Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
Texto da Lição: 1 Reis 19.16,17,19-21
I - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
- Reconhecer o caráter
divino da vocação e chamada de Elias.
- Detalhar os
princípios da exclusividade, autoridade da vocação e a chamada de Elias.
- Compreender como se deu a sucessão e o discipulado de Eliseu.
II - INTRODUÇÃO: A vida heroica e humilde de Elias nos motiva a
ser como Cristo – a levantar nossos olhos acima das aflições e angústias de
hoje e voltar nossa atenção para a glória e esperança do Grande Deus e Salvador
Jesus Cristo.
Estudar a vida de Elias nos dá
uma oportunidade de ver pequenos traços de Jesus refletidos na vida do profeta,
enquanto aguardamos ver o Senhor face a face em sua glória. Qualquer pessoa que
fizer uma lista dos grandes homens da Bíblia – mesmo que seja uma lista pequena
– certamente incluirá Elias, homem de heroísmo e humildade.
Elias revelou-se um homem
valioso para Deus, pois era humilde o suficiente para curvar-se à vontade do
seu Senhor, sem jamais desobedecer-lhe, independentemente da missão que lhe era
confiada.
III – DESENVOLVIMENTO
- O LONGO PERCURSO DE ELIAS:
1. 1 – Uma volta às origens – Biblicamente a origem da chamada de Elias é
desconhecida, no entanto podemos acompanhá-lo através de suas jornadas:
Treinado em Querite,
lapidado e refinado em Sarepta, usado de maneira magnífica no monte Carmelo,
ungido poderosamente para colocar-se diante do rei Acabe em várias ocasiões, e,
finalmente, recebendo a companhia de seu fiel amigo e substituto Eliseu.
O profeta Elias surgira como
um homem de Deus num momento heróico de maneira quase inacreditável, ainda que
humilde de coração, Elias parecia ter alcançado o pináculo das experiências de
sua vida. Mas agora ele iria passar pela maior de todas as experiências
anteriores: iria escapar da morte. A foice da morte não o encontraria.
Não passar pela morte
colocava Elias na rara categoria “de partidas sem morte”. Somente duas pessoas
em todos os registros bíblicos não foram apanhadas pelas garras da morte. Isso
mesmo: apenas duas pessoas foram levadas desta terra diretamente à presença de
Deus. O primeiro foi Enoque (Gn 5.21-24), e Elias foi o segundo (2Re 2.11,12).
A última experiência deste
tipo acontecerá com os crentes que estiverem vivos na terra no momento da
primeira parte da segunda vinda de Cristo. Não sabemos nem o dia nem a hora
(1Co 15.51,54; 1Ts 4.13-18).
1. 2 – Uma revelação transformadora – Enclausurado em uma caverna, Elias pode
descobrir que Deus tinha grandes planos para a sua vida bem como pode
assegurar-se através do diálogo de Deus com ele naquele lugar solitário, que
Deus continuava sendo o Senhor da sua vida e, equivocadamente ele não estava
sozinho naquele combate, o seu trabalho não teria sido em vão.
O Senhor revelou a Elias que
não somente ele estava sendo fiel para o serviço de Deus, mas havia ainda sete
mil remanescentes fiéis de adoração a Deus. Posteriormente Deus revelou ao
profeta a necessidade de um sucessor para Elias – daí surgir no cenário Eliseu,
discípulo de Elias (1Re 19.15-18).
- ELIAS NA CASA DE ELISEU:
2.1 – A exclusividade da chamada – Deus mandou Elias ungir Eliseu como
seu sucessor. Note-se que naqueles dias não somente sacerdotes e reis eram
ungidos para seus respectivos cargos, mas também profetas.
Eliseu iria auxiliar Elias, ungir
Hazael rei da Síria e Jeú, rei de Israel, e ajudar a derrotar os inimigos de
Deus. Também era tarefa de Eliseu proclamar a Palavra de Deus ao remanescente
fiel (1Re 19.16-18).
Embora Deus tenha ordenado a
Elias que ungisse a Hazael rei da Síria e Jeú, rei sobre Israel, ele apenas
conseguiu cumprir a parte de ungir a Eliseu profeta em seu lugar, pois o tempo
dele aqui na terra findara. Ficando o profeta Eliseu para cumprir o restante da
tarefa.
Eliseu foi um fiel servidor
do profeta ancião e ficou conhecido como “aquele que deitava água sobre as mãos
de Elias” (2Re 3.11).
2.2 – A autoridade da chamada – “Partiu, pois, Elias dali e achou Eliseu, filho de Zafate, que andava
lavrando com doze juntas de bois adiante dele; ele estava com a duodécima.
Elias passou por ele e lançou o seu manto sobre ele.
Então, deixou este os bois, correu após Elias
e disse: deixa-me beijar meu pai e a minha mãe e, então, te seguirei. Elias
respondeu-lhe: vai em volta; pois já sabes o que fiz contigo.
Voltou Eliseu de seguir a Elias, tomou a junta
de bois, e os imolou, e, com os aparelhos dos bois, coseu as carnes, e as deu
ao povo, e comeram. Então, se dispôs, e seguiu a Elias e o servia” (1Re 19.19-21).
Na cultura bíblica, o manto
é símbolo da autoridade profética (1Re 19.19; 2Re 1.8; 2.14). Lançá-lo sobre
outrem demonstrava transferência de poder e autoridade. Ao ser envolvido pelo
manto de Elias, Eliseu estava sendo credenciado para o ofício profético.
