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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Lição 09 - O PERIGO DA INDIFERENÇA ESPIRITUAL - 02.12.18 - Subsídios


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 09 - O PERIGO DA INDIFERENÇA ESPIRITUAL - 02.12.18
Mateus 21.28-32
Por: Pr. João Barbosa

Essa parábola é muitas vezes agrupada com a seguinte, a do Viticultor, uma vez que o tema das duas é o mesmo. Ambas se baseiam no cântico do Vinhateiro, já examinado no estudo parabólico de Isaias 5.1-7.

Todos os que ouviam a Jesus estavam familiarizados com esse antigo cântico; portanto devemos estudar essas duas parábolas com profundo interesse.

Nessa primeira, vemos Jesus condenar o método que os líderes religiosos usaram para rejeitar o seu testemunho; na segunda (Mt 21.33-46), ele os condena por suas motivações.

O segredo das duas parábolas se encontra nessas palavras: “Os principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas parábolas, entenderam que ele falava a seu respeito” (Mt 21.45).

Seus inimigos sentiram o poder de sua verdade e contemplaram a sua misericórdia e, apesar de tudo isso, conspiraram contra ele para matá-lo.

Os líderes judeus tinham desafiado a autoridade de Cristo. A pergunta que ele formulou quanto à procedência do batismo e da missão de João Batista – se do céu ou dos homens – deixava-os nas garras de um dilema.

Hesitaram entre o prudente e o vantajoso e não encontraram resposta à pergunta. Essas autoridades tinham falhado completamente no plano de Deus e, para levá-las a emitir um veredicto contra elas próprias, Jesus recorreu ao método simples de narrar histórias.

Com grande habilidade, tocou nas falhas desses líderes religiosos, os quais condenavam a si próprios, fazendo-os perceber que falava a respeito deles.

Essas duas parábolas, portanto, devem ser interpretadas com base no motivo que as gerou. Os fariseus, saduceus e escribas faziam parte de um grupo que representava o tradicionalismo religioso.

Os fariseus constituíam um grupo importante com origem na Palestina, e o significado do seu nome pode ser verificado na análise etmológica do termo aramaico original que indica separação, ou seja, fariseus significam “separados”.

 Elwell destaca que o “conceito tradicional sustenta que os fariseus eram os criadores e formadores do judaísmo posterior do segundo templo, assim, não eram tanto uma seita, mas um partido dominante dentro do judaísmo”.

Ainda sob a perspectiva tradicional, Elwell destaca que “embora nem todos os fariseus fossem peritos na Lei, o farisaísmo era a ideologia da vasta maioria dos escribas e mestres da Lei, assim, os fariseus eram os guardiães e intérpretes da Lei, e, as instituições judaicas associadas com a Lei, tais como a sinagoga e o sinédrio, eram farisaicas”.

Os saduceus constituíam a aristocracia, a classe dos ricos e daqueles que ocupavam altas posições, incluindo o sacerdócio. Eles ocupavam a maior parte do Sinédrio, que atuava como uma assembleia judia de anciãos.

Champlin destaca que eles aderiam apenas à lei mosaica (fundamentalistas originais), rejeitando os profetas e a lei oral como espúrios. Seu partido manteve o controle político por muito tempo, enquanto um ramo da casta de sacerdotes controlou o ofício de sumo sacerdote por vários séculos.

Os escribas eram responsáveis em transcrever informações gerais (documentos públicos) e também transcrever informações religiosas, sendo neste caso, conhecidos como copistas de conteúdos religiosos.

Quando atuavam no campo religioso, eram conhecidos como especialistas da lei mosaica e possuíam como função primordial interpretar a Lei, para à partir de então, apresentarem respostas satisfatórias para as questões complexas. Tenney destaca que no NT “os escribas são encontrados em conexão com o partido (saduceu) sacerdotal e o partido farisaico”.

Esse autor destaca também que “os escribas (eruditos) de ambos os partidos desafiaram a Jesus principalmente sobre sua desobediência à prática tradicional da lei – por comer com aqueles que obviamente não observavam essas tradições (Mc 2.16), e comer sem a lavagem ritual das mãos, referindo-se aos discípulos (Mt 15.2; Mc 7.5).

Os “cobradores de impostos e as meretrizes” eram o símbolo dos ímpios na época de Jesus. Essas pessoas eram pecadoras e sabiam disso. Porém, sob a pregação de João Batista, inspirada pelo Espírito Santo, ocorre o milagre.

A mensagem sobre o pecado e sobre o arrependimento penetrou no coração deles e se arrependeram dos pecados, encontrando o caminho para se achegarem a Deus e servi-lo na sua vinha.

Ao longo do ministério de Jesus, muitos publicanos, meretrizes e pecadores de toda espécie tomaram a atitude da adesão operativa. Passaram boa parte das suas vidas negando verbalmente a fazer a vontade de Deus, mas quando tiveram a oportunidade de arrepender-se, acabaram obedecendo à vontade de Deus.

