Por Laudicéa Barboza da Silva
Abertura do 1º.Trimestre da EBD em 2007 - ADM Pontinha - Lisboa Portugal Tema: A Igreja e Sua Missão Proposta Curricular para as Classes de Jovens, Adultos e Terceira Idade |
Mssª. Transcultural – Professora – Escritora nas faixas etárias dos Primários e Juniores do Currículo Infanto-Juvenil EBD-CPAD em vigor - Coordenadora Pedagógica da Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais da COMADALPE
Pr. Presidente-Roberto José dos Santos – Superintendente EBD - Ev. Robson Santos
Caros amigos alunos e professores da Escola Bíblica Dominical:
Em breve estaremos com alegria apresentando-lhes o Currículo para o 1º Trimestre do ano 2012.
Antes porém gostaríamos de fazer uma breve exposição da importância do Currículo, porque eleger um Currículo e quais os efeitos cognitivos produzidos pelo Currículo – Competências – Metodologias de Ensino – Dinâmicas e Técnicas para aprendizagem.
Quase todos sabemos que um Currículo é um Projeto que determina os objetivos da aprendizagem e propõe um plano de ação adequada para o alcance desses objetivos.
Reunião Pedagógica |
Oficina Pedagógica |
Dentro dessa perspectiva, propõe o que ensinar, como e quando ensinar. No nosso caso em particular, o currículo inclui a diversidade de faixas etárias e necessidades bíblicas, culturais e sociais para todo o círculo do desenvolvimento físico e espiritual atendendo desde o Bebê de 0 a 2 anos até a terceira idade.
Haja vista a grande contribuição da psicopedagogia que nos fornece um perfil característico do ser humano em cada etapa do seu círculo vital.
Com propriedade particular, o ensino bíblico da EBD alcança de forma prática, cada aluno também no seu crescimento espiritual através dos recortes imprimidos ao Currículo pela proposta pedagógica, de forma contextualizada e transversalizada, desde aos pequeninos Bebês que aprendem pelos sentidos, aos Principiantes cuja aprendizagem acontece de forma concreta (3 aos 6 anos aproximadamente), aos Intermediários cuja cognição começa a alcançar aprendizagens concretas com tímidas dosagens de subjetividade
(7 aos 10 anos, dependendo do grau de amadurecimento de cada um),
aos Adolescentes com capacidade total de subjetividade (em geral dos 11 aos 18 anos com o advento da mídia e da globalização).
E em larga escala para um total e completo nível crescente de aprendizagem os Jovens, Adultos e os de Terceira Idade dos recém-convertidos aos mestres e doutores na Bíblia.
Àqueles professores atentos à mutação que os tempos pós-modernos imprimem no processo evolutivo psíquico, cultural e espiritual de cada aluno, é possível atendê-lo dentro de suas necessidades onde quer que ele se encontre
graças à direção do Santo Espírito de Deus, o grande artífice das aprendizagens, bem como as técnicas e dinâmicas utilizadas no ensino secular que oportuniza ao professor ou Coordenador Pedagógico de uma Escola Bíblica Dominical aplicá-las dentro de um mesmo processo, o tripé caracterizado pela Transposição Didática – Contextualização e Transversalização. É por meio dos recursos citados que se torna possível articular o Currículo: suas intenções educativas sócio-espirituais,
e são as competências a serem desenvolvidas que nortearão a escolha, o tratamento e os recortes que comporão o tecido da aprendizagem.
Para o ensino bíblico na Escola Dominical, Transposição Didática, Contextualização e Transversalização, são na verdade três facetas inseparáveis de um mesmo processo complexo na relação ensinar e aprender “aprender para a vida”.
É preciso tecer o texto bíblico pedagogicamente a fim de que esse saber, esse conhecimento bíblico-científico, se transforme em objeto de ensino “ensinável”, isto é em condições de ser aprendido pelo aluno.
E a essa dinâmica entendamos por Transposição Didática, o que todo professor faz, embora muitas vezes, não faça de forma eficaz.
A Transposição Didática implica não somente o conhecimento do assunto, mas também os procedimentos para o seu ensino; implica em algumas competências que exige ao professor estar atento e apto a fazer recortes, relevância e pertinências de significação dentro do assunto em estudo,
que vão garantir a inserção do aluno no mundo pós-moderno de forma consciente não só pela Contextualização, mas bem mais, pela Transversalização na relação ele e o outro.
