Subsídios
para o Ensino da Lição: Pr. João
Barbosa
Texto da Lição: 1Tm 3.8-13
I -
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1. Analisar o estilo de vida diaconal de Jesus.
2. Explicar a instituição do ministério do diácono.
3. Discorrer sobre o perfil e
a função do diácono.
CONSIDERAÇÕES
O
diácono – Em seu ministério, conforme o relato de Mateus 4.23,
Jesus percorria toda a Galileia ensinando nas suas sinagogas, e pregando o Evangelho
do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.
Podemos observar pelo texto
que Jesus ensinava, pregava o evangelho e curava os enfermos. E em seus ensinos
Jesus não especificou como seria a organização da igreja, nos diversos lugares
por onde o seu evangelho havia de promover a conversão de milhares, senão, milhões
de pessoas pelo poder do Espírito Santo.
Ele garantiu que edificaria a
sua igreja e que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela (Mt 16.18).
Com o rápido crescimento da igreja foi necessário o estabelecimento de medidas
providenciais jamais experimentada por qualquer organização humana.
Para começar este grandioso
trabalho, só restaram onze apóstolos. Judas o traidor perecera de maneira trágica
indo para o seu próprio lugar (At 1.25).
A equipe que Jesus formara era
pequena e diminuta, mas a obra precisava ser feita. Em lugar de Judas foi
eleito Matias, que tomou o seu bispado (At 1.20).
Resolvido o problema da
substituição de Judas, os apóstolos iniciaram a grande missão de prosseguir com
a obra de Jesus. Fato este que veio ocorrer logo depois do pentecostes (At 1.8;
2.1-4), onde com a pregação cheia da unção do Espírito Santo pelo apóstolo
Pedro, quase três mil novos crentes se agregaram ao pequeno grupo de cristãos
(At 2.37-41).
A
diaconia de Jesus Cristo – O termo diaconia
significa “ministério, serviço”. Jesus
Cristo foi exemplo para a igreja em todos os aspectos.
Em sua diaconia ele foi “apóstolo
da nossa confissão” (Hb 13.1), foi profeta (Lc 24.19), foi evangelista (Lc 4.18,19),
foi pastor (Jo 10.11) e também foi diácono (Rm 15.8).
Ele demonstrou seu caráter e
sua personalidade, dando exemplo de humildade. Para cumprir sua missão
sacrificial em favor dos homens, Jesus despojou-se temporariamente da sua glória
(Jo 17.14).
Paulo diz que ele assumiu a forma
de servo, mas que isso, a forma de “escravo”. “Sendo ele em forma de Deus não teve por usurpação ser igual a Deus.
Mas
aniquilou-se a si mesmo, tornando a forma de servo, e fazendo-se semelhante aos
homens, e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até
a morte, e morte de cruz” (Fp 2.6-8).
A expressão “tomando a forma
de servo”, significa aparecer em uma condição humilde e desprezível.
Na véspera de sua crucificação
o Senhor Jesus Cristo reuniu seus doze discípulos para comer a última ceia. Tomando
uma bacia com água e uma toalha, ele começou a lavar os pés dos discípulos um a
um.
A diaconia da toalha e da
bacia é uma convocação cristocêntrica para uma vida de serviço humilde (Jo 13.12-17).
O
discípulo é um serviçal – Certa vez,
Tiago e João pediram ao Senhor lugares de destaque “à direita” e à “esquerda”
de Jesus quando da implantação de seu reino (Mc 10.35-37).
Os discípulos ainda não haviam
compreendido a mensagem de Jesus. A proposta do nazareno nunca foi a de
estabelecer uma hierarquia de poder temporal para a sua igreja, mas a de
serviço conforme demonstra sua resposta a ele:
“Antes qualquer que, entre vós,
quiser ser grande será vosso serviçal [diakonos] e qualquer que dentre vós
quiser ser o primeiro será servo de todos. Porque o filho do homem também não
veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc
10.43-45).
A
instituição dos diáconos – O crescimento
vertiginoso da igreja trouxe diversos problemas; entre os conversos, havia
pessoas de outros lugares.
Além dos judeus, ou seja, os
judeus de fala grega – que eram os da diáspora – havia os judeus crentes, que
viviam e moravam em toda a Palestina com a sua maioria em Jerusalém.
Os problemas não tardaram a
surgir. O evangelista Lucas escritor dos Atos do Apóstolos, registrou que
naqueles dias, quando a comunidade cristã cresceu grandemente, surgiram
diversos problemas, incluindo os de
ordem social.
