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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A MISSÃO TRANSCULTURAL DOS APÓSTOLOS E AS TERRAS POR ONDE PASSARAM

 “Amplia o lugar da tua tenda, e as cortinas das tuas habitações se estendam; não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas” (Is 54.3).
Estrada túnel na China-Uma das estradas mais
perigosas do mundo
  




 O primeiro grande desafio da 
missão transcultural é o desafio geográfico. 

Mas ao comissionar os seus discípulos e apóstolos através da Grande Comissão, Deus já tinha providenciado caminhos direitos através dos quais eles podiam ir aos pontos mais distantes do mundo de então.
Estrada romana







Percorrendo a ampla malha viária do império romano pelas quais poderiam atravessar toda Ásia Menor e a atual Europa Ocidental e a região dos Balcans até a Iuguslávia e alcançar os povos Eslavos do Sul, que eram os descendentes de Javan, filhos de Jafé.
O apóstolo Paulo soube tirar o melhor proveito dos meios existentes, para se deslocar de uma região para outra, ou atravessar os continentes. E soube também vencer as barreiras étnicas, lingüísticas e culturais.           
Como ele conhecia o hebraico, o aramaico, o grego e o latim – pôde se utilizar desse conhecimento para com pequena ajuda, se comunicar dentro daquela diversidade cultural e lingüística daqueles povos.
Um exemplo aconteceu na cidade de Listra com um povo visitado por Paulo e Barnabé em sua primeira viagem na região Frígio-Gálata, que falava a língua Licaônica – de difícil compreensão, da qual Paulo não tinha o domínio total, mas conseguiu comunicar através de mímica.
A língua foi um obstáculo vencido por Paulo, adicionado ao obstáculo de aceitação, porque queriam oferecer holocaustos a Paulo e Barnabé por julgarem que Paulo era o deus Mercúrio e Barnabé, o deus Júpter – duas das divindades do Panteão grego que achavam ter se disfarçado em homem, através de Paulo e Barnabé.                               
O missionário não deve aceitar nenhuma glória para si (At 14.8-18). Nessa cidade Paulo foi apedrejado e julgaram que ele já estava morto, mas no outro dia, os irmão o apanharam levando ele e Barnabé para Derbe, uma cidade na fronteira da Licaônica, na parte Sudeste da Galácia e a Sudoeste de Listra que distava a 80 km.
Com todas as dificuldades, nesta primeira viagem missionária houve um grande sucesso onde milhares de pessoas aceitaram a Cristo.
Deus abrira as portas da fé aos gentios e eles tiveram acesso às bênçãos do evangelho (At 14.19; 1 Co 16.9; 2 Co 2.12; Cl 4.3). 
 Dos apóstolos, não foi apenas Paulo que saiu a evangelizar ao redor do mundo.
Uma antiga tradição cristã informa que após a subida de Jesus aos céus, e depois das grandes perseguições que culminou com a morte de Estevam, os crentes foram dispersos permanecendo em Jerusalém apenas os apóstolos (At 8.1).
Essa tradição conta que eles se reuniram, e geograficamente dividiram o mundo em partes, e lançaram sorte entre si, decidindo assim para que região cada um deles deveria seguir.
Eles sofreram muito por causa da fé e por amor ao Senhor Jesus Cristo, e a maior parte deles morreu de morte violenta por causa do testemunho que deram.
Pedro, segundo a tradição, foi martirizado na cidade de Roma no ano de 66 d.C., durante a perseguição do Imperador Nero.
Conta a tradição que ele se julgou indigno de ser crucificado da mesma forma que fora Jesus, pedindo assim aos seus algozes que o crucificassem de cabeça para baixo.    André, conta-nos Eusébio de Cesaréia, que ele foi para a terra dos “canibais” que está ligada a alguns                             
países que hoje gravitam em torno da Rússia, na região da Sítia.
Os cristãos daquela região atestam que ele foi o primeiro a levar o evangelho para lá.
Pregou também o evangelho na Turquia e foi o fundador da Igreja em Bizâncio, atual Istambul e é considerado o primeiro patriarca de Constantinopla.
Tomé, a princípio foi para o Leste da Síria, e segundo a tradição, ele seguiu pela lendária Estrada da Seda, chegando até a Índia, onde evangelizou uma comunidade de cristãos indianos conhecida até hoje como Martoma. 

