Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
Texto da Lição: 1 Reis 17.8-16
I - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
- Compreender que Deus é o nosso provedor.
- Explicitar o poder da graça de Deus para com os povos gentílicos.
- Conscientizar-se do poder da Palavra de Deus e da oração.
II - INTRODUÇÃO: Para prover a necessidade de seus filhos, Deus se
utiliza de recursos e meios que jamais poderíamos esperar. Quando somos fiéis a
Deus, obedecendo-o e fazendo a sua vontade temos o privilégio de ver suas
promessas cumpridas em nossas vidas.
Como afirmou o apóstolo Paulo
em Filipenses 4.19 “O meu Deus, segundo a
sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas
necessidades”.
III – DESENVOLVIMENTO
- UM PROFETA EM TERRA ESTRANGEIRA:
1. 1 – A fonte de Querite – Este
foi o primeiro local para onde Deus orientou Elias a refugiar-se após tornar-se
uma persona non grata no reinado de
Acabe (1Re 17.3). Apesar de ser uma fonte, Querite – aquele lugar de muita
sombra e água fresca, não era permanente (1Re 17.7); foi uma provisão para
aqueles dias de crise.
Em Querite Elias aprendeu a
confiar em Deus, dia após dias. A razão de muitos de nós vivermos extenuados,
tensos, distraídos e ansiosos é que nunca conseguimos a arte de viver um dia
após o outro.
Vivemos fisicamente um dia atrás do outro. Isto não pode ser mudado,
mas mentalmente, vivemos os três tempos verbais ao mesmo tempo (presente,
passado e futuro).
Mas em Querite Elias
aprendeu exatamente isso, viver confiando em Deus, dia após dia. Quando Elias
chegou ao palácio, o Senhor lhe contou o que deveria dizer. Depois de ter
falado, Deus disse: “Agora vá para Querite”. Ele não disse o que aconteceria em
Querite; falou apenas: “Vá para o riacho e se esconda”.
Elias não sabia nada sobre o
futuro, mas tinha a promessa de Deus: “Eu te sustentarei”. E Deus não lhe disse
qual seria o próximo passo até que o riacho se secou.
1. 2 – Elias em Sarepta – Mas, o ribeiro se secou. O riacho seco era
apenas o começo. Deus tinha planos para Elias que o levaria para longe daqueles
dias calmos de isolamento e meditação, onde a vida ao lado do riacho e aves que
cumpriam fielmente a tarefa de garçons de suas refeições era apenas uma rotina
simples, ininterrupta e regular.
Mediante o novo quadro, Elias
no entanto, não tomou atitude alguma enquanto a Palavra de Deus não lhe veio para
dizer o que fazer. Ainda em Querite, o profeta recebe o chamado de Deus para se
deslocar para a Fenícia.
Era como se Deus estivesse dizendo a seu servo: “Levei
você primeiramente a Querite para que se desacostumasse dos holofotes e da
presença do público, para colocá-lo na linha e reduzi-lo ao homem que confia em
mim em toda situação. Foi ali que comecei a renovar seu homem interior por meio
das disciplinas da solidão e da obscuridade”.
“Dispõe-te e vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e demora-te
ali, onde ordenei a uma mulher viúva quê te dê comida” (1Re 17.9). “Demora-te
ali” – foi a segunda orientação de Deus para Elias em Sarepta.
Alguns
intérpretes falam que a estadia de Elias na casa da viúva, foi de dois anos,
mas esse período pode ter sido maior, uma vez que a seca durou três anos e
meio.
Ao tomar as atitudes de
dispor-se e demorar-se em Sarepta, Elias foi capaz de criar condições para que
o plano de Deus em sua vida se concretizasse. A direção de Deus inclui a sua
provisão. De nada adianta recebermos um chamado divino se não tomarmos uma
atitude com relação a mesma.
Sarepta era uma cidade entre
Tiro e Sidom, ao que parece, localizada à beira-mar, ao norte de Tiro, na costa
do mar Mediterrâneo a mais ou menos
150km a oste de Querite. Segundo alguns estudiosos ela situava-se na principal
estrada da região.
