Texto Base 1Co 15.51-57
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
- Conceituar técnica e biblicamente o evento da morte.
- Explicar a morte no Antigo e Novo Testamentos.
- Saber que a morte, apesar dos pesares, é o meio de vida eterna.
Esboço:
Por ser, como é, uma penalidade pelo pecado, a morte em suas variadas formas é estranha à criação original que veio da mão de Deus.
Por ser uma penalidade, tal porção dela em relação a poder ser removida será esquecida para sempre; outras porções dela, por serem eternas, não podem ser removidas.
O tema todo pode ser dividido em três aspectos de morte – a física, a espiritual e a “segunda morte”.
A morte física é a separação da alma e do espírito do corpo, a morte espiritual é a separação da alma e do Espírito de Deus, e a segunda morte é a forma de morte espiritual de modo final e permanente, se o indivíduo não foi salvo dela.
Para Adão, Deus havia dito como uma penalidade de ameaça pelo pecado da desobediência: “Certamente morrerás” (Gn 2.17).
Este julgamento, que mais tarde veio sobre Adão, teria incluído todas as formas de morte, mesmo a segunda morte, se não tivesse sido salvo pela graça divina.
Como Deus tinha advertido, Adão morreu espiritualmente no dia em que partilhou do fruto proibido, e, assim, tornou-se sujeito à segunda morte.
Naquele dia, também, ele começou a morrer fisicamente, e, embora muitos séculos possam ter passado, ele finalmente pereceu fisicamente.
Conquanto isto seja verdadeiro de Adão pessoalmente, deve ser observado que a posição de Adão como cabeça natural era tal que a totalidade da raça humana é diretamente afetada pelo seu pecado, e assim “a morte passou a todos os homens” (Rm 15.12).
O ato inicial e único de Adão, é a causa, ou a ocasião, para a penalidade da morte em todas as suas formas, que caíram universalmente sobre todos os membros da raça humana.
O fato de que a morte em suas variadas formas recai sobre a raça exige um estudo separado da relação que cada morte mantém com a raça originada pelo pecado de Adão.
- Morte Física
Este grande aspecto da experiência humana – morte física – está descrito, com relação à sua causa, em Rm 5.12-14:
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.
Porque antes da lei já estava o pecado no mundo, mas onde não há lei o pecado não é levado em conta.
No entanto a morte reina desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é figura daquele que há de vir”.
Neste texto será visto que o pecado não se originou com Adão no Éden, mas como uma coisa trágica que já havia acontecido na queda de Satanás e de muitos anjos e veio a acontecer no mundo através de um homem, Adão, e de Adão para a raça humana e seus descendentes.
No caso da morte física todos os homens participaram da penalidade, por causa do fato de que na avaliação divina todos os homens estiveram como participante no primeiro pecado de Adão por estarem, como estiveram, representados em sua função de cabeça natural.
A frase, “Porquanto todos pecaram” frequentemente tem sido crida como uma referência aos pecados pessoais de todos os homens durante o tempo de vida deles.
Na passagem citada acima, contudo, pode ser visto que o apóstolo faz um esforço especial para resistir à idéia de que esta forma de morte é devida a pecados pessoais.
A morte física, ele assinala, não é devida à quebra da lei, porque os homens morreram antes da lei ser dada; nem é devida à desobediência voluntária como aconteceu com o pecado de Adão, visto que aqueles – infantes e pessoas incontáveis – morrem e que não pecam voluntariamente como Adão.
Resta somente, porquanto, que a morte física seja devida a participação no pecado de Adão. A verdade a respeito do cabeça seminal ser tão pouco entendida, não é facilmente estudada ou aceita por mentes ignorantes.
Como uma floresta ilimitada de carvalho pode estar abrangida numa bolota, assim uma raça estava contida em Adão.
O princípio bíblico que procede com base em que as gerações futuras agem em seus pais, ou compartilham na responsabilidade que seus pais tiveram, está declarado em Hb 7.9,10.
Nos versículos citados, Levi, que viveu pelos dízimos pagos a ele e que foi o bisneto de Abraão, pagou dízimos, embora estivesse apenas nos lombos de seu bisavô, Abraão.
O texto diz: “E por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimo, pagou dízimo, porquanto ele estava ainda nos lombos de seu pai quando Melquisedeque saiu ao encontro deste” (Hb 7.9,10).
Na medida em que a Escritura revela, pode haver apenas uma causa para a morte física; ela é devida à participação pessoal do indivíduo no único pecado inicial de Adão.
A participação foi universal, posto que a penalidade – morte física – é universal. É a morte física que mais tarde será destruída (1Co 15.26; Ap 21.4).
Este, “o último inimigo”, será anulado por uma reversão dela; a saber, todos os que morreram serão ressuscitados para nunca mais morrer (Jo 5.25-28; 1Co 15.22).
A cura divina para a morte física é a ressurreição.
- Morte Espiritual
Embora a morte espiritual tenha começado com o mesmo pecado inicial de Adão, ela se torna efetiva sobre a humanidade de uma maneira diferente do que acontece com a morte física.
O primeiro pecado de Adão causou-lhe a transformação para ele ser uma espécie diferente de ser daquele que ele foi quando Deus o criou.
Além do mais, ele pode propagar somente segundo a sua espécie, e assim a raça foi nascida em morte espiritual recebida por hereditariedade do primeiro homem, Adão.
Cada pessoa da raça é nascida espiritualmente morta – separada de Deus – e recebe aquela espécie caída de natureza diretamente dos pais.
Assim, a morte espiritual vem mediatamente através da linhagem de posteridade. Em oposição a isto, a morte física é recebida de Adão imediatamente, quando cada pessoa morre no corpo por causa de sua própria participação no primeiro pecado de Adão.
A cura para a morte espiritual é a regeneração ou a passagem da morte para a vida – “o aceitar a Cristo como Salvador” (grifo nosso).
- A segunda morte
Como não há cessação de consciência na morte física ou espiritual, não pode haver evidentemente cessação alguma de consciência na segunda morte.
Ela é antes a eterna perpetuação da morte espiritual – uma separação infindável da alma e do Espírito de Deus.
O apóstolo João escreve da segunda morte e assevera que ela é ligada com “o lago de fogo”. O significado parecer ser que aqueles que entram na segunda morte também entram no lago de fogo (Ap 20.12-15).
Um aspecto muito importante desta doutrina deprimente é o estudo de Ap 20.6. que afirma: “Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante os mil anos”.
A segunda morte e o lago de fogo são termos idênticos (Ap 20.14). E são usados a respeito do estado eterno do ímpio.
A morte de Cristo se torna uma exceção a todos os aspectos da morte humana. Conquanto ele tenha morrido fisicamente, ela não foi, como as outras, uma penalidade por um compartilhamento que tenha tido no pecado de Adão; porque com ela, por não haver caído em sua humanidade, ele não teve parte alguma.
Com respeito à morte espiritual, não há declaração alguma tão clara de quanto Cristo entrou nessa esfera. Ele naturalmente disse: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste”? (Mt 27.46).
Baseado no texto pp. 177-179 In: CHAFFER, Lewis Sperry – Teologia Sistemática – Vls. 7 e 8 – Editora Hagnos.
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Eliezer de Lira e Silva)
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
CHAFFER, Lewis Sperry – Teologia Sistemática – Vls. 7 e 8 – Editora Hagnos
Assessoria literária redacional e pedagógica da Mssª. Laudicéa Barboza da Silva em http://nasendadacruz.blogspot.com Visite-nos e confira nossas produções bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas.
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