“Amplia o lugar da tua tenda, e as cortinas
das tuas habitações se estendam; não o impeças; alonga as tuas cordas e firma
bem as tuas estacas” (Is 54.3).
Estrada túnel na China-Uma das estradas mais perigosas do mundo |
O primeiro grande desafio da
missão transcultural é o desafio geográfico.
Mas ao comissionar os seus discípulos e apóstolos através da Grande Comissão, Deus já tinha providenciado caminhos direitos através dos quais eles podiam ir aos pontos mais distantes do mundo de então.
Estrada romana |
Percorrendo a ampla malha viária do império romano pelas quais poderiam atravessar toda Ásia Menor e a atual Europa Ocidental e a região dos Balcans até a Iuguslávia e alcançar os povos Eslavos do Sul, que eram os descendentes de Javan, filhos de Jafé.
Como ele conhecia o hebraico, o aramaico, o
grego e o latim – pôde se utilizar desse conhecimento para com pequena ajuda,
se comunicar dentro daquela diversidade cultural e lingüística daqueles povos.
Um exemplo aconteceu na cidade de Listra com
um povo visitado por Paulo e Barnabé em sua primeira viagem na região
Frígio-Gálata, que falava a língua Licaônica – de difícil compreensão, da qual
Paulo não tinha o domínio total, mas conseguiu comunicar através de mímica.
A língua foi um obstáculo vencido por Paulo,
adicionado ao obstáculo de aceitação, porque queriam oferecer holocaustos a
Paulo e Barnabé por julgarem que Paulo era o deus Mercúrio e Barnabé, o deus
Júpter – duas das divindades do Panteão grego que achavam ter se disfarçado em
homem, através de Paulo e Barnabé.
O missionário não deve aceitar nenhuma glória
para si (At 14.8-18). Nessa cidade Paulo foi apedrejado e julgaram que ele já
estava morto, mas no outro dia, os irmão o apanharam levando ele e Barnabé para
Derbe, uma cidade na fronteira da Licaônica, na parte Sudeste da Galácia e a
Sudoeste de Listra que distava a 80 km.
Com todas as dificuldades, nesta primeira
viagem missionária houve um grande sucesso onde milhares de pessoas aceitaram a
Cristo.
Deus abrira as portas da fé aos gentios e
eles tiveram acesso às bênçãos do evangelho (At 14.19; 1 Co 16.9; 2 Co 2.12; Cl
4.3).
Dos apóstolos, não foi apenas Paulo que saiu a evangelizar ao redor do mundo.
Dos apóstolos, não foi apenas Paulo que saiu a evangelizar ao redor do mundo.
Uma antiga tradição cristã informa que após a
subida de Jesus aos céus, e depois das grandes perseguições que culminou com a
morte de Estevam, os crentes foram dispersos permanecendo em Jerusalém apenas
os apóstolos (At 8.1).
Essa tradição conta que eles se reuniram, e
geograficamente dividiram o mundo em partes, e lançaram sorte entre si,
decidindo assim para que região cada um deles deveria seguir.
Eles sofreram muito por causa da fé e por
amor ao Senhor Jesus Cristo, e a maior parte deles morreu de morte violenta por
causa do testemunho que deram.
Pedro, segundo a tradição, foi martirizado na
cidade de Roma no ano de 66 d.C., durante a perseguição do Imperador Nero.
Conta a tradição que ele se julgou indigno de
ser crucificado da mesma forma que fora Jesus, pedindo assim aos seus algozes
que o crucificassem de cabeça para baixo.
André, conta-nos Eusébio de Cesaréia, que ele foi para a terra dos
“canibais” que está ligada a alguns
países que hoje gravitam em torno da Rússia,
na região da Sítia.
Os cristãos daquela região atestam que ele
foi o primeiro a levar o evangelho para lá.
Pregou também o evangelho na Turquia e foi o
fundador da Igreja em Bizâncio, atual Istambul e é considerado o primeiro
patriarca de Constantinopla.
Tomé, a princípio foi para o Leste da Síria,
e segundo a tradição, ele seguiu pela lendária Estrada da Seda, chegando até a
Índia, onde evangelizou uma comunidade de cristãos indianos conhecida até hoje
como Martoma.
