Lucas 2.35-38;
Tiago 1.27
OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM:
- Conceituar o estado da viuvez.
- Descrever
exemplos
bíblicos de viuvez.
- Destacar
o aspecto social
da viuvez.
Esboço:
Caracteriza-se viúva, a mulher que perdeu o marido na morte e que
não se casou de novo.
A morte do marido ou vice versa, corta o vínculo marital, deixando
a viúva (o), livre para casar-se de novo, se assim desejar.
– “Porque a mulher que está sujeita ao marido,
enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre
da lei do marido.
De sorte
que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for doutro marido; mas, morto o
marido, livre está da lei e assim não será adúltera se for doutro marido” (Rm 7.2,
3).
Esta é a recomendação do apóstolo Paulo a Timóteo: “Honra as viúvas que são verdadeiramente
viúvas. Mas, se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam eles primeiro a
exercer piedade para com a sua própria família, e a recompensar seus progenitores;
porque isto é agradável a Deus” (1Tm 5.3,4).
Continuando Paulo diz a Timóteo: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua
família, negou a fé e é pior do que o infiel” (1Tm 5.8).
Desde tempos remotos, as viúvas trajavam de modo apropriado à sua
condição social (Gn 38.14,19), despojavam-se de seus ornamentos, vestiam-se de
saco, não se penteavam nem ungiam rosto.
Deus sempre mostrou compaixão especial para com as classes
desprotegidas e, principalmente, para com as viúvas.
Para os israelitas Moisés deixou muito claro que Deus não faz
acepção de pessoas, nem aceita recompensas; faz justiça ao órfão e à viúva (Dt
10.17,18).
A lei mosaica determinava que as viúvas fossem tratadas com
justiça e consideração, determinando severas penas a quem a violasse (Ex
22.22-24).
Tiago ensinou que “A
religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as
viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo” (Tg 1.27).
Nas igrejas ao cuidado de Timóteo, certas viúvas, que eram
verdadeiramente viúvas, sem filhos ou netos que lhe prestassem auxílio, eram
socorridas pelas igrejas e ocupavam cargos de beneficência – “Se algum crente ou alguma crente tem
viúvas, socorra-as, e não se sobrecarregue a igreja, para que se possam
sustentar as que deveras são viúvas” (1Tm 5.16).
Para desempenhar certas funções, era preciso que as viúvas
tivessem ao menos 60 anos, que tivessem tido um só marido, que tivessem bom
testemunho na prática das boas obras, conforme Tiago 5.9,10.
No Antigo Testamento Deus se utilizou de uma viúva gentia da
cidade de Serepta ou Zarefate, onde Deus operou o milagre da farinha de trigo
na panela e o azeite de oliveira na botija.
As viúvas geralmente não se encontravam em boa situação
financeira, principalmente na condição que encontramos nesse texto, pois havia
uma grande fome por causa da seca em toda Palestina e nações circunvizinhas.
Devido Elias haver entregue uma mensagem contrária a Acabe, Deus
ordenou que ele se ocultasse do mesmo que estava furioso.
Elias deveria esconder-se junto ao ribeiro de Querite, e os corvos
lhe levavam mantimento e ele tomava água do ribeiro (1 Re 17.1.6).
Quando a torrente do Querite secou Deus ordenou que ele fosse para
Serepta em Sidom, pois já havia ordenado a uma mulher viúva que o sustentasse.
Elias foi para Serepta, e bem no portão da cidade encontrou a
viúva que juntava gravetos para fazer fogo para cozinhar. Então, ele pois, fez
sua primeira exigência.
Queria água, e isso ela foi capaz de prover-lhe. Quando ela estava
indo buscar água, ele a chamou para pedir-lhe pão.
Ora, isso ela não tinha.
Ela não tinha nem pães nem bolos, mas tinha um pouco de farinha de
trigo e de azeite. Isso era o suficiente para preparar um único bolo.
E o profeta exigiu que ela o servisse primeiro.
As necessidades daquela viúva eram muito grandes. Ela tinha um
filho pequeno, cuja sobrevivência dependia de seus esforços. As coisas chegaram
a tal ponto que a viúva imaginou ser aquela a sua última refeição. Ela e o
menino comeriam aquilo e depois morreriam. Era essa sua expectativa. (1
Re.17.11,12).
Um milagre estava prestes a aliviar seu desespero. A viúva
aprenderia uma grande lição espiritual através de toda aquela experiência,
quando Elias disse para ela: “Não temas;
vai e faze conforme a tua palavra; porém faze disso primeiro para mim um bolo
pequeno e traze-mo para fora; depois, farás para ti e para teu filho.
Porque
assim diz o Senhor, Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o
azeite da botija não faltará, até ao dia em que o senhor der chuva sobre a
terra. E foi ela e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e
a sua casa muitos dias.
Da panela
a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou, conforme a palavra do
Senhor, que falara pelo ministério de Elias” (1Re 17.13-16).
