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sábado, 28 de julho de 2012

Esboço - As Aflições da Viuvez - Lição 05 - 3º. Trimestre 2012 - EBD CPAD - 29.07.12


  Lucas 2.35-38; Tiago 1.27
                        
 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Conceituar o estado da viuvez.
  2. Descrever exemplos bíblicos de viuvez.
  3. Destacar o aspecto social da viuvez.
                     Esboço:
Caracteriza-se viúva, a mulher que perdeu o marido na morte e que não se casou de novo.
A morte do marido ou vice versa, corta o vínculo marital, deixando a viúva (o), livre para casar-se de novo, se assim desejar.

“Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido.
De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for doutro marido; mas, morto o marido, livre está da lei e assim não será adúltera se for doutro marido” (Rm 7.2, 3).

Esta é a recomendação do apóstolo Paulo a Timóteo: “Honra as viúvas que são verdadeiramente viúvas. Mas, se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam eles primeiro a exercer piedade para com a sua própria família, e a recompensar seus progenitores; porque isto é agradável a Deus” (1Tm 5.3,4).
Continuando Paulo diz a Timóteo: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel” (1Tm 5.8).

Desde tempos remotos, as viúvas trajavam de modo apropriado à sua condição social (Gn 38.14,19), despojavam-se de seus ornamentos, vestiam-se de saco, não se penteavam nem ungiam rosto.

Deus sempre mostrou compaixão especial para com as classes desprotegidas e, principalmente, para com as viúvas.
Para os israelitas Moisés deixou muito claro que Deus não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas; faz justiça ao órfão e à viúva (Dt 10.17,18).

A lei mosaica determinava que as viúvas fossem tratadas com justiça e consideração, determinando severas penas a quem a violasse (Ex 22.22-24).
Tiago ensinou que “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo” (Tg 1.27).

Nas igrejas ao cuidado de Timóteo, certas viúvas, que eram verdadeiramente viúvas, sem filhos ou netos que lhe prestassem auxílio, eram socorridas pelas igrejas e ocupavam cargos de beneficência – “Se algum crente ou alguma crente tem viúvas, socorra-as, e não se sobrecarregue a igreja, para que se possam sustentar as que deveras são viúvas” (1Tm 5.16).

Para desempenhar certas funções, era preciso que as viúvas tivessem ao menos 60 anos, que tivessem tido um só marido, que tivessem bom testemunho na prática das boas obras, conforme Tiago 5.9,10.

No Antigo Testamento Deus se utilizou de uma viúva gentia da cidade de Serepta ou Zarefate, onde Deus operou o milagre da farinha de trigo na panela e o azeite de oliveira na botija.

As viúvas geralmente não se encontravam em boa situação financeira, principalmente na condição que encontramos nesse texto, pois havia uma grande fome por causa da seca em toda Palestina e nações circunvizinhas.

Devido Elias haver entregue uma mensagem contrária a Acabe, Deus ordenou que ele se ocultasse do mesmo que estava furioso.
Elias deveria esconder-se junto ao ribeiro de Querite, e os corvos lhe levavam mantimento e ele tomava água do ribeiro (1 Re 17.1.6).
Quando a torrente do Querite secou Deus ordenou que ele fosse para Serepta em Sidom, pois já havia ordenado a uma mulher viúva que o sustentasse.

Elias foi para Serepta, e bem no portão da cidade encontrou a viúva que juntava gravetos para fazer fogo para cozinhar. Então, ele pois, fez sua primeira exigência.
Queria água, e isso ela foi capaz de prover-lhe. Quando ela estava indo buscar água, ele a chamou para pedir-lhe pão.

Ora, isso ela não tinha.
Ela não tinha nem pães nem bolos, mas tinha um pouco de farinha de trigo e de azeite. Isso era o suficiente para preparar um único bolo.
E o profeta exigiu que ela o servisse primeiro.

As necessidades daquela viúva eram muito grandes. Ela tinha um filho pequeno, cuja sobrevivência dependia de seus esforços. As coisas chegaram a tal ponto que a viúva imaginou ser aquela a sua última refeição. Ela e o menino comeriam aquilo e depois morreriam. Era essa sua expectativa. (1 Re.17.11,12).

