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sexta-feira, 9 de novembro de 2018

L. 06 - SINCERIDADE E ARREPENDIMENTO DIANTE DE DEUS - 11.11.18 SUBSÍDIOS


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
L. 06 - SINCERIDADE E ARREPENDIMENTO DIANTE DE DEUS - 11.11.18 
Lucas 18.9-14
Por: Pr. João Barbosa

Esta parábola, a parábola anterior do juiz iníquo e a parábola das minas em Lc 19.11-27, são as únicas que têm o seu propósito explicitado antes da transmissão do seu conteúdo em si.

O contraste nesta parábola reflete o mesmo contraste que ocorre na parábola do Filho Pródigo (Lc 15.11-32), entre a confissão desesperada e humilde do pródigo e o afastamento e o desprezo expressado pelo irmão mais velho.

A atitude do fariseu também é refletida em Lc 7.36-50 com o desdém de Simão, o fariseu, pela mulher que lava os pés de Jesus. A Parábola do Bom Samaritano também se assemelha a ela ao apresentar o contraste entre o samaritano e a atitude do sacerdote e do levita (Lc 10.25-37).

Outros contrastes dignos de reflexão incluem aqueles que ocorrem entre o credor incompassivo e o rei em Mt 18.23-35. Os dois filhos em Mt 21.28-32 e o dos convidados especiais que se recusaram a comparecer com os marginalizados que comparecem à festa em Lc 14.15-24.

O evangelho de Lucas apresenta várias narrativas envolvendo cobradores de impostos e fariseus. Os fariseus normalmente são retratados como pessoas murmuradoras, resistentes ou excitantes diante de Jesus e da sua mensagem, mas existem excessões.

Em Lc 13.31 eles procuram ajudar Jesus alertando-lhe sobre o comportamento de Herodes. Os publicanos, ou cobradores de impostos, são retratados como pessoas receptivas e que estão em busca da salvação.

O tratamento dispensado a Zaqueu em Lc 19.1-10 reflete a justificação que o publicano recebeu nesta parábola em estudo. No v.9 o Senhor dá o motivo porque propõe esta parábola: “Propôs também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros”.

O fariseu é descrito como arrogante porque confiava em si mesmo; como presunçoso porque se julgava com méritos legais, religiosos e morais, que na sua visão, o justificavam; e como desprezador de seu próximo.

Na sua oração a Deus, o fariseu mostra, evidentemente, que não sente seus pecados e, portanto, não tem necessidade de pedir perdão a Deus, “é um verdadeiro rosário orgulhoso de méritos fictícios, seguido de juízos temerários de sua personalidade mesquinha” (v. 11-13).

Mas ele já recebeu o seu galardão: O Mestre declara solenemente que sua oração não foi atendida por Deus. Muito cuidado, pois, para que nós não caiamos nesse grave erro do fariseu.

Mas a oração do publicano é um exemplo frisante e confortador de como um pecador se deve aproximar de Deus para lhe pedir a graça do perdão de seus pecados:

“Ó Deus, tem misericórdia de mim pecador”. Os publicanos eram cobradores de impostos, servindo ao império romano. Eram considerados pelo povo como os maiores pecadores, indignos até de serem olhados.

A oração deste pecador era sincera, pessoal e muito humilde, reconhecendo e confessando seus pecados e pedindo, contrito, perdão a Deus.

Sua oração era profundamente verdadeira e sem argumento algum a seu favor. E, por isso, Jesus declarou: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que a si mesmo se exalta será humilhado; mas o que a si mesmo se humilhar será exaltado”.

Este pecador não procurou justificar-se a si mesmo diante de Deus, não se estribando em seus próprios atos de justiça e de bondade. E aquele que assim não faz jamais achará a graça do perdão para os seus pecados. Mas, a humildade e a sinceridade são fundamentais na personalidade do homem.

Os fariseus eram tidos em alta conta pela maioria dos judeus, e, no geral, eram considerados justos e escrupulosos nos seus esforços para obedecer a Deus. As suas instruções para o culto, para a oração e para uma vida justa tiveram uma forte influência na cultura religiosa judaica.

O fariseu desta parábola vai além de todas as exigências da lei. O jejum, por exemplo, somente era exigido dos judeus no Dia da Expiação. Como a Bíblia atesta as pessoas que atravessam momentos de crise, também recorriam ao jejum. E particularmente as pessoas mais devotas jejuavam com mais frequência.

Ao jejuar duas vezes por semana, aparentemente na segunda e na quinta feira os fariseus provavelmente viam a si mesmo como alguém que jejuava para expiação de todo o povo de Israel. Ao entregar o dízimo de tudo que adquiria, eles também entregavam o dízimo de itens que compravam sobre os quais as pessoas já haviam entregado a décima parte.

Era uma regulamentação do dízimo dos produtos da terra em ocasiões em que a pessoa não tivesse certeza de que esse dízimo não tivesse sido entregue. Se os fariseus eram respeitados a atitude geral para com os cobradores de impostos estavam próximas ao extremo oposto.