O judaísmo sempre teve o zelo de cuidar dos órfãos e das viúvas, enfatizando
a necessidade de doação aos pobres, isso tanto dentro da comunidade religiosa
como fora dela.
Naquela época, tal como agora as mulheres geralmente tinham vida
terrena mais longa que os homens, e isso produzia certo número de mulheres
idosas e dependentes, sem recursos financeiros, sem meio de se sustentarem,
ainda que fossem saudáveis para trabalhar.
Naquele tempo não havia programa sociais, como se vê nos dias
atuais, conforme acontece em muitas sociedades modernas.
Portanto, cabia aos familiares das viúvas, ou aos membros da
igreja, cuidar de tais mulheres, quando elas fossem cristãs.
Mas houve muitos abusos, porquanto viúvas mais jovens, que
poderiam trabalhar ou casar-se novamente, se aproveitavam da possibilidade de
viver “às custas” da igreja.
Além disso, havia aquelas famílias egoístas que lançavam a carga
do sustento de suas viúvas sobre a comunidade cristã, quando elas mesmas
facilmente poderiam ter cuidado de suas viúvas necessitadas.
Por causa de tais abusos é que surgiu a ordem das viúvas no seio
da igreja primitiva conforme podemos observar em 1Tm 5.3-16.
Daí a recomendação do apóstolo Paulo no versículo 4 – “Mas, se alguma viúva tiver filhos, ou
netos, aprendam eles primeiro a exercer piedade para com sua própria família, e
a recompensar seus progenitores; porque isto é agradável a Deus”.
Adverte ainda o apóstolo quanto a estes abusos - “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e
principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel”
(v.8).
E Tiago complementa: “A religião
pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas
nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo” (Tg 1.27).
O cuidado pelas viúvas e pelos órfãos é um aspecto natural que os
piedosos sentem pelos que sofrem e pelos desamparados.
Essa foi sempre uma característica da sociedade judaica – “Deus faz com que o solitário viva em
família” (Sl 68.6a).
Em Dt 24.17 encontramos a seguinte recomendação: “Não perverterás o direito do estrangeiro e
do órfão; nem tomarás em penhor a roupa da viúva”.
E Isaias recomenda: “Aprendei
a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao
órfão; tratai da causa das viúvas” (Is 1.17).
Essas atitudes foram transferidas para a igreja cristã (At 6.1-7).
Isto também é mencionado como parte das normas eclesiásticas, por parte de
diversos pais da igreja, como Inácio de Esmirna e Justino Mártir.
Com freqüência as viúvas formavam uma espécie de grupo distinto
dentro da igreja, exercendo as funções de oração e de serviços prestados aos
pobres; e assim se tornavam elementos úteis (At 9.39,41).
Nos dias de Tertuliano havia listas oficiais de viúvas. Duas
classes eram distinguidas entre elas:
a)
Haviam as que eram objeto de honra e caridade;
b)
E haviam aquelas que ocupavam posições de ofício ativo da igreja.
O versículo de 1Tm 5.9,10 dá idéia da existência de uma lista
oficial no seio da igreja. Assim afirma o apóstolo Paulo: “Não seja inscrita como viúva nenhuma que tenha menos de sessenta anos
e só a que tenha sido mulher de um só marido, aprovada com testemunho de boas
obras, se criou filhos, se exercitou hospitalidade, se lavou os pés aos santos,
se socorreu aos atribulados, se praticou toda sorte de boas obras”.
Esta passagem provê a mais antiga evidência bíblica acerca da existência
de uma ordem de viúvas na igreja cristã.
E que isso já havia na igreja primitiva, bem nos primórdios de sua
história também fica subentendido em At 9.39,41.
Naquele tempo, quando a expectativa de vida era extremamente
curta, talvez abaixo de 40 anos, bastaria essa exigência para que restasse um
pequeno grupo de mulheres capazes de fazer parte dessa lista como viúvas
autênticas.
A condição da idade avançada, sem dúvida alguma, se alicerçava,
tal como no caso paralelo dos “anciãos”, de que as mulheres mais idosas tendiam
para ser mais dedicadas e devotas ao Senhor do que as mulheres jovens.
Essa condição também visava impedir arrolar mulheres mais jovens,
que pendessem por um novo casamento, o que as afastaria da vida dedicada a
Deus, que deveria caracterizar todas as mulheres membros daquele grupo.
Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Eliezer de Lira e
Silva)
Bíblia
de Estudo Pentecostal – CPAD
Bíblia
de Estudo Despertar – Nova Tradução na Linguagem de Hoje – Sociedade Bíblica do
Brasil
CHAMPLIN.
R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
CHAMPLIN.
R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
ALEXANDER,
T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia –
Ampliado e Atualizado. Editora Hagnos.
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D.
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
Assessoria literária redacional e pedagógica da Mssª.
Laudicéa Barboza da Silva em http://nasendadacruz.blogspot.com Visite-nos e confira nossas produções
bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas.