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quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Lição 07 - PERDOAMOS PORQUE FOMOS PERDOADOS - 18.11.18


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 07 - PERDOAMOS PORQUE FOMOS PERDOADOS - 18.11.18
Mateus 18.21-35
Por: Pr. João Barbosa

Esta parábola foi proferida pelo Mestre, em resposta a uma pergunta de seus discípulos: “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim que eu lhe perdoe? Até sete vezes?” Divide-se em duas partes principais:

Um grande credor chama às contas um grande devedor – O rei da parábola, que é o grande credor, quis, em dado momento, que seu devedor lhe prestasse conta de sua dívida.

Ora, ninguém podia impugnar a vontade do grande credor, porquanto era soberano.  Aplicando esta verdade ao Criador do universo e suas criaturas humanas, vemos claramente que, quando menos esperarmos, Deus nos chamará à prestação de contas; e, semelhantemente, quem somos nós para impugnar o justo e santo credor do universo?

Aquele grande devedor da parábola não se apresentou espontaneamente ao seu credor; mas o fato impressionante é que ele foi obrigado a apresentar-se, e não podia evitar nem protelar este ato.

Assim, nós, quando formos chamados pelo Criador, para nos apresentarmos diante do Trono de sua justiça, não o podemos protelar nem evitar nem fugir.
A primeira realidade deste encontro do devedor com o seu grande credor é que o grande devedor não tinha coisa alguma com que pagar a sua grande dívida. Três ou quatro milhões de reais era coisa fabulosa para quem nada possuía.

Ora, que possui o pecador, com que possa pagar a grande dívida de seus pecados à justiça de Deus? NADA! Absolutamente nada! O grande rei credor então dá ordem para que fossem vendidos ele, a mulher, os filhos, e tudo quanto possuía, e que a dívida fosse paga.

Quanto vale um homem? Quanto vale sua família? E quanto vale a vida? O Senhor Jesus disse: “Que vale o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” A liberdade, a vida, a alma, não se compram com coisas materiais como ouro ou prata.

Podemos, pois, concluir que a nossa dívida para com Deus é tão grande que é impossível ser paga por nós, porquanto nada possuímos com que pagá-la.

Outra realidade da parábola é que o réu não se queixou do castigo imposto. Será isto o que acontecerá exatamente com cada um de nós, quando formos chamados à presença do divino Credor, Deus onisciente, justo e santo. Quem se atreverá a abrir sua boca diante do Justo Juiz?

Quando o pecador, por longo tempo, há resistido a sua própria consciência e a Deus e não paga a sua dívida Deus então o obriga a pagá-la.

Este é o momento trágico em que a lei de Deus aplica a sua santa justiça. E, por esta terrível experiência, cada pecador há de passar um dia – no Dia do Julgamento Final, quando será ratificada sua condenação ou absolvição, “porque todos havemos de comparecer perante o Tribunal de Cristo”.

Mas o grande devedor resolveu recorrer a um único meio para livrar-se da aplicação do castigo do justo rei: apelou à piedade, à bondade, à misericórdia e ao coração magnânimo de seu credor: “senhor, tem paciência comigo, que tudo te pagarei”.

E, quando deverá o pecador recorrer à piedade e misericórdia de Deus, para suplicar-lhe o perdão de seus pecados? Porventura, na hora da morte? Ou na velhice? Ou mesmo no tempo da angústia? Não.

O tempo oportuno é agora, neste momento, porquanto não sabemos o que nos acontecerá hoje, e muito menos amanhã. Agora, pois, é o tempo oportuno.

O grande devedor fez a seu grande credor uma promessa: que pagaria a dívida. Ele queria escapar ao justo castigo, julgando que ainda, talvez, lhe fosse possível pagar a grande dívida.

Mas essa promessa, além de ser impossível de ser cumprida por ele, era ainda superficial, porque bem sabia o grande credor qual era a natureza de seu coração.

Tinha ele a concepção geral dos homens: fazer esforços próprios para se libertar do impossível. Há muita coisa impossível aos homens. Uma delas é, exatamente, pagar pelo esforço próprio, pelos sacrifícios e penitências, as ofensas feitas a Deus, os seus pecados contra Deus e seu próximo, enfim, resgatar seus próprios pecados.

Mas isto é absolutamente impossível ao homem. O Salmista comentando acerca dos pecados do homem para com Deus e seu perdão que gera uma dívida impagável, afirmou que a redenção de sua alma é caríssima e os recursos humanos se esgotariam antes (Sl 49.6,7). Esta é a grande e tremenda verdade da parábola que permanece: “ele não tinha com que pagar”.

A dívida do servo malvado era de dez mil talentos, portanto, uma soma enorme. Se levarmos em conta que um talento, determinado peso de prata, então, de acordo com a forma romana de calcular “dez mil talentos”, esse valor seria atualmente muito superior a três milhões de dólares.

