Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
Texto da Lição: 1 Reis 21.1-5; 15,16
I - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
- Identificar o objeto da cobiça de Acabe.
- Citar as causas da
cobiça.
- Conscientizar-se dos frutos e consequências da cobiça.
II - INTRODUÇÃO: A cobiça é uma consequência da visão de mundo que
o ser humano possui. O mundo em que vivemos é um mundo materialista (estilo de vida pautado nas coisas materiais),
hedonista (ética pautada na busca intensa
do prazer inteiramente pessoal) e pragmatista (estilo de vida que objetiva o lucro pessoal). Todavia o evangelho
demanda de cada um de nós um estilo rigorosamente contrário ao mundano.
Acabe não se contentou com o
que tinha, que não era pouco. Ele tinha “apenas” o governo da nação de Israel,
o reino do norte, à sua disposição.
Poderia comprar ou possuir qualquer terra em Israel, mas tomado pela cobiça do
seu coração, cegou pela vinha de Nabote, chegando ao extremo de rendido aos
desejos da cobiça e apoiado na impiedade de sua maligna esposa Jezabel que
administrou a morte de Nabote, afim de prover Acabe de condições favoráveis a possuí-la.
III – DESENVOLVIMENTO
- O OBJETO DA COBIÇA:
1. 1 – O direito à propriedade no antigo Israel – Deus disse aos israelitas que eles não eram
os verdadeiros donos da terra; pois ela lhe pertencia; eles eram simplesmente
administradores da terra (Lv 25.23).
Dessa forma o direito à
terra era apenas uma concessão de usufruto que conforme Números 36.7-9, a
herança dos filhos de Israel não passaria de tribo em tribo devendo os filhos
de Israel segundo ordem de Deus, se chegarem cada um à herança da tribo de seus
pais.
A ordem era que qualquer
filha que herdasse alguma herança dos filhos das tribos de Israel se casaria
com alguém da geração da tribo de seu pai; para que os filhos de Israel possuam
cada um a herança de seus pais. Assim a herança não passará de uma tribo a
outra; pois as tribos dos filhos de Israel se chegarão cada um à sua herança.
Como Nabote era temente a
Deus, ele tinha esses princípios em mente e não queria vender, nem tampouco
arrendar a sua vinha que era uma dádiva de Deus para a família, além disso, ele
não estava passando por nenhuma necessidade. – uma brecha concedida na lei de arrendamento
temporário, àqueles que eventualmente fossem acometidos de uma necessidade;
sendo conveniente, deixar bem claro que no ano do Jubileu essas terras deveriam
ser devolvidas para seu dono original (Lv 25.25-27).
1. 2 – A herança de Nabote – A vinha de Nabote ficava muito próxima ao
palácio do rei Acabe em Jezreel. Para tornar o seu palácio mais belo e atraente,
bem como tornar-lhe suprido de frutas e verduras frescas além de arvoredos que
tornaria o ambiente de sua propriedade mais agradável, Acabe cobiçou aquele
maravilhoso empreendimento – a vinha de Nabote, um homem simples que temia a
Deus, para transformá-la numa horta.
O rei Acabe tentou adquirir as
terras de Nabote, ou a dinheiro ou em troca de um vinhedo melhor. Mas Nabote
recusou-se a negociar, sob a alegação de que aquelas terras faziam parte da
herança da sua família.
Ora, a lei mosaica protegia
as heranças (Lv 25.23-28; Nm 36.7-9). Naturalmente, devemos pensar que um rei
não teria achado dificuldade para garantir uma herança de família para Nabote,
em algum outro lugar, e que talvez até Nabote saísse ganhando nas negociações.
No entanto, Nabote parece
ter temido a sinceridade de Acabe, e simplesmente não quis estabelecer
negociações. Embora com relutância, Acabe já se dispunha a aceitar a decisão de
Nabote; entretanto, Jezabel, a pagã rainha esposa de Acabe, não concordou com
isso e partiu para seus intentos maléficos afim de realizar os propósitos do
seu coração bem como do rei Acabe.
- AS CAUSAS DA COBIÇA:
2. 1 – A casa de campo de Acabe – Era uma segunda residência de Acabe em
Jezreel – uma casa de verão que ficava entre o monte Carmelo e Samaria (1Re
18.45,46).
Desse modo, possuía Acabe um
palácio – a casa real, e uma casa de campo; mas não estava satisfeito e foi
engodado a cobiçar a pequena vinha do simples Nabote, indo até as consequências
finais por não resistir e dar um basta ao seu pecado, bem como a impiedade de
sua esposa – rainha Jezabel.
2. 2 – A horta de Acabe – Possuído pela cobiça Acabe não mais se
contentava com a casa real e a casa de campo que certamente era um lugar belo e
confortável. Totalmente dominado pelos desejos cobiçosos do seu coração, não se
importava de quebrar o mandamento divino “Não
cobiçarás” (Ex 20.17).
Seu palácio era um lugar
suntuoso, mas parecia melhor ainda se contasse com um jardim adjacente. A
dificuldade porém, foi que Nabote era o proprietário das terras vizinhas ao
palácio e isso impedia a aventura estética de Acabe.
Kimch informa-nos que era costumeiro às pessoas
mais ricas ocupar-se de pequenos projetos agrícolas, próximo de suas casas, a
fim de embelezá-las além de dar-lhes um suprimento de verduras frescas. A
oferta de Acabe para Nabote foi “cortês e liberal”, mas era contrária à herança
dos hebreus.