Um milagre estava prestes a aliviar seu desespero. A viúva aprenderia uma grande lição espiritual através de toda aquela experiência, quando Elias disse para ela: “Não temas; vai e faze conforme a tua palavra; porém faze disso primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo para fora; depois, farás para ti e para teu filho.

Porque assim diz o Senhor, Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até ao dia em que o senhor der chuva sobre a terra. E foi ela e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e a sua casa muitos dias.
Da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou, conforme a palavra do Senhor, que falara pelo ministério de Elias” (1Re 17.13-16).

O judaísmo sempre teve o zelo de cuidar dos órfãos e das viúvas, enfatizando a necessidade de doação aos pobres, isso tanto dentro da comunidade religiosa como fora dela.
Naquela época, tal como agora as mulheres geralmente tinham vida terrena mais longa que os homens, e isso produzia certo número de mulheres idosas e dependentes, sem recursos financeiros, sem meio de se sustentarem, ainda que fossem saudáveis para trabalhar.

Naquele tempo não havia programa sociais, como se vê nos dias atuais, conforme acontece em muitas sociedades modernas.
Portanto, cabia aos familiares das viúvas, ou aos membros da igreja, cuidar de tais mulheres, quando elas fossem cristãs.

Mas houve muitos abusos, porquanto viúvas mais jovens, que poderiam trabalhar ou casar-se novamente, se aproveitavam da possibilidade de viver “às custas” da igreja.
Além disso, havia aquelas famílias egoístas que lançavam a carga do sustento de suas viúvas sobre a comunidade cristã, quando elas mesmas facilmente poderiam ter cuidado de suas viúvas necessitadas.

Por causa de tais abusos é que surgiu a ordem das viúvas no seio da igreja primitiva conforme podemos observar em 1Tm 5.3-16.
Daí a recomendação do apóstolo Paulo no versículo 4 – “Mas, se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam eles primeiro a exercer piedade para com sua própria família, e a recompensar seus progenitores; porque isto é agradável a Deus”.

Adverte ainda o apóstolo quanto a estes abusos - “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel” (v.8).
E Tiago complementa: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo” (Tg 1.27).

O cuidado pelas viúvas e pelos órfãos é um aspecto natural que os piedosos sentem pelos que sofrem e pelos desamparados.
Essa foi sempre uma característica da sociedade judaica – “Deus faz com que o solitário viva em família” (Sl 68.6a).

Em Dt 24.17 encontramos a seguinte recomendação: “Não perverterás o direito do estrangeiro e do órfão; nem tomarás em penhor a roupa da viúva”.
E Isaias recomenda: “Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas” (Is 1.17).

Essas atitudes foram transferidas para a igreja cristã (At 6.1-7). Isto também é mencionado como parte das normas eclesiásticas, por parte de diversos pais da igreja, como Inácio de Esmirna e Justino Mártir.

Com freqüência as viúvas formavam uma espécie de grupo distinto dentro da igreja, exercendo as funções de oração e de serviços prestados aos pobres; e assim se tornavam elementos úteis (At 9.39,41).

Nos dias de Tertuliano havia listas oficiais de viúvas. Duas classes eram distinguidas entre elas:
a)    Haviam as que eram objeto de honra e caridade;
b)    E haviam aquelas que ocupavam posições de ofício ativo da igreja.

O versículo de 1Tm 5.9,10 dá idéia da existência de uma lista oficial no seio da igreja. Assim afirma o apóstolo Paulo: “Não seja inscrita como viúva nenhuma que tenha menos de sessenta anos e só a que tenha sido mulher de um só marido, aprovada com testemunho de boas obras, se criou filhos, se exercitou hospitalidade, se lavou os pés aos santos, se socorreu aos atribulados, se praticou toda sorte de boas obras”.

Esta passagem provê a mais antiga evidência bíblica acerca da existência de uma ordem de viúvas na igreja cristã.
E que isso já havia na igreja primitiva, bem nos primórdios de sua história também fica subentendido em At 9.39,41.