Até hoje eles o reverenciam como seu fundador e atestam que Tomé foi morto naquela região pela lança de quatro soldados.
Felipe, uma tradição diz que ele exerceu um ministério poderoso em Cartago, no Norte de África, e também na região da Ásia Menor, atual porção da Turquia Asiática, onde fora morto em represália por ter pregado o evangelho a mulher de um Procônsul, a qual aceitou Cristo.
Mateus, uma antiga tradição diz que ele fora impelido pelo Espírito Santo a pregar o evangelho na antiga Pérsia atual Irão e na Etiópia.
Os cristãos dessas regiões afirmam que ele não chegou a ser martirizado, outra tradição diz que ele foi apunhalado até a morte na Etiópia.
Bartolomeu, fez viagens missionárias para muitas partes. Uma antiga tradição diz que ele foi á Índia com Tomé, depois evangelizou a Armênia,
foi a Etiópia e ao Sul da Arábia Saudita, onde acredita-se que ele tenha encontrado a morte, como mártir do evangelho.
Tiago, filho de Zebedeu – chamado também de Tiago o Menor, não chegou a ir ao campo missionário, mas por ser muito ativo na pregação, junto com Pedro foi morto à espada por Herodes (At 12.1,2).
Tiago, filho de Alfeu – cognominado de Tiago Menor – a tradição diz que ele foi para a região da Síria, onde pregou o evangelho.
Simão, o zelote – foi companheiro de Mateus na Pérsia, onde segundo a tradição foi morto por ter se negado a fazer sacrifícios ao deus Sol.
Tadeu ou Lebeu, segundo a tradição pregou o evangelho na Judéia, na Samaria, depois foi pra Mesopotâmia, hoje Iraque e Pércia – atual Irão, onde foi martirizado.
Patmos
João, uma antiga tradição informa que ele escapou sem se queimar, depois de ter sido jogado num caldeirão de óleo fervendo.
Por não ter morrido o imperador mandou lançá-lo na Ilha de Pátmos, onde escreveu o Livro do Apocalipse. Morreu de morte natural na cidade Éfeso.
Matias, foi escolhido para ficar no lugar de Judas Iscariotes. A tradição diz que ele foi para Síria, onde foi martirizado numa fogueira.
Barnabé, se despede do cenário missionário navegando para Chipre, junto com João Marcos (At 15.39). Segundo a tradição morreu de morte natural em boa velhice.                                                          
  Paulo, segundo a tradição, sofreu o martírio no reinado de Nero, sendo decaptado à espada no ano 68 da era cristã.    
Dizem que próximo ao local em que ele foi decaptado existe hoje uma igreja que leva o seu nome.         
 Desde que as missões evangélicas cristãs transculturais, começaram com os apóstolos atendendo ao Ide da Grande Comissão, durante o período dos imperadores romanos Tibério, Cláudio e Nero; já eram um movimento de alcance universal; utilizando-se das amplas malhas viárias do império romano que em seu apogeu chegava até 150.000km.
Segundo registro de notáveis pesquisadores, estas vias davam acesso à lendária Estrada da Seda que conduzia até a Ásia Central.          
Enquanto transitavam por essas vias cargas e especiarias, idéias religiosas eram propagadas por todos os cantos, onde cristãos anônimos, viajando entre as caravanas de mercadores, levavam a Palavras de Deus a todos os rincões da Ásia, de África e da Europa.
Na China essas caravanas pegavam a rota da Seda marítima e iam até a China Meridional, Filipinas, Brunei, Sião e Málaca.   Assim, os cristãos do primeiro século evangelizaram todo o mundo conhecido e habitado no seu tempo conforme
o apóstolo Paulo  escreveu aos Colossenses exortando-os a permanecerem firmes:
                               “Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro” (Cl 1.23).

 O texto em apreciação é baseado nas Obras:
SOUZA, Itamar Neves de. Atos dos Apóstolos - Uma História Singular. Editora Descoberta.

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