Essa pode ser considerada a estimativa humana, tal como poderia ser uma avaliação dos pecados feitos por um homem refinado e culto. Se o “talento” estiver de acordo com o cálculo judaico, então os “dez mil talentos” representariam muito mais de dez milhões de dólares. “Essa pode ser considerada a estimativa legal, tal como a avaliação que o judeu debaixo da lei poderia fazer dos pecados contra o seu Deus”.

Mas se considerarmos que o “talento” significa certa quantidade de ouro, então os “dez mil talentos” significariam uma soma colossal de mais de cento e cinquenta milhões de dólares.

“Isso pode representar a estimativa divina ou o pecado na vista de Deus e os revelados pecados ocultos à luz de sua presença”.

O perdão de nossos pecados jamais será obtido com promessas de pagar essa dívida. Mas, graças à misericórdia divina, Deus perdoa. “O senhor teve compaixão daquele servo e deixou ir e perdoou-lhe a dívida”.

O grande e magnânimo rei perdoou mais do que seu servo lhe suplicara, porque o rei sabia que ele não poderia pagar-lhe a dívida. Quando a consciência reconhece, pelo menos, que é grande devedora a Deus, embora tendo a ideia falsa de poder pagar a dívida, é de grande valia porque Deus lhe mostra o que deve fazer para se libertar de tamanha responsabilidade.

Deus não nos trata segundo os nossos méritos, porque não possuímos para com ele, mas nos trata segundo a sua grande misericórdia e segundo a nossa grande necessidade, concedendo-nos um perdão imediato e completo.

Mas este perdão somente é concedido aos que o aceitam com sincero reconhecimento e sem reserva alguma. Isto, porém, não fez o grande devedor da parábola.

Ele aceitou o perdão, porém sem reconhecimento e gratidão. É o que nos mostra a segunda parte da parábola.

Um grande credor chama às contas um pequeno devedor – Apenas algumas centenas de reais era a dívida a ser recebida por aquele que fora tão grande devedor. Somente o fato de, ter sido perdoado de sua grande dívida este grande devedor chama às contas seu pequeno devedor.

E mostra a mesquinhez, a maldade e a ingratidão deste homem grande devedor que foi perdoado. Ele não reconheceu o perdão que o rei lhe concedera. O inimigo de nossa alma procura, por todos os meios, fazer com que o homem se esqueça do amor, da misericórdia e dos benefícios que de Deus recebe.

Esquecendo-se, o homem cai no pecado da ingratidão e, consequentemente em outros pecados. Não nos enganemos a nós mesmos, porque Satanás quer que imaginemos: “Óh! Deus é bom, e a ninguém condenará! Não há castigo, porque Deus é amor e a todos perdoará; não há inferno nem diabo nem demônios”.

O grande devedor da parábola pensava assim; mas, que aconteceu? Foi condenado: “E, indignado, o seu senhor o entregou aos carrascos até que pagasse tudo que lhe devia”.

Este grande credor não quis perdoar o seu pequeno devedor, antes o condenou. Mas esta sua atitude foi a primeira prova para o seu castigo. Não perdoando ao seu devedor não seria perdoado também ele grande devedor.

Condenando seu pequeno devedor, seria ele também grande devedor condenado. O supremo juiz está sentado sobre seu trono de justiça divina e ninguém se engane a si mesmo, supondo que escapará de seu divino juízo.

Antes do castigo final, o rei dos Céus e da Terra, com grande severidade, lançará ao rosto do mesquinho e maldoso grande devedor, que não quis perdoar pequena dívida de seu semelhante, toda a sua ingratidão e maldade, aplicando-lhe a justa condenação.

“Deus é amor”, mas também é justiça; e quanto Deus tem de amor e piedade, tanto tem também de justiça e abominação para com o pecado. E o senhor termina a parábola dizendo: “Assim vos fará meu Pai Celestial, se de coração não perdoardes, cada um a seu irmão”.

Que o Senhor nos conceda a sua graça para perdoarmos as ofensas de nosso próximo que nos suplica lhe perdoemos; e, ao pecarmos nós contra o próximo também lhe supliquemos humildemente, o seu perdão.

“Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1Tm 2.3,4).



Consultas: GABY. Wagner Tadeu. Comentarista da Lição Bíblica do43º. Trimestre 2018. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. / GABY. Wagner Tadeu e GABY Eliel dos Santos. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. CPAD. Rio de Janeiro, 2018 /LOCKYER. Herbert. Todas as Parábolas da Bíblia. Editora Vida, São Paulo 2017  / BAILEY Kenneth. As Parábolas de Lucas. Editora Vida Nova São Paulo. 2003 / GIOIA Egídio.Notas e Comentários à Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerp. Rio de Janeiro, 1981 Bíblia do Pregador Pentecostal – SBB  CHAMPLIN. R.N. Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo– V2. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010/ SNOGRASS Kleine. Compreendendo as Parábolas de Jesus. Editora CPAD, RJaneiro, 2018

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