Por uma decisão sábia e unânime,
escolheram sete homens, com qualidades exemplares para cuidarem daquele ‘importante
negócio”, que era dar assistência aos novos convertidos nas suas necessidades básicas;
Visto que muitos aceitavam a
Cristo e ficavam em situação difícil, rejeitados por suas famílias e expulsos
de casa e desprezados da sociedade.
Diante de uma crise de caráter
humanitário, os apóstolos tiveram de tomar medidas que serviram de base para a
criação do cargo ou da função de diácono, que faz parte, até hoje, do ministério
ordenado nas igrejas cristãs.
“Ora,
naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos
gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério
cotidiano.
Não
é razoável que deixemos a Palavra de Deus e sirvamos às mesas.
Escolhei, pois, dentre vós, sete varões
de boa reputação, cheio do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais
constituamos sobre este importante negócio.
Mas
nós perseveraremos na oração e no ministério da Palavra. E este parecer
contentou a toda multidão, e elegeram a Estevão, homem cheio de fé e do Espírito
Santo, e Filipe, e Prócolo e Nicanor, e Timão e Pármenas e Nicolau, prosélito
de Antioquia;
E
os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E
crescia a Palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos
discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedeciam a fé”
(At 6.1-7).
O
perfil do diácono – Na conceituação de diácono,
vimos que além de serem considerados “servos” e “serviçais”, e até “escravos”,
há também a conceituação de “ministros”.
Paulo considerou a si próprio
e a Apolo como ministros de Cristo. “Pois
quem é Paulo e quem é Apolo senão ministro sobre os quais crestes e conforme o
Senhor deu a cada um” (1Co 3.5).
A
qualificação do diácono – No NT, os apóstolos
são também intitulados de diáconos (2Co 6.4); 9.19; Ef 3.7; Cl 1.23). O próprio
Cristo é chamado de diácono da circuncisão (Rm 15.8).
Visto que essa palavra implica
em ministrar ou servir, ela é aplicada a todos aqueles que possuíam a tarefa de
ajudar aos homens sem importar se
fossem apóstolos, pastores, ou até mesmo a comunidade dos irmãos em Cristo.
Nesse contexto, temos o
sentido geral da palavra “diakonos” onde qualquer ministro cristão ou mesmo
cada cristão é um diácono.
Entretanto, com o passar do
tempo, a palavra passou a ter um significado especial (Fp 1.1; 1Tm 3.8-13),
designando aqueles que foram eleitos para deveres especiais na igreja local. Os
diáconos precisam ser equipados moral, espiritual e mentalmente (At 6.1-6).
Só devem ser eleitos para o
diaconato aqueles que realmente tenham o dom de ministrar ou servir.
De acordo com 1Tm 3.8-13 devem
ser:
a)
Honestos e sábios
em suas decisões;
b)
Não de língua
dobre;
c)
Temperantes;
d)
Bom
administrador de suas próprias posses;
e)
Devem ser testados
primeiro;
f)
Devem ser
pessoas de fé;
g)
Devem ser irrepreensíveis;
h)
Deve ser monogâmicos;
i)
Devem governar
bem seus filhos e sua própria casa.
Semelhantemente, os diáconos
devem cuidar das necessidades das famílias da igreja, pois os problemas sociais
e filantrópicos absorvem muito tempo e energia das igrejas em nosso tempo.
Sendo assim, os pastores não
ficarão sobrecarregados e poderão dedicar-se mais ao ministério da pregação da
palavra, à semelhança da igreja de Jerusalém (At 1.6,7).
Existem outras
responsabilidades que os diáconos podem exercer na igreja, tais como:
Ajudar a igreja no
levantamento das ofertas, ajudar o pastor nas visitações e na disciplina eclesiástica,
visitar os novos crentes e os doentes nos hospitais, evangelizar, e dirigir
cultos.
Os diáconos devem ficar à
disposição durante o trabalho da igreja para ajudá-la em qualquer serviço ou
necessidade.
Até mesmo quando o pastor,
evangelista ou presbítero não estiver presente por algum motivo, e não haja
ninguém escalado para substituí-lo, o diácono pode então ficar á frente do
trabalho da igreja.
Não existe tempo específico
para o ministério diaconal.
Consultas: Lições Bíblicas
EBD-CPAD - 2º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato).
RENOVATO Elinaldo. Os Dons Espirituais e Ministeriais- Servindo a Deus e
aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro, 2014 – CPAD
Itamir Neves de. Atos dos Apóstolos – Uma história singular. Paraná.
2ª.reimpressão, 2005. Descoberta Editora Ltda.
MARTINS, Jaziel Guerreiro – Manual do Pastor e da igreja,
Curitiba, 2005. Santos, Editora. - CHAMPLIN. R. N.
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia – Editora Hagnus
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo
– Vol.1 Editora Hagnus - CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento
Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus
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