Isso pôs Elias em território estrangeiro, onde ele estaria
em segurança e poderia formular o plano em oposição a Acabe e a sua horrenda
esposa Jezabel.
- UMA ESTRANGEIRA NO PLANO DE DEUS:
2. 1 – A soberania e graça de Deus – Uma viúva foi o elemento que
Deus escolhera para dar prosseguimento ao refúgio de Elias. Uma mulher viúva,
estrangeira e desconhecida foi a única escolhida entre tantas para que através
dela Deus manifestasse seu propósito de proteção e provisão na vida de Elias
(Lc 4.25,26).
“Ordenei ali a uma mulher
viúva” – Mulher anônima, desconhecida, mas escolhida por Deus em sua graça e
soberania. Era uma gentia que, graças ao desígnio divino contribuiu para a
construção e desenvolvimento do plano de Deus.
Elias precisava estar distante
do território de Acabe e Deus que estava no controle de tudo mais uma vez
proveu casa e alimento para o profeta. Vale salientar que Tiro e Sidom era a
terra onde reinava Etbaal, pai de Jezabel.
2. 2 – A providência de Deus – Quando Deus dirige, ele provê. Foi isto o
que sustentou Elias. A direção de Deus inclui a sua provisão. Tudo que já havia
sido manifesto a Elias através dos corvos em Querite (1Re 17.4-6), é repetido
agora, em Sarepta por intermédio de uma mulher viúva, pobre sem recurso algum
aos seus próprios olhos.
Cumpre-se assim o que
escrevera Paulo em 1Co 1.27 – “Mas Deus
escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu
as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes”.
Nos versículos 25 –
29 deste mesmo capítulo, Paulo acentua que os padrões e os valores de Deus são
diferentes dos aceitos pelo mundo e que agora Ele está aniquilando os falsos
padrões do mundo; bem como sua sabedoria.
- O PODER DA PALAVRA DE DEUS:
3.1 – A escassez humana e a suficiência divina – Somente
um punhado, ou seja, muito pouco, de farinha na panela e um bocado de azeite
numa botija era o tudo que a viúva possuía quando Elias se deparou com ela na
entrada da cidade (1Re 17.12).
No entanto, era através dessa viúva que Deus
queria operar o grande milagre de provisão na vida do profeta, pois não era
Elias que iria ajudar a pobre viúva, ao invés disso era a pobre viúva que
ajudaria este famoso profeta do Senhor que estivera diante da face do rei.
Mas Deus estava também atento às necessidades
e aflições de uma pobre viúva. Ele enviou Elias para fortalecer-lhe a fé e
trazer-lhe bênçãos materiais no momento em que ela julgava que tudo estava
perdido – “.... e vês aqui, apanhei dois
cavacos e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos e
morramos” (1Re 17.12).
3.2 – Deus, a
prioridade maior – A fé que essa viúva tinha em Deus e na sua
palavra através do profeta Elias, levou-a a permutar o certo pelo incerto e o
visível pelo invisível quando decidiu atender ao pedido do profeta – “.......E
Elias lhe disse:
Não temas; vai e faze conforme a tua palavra,
porém faze disso primeiro um bolo pequeno para mim e traze-mo para fora;
depois, farás para ti e para teu filho....” (1Re 17.10-16). O profeta era um agente de
Deus, e atendê-lo primeiro significava colocar a Deus em primeiro lugar – “E foi ela e fez segundo; a palavra de Elias
e assim comeu ela e sua casa por muitos dias” (1Re 17.15).
- O PODER DA ORAÇÃO:
4. 1 – A oração intercessória – Elias era um homem sujeito às mesmas
paixões que nós, e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis
meses, não choveu sobre a terra (Tg 5.17). Elias predisse a seca em Israel, a
seca aconteceu, mas tudo isso acompanhado da oração intercessória.
Em Sarepta Elias se deparou
com um novo desafio que somente foi vitorioso através do poder da oração. Ao
morrer o filho da viúva (1Re 17.17-20), Elias toma as dores da pobre mulher e,
pondo-se em seu lugar clama intercessoriamente ao Senhor que ouviu e respondeu
a oração do profeta.