- O FRUTO DA COBIÇA:
3.1 – Falso testemunho – Ao
ver seu marido sob forte estresse e pressão, Jezabel teve a ousadia de assumir
o controle da situação e age sozinha. Jezabel, porque era ímpia, vivia sua vida
na carnalidade da satisfação de seus próprios desejos, não possuía qualidades
de pedir a Deus que atuasse no coração de seu marido nem foi capaz de avaliar
sabiamente a situação.
“Eu cuido disso para você, meu
marido – apenas saia da frente, conjecturou Jezabel”. Ela não tinha autoridade
para escrever cartas em nome do rei. Mas este não foi o seu maior crime. Ao
escrever aquelas cartas, ela coloca em ação um plano para matar Nabote.
“Então escreveu cartas em nome de Acabe,
selou-as com o sinete dele e as enviou aos anciãos e aos nobres que havia na
sua cidade e habitavam com Nabote. E escreveu nas cartas dizendo:
Apregoai um jejum e trazei Nabote para a
frente do povo. Fazei sentar defronte dele dois homens malignos, que
testemunhem contra ele, dizendo: Blasfemaste contra Deus e contra o rei. Depois
levai-o para fora e apedrejai-o, para que morra” (1Re 21.8-10).
3.2 –
Assassinato e apropriação indevida – O plano ardiloso de Jezabel foi
cumprido sem o mínimo embaraço. Para que não houvesse dificuldades futuras com
a herança de Nabote, seus filhos também foram apedrejados e mortos ((2Re 9.26).
Resolvido o problema, agora
o rei apoderar-se-ia da vinha de Nabote – “E
sucedeu que, ouvindo Acabe que já Nabote era morto, Acabe se levantou, para
descer para a vinha de Nabote, o jezreelita, para a possuir (1Re 21.16).
- AS CONSEQUÊNCIAS DA COBIÇA:
4. 1 – Julgamento divino – Tão logo Acabe apossou-se da vinha de
Nabote, ordena Deus ao profeta Elias que se apresentasse ao rei e lhe
proclamasse o juízo divino: “Falar-lhe-ás
dizendo: Assim diz o Senhor:
Porventura, não mataste e tomaste a herança? Falar-lhe-ás mais, dizendo: Assim diz o Senhor: No lugar em que os cães
lamberam o sangue de Nabote, os cães lamberão o teu sangue, o teu mesmo” (1Re 21.19,20).
Essa profecia se cumpriu
quando Acabe foi morto na batalha e os cães lamberam o seu sangue, ao ser
lavado o seu carro, no qual ele morreu (1Re 22.25,38). Os filhos de Acabe
também morreram de modo violento (2Re 1.2,17; 9.22-26), e a esposa de Acabe,
Jezabel, também teve uma morte violenta (2Re 9.30-37).
4. 2 – Arrependimento e morte – Logo após Acabe receber a profecia
sentenciando sua morte “... rasgou as
suas vestes e cobriu a sua carne de pano de saco, e jejuou; e dormia em cima de
sacos e andava mansamente. Então, veio a palavra do Senhor a Elias, o tisbita,
dizendo:
“Não viste que Acabe se humilha perante mim,
não trarei esse mal nos seus dias, mas nos dias de seus filhos, trarei este mal
sobre a sua casa” (1Re
21.27-29). Acabe arrependeu-se, mas mesmo assim não teve como se livrar das
consequências de suas ações (1Re 22.29-40; 2Re 1.1-17). O pecado sempre tem seu
alto custo.
IV – CONCLUSÃO
A paciência de Deus tem
limites – Deus, em sua grandiosa paciência e misericórdia, espera que ouçamos
sua voz e lhe obedeçamos. Por intermédio da história do rei Acabe, podemos
estar certos de que o pecado não compensa.
Acabe fracassou porque
esqueceu-se da palavra de Deus. A cobiça é uma forma de auto-adoração que expulsa
Deus de nossas vidas. Devemos em primeiro lugar medir nossas intenções pela
Palavra de Deus e em seguida levarmos a efeito os nossos desejos. Nossas ações
devem glorificar a Deus em vez de satisfazer nosso próprio ego.
O principal objetivo da vida do crente é
agradar a Deus e promover a sua glória. Sendo assim, aquilo que não pode ser
feito para a glória de Deus, e em sua honra e ações de graças como nosso
Senhor, Criador e Redentor não deve ser feito de modo nenhum.
Viver para Deus
deve ser uma norma fundamental em nossa vida, o alvo da nossa conduta, e teste
das nossas ações.
O apóstolo Paulo assim
escreveu aos corintos: “Portanto, quer
comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de
Deus” (1Co 10.31).
Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2013 – (Comentarista: José Gonçalves).
Bíblia
de Estudo Pentecostal – CPAD
GONÇALVES,
Josué. Porção Dobrada (Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os
ministérios proféticos de Elias e Eliseu). Rio de Janeiro 2012. 1ª. Edição.
CPAD
SWINDOLL,
Charles R. Elias – Um homem de heroísmo e humildade. São Paulo, 2001. 10ª. reimpressão 2012. Editora Mundo Cristão
WISEMAN,
Donald J. 1 e 2Reis – Introdução e Comentário. Inglaterra, 1993. Brasil, 2006.
Série Cultura Bíblica – Editora Vida Nova.
CHAMPLIN.
R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora
Hagnos.
CHAMPLIN.
R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo..
Editora Hagnos.
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