Até hoje eles o reverenciam como seu fundador e atestam que Tomé foi morto naquela região pela lança de quatro soldados.
Até hoje eles o reverenciam como seu fundador e atestam que Tomé foi morto naquela região pela lança de quatro soldados.
Felipe, uma tradição diz que ele exerceu um
ministério poderoso em Cartago, no Norte de África, e também na região da Ásia Menor, atual
porção da Turquia Asiática, onde fora morto em represália por ter pregado
o evangelho a mulher de um Procônsul, a qual aceitou Cristo.
Mateus, uma antiga tradição diz que ele fora
impelido pelo Espírito Santo a pregar o evangelho na antiga Pérsia atual Irão e
na Etiópia.
Os cristãos dessas regiões afirmam que ele
não chegou a ser martirizado, outra tradição diz que ele foi apunhalado até a
morte na Etiópia.
Bartolomeu, fez viagens missionárias para
muitas partes. Uma antiga tradição diz que ele foi á Índia com Tomé, depois
evangelizou a Armênia,
foi a Etiópia e ao Sul da Arábia Saudita,
onde acredita-se que ele tenha encontrado a morte, como mártir do evangelho.
Tiago, filho de Zebedeu – chamado também de
Tiago o Menor, não chegou a ir ao campo missionário, mas por ser muito ativo na
pregação, junto com Pedro foi morto à espada por Herodes (At 12.1,2).
Tiago, filho de Alfeu – cognominado de Tiago
Menor – a tradição diz que ele foi para a região da Síria, onde pregou o
evangelho.
Simão, o zelote – foi companheiro de Mateus
na Pérsia, onde segundo a tradição foi morto por ter se negado a fazer
sacrifícios ao deus Sol.
Tadeu ou Lebeu, segundo a tradição pregou o
evangelho na Judéia, na Samaria, depois foi pra Mesopotâmia, hoje Iraque e
Pércia – atual Irão, onde foi martirizado.
Patmos |
Por não ter morrido o imperador mandou
lançá-lo na Ilha de Pátmos, onde escreveu o Livro do Apocalipse. Morreu de
morte natural na cidade Éfeso.
Matias, foi escolhido para ficar no lugar de
Judas Iscariotes. A tradição diz que ele foi para Síria, onde foi martirizado
numa fogueira.
Barnabé, se despede do cenário missionário
navegando para Chipre, junto com João Marcos (At 15.39). Segundo a tradição morreu de morte natural em
boa velhice.
Paulo,
segundo a tradição, sofreu o martírio no reinado de Nero, sendo decaptado à
espada no ano 68 da era cristã.
Dizem que próximo ao local em que ele foi
decaptado existe hoje uma igreja que leva o seu nome.
Desde que as missões evangélicas cristãs
transculturais, começaram com os apóstolos atendendo ao Ide da Grande Comissão,
durante o período dos imperadores romanos Tibério, Cláudio e Nero; já eram um
movimento de alcance universal; utilizando-se das amplas malhas viárias do império
romano que em seu apogeu chegava até 150.000km.
Segundo registro de notáveis pesquisadores,
estas vias davam acesso à lendária Estrada da Seda que conduzia até a Ásia Central.
Enquanto transitavam por essas vias cargas e
especiarias, idéias religiosas eram propagadas por todos os cantos, onde
cristãos anônimos, viajando entre as caravanas de mercadores, levavam a
Palavras de Deus a todos os rincões da Ásia, de África e da Europa.
Na China essas caravanas pegavam a rota da
Seda marítima e iam até a China Meridional, Filipinas, Brunei, Sião e Málaca. Assim, os cristãos do primeiro século
evangelizaram todo o mundo conhecido e habitado no seu
tempo conforme
o apóstolo Paulo escreveu aos Colossenses exortando-os a permanecerem firmes:
“Se, na verdade,
permanecerdes fundados e firmes
na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual
foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou
feito ministro”
(Cl 1.23).
O texto em apreciação é baseado nas Obras:
SOUZA, Itamar Neves de. Atos dos Apóstolos -
Uma História Singular. Editora Descoberta.
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