Naquele tempo, quando a expectativa de vida era extremamente curta, talvez abaixo de 40 anos, bastaria essa exigência para que restasse um pequeno grupo de mulheres capazes de fazer parte dessa lista como viúvas autênticas.

A condição da idade avançada, sem dúvida alguma, se alicerçava, tal como no caso paralelo dos “anciãos”, de que as mulheres mais idosas tendiam para ser mais dedicadas e devotas ao Senhor do que as mulheres jovens.

Essa condição também visava impedir arrolar mulheres mais jovens, que pendessem por um novo casamento, o que as afastaria da vida dedicada a Deus, que deveria caracterizar todas as mulheres membros daquele grupo.



Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Eliezer de Lira e Silva)
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
Bíblia de Estudo Despertar – Nova Tradução na Linguagem de Hoje – Sociedade Bíblica do Brasil
CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.

ALEXANDER, T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. Editora Hagnos.
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.

Assessoria literária redacional e pedagógica da Mssª. Laudicéa Barboza da Silva em http://nasendadacruz.blogspot.com  Visite-nos e confira nossas produções bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas.

domingo, 22 de julho de 2012

As Aflições da Viuvez - Conteúdo: Interação 01 da Lição 05 EBD CPAD – 29.07.12


                                 
I   Verdade Prática – Para Refletir:
Apesar da dor e das dificuldades próprias da viuvez, esperar e orar são atitudes que honram ao Senhor.

II  - Texto Áureo – Para Memorizar:
“Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas.
 (1Timóteo 5.3).

III - Para Ler e Pontuar:
     Texto base da Lição: Lucas 2.35-38; Tiago 1.27

Lucas:    
35. (E uma espada traspassará também a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.

36. E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade.

37. E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.

38. E sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a Deus e falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém.

1 Timóteo:
27. A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo.

       IV - Para Ler e Conferir: Objetivos de Aprendizagem
  1. Conceituar o estado da viuvez.
  2. Descrever exemplos bíblicos de viuvez.
  3. Destacar o aspecto social da viuvez.
V  - Palavra  Chave: Viuvez
Definição – Estado de viúvo ou viúva; sentimento de desamparo, privação e solidão

    VI   - Considerações Gerais: Introdução

A viuvez é um estado social que abarca milhares de pessoas.
É um processo natural da vida humana.

Algumas pessoas lidam bem com essa nova realidade, mas outras têm a insegurança existencial que paralisam a sociabilidade e a espiritualidade da vida.

Quando o cônjuge perde a sua companheira ou vice-versa, significa o rompimento do ciclo de um convívio íntimo, intenso e profundo; motivo pelo qual o que ficou enfrenta a dor, a solidão e a saudade do seu cônjuge.

É tarefa da igreja e da família ajudar, amparar, consolar e assistir como orienta a Palavra de Deus – “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo (1Tm 1.27).

O estado social da vida de uma pessoa pode, significativamente, ser alterado com o estado da viuvez.

Além da morte, a Palavra de Deus trata com detalhes o tema da viuvez.

Longe de ser um assunto simples, veremos que a viuvez caso não seja devidamente tratada, pode trazer sérios problemas sociais, emocionais e espirituais.

O estado de viuvez traz sofrimento à família inteira, pois uma nova realidade financeira, psicológica e espiritual delineia-se para o lar que perdeu o seu provedor.

Diante dessa realidade encontramos na Palavra de Deus o importante papel que a igreja local deve desempenhar a fim de ajudar o irmão ou a irmã em Cristo, junto à sua família, a superar o período doloroso da viuvez.


Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Eliezer de Lira e Silva)
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

Assessoria literária redacional e pedagógica da Mssª. Laudicéa Barboza da Silva  em http://nasendadacruz.blogspot.com  Visite-nos e confira nossas produções bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas.

sábado, 21 de julho de 2012

Superando os Traumas da Violência - Esboço da Lição 04 - 3º. Trimestre 2012 - EBD CPAD - 22.07.12


TEXTO DA LIÇÃO: Gênesis 6.5-12
                            
 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Explicar a origem da violência.
  2. Compreender que a violência é um problema de todos.
  3. Conscientizar-se do papel acolhedor da igreja.
                     Esboço:
 O vocábulo violência é originário do latim e denota o seguinte significado de acordo com o dicionário de Aurélio: “ato violento ou ato de violentar”.