4. 2 – A oração perseverante – A perseverança de Elias o levou ao triunfo
no caso do filho da viúva que lhe foi apresentado sem vida. Mediante o quadro
do menino sem vida estendido sobre a cama (1Re,17.21).
Elias orou
perseverantemente, e orou uma vez, duas vezes, três vezes deitado sobre o
menino até que de Deus respondeu a sua oração – “E o Senhor ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar
nele, e reviveu” (1Re 17.22).
Jesus nos exorta através da
parábola do juiz iníquo em Lc 18.1 – a nunca desfalecer da oração. Orar sempre
é uma tônica por toda a Palavra de Deus. O empenho constante de Jesus era levar
seus seguidores a reconhecerem a necessidade de estarem continuamente em oração,
para cumprirem a vontade de Deus nas suas vidas. A oração perseverante é
considerada como fé (Lc 18.8).
IV – CONCLUSÃO
Quando olhamos para a
mudança de rumo na vida e no ministério de Elias encontramos quatro lições
valiosas para nossas vidas:
1. A orientação de Deus é
sempre surpreendente; não tente analisá-la. Se Deus o manda para Sarepta, não
tente entender por quê. Apenas vá. Se Deus coloca você numa situação difícil e
você tem paz no coração de que deve permanecer ali, não tenta analisar ou fugir.
Fique firme.
2. Os primeiros dias
geralmente são os mais difíceis; não desista. Se a primeira impressão é aterrorizante e
tentar levá-lo ao pânico, persista. O inimigo de nossas almas é expert em
tirar-nos do caminho, nos desencorajar e levar-nos a desistir.
Aprendamos com o exemplo de
Elias. Nem mesmo uma pobre viúva, que mal tinha energia para apanhar lenha para
preparar sua última refeição, foi capaz de desmotivá-lo. Deus ainda usou a fé
de Elias para reacender a fé da viúva e dar-lhe uma razão para prosseguir.
3. As promessas de Deus
dependem de obediência; não deixe de fazer sua parte. “Elias, levante-se e vá”, disse Deus. E Elias se levantou e foi. “Mulher, entre e prepare a comida”,
disse Elias. E ela foi e preparou.
Uma promessa cumprida geralmente é o
resultado de nossa obediência. Quando as promessas têm condições, nossa
obediência precede a provisão de Deus. Descansar no Senhor é uma coisa;
indiferença passiva é algo completamente diferente.
4. As provisões de Deus são
justas; não deixe de agradecer-lhe. Talvez você não tenha o emprego que gostaria,
mas você tem um emprego. Talvez não esteja na posição que sonhou, mas as
provisões de Deus são suficientes e justas.
É bem provável que a maioria
de nós tenhamos em algum momento da vida passado por Querite, ou que venhamos a
passá-lo em algum dia no futuro. Querite e Sarepta – tudo isso pode ser plano
de Deus em nossa vida.
Nunca devemos esquecer que o
Senhor Jesus foi um “homem de dores e que sabe o que é padecer” (Is 53.3).
Nunca poderemos ser iguais a ele se não passarmos por momentos de dificuldades.
Na jornada cristã que vai da fé à maturidade todos os caminhos passam por
Sarepta.
Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2013 – (Comentarista: José Gonçalves).
Bíblia
de Estudo Pentecostal – CPAD
Bíblia
de Estude - Aplicação Pessoal - CPAD
GONÇALVES,
Josué. Porção Dobrada (Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os
ministérios proféticos de Elias e Eliseu). Rio de Janeiro 2012. 1ª. Edição.
CPAD
SWINDOLL,
Charles R. Elias – Um homem de heroísmo e humildade. São Paulo, 2001. 10ª. reimpressão 2012. Editora Mundo Cristão
WISEMAN,
Donald J. 1 e 2Reis – Introdução e Comentário. Inglaterra, 1993. Brasil, 2006.
Série Cultura Bíblica – Editora Vida Nova.
CHAMPLIN.
R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora
Hagnos.
CHAMPLIN.
R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo..
Editora Hagnos.
RICHARDS.
Lawrence. Comentário Bíblico do Professor – São Paulo:
Editora Vida, 2004
BOYER. Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica
– Rio de Janeiro: CPAD 2009
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