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sábado, 21 de julho de 2012

Superando os Traumas da Violência - Esboço da Lição 04 - 3º. Trimestre 2012 - EBD CPAD - 22.07.12


TEXTO DA LIÇÃO: Gênesis 6.5-12
                            
 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Explicar a origem da violência.
  2. Compreender que a violência é um problema de todos.
  3. Conscientizar-se do papel acolhedor da igreja.
                     Esboço:
 O vocábulo violência é originário do latim e denota o seguinte significado de acordo com o dicionário de Aurélio: “ato violento ou ato de violentar”.

Numa definição mais abrangente resume-se na prática de um comportamento agressivo e transgressivo por parte de uma pessoa que causa dano á outra, ou até mesmo a um objeto através da força física.

A violência torna-se um grave problema social, cujo, vem se desenrolando ao longo dos tempos e a cada dia que passa com maior grau de danos à sociedade. É um fenômeno desencadeador de sofrimentos e perdas na vida de qualquer pessoa, cristã ou não. Ela faz chorar, sofrer, irar-se e, até mesmo, revoltar-se.

Tudo isso é humano e legítimo. Não há nada de demoníaco ou patológico nessas reações e normalmente como qualquer revolta em relação á injustiça, a violência nos desafia a viver uma atitude radical.

O que as Escrituras nos mostram quanto a origem da violência? Essa é uma questão da vida que precisa de uma resposta.

O ato violento na história humana é oriundo da rebelião do primeiro casal, no Éden, mas multiplicou-se através de Caim, Lameque e todo o gênero humano – “Disse Lameque às suas duas mulheres: Ada e Zilá, ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete”. (Gn 4.23,24).

No mundo atual ninguém escapa do processo de violência que se estende no círculo das relações com a criança, o adolescente, o adulto e o idoso.
Agredindo de igual modo a natureza e a fauna, em todo e qualquer lugar do planeta a violência do ser humano deixa suas marcas. A fauna, a flora, o ar, a água entre tantos outros elementos naturais são violentados de forma vergonhosa.

No entanto, é ainda em relação aos seres humanos que os problemas acontecem com maior gravidade: suicídios na esteira de muitas práticas religiosas, atentados terroristas, violência contra a mulher, a criança, o adolescente, o idoso e até mesmo aos diferentes dos dias hodiernos.

Há violência nas palavras, nas ações e em toda parte onde o ser humano se faça presente – “A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra” (Gn 6.11,12).

Entretanto, em uma análise mais profunda observamos que atos mais violentos ocorrem em um cenário propício na maioria das vezes criado pelo próprio homem.  A cada dia assistimos novas e variadas formas de violências cruéis numa ascendência que nos deixa atônitos.

Jesus advertiu aos seus discípulos a como se precaver da violência – “Porque é de dentro, do coração, que vem os maus pensamentos, a imoralidade sexual, os roubos, os crimes de morte, os adultérios, a avareza, as maldades, as mentiras, as imoralidades, a inveja, a calúnia, o orgulho e o falar e agir sem pensar nas consequências” (Mc 7.21,22) NTLH.

O lar, a igreja, e a escola não foram poupados, ficando a mercê de pessoas desconcertadas consigo mesmo e com o mundo em que vive. Ocupando grande parte dos noticiários, a violência aflige todos, inclusive o crente. Sua origem é de ordem espiritual e de cujo ponto, portanto deve ser tratada. Não podemos ficar indiferentes aos seus ataques, porque enquanto estivermos aqui, estaremos sujeitos às suas consequências.

A Bíblia começa com uma premissa fundamental de que o mundo decaído, especificamente a humanidade, é violento.

A história humana nas suas origens nos relata o que se desenvolveu ao Oriente do Éden. Inicia com o fraticídio e é caracterizada pelo clamor vingativo de Lameque, que se orgulha da execução de vingança contra quem cometer violência contra ele – “a terra estava cheia de violência” (Gn 6.11).

Diante do cenário de violência dos povos e nações, Israel surge como símbolo bem articulado da humanidade emaranhada em um mundo violento. A história de Israel começa com o patriarca Abraão e sua família como minoria frágil que vivia a mercê de um faraó do Egito (Gn 12.10-13), ou de um Abmeleque de Gerar.

A lei entregue no Sinai e exposta em Deuteronômio restringe a violência do assassinato e estupro, porém também sanciona a violência do castigo de pecados, a violência das guerras de Javé e a violência substitutiva do sacrifício animal. Entretanto, a lei não pode por fim à cumplicidade de Israel com a violência humana.

