOLVIMENTO

  1. ELIAS – UM HOMEM COMO OS OUTROS:
  
1. 1 – Um homem espiritual – A Bíblia nos mostra que Elias tinha íntima comunhão com Deus, era um homem de fé e possuía uma envolvente vida espiritual moldada na Palavra de Deus – “Elias ... disse: Ó Senhor Deus de Abraão..... conforme a tua palavra fiz todas estas coisas”.

No confronto com os profetas de Baal observa-se que a coragem e a fé patentes em Elias, não têm paralelo em toda a redenção da história. 

Seu desafio ao rei (1Re 18.16-19), sua repreensão a todo o Israel (1Re 18.21-24), e seu confronto com os 450 profetas de Baal (1Re 18.19,19), foram embates que ele os enfrentou dispondo somente das armas da oração e da fé em Deus.

Elias conhecia os infinitos recursos da oração “.... e se inclinou por terra, e meteu o seu rosto entre os seu joelhos...”(1Re 18.42,43). De Elias o Novo Testamento cita sua fé e oração perseverantes como exemplo e estímulo para o povo salvo no tocante ao poder da oração.

1. 2 – Um homem sentimental – Elias não era tão somente um homem espiritual, ele era também profundamente sentimental. 

Elias alegrava-se, mas também se entristecia; sua natureza, portanto, era semelhante à nossa, conforme afirma Tiago: “Elias era um homem sujeito às mesmas paixões que nós...” (Tg 5.17).

  1. AS CAUSAS DOS CONFLITOS DE ELIAS:
 2. 1 – Decepção – Apesar da fantástica vitória de Elias sobre os 450 profetas de Baal, haja vista Deus haver respondido a oração de Elias, enviando fogo do céu em resposta à sua oração (1Re 18.38), Acabe e Jezabel continuavam insensíveis como se nada tivesse acontecido.

Nenhum quebrantamento acontecera na casa real, nem tampouco na vida do povo de Israel. Isto trouxe imensa decepção ao profeta, parecendo até que sua vitória havia se convertido em derrota, mediante a ameaça de Jezabel (1Re 19.2). Elias não estava decepcionado com o seu Deus, mas com o príncipe do seu povo.

2. 2 – Medo – Diante da ameaça da rainha, Elias sentiu medo e fugiu.Foi uma reação imediata (1Re 19.3). Parece paradoxal, entretanto não devemos esquecer o que bem oportuno Tiago nos deixou escrito em 1Ts 5.17, motivo pelo qual neste momento da vida de Elias os sentimentos falaram mais alto do que a fé.

  1. AS CONSEQUÊNCIAS DOS CONFLITOS:
 3.1 – Fuga e isolamento  – Elias, o homem de Deus que enfrentou, superou e venceu tantas situações difíceis, sentiu-se impotente mediante as ameaças da pagã – rainha Jezabel.  

Temendo por sua vida, constata-se um momento de fraqueza que como humanos também, não podemos reprovar. Como vimos, Deus não reprovou Elias em tal circunstância. E se Deus não o condenou quem é o homem mortal para condená-lo?

Não obstante ao que aconteceu com Elias, homem como nós, não devemos fazer desse seu momento fraco entre tantos momentos de destreza, uma referência para nossos conflitos. Davi assim se expressou: “No dia em que eu temer, hei de confiar no Senhor” (Sl 56.3).

Elias não somente sentiu medo, mas procurou o isolamento (1Re 19.4). Elias fugiu, escondeu-se e se isolou – característica de uma pessoa deprimida. 

As razões para a depressão de Elias incluía tristeza devido à apostasia de Israel profanação dos lugares sagrados e martírio dos profetas do Senhor.

 3.2 – Autopiedade e desejo de morrer – Essa é uma atitude marcante de uma pessoa depressiva. A queixa de Elias era de que ele estava sozinho e eles (os numerosos israelitas), não apenas Acabe e Jezabel estavam tentando matá-lo. 

Em seu espírito abatido, Elias fazia suas considerações e pontuava: “Eu fiquei só” (1Re 19.10), ou seja, não havia mais fiéis; somente ele.

Distorcidamente do que Elias ponderava, o texto de 1Re 19.18 relata que Deus possuía ainda seus sete mil. Os sete mil de Israel, que não dobraram os joelhos a Baal. 

Estes são parte dos fiéis, sofredores em todas as gerações, livres de apostasia, de transigência com o erro e de mundanismo entre o povo de Deus, e que perseveram no amor, na fé e na obediência a Deus e á sua Palavra.

São os que fogem dos maus caminhos do mundo, que lavaram as suas vestiduras no sangue do Cordeiro (Ap 7.14), que são perseguidos por amor à justiça (Mt 5.10) e que permaneceram firmemente no caminho estreito (Mt 7.14).