Numa definição mais abrangente resume-se na prática de um comportamento agressivo e transgressivo por parte de uma pessoa que causa dano á outra, ou até mesmo a um objeto através da força física.

A violência torna-se um grave problema social, cujo, vem se desenrolando ao longo dos tempos e a cada dia que passa com maior grau de danos à sociedade. É um fenômeno desencadeador de sofrimentos e perdas na vida de qualquer pessoa, cristã ou não. Ela faz chorar, sofrer, irar-se e, até mesmo, revoltar-se.

Tudo isso é humano e legítimo. Não há nada de demoníaco ou patológico nessas reações e normalmente como qualquer revolta em relação á injustiça, a violência nos desafia a viver uma atitude radical.

O que as Escrituras nos mostram quanto a origem da violência? Essa é uma questão da vida que precisa de uma resposta.

O ato violento na história humana é oriundo da rebelião do primeiro casal, no Éden, mas multiplicou-se através de Caim, Lameque e todo o gênero humano – “Disse Lameque às suas duas mulheres: Ada e Zilá, ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete”. (Gn 4.23,24).

No mundo atual ninguém escapa do processo de violência que se estende no círculo das relações com a criança, o adolescente, o adulto e o idoso.
Agredindo de igual modo a natureza e a fauna, em todo e qualquer lugar do planeta a violência do ser humano deixa suas marcas. A fauna, a flora, o ar, a água entre tantos outros elementos naturais são violentados de forma vergonhosa.

No entanto, é ainda em relação aos seres humanos que os problemas acontecem com maior gravidade: suicídios na esteira de muitas práticas religiosas, atentados terroristas, violência contra a mulher, a criança, o adolescente, o idoso e até mesmo aos diferentes dos dias hodiernos.

Há violência nas palavras, nas ações e em toda parte onde o ser humano se faça presente – “A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra” (Gn 6.11,12).

Entretanto, em uma análise mais profunda observamos que atos mais violentos ocorrem em um cenário propício na maioria das vezes criado pelo próprio homem.  A cada dia assistimos novas e variadas formas de violências cruéis numa ascendência que nos deixa atônitos.

Jesus advertiu aos seus discípulos a como se precaver da violência – “Porque é de dentro, do coração, que vem os maus pensamentos, a imoralidade sexual, os roubos, os crimes de morte, os adultérios, a avareza, as maldades, as mentiras, as imoralidades, a inveja, a calúnia, o orgulho e o falar e agir sem pensar nas consequências” (Mc 7.21,22) NTLH.

O lar, a igreja, e a escola não foram poupados, ficando a mercê de pessoas desconcertadas consigo mesmo e com o mundo em que vive. Ocupando grande parte dos noticiários, a violência aflige todos, inclusive o crente. Sua origem é de ordem espiritual e de cujo ponto, portanto deve ser tratada. Não podemos ficar indiferentes aos seus ataques, porque enquanto estivermos aqui, estaremos sujeitos às suas consequências.

A Bíblia começa com uma premissa fundamental de que o mundo decaído, especificamente a humanidade, é violento.

A história humana nas suas origens nos relata o que se desenvolveu ao Oriente do Éden. Inicia com o fraticídio e é caracterizada pelo clamor vingativo de Lameque, que se orgulha da execução de vingança contra quem cometer violência contra ele – “a terra estava cheia de violência” (Gn 6.11).

Diante do cenário de violência dos povos e nações, Israel surge como símbolo bem articulado da humanidade emaranhada em um mundo violento. A história de Israel começa com o patriarca Abraão e sua família como minoria frágil que vivia a mercê de um faraó do Egito (Gn 12.10-13), ou de um Abmeleque de Gerar.

A lei entregue no Sinai e exposta em Deuteronômio restringe a violência do assassinato e estupro, porém também sanciona a violência do castigo de pecados, a violência das guerras de Javé e a violência substitutiva do sacrifício animal. Entretanto, a lei não pode por fim à cumplicidade de Israel com a violência humana.