Os “publicanos” vendiam e compravam o direito de recolher os impostos em regiões específicas e vários tipos de impostos eram recardados: impostos per capta, impostos sobre a terra, a cobrança de taxas sobre a circulação de bens de uma região para outra, impostos sobre operações de vendas e impostos sobre herança.

Tudo o que os cobradores de impostos e taxas  arrecadavam que ia além dos valores contratados lhes entrava como lucro limpo. Pelo menos na Judeia, os cobradores de impostos judeus – e o publicano da parábola é, com certeza, um judeu eram considerados traidores por terem um acordo de recolhimento de impostos e taxas com o império que oprimia os judeus à época ou eram funcionários subalternos destas pessoas que tinham a função de fazer a cobrança diretamente com as pessoas.

A carga tributária civil era pesada e, depois dela, havia ainda o imposto devido ao tempo. A situação do homem na parábola é incerta; ele pode estar numa situação relativamente confortável ou, talvez, ser um cobrador de impostos de segunda classe.

As atitudes em relação aos cobradores de impostos, e especialmente em relação aos cobradores de tributos, eram bastante negativas. Estas pessoas eram abertamente conhecidas pela sua desonestidade. E eram classificadas na mesma categoria que os assassinos e os ladrões, pessoas às quais ninguém teria obrigação de falar a verdade.

Algumas pessoas sugerem que o fato de um cobrador de impostos ir até o templo para orar já seria, por si só, um ato inusitado, mas isto é um exagero. As pessoas normalmente são forçadas a agir de forma contrária à sua vontade, mas continuam buscando a comunhão com Deus.

Os cobradores de impostos não tinham medo que o povo os reconhecesse. Ao se aproximar de João Batista para receber o seu batismo e a sua orientação para a vida perguntaram a João: Mestre, que devemos fazer? E lhes disse: não peçais mais do que aquilo que vos está ordenado (Lc 3.12,13).

Os leitores de hoje precisam compreender a surpresa e o choque que os ouvintes de Jesus tiveram ao descobrir que o publicano foi declarado justificado. Esta informação ia de encontro a tudo que eles conheciam até então.

Várias posturas são descritas para se referir à forma como se deve fazer as orações, mas o pôr-se de pé é bastante comum nesses momentos (1Sm 1.26; 1Re 8.14,22; Mt 6.5; Mc 11.25).
Olhar para o alto também é uma postura comum na oração; observe como em Mt 14.19; 6.41; Lc 9.16; Mc 7.34; Jo 11.41; 17.1; Jesus ergue os olhos para orar.

“Uma oração orgulhosa é um esforço inútil”. A humildade é um aspecto da oração genuína. O publicano foi justificado porque a sua súplica por misericórdia está de acordo com a ênfase que Jesus coloca no perdão e na misericórdia em outras ocasiões e que fica mais clara na Parábola do credor incompassivo em Mt 18.21-35. Especialmente nos vs. 27, 32. Mas também em outras passagens (Mt 5.3-7; Lc 6.20.21; 7.36-50).

O termo “justificado” (originário do verbo dikaioo) é um termo técnico da área jurídica que significa que algo ou alguém “foi constatado como correto”, ou “novamente absorvido”. Esta parábola apresenta implicações cristológicas. Jesus tinha a confiança de declarar a mente de Deus no que diz respeito ao juízo.

As implicações que esta parábola tem a respeito de Deus são ainda mais marcantes no sentido que ela contém uma revelação a respeito dEle.

Na verdade, as atitudes dos dois homens revelam duas imagens de Deus, uma pressuposta pelo fariseu, que é falsa, e outra que fazia parte da expectativa do publicano, mas, que não era pressuposta por ele, mas que era verdadeira.

Deus não é um Deus que se impressione com ato de piedade e sentimento de superioridade. Mas Ele é, ao contrário, um Deus de misericórdia, que responde às necessidades e às orações honestas das pessoas.

Por outro lado, Deus não é um Deus cuja misericórdia possa ser considerada incondicional. Dentro da parábola o publicano nem ao menos fica sabendo o resultado da sua oração.

Consultas: GABY. Wagner Tadeu. Comentarista da Lição Bíblica do 4º. Trimestre 2018. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. / GABY. Wagner Tadeu e GABY Eliel dos Santos. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. CPAD. Rio de Janeiro, 2018 /LOCKYER. Herbert. Todas as Parábolas da Bíblia. Editora Vida, São Paulo 2017  / BAILEY Kenneth. As Parábolas de Lucas. Editora Vida Nova São Paulo. 2003 / GIOIA Egídio.Notas e Comentários à Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerp. Rio de Janeiro, 1981 Bíblia do Pregador Pentecostal – SBB  CHAMPLIN. R.N. Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo– V2. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010/ SNOGRASS Kleine. Compreendendo as Parábolas de Jesus. Editora CPAD, RJaneiro, 2018

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