Os profetas pré-exilicos advertem das terríveis consequências da violência. Amós anuncia publicamente seus oráculos contra as nações, denunciando a violência, e depois volta sua atenção contra Israel e esboça cenas vívidas de juízo contra os habitantes de Samaria que “oprimem os pobres e esmagam os necessitados” (Am 4.1).

Os profetas também falam insistentemente do “dia do Senhor” ou “aquele dia”, quando Javé agirá de modo definitivo para derrotar o mal e estabelecer seus propósitos redentores para Israel. 

Na perspectiva dos profetas, haverá muitos dias do Senhor intermediários, seja contra a Babilônia (Is 13.1-8), seja contra o Egito (Jr 46.1-10), seja contra Edom (Ob 8,11,15), pois o termo parece ser uma projeção futura da experiência histórica das guerras de Javé, o dia de o guerreiro divino derrotar os inimigos. Mas haverá um “dia do Senhor” definitivo e cósmico quando Javé finalmente executará juízo contra as nações da terra e libertará seu povo.

A compreensão bíblica sobre a redenção final de Israel e do mundo efetuada por Deus pressupõe uma ação divina de violência. Mas, do outro lado do dia do Senhor, a visão profética final sobre o futuro é expressa como um reino de paz, onde as famílias, as nações e a criação descansarão, o mal será eliminado e não haverá mais violências (Is 2.4; 11.6-9; 41.18,19; 51.3; 65.25; Mq 4.3,4).

O Novo Testamento introduz uma nova e perspectiva transformadora sobre a violência. Ela é expressa intencionalmente nas palavras de Jesus: “Vocês ouviram o que foi dito: ame o seu próximo e odeie o seu inimigo. Mas eu lhes digo: ame os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem” (Mt 5.43,44) NTLH.

O mandamento de amar o próximo se encontra em Levítico 19.18 – “Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amará o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor”. Mas o mandamento de odiar o inimigo não é expresso com essas palavras no Antigo Testamento. Poderia ser um resumo de passagens como Salmo 139.21,22 e as instruções de Deuteronômio sobre a guerra, ou simplesmente uma referência ao pensamento convencional. Mas, ao amarem os inimigos, os discípulos de Jesus se mostrarão filhos do Pai Celeste (Mt 5.45).

Jesus se refere ao mesmo Deus que ordenara as nações de Canaã, mas agora Deus e seu verdadeiro “Israel” devem ser identificados pelo amor ao inimigo.
O fato de Jesus se submeter á violência da cruz demonstra a vontade de Deus de absorver no Filho a ira destinada a Israel e ao mundo. A oração de Jesus ao Pai na cruz: “Pai, perdoa-lhes pois não sabem o que estão fazendo” (Lc 23.34; At 7.60), embora não encontrada em todos os manuscritos, expressa memoravelmente a ordem de amar os inimigos mesmo quando estes praticam violência.

A cruz encarna a vitória de Jesus sobre a violência e é o clímax da história bíblica sobre a violência. O tema do amor ao inimigo é reiterado por Paulo aos Romanos 12.17-21. A vingança é rigorosamente descartada, devendo os cristãos dar lugar á ira humana – “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar á ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.19).

O amor de Deus requer imitação humana; é o fundamento da lei de Cristo –  “Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo”  (Gl 6.2).
Mas a ira de Deus não exige imitação, que é carregada de armadilhas e desastres. Conforme 
Paulo mostra, a própria ação de Deus para conosco, “quando éramos inimigos de Deus”, não foi de vingança irada, mas de reconciliação “mediante a morte de seu filho” (Rm 5.10).
Paulo constantemente transfere a figura de batalha para o contexto de batalha espiritual (Rm 6.13; 2Co 10.3-6; Ef 6.10-17).

O apóstolo Tiago adverte áqueles que escolhem o caminho da violência: “Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus” (Tg 1.20; 2.11-13).

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Eliezer de Lira e Silva)
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
Bíblia de Estudo Despertar – Nova Tradução na Linguagem de Hoje – Sociedade Bíblica do Brasil
CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
ALEXANDER, T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida
CHAFFER, Lewis Sperry – Teologia Sistemática – Vls. 7 e 8 – Editora Hagnos

Assessoria literária redacional e pedagógica da Mssª. Laudicéa Barboza da Silva em http://nasendadacruz.blogspot.com  Visite-nos e confira nossas produções bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas.

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