O batismo de João Batista – Jesus andava e ensinava abertamente no templo, as autoridades religiosas perturbadas e ardendo em inveja lhe perguntaram: “Com que autoridade fazes tu estas coisas? Ou quem te deu autoridade para fazê-las?”

 Somente eles se consideravam com autoridade em questões de religião, pois faziam parte do Sinédrio; portanto, quem quisesse ensinar religião precisava obter licença, precisava do “nada obsta” ou do “imprimatur”, doutro modo, seria mestre espúrio e falso.

Mas Jesus lhes respondeu também com outra pergunta: “Eu vos perguntarei uma coisa; respondei-me, pois, e eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. O batismo de João era dos céus ou dos homens? Respondei-me”.

Após algum arrazoado entre eles, acabaram, a contragosto, confessando sofisticamente: “Não sabemos”. Seu embaraço na resposta veio de sua má conduta, como geralmente acontece.

João constantemente testificava que o reino messiânico estava próximo, e claramente testemunhou, aos enviados dos príncipes dos sacerdotes de Jerusalém, que o Messias apareceria muito breve (Jo 1.19-26).

Jesus se considerou desobrigado de responder, como dever de cortesia, à pergunta deles. O princípio envolvido na sua recusa é o mesmo, como quando se recusou a dar um sinal no céu.

Entretanto, Jesus respondeu com três parábolas: Primeiro – A Parábola dos dois filhos (Mt 21.28-32). Segundo – A Parábola do homem proprietário (Mt 21.3-46) – Terceiro – A Parábola das bodas e das veste nupciais (MT 22.1-14).

A Parábola dos dois filhos – Temos nesta parábola o contraste entre duas classes: O primeiro filho representa as autoridades religiosas as quais mantém atitudes aparentes de obediência a Deus,  mas, no seu interior, no seu coração são desobedientes.

O segundo filho representa os publicanos e meretrizes, e também os gentios em geral, que se revoltam, contra quaisquer ordem, mesmo se forem ordem divina, mas depois caem em si e se arrependem com mais facilidade do que os egoístas, vaidosos e presunçosos escribas e fariseus que se estribam na religião.

“Dizer aqueles guardadores da lei que os da escória moral da sociedade estavam mais pertos do Reino de Deus do que eles, era dar-lhe um golpe mortal e insultá-los de modo imperdoável”.

Mas Jesus lhes disse a verdade que precisavam ouvir e compreender. E de fato a compreenderam, mas não aplicaram a eles mesmos, porque não tinham o espírito de arrependimento e humildade. “Qual dos dois fez a vontade do pai?”

O Senhor da vinha, a nós também convida: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha”! Mas Deus nos chamou não a preguiça e à indolência, mas a uma vida de trabalho perseverante e atividade na sua vinha. O campo é o mundo, e o tempo é hoje.

Nós também poderemos cair naquela mesma tendência de dizer ao Senhor: Sim; mas depois não fazermos a obra. E, se, porventura, temos dito ao Senhor: Não, arrependamo-nos e vamos ao trabalho na vinha do Mestre.

E não digamos, como os judeus, ao Senhor: Sim, e praticando o não.

Reflexões:
1. A maior catástrofe na vida de uma criatura humana é perder a sua alma, ou haver deixado esgotar a paciência e a longanimidade de Deus para com ela, em consequência da rejeição voluntária, obstinada, malévola e iníqua da graça de Deus a ela oferecida e expressa na dádiva de seu próprio Filho, para salvá-la da perdição eterna.

2. E nós, como servos do Senhor, não temos motivo algum para abusar da paciência e longanimidade de Deus. Até hoje tem ele esperado por nós, dando-nos muitas oportunidades para servi-lo.

Não percamos, pois, o privilégio de uma vida de serviço na vinha do Senhor, pois esta parábola se refere também aos nossos privilégios como servos de Deus, para que não aconteça como aquelas autoridades religiosas da parábola que a si mesmo se condenaram e foram condenadas pelo Senhor.


Consultas: GABY. Wagner Tadeu. Comentarista da Lição Bíblica do43º. Trimestre 2018. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. / GABY. Wagner Tadeu e GABY Eliel dos Santos. As Parábolas de Jesus – As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. CPAD. Rio de Janeiro, 2018 /LOCKYER. Herbert. Todas as Parábolas da Bíblia. Editora Vida, São Paulo 2017  / BAILEY Kenneth. As Parábolas de Lucas. Editora Vida Nova São Paulo. 2003 / GIOIA Egídio.Notas e Comentários à Harmonia dos Evangelhos. Editora Juerp. Rio de Janeiro, 1981 Bíblia do Pregador Pentecostal – SBB  CHAMPLIN. R.N. Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo– V2. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010/ SNOGRASS Kleine. Compreendendo as Parábolas de Jesus. Editora CPAD, RJaneiro, 2018

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