Os profetas pré-exilicos advertem das terríveis consequências da violência. Amós anuncia publicamente seus oráculos contra as nações, denunciando a violência, e depois volta sua atenção contra Israel e esboça cenas vívidas de juízo contra os habitantes de Samaria que “oprimem os pobres e esmagam os necessitados” (Am 4.1).

Os profetas também falam insistentemente do “dia do Senhor” ou “aquele dia”, quando Javé agirá de modo definitivo para derrotar o mal e estabelecer seus propósitos redentores para Israel. 

Na perspectiva dos profetas, haverá muitos dias do Senhor intermediários, seja contra a Babilônia (Is 13.1-8), seja contra o Egito (Jr 46.1-10), seja contra Edom (Ob 8,11,15), pois o termo parece ser uma projeção futura da experiência histórica das guerras de Javé, o dia de o guerreiro divino derrotar os inimigos. Mas haverá um “dia do Senhor” definitivo e cósmico quando Javé finalmente executará juízo contra as nações da terra e libertará seu povo.

A compreensão bíblica sobre a redenção final de Israel e do mundo efetuada por Deus pressupõe uma ação divina de violência. Mas, do outro lado do dia do Senhor, a visão profética final sobre o futuro é expressa como um reino de paz, onde as famílias, as nações e a criação descansarão, o mal será eliminado e não haverá mais violências (Is 2.4; 11.6-9; 41.18,19; 51.3; 65.25; Mq 4.3,4).

O Novo Testamento introduz uma nova e perspectiva transformadora sobre a violência. Ela é expressa intencionalmente nas palavras de Jesus: “Vocês ouviram o que foi dito: ame o seu próximo e odeie o seu inimigo. Mas eu lhes digo: ame os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem” (Mt 5.43,44) NTLH.

O mandamento de amar o próximo se encontra em Levítico 19.18 – “Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amará o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor”. Mas o mandamento de odiar o inimigo não é expresso com essas palavras no Antigo Testamento. Poderia ser um resumo de passagens como Salmo 139.21,22 e as instruções de Deuteronômio sobre a guerra, ou simplesmente uma referência ao pensamento convencional. Mas, ao amarem os inimigos, os discípulos de Jesus se mostrarão filhos do Pai Celeste (Mt 5.45).

Jesus se refere ao mesmo Deus que ordenara as nações de Canaã, mas agora Deus e seu verdadeiro “Israel” devem ser identificados pelo amor ao inimigo.
O fato de Jesus se submeter á violência da cruz demonstra a vontade de Deus de absorver no Filho a ira destinada a Israel e ao mundo. A oração de Jesus ao Pai na cruz: “Pai, perdoa-lhes pois não sabem o que estão fazendo” (Lc 23.34; At 7.60), embora não encontrada em todos os manuscritos, expressa memoravelmente a ordem de amar os inimigos mesmo quando estes praticam violência.

A cruz encarna a vitória de Jesus sobre a violência e é o clímax da história bíblica sobre a violência. O tema do amor ao inimigo é reiterado por Paulo aos Romanos 12.17-21. A vingança é rigorosamente descartada, devendo os cristãos dar lugar á ira humana – “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar á ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.19).

O amor de Deus requer imitação humana; é o fundamento da lei de Cristo –  “Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo”  (Gl 6.2).
Mas a ira de Deus não exige imitação, que é carregada de armadilhas e desastres. Conforme 
Paulo mostra, a própria ação de Deus para conosco, “quando éramos inimigos de Deus”, não foi de vingança irada, mas de reconciliação “mediante a morte de seu filho” (Rm 5.10).
Paulo constantemente transfere a figura de batalha para o contexto de batalha espiritual (Rm 6.13; 2Co 10.3-6; Ef 6.10-17).

O apóstolo Tiago adverte áqueles que escolhem o caminho da violência: “Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus” (Tg 1.20; 2.11-13).