Contextualizar, significa construir significados a partir de um conhecimento. Quanto mais próximo estiver o conhecimento e os contextos presentes na vida pessoal do aluno e no mundo do qual ele transita, mais o conhecimento terá significado.
Didaticamente, podemos classificar os contextos em três grandes categorias:
1. A vida pessoal e quotidiana do aluno em suas vivências e complexidades que inclui de problemas econômicos a questões de convivência pessoal; de sexualidade a relações com o meio ambiente; do mundo do trabalho ao mundo da família; da gestão da vida financeira a gestão do corpo e da saúde.
2. A sociedade ou mundo em que o aluno vive também rico e complexo, incluindo toda sorte de temas, questões e problemas numa perspectiva globalizada e unificada pelas tecnologias da comunicação e transmissão de informação: política, economia, desenvolvimento científico, entre muitos outros;
3. O próprio ato de descoberta ou produção do conhecimento que pode ser reproduzido ou simulado na relação ele e o outro, seu semelhante.
Em cada caso, a Contextualização mobiliza diferentes motivações para alcançar o objetivo.
Assim, Contextualizar o conhecimento bíblico nas questões presentes na vida pessoal do aluno, vivenciar intelectual e afetivamente a relevância do conhecimento para compreender e resolver seus problemas, tomar decisões que afetam a qualidade de sua vida, construir uma cosmovisão de mundo e um projeto com identidade própria, é prepará-lo para a vida futura, para o exercício da cidadania e para se transformar em um verdadeiro Arauto do Reino de Deus.
Cabe ao professor da Escola Dominical, através dos recortes a serem inseridos pela proposta pedagógica de sua igreja, no Currículo, procurar responder as vertentes significativas para a vida do aluno de imediato no mundo que o cerca e a sua inserção no processo de construção do Reino de Deus, tornando-o favorável e participante ativo à participação na evangelização mundial – um dos três grandes objetivos da Escola Dominical em sua Visão e Missão.
Finalmente, é bom deixar bem claro que Contextualizar não é simplesmente exemplificar. Contextualizar é uma postura frente ao ensino o tempo todo, incorporando vivências concretas e transformando o aprendizado em novas vivências.
De nada adianta ao professor dar uma aula completamente desvinculada da realidade cheia de conceitos abstratos. O aluno precisa estar prenhe de significado.
Ao construir significados o professor estará incorporando valores porque explicam o quotidiano, constroem a compreensão de problemas do entorno social e mundial, ou facilitam viver o processo da descoberta.
A prática da Transversalidade no ensino bíblico enriquece a aprendizagem porque o processo de Tranversalização,
é segundo os Parâmetros Curriculares da Educação (PCNs), definidos a partir da elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, com o objetivo de estabelecer na prática educativa uma relação entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões da vida real e de sua transformação (aprender na realidade da realidade).
Não se trata de um trabalho paralelo, mas de trazer para o conteúdo e para a metodologia em aplicação a perspectiva do tema em estudo.
Dessa forma os PCNs sugerem alguns “temas transversais” que correspondem a questões importantes, urgentes e presentes sob várias formas na vida cotidiana como: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo e Pluralidade Cultural.
A transversalidade diz respeito a possibilidade de se estabelecer na prática educativa uma relação entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões da vida real e de sua transformação (aprender a realidade da realidade) (BRASIL, 1998. P.30).
A proposta de Transversalidade traz a luz, a necessidade de o professor da Escola Dominical refletir e atuar conscientemente na educação de valores e atitudes em todas as áreas, garantindo que o processo pedagógico se transforme em novas aprendizagens a partir de cada temática dominical.
Tomando como ponto de partida as idéias de Moreno (in BUSQUETS, 2000, et al. p. 39) que defende uma abordagem construtivista dos Temas Transversais. Para ela (....) o verdadeiro conhecimento é aquele que é utilizável, é fruto de uma elaboração (construção) pessoal, resultado de um processo interno de pensamento durante o qual o sujeito coordena diferentes noções entre si, atribuindo-lhes um significado, organizando-as, relacionando-as com outros anteriores.
Esse processo é inalienável e intransferível, ninguém pode realizá-lo por outra pessoa.
Fontes:
O texto está baseado em:
Parâmetros curriculares nacionais : terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1998
Parâmetros curriculares nacionais : terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais / Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: MEC/SEF, 1998
CARNEIRO, Maria do Socorro Santos Uchôa. Trabalhando os Temas Transversais – Brasília. Instituto Interdisciplinar de Brasília, 2002
Parâmetros Curriculares do Ensino Médio – Brasília MEC /SEF
Sites:
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