- ELIAS E DISCIPULADO DE ELISEU:
3.1 – As virtudes de Eliseu – Eliseu tinha conhecimento do que o Senhor
estava prestes a realizar na vida de Elias (2Re 2.1). Ele estava consciente de
que algo extraordinário envolvendo o profeta Elias aconteceria a qualquer
momento (2Re 2.3), e sabia que também fazia parte dessa história, daí a sua
perseverança em não deixar Elias.
Antes de ser arrebatado para
o Céu, Elias visitou três lugares: Gilgal, Betel e Jericó. Os historiadores
afirmam que estes três lugares eram os antigos seminários. Provavelmente
fundados por Samuel: escolas onde rapazes eram treinados para responder ao
chamado divino e aprender o estilo de vida de um profeta (2Re 2.2-6).
Gilgal era o lugar do início. De acordo com Josué 4, Gilgal foi o lugar
onde os filhos de Israel acamparam logo depois de terem cruzado o Jordão em
direção a Canaã. Ali os filhos de Israel foram circuncidados e o Senhor disse a
Josué: Hoje revolvi de sobre vós o opróbrio do Egito (Js 5.7-9). Gilgal foi o
lugar da preparação da jornada final de Elias.
Betel, a próxima parada de Elias, era o lugar
de oração. “Bet-el” significa “casa
de Deus”. Foi ali onde Abraão construiu um altar e frequentemente se encontrava
com Deus (Gn 12.8).
Elias foi então para Jericó, o lugar da
batalha. Jericó foi o lugar onde o
povo de Deus lançou fortes bases contra a oposição. Jericó foi para os
israelitas o que foi o dia D significou para os Aliados na Segunda Guerra
Mundial. Foi a Normandia do povo de Deus. Jericó era uma cidade de grandes e
vivas lembranças.
Finalmente Elias se dirige ao Jordão o
lugar da morte – não
da morte física, mas da morte do eu. Ali Elias lembrou-se dos dias em que
morrera para seus próprios desejos, seus planos e onde rendeu as forças da sua
própria carne.
3.2 – A nobreza
de um pedido – Quando Elias chegou ao
Jordão seu último destino terreno, Eliseu disse: “Tão certo como vive o Senhor, não te deixarei”. Elias tentava
separar-se de Eliseu desde Gilgal, cremos, porém que o que Elias estava
tentando fazer não era se livrar de Eliseu, mas colocar seu amigo íntimo e
sucessor à prova.
Mas Eliseu foi inflexível. E
assim ambos foram juntos ao Jordão. “Então
Elias tomou a sua capa, e a dobrou e feriu as águas, as quais se dividiram para
as duas bandas; e passaram ambos em seco.
Elias disse a Eliseu: pede-me o que queres que
te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: peço que haja porção
dobrada do teu Espírito sobre mim E disse: coisa dura pediste; se me vires
quando for tomado de ti, assim se fará, porém, se não, não se fará” (2Re 2.8-10).
Eles continuaram a andar e iam conversando.
Mas, de repente, um carro de fogo, com cavalos de fogo surgiu no meio deles e
separou os dois; Eliseu admirado viu quando Elias era levado ao Céu num
redemoinho. (Bíblia Viva).
O que vendo Eliseu clamou: Meu Pai, meu Pai,
carros de Israel e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e, tomando das suas
vestes as rasgou em duas partes. Também levantou a capa de Elias, que lhe caíra
e voltou-se às bordas do Jordão” (2Re 2.11-13).
- O LEGADO DE ELIAS:
4. 1 – Espiritual – Elias foi uma daquelas grandes vidas humanas
que desafiam qualquer explicação natural. Elias foi um homem cujas ações e realizações
não conseguem ser explicadas em termos humanos. Era homem dedicado a oração e
de grande poder espiritual, evidenciados por sua vida e por seu ministério em
geral.
4. 2 – Moral – O valor e coragem de Elias são evidentes ao confrontar os profetas de
Baal reprimindo-os severamente (1Re 18.19). Elias serviu a Deus com integridade
e foi um modelo para o seu sucessor.
IV – CONCLUSÃO
Elias foi o precursor do
profetismo no seu tempo, e os escritos dos profetas, a partir de seus dias, adquiriram
imensa proeminência nas Escrituras. Ele deu um tremendo exemplo de poder
espiritual e de busca pela verdade, pela justiça e pela santidade em Israel. Tudo
o que veio a tornar-se temas dos profetas que se seguiram.
Elias exerceu um ministério
excepcional no reino do Norte e, foi o responsável por ajudar o povo de Deus a
manter a sua identidade. Na qualidade de principal profeta da época, precisou
fazer finca pé, e, subitamente, compareceu diante do rei Acabe a fim de
anunciar a iminente vingança de Yahweh.
Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2013 – (Comentarista: José Gonçalves).
Bíblia
de Estudo Pentecostal – CPAD
GONÇALVES,
Josué. Porção Dobrada (Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os
ministérios proféticos de Elias e Eliseu). Rio de Janeiro 2012. 1ª. Edição.
CPAD
SWINDOLL,
Charles R. Elias – Um homem de heroísmo e humildade. São Paulo, 2001. 10ª. reimpressão 2012. Editora Mundo Cristão
WISEMAN,
Donald J. 1 e 2Reis – Introdução e Comentário. Inglaterra, 1993. Brasil, 2006.
Série Cultura Bíblica – Editora Vida Nova.
CHAMPLIN.
R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo.. Editora
Hagnos.
CHAMPLIN.
R. N. Dicionário do Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo..
Editora Hagnos.
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