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Eliezer de Lira e Silva)
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
Bíblia de Estudo Despertar – Nova Tradução na Linguagem de Hoje – Sociedade Bíblica do Brasil
CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
ALEXANDER, T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida
CHAFFER, Lewis Sperry – Teologia Sistemática – Vls. 7 e 8 – Editora Hagnos

Assessoria literária redacional e pedagógica da Mssª. Laudicéa Barboza da Silva em http://nasendadacruz.blogspot.com  Visite-nos e confira nossas produções bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O Senhor Abate Violentamente a Altivez - Interação 07 – Lição 04 EBD CPAD



                         I  - Para Ler e Refletir:  Leitura Diária do Sábado - 21.07.12                            
Texto Base: Isaias 10.33

 “Mas o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, derrubará e humilhará os assírios mais orgulhosos como se cortam os galhos altos de uma árvore”.
(Is 10.33)


   II  - Para Ler e Avaliar: Considerações Gerais

O orgulho é um pecado (Pv 21.4), é abominável diante dos olhos de Deus (Pv 6.16).

O orgulho origina-se na possessão de poder e autoridade (Lv 26.19); é contaminador (Mt 7.20,22); endurece a mente (Dn 5.20), deve ser rejeitado pelos santos (Sl 131.1).

Serve de obstáculo ás operações de Deus (Sl 10.4; Os 7.10); é um empecilho ao aprimoramento pessoal (Pv 26.12; foi o principal fator da queda de Lúcifer ou Satanás (Is 14.12).

É uma atitude comum da humanidade em sua hostilidade contra Deus (1Jo 2.16); é característica dos falsos mestres (1Tm 6.3,4); origina-se na própria alma humana (Mt 7.21); leva á atitude contenciosa (Pv 3.10; 16.18).
Será uma características dos ímpios nos últimos dias (2Tm 3.2).

Além disso, os orgulhosos serão humilhados (Sl 18.27; Is 2.12) e o castigo divino aguarda os orgulhosos (Sf 2.10,11; Ml 4.1).

A Bíblia registra notáveis resultados de pessoas orgulhosas.
Entre muitas podemos destacar Hamã (Et 3.5); Nabucodonosor (Dn 4.30); Belsazar (Dn 5.22,23); O próprio Satanás (Is 14.12).

Sempre será mais fácil vermos o orgulho manifesto em nossos semelhantes, e não em nós mesmos.
O orgulho é uma atitude muito sutil, e quando pecaminoso, constitui um grande mal.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Eliezer de Lira e Silva)
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
CHAMPLIN. R. N. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. DICIONÁRIO - Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.

A Violência deve dar lugar ao Espírito - Interação 06 – Lição 04 EBD CPAD


          
          I  - Para Ler e Refletir:  Leitura Diária da Sexta Feira 20.07.12                            
Texto Base: Zacarias 4.6

 “E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”
(Zc 4.6)

II  - Para Ler e Avaliar: Considerações Gerais

Embora esta mensagem tenha sido entregue a Zorobabel, é aplicável a todos os crentes (2Tm 3.16). Nem o poderio militar, nem o político, nem as forças humanas poderão efetivar a obra de Deus.

Só conseguiremos fazer a sua obra se formos capacitados pelo Espírito Santo (Jz 6.34, Is 31.3). Jesus iniciou o seu ministério no poder do Espírito (Lc 4.1,18).

E a igreja foi revestida pelo poder do Espírito Santo no dia de Pentecostes para cumprir a 
grande comissão:

Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).

Os ministérios tanto de Jesus como dos discípulos, começaram depois do Espírito Santo vir sobre eles (Mt 3.16; 4.17; Lc 3.21,22; 4.14-19; At 2.14-47).



Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Eliezer de Lira e Silva)
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.