  1. O SOCORRO DIVINO
4. 1 – Provisão física – O socorro trouxe provisão física e espiritual para Elias. ”E deitou-se e dormiu debaixo de um zimbro; e eis que, então, um anjo o tocou e lhe disse: 

Levanta-te e come” (1Re 19.5). Deus cuidou do desalentado Elias de modo compassivo e amoroso.

Permitiu que Elias dormisse. Fortaleceu-o com alimentos, proporcionando-lhe uma revelação inspiradora do seu amor e presença (1Re 19.11-13), concedeu-lhe uma nova revelação e orientação (1Re 19.15-18), deu-lhe um companheiro fiel e fraterno (1Re 19.16,1-19-21).

4. 2 – Provisão espiritual – Não somente o anjo prestou auxílio a Elias (1Re 19.5,6), mas o próprio Deus a quem Elias servia o conduziu por todo tempo. 

Em tempo algum Deus abandonou Elias. Revigorado pela comida trazida pelo anjo em uma segunda vez, levantou-se sobre os próprios pés e seguiu caminho de Horebe onde poderia ser liberto do seu espírito amargo e novamente receber poder espiritual. 

Elias seria revitalizado não apenas na sua vida espiritual, mas também na sua vida emocional (1Re 19.8-15).

Para animar Elias e revigorar sua fé, Deus o visitou no monte Horebe (1Re 19.11,12). Essa visitação foi acompanhada de um forte vendaval, um terremoto e fogo, mas o Senhor não estava em nenhuma dessas coisas. 

Pelo contrário, a revelação de Deus veio através de uma voz mansa e delicada. Elias pôde ver que a obra de Deus avança e prossegue, “não por força, nem por violência, mas pelo meu espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4.6). De modo algum Deus abandonara seu profeta.

 IV – CONCLUSÃO

 O ponto decisivo do ministério de Elias: Algumas das ações de Elias são paralelas às de Moisés.

1. O encontro de Moisés com os magos egípcios. Assim como Moisés, Elias foge dos inimigos para o deserto, mas dessa vez numa “inversão” da história da salvação.

2. Viaja por quarenta dias e quarenta noites (muito mais longe que o necessário). De Berseba, na fronteira da terra prometida, até o Horebe, isto é, o monte Sinai, representando a caminhada de Israel por quarenta anos no deserto. 

Contudo, quando ele chega a uma caverna (Ex 33.18-23), Javé lhe pergunta o que ele estava fazendo ali (1Re 19.9). Moisés esteve na fenda de uma rocha quando viu a glória de Javé passando

4.Elias presencia sinais tangíveis de uma teofania: forte vento; terremoto; e fogo em relação aos dois últimos no Sinai (Ex 19.18). Esses sinais são com frequência relacionados a Baal. Mas dessa vez Javé não se revela por esses meios.  

Em vez disso, foi o murmúrio de uma brisa suave (1Re 19.12), um som quase inaudível ou, se poderia dizer, um silêncio revelador, que despertou Elias para sair da caverna e encontrar-se com Javé.

5. Elias não experimenta outra teofania do Sinai, por dois motivos: primeiro, porque, ao contrário do que se pensa, Deus preservou um remanescente (Rm 11.2-4) e, segundo, porque o Senhor não é simplesmente um deus dos fenômenos naturais, mas se revela na História e em sua Palavra.

6. A teofania do Sinai serviu para legitimar Moisés como único porta-voz de Javé (Dt 34.10-12); profetas posteriores poderão ser julgados pela fidelidade ao ensino mosaico e pelo cumprimento de sua palavra \9dt 18.15-22), não pelos sinais que legitimaram Moisés.

7. Elias recebe a ordem de Deus para voltar pelo seu caminho e ungir três sucessores: um para o rei da Síria, um para o rei de Israel e outro para ele próprio. Essa nova ordem trará vitória sobre o culto a Baal.

Baal será derrotado não com demonstrações mais espetaculares de poder divino no domínio natural, mas por meio do processo histórico. Elias deve se contentar com o fato de ter iniciado a luta contra o baalismo em vez de ser quem o concluirá.

Consultas:  
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2013 – (Comentarista: José Gonçalves).

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

GONÇALVES, Josué. Porção Dobrada (Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu). Rio de Janeiro 2012. 1ª. Edição. CPAD

SWINDOLL, Charles R. Elias – Um homem de heroísmo e humildade. São Paulo, 2001.  10ª. reimpressão 2012. Editora Mundo Cristão

WISEMAN, Donald J. 1 e 2Reis – Introdução e Comentário. Inglaterra, 1993. Brasil, 2006. Série Cultura Bíblica – Editora Vida Nova.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora Hagnos.

ALEXANDER T. Desmond. ROSNER. Brian S. – Novo Dicionário de Teologia Bíblica. São Paulo: Editora Vida, 2009.

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