Assessoria literária redacional e pedagógica da Mssª. Laudicéa Barboza da Silva  em http://nasendadacruz.blogspot.com  Visite-nos e confira nossas produções bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

A Ira Divina - Interação 05 – Lição 04 EBD CPAD


                             I  - Para Ler e Refletir:  Leitura Diária da Quinta Feira 19.07.12                            
Texto Base: Lamentações 2.6

 “Deus arrasou o seu Templo como se fosse uma horta, e destruiu o lugar onde o adorávamos.
Ele nos fez esquecer as festas religiosas e os sábados.
No calor da sua ira, ele rejeitou com desprezo os reis e os sacerdotes”
(Lm 2.6)
                                                      pastorjoaobarbosa@gmail.com
  II  - Para Ler e Avaliar: Considerações Gerais

Ara divina tem como fundamento dois atributos morais: a santidade e a justiça.
Toda vez que a santidade de Deus é ferida, sua justiça reage, imediatamente, vindicando pronta reparação.
Não havendo esta, sua ira manifesta-se das mais diferentes maneiras, para que a glória de seu nome jamais seja ferida ou venha a diminuir.

Quem conhece o Senhor e depois se desvia dEle, preferindo os prazeres do pecado, faz de Deus seu oponente. Israel e Judá fizeram assim, e sofreram duramente como resultado.

Deus sempre é demorado para se irar e sempre está pronto para perdoar.
Os israelitas haviam sido advertidos do desastre através dos profetas de Deus durante séculos antes de os inimigos, finalmente, destruírem a cidade santa de Jerusalém.

Devemos lembrar que Deus é motivado por seu amor; a ira é seu último recurso para obter a nossa atenção. Seu propósito não é destruir, mas gerar arrependimento e restaurar a nossa vida.

O crente que abandona o Senhor e a sua Palavra, deve saber que Deus não permanecerá indiferente a isso. Virá a hora em que Deus castigará a todos os impenitentes.

Embora Deus seja “tardio em irar-se” (Ex 34.6) em relação ao que suas criaturas humanas merecem, sua fúria contra o pecado geralmente é ressaltado no Antigo e Novo Testamento.

Compreendida de maneira que exclui o capricho, arbitrariedade, instabilidade e insensatez humana, a ira de Deus é vista como expressão judicial de santidade que repudia devidamente a profanação.

A ira de Deus é retribuição que restabelece a justiça onde anteriormente encontrava-se a injustiça; portanto, serve para defender a bondade de Deus.

A ira divina se dirige tanto a indivíduos quanto a grupos: família (Nm16.25-34; Js 7.24-26), grupos urbanos (Gn 19.1-29; Lc 21.20-24), e grupos nacionais (2Re 17.1-23; 24.20).

A queda de Israel na apostasia provocou seca, colheitas fracas e cativeiro, conforme(Lv 26.14-45; e Dt 28.15-68) haviam alertado; o livro de Apocalipse anuncia a ira na história mundial até o fim (Ap 2.5; 11.18; 15.1; 19.15 etc.)

Rm 1.18-32 identifica a ira divina na degeneração espiritual e moral da sociedade.
Também Jesus e os autores do Novo Testamento proclamam a vinda do “dia da ira, quando o justo juízo de Deus serás revelado”, quando cada um receberá um destino condizente com suas escolhas pessoais durante sua vida (Rm 2.5-16; 2 Co 5.10).

Por isso, deixem com Deus a ira, pois está escrito: “Minha é a vingança, eu retribuirei”, diz o Senhor (Rm 12.19).                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              
A mensagem para a Igreja de Pérgamo, lugar onde a influência de Satanás e o mal estavam sobremaneira multiplicados, pois Pérgamo era um centro de adoração ao imperador romano, João escreve o que Jesus lhe ordenou: “Arrepende-te, pois; quando não, em breve virei a ti e contra eles batalharei com a espada da minha boca” (Ap 2.16)

Jesus se oporá a qualquer pessoa que, na sua igreja, favorecer uma atitude tolerante contra o pecado. Ele promete que batalhará contra os crentes mundanos, caso não se arrependam.



 
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Eliezer de Lira e Silva)
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
Bíblia de Estudo Despertar – Nova Tradução na Linguagem de Hoje – Sociedade Bíblica do Brasil
CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
ALEXANDER, T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida
                           
Assessoria literária redacional e pedagógica da Mssª. Laudicéa Barboza da Silva  em http://nasendadacruz.blogspot.com  Visite-nos e confira nossas produções bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas.