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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O SURGIMENTO DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE - Lição 01 - 1º. Trimestre 2012 - EBD-CPAD – Esboço

                                 Lucas 12.13-21
                      Pr. João Barbosa                    www.nasendadacruz.com
                                                         pastorjoaobarbosa@gmail.com


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1.   Explicar as raízes da Teologia da Prosperidade.
2.   Descrever os principais ensinamentos da Teologia da Prosperidade
3.   Analisar as principais conseqüências da Teologia da Prosperidade
Esboço
O termo teologia vem do grego theós “deus” e logos “estudo”, “discurso”, “raciocínio”. Assim, essa palavra indica o estudo das coisas relativas a Deus, à sua natureza, obras e relações com os homens. Uma definição léxica diz “...um corpo de doutrina acerca de Deus, incluindo seus atributos e relações com os homens; especialmente, aquele corpo de doutrinas estabelecidos por alguma igreja ou grupo em particular.
Esta é uma definição restrita, mas este vocábulo também é usado em um sentido mais geral. O estudo da religião, que culmina em uma síntese ou filosofia da religião; além disso, uma pesquisa crítica da religião, especialmente da religião cristã.
Os pais da igreja, que foram aqueles homens que deram continuidade à missão dos apóstolos estabelecida por Jesus, adotaram de acordo com a época em que viveram e os Concílios de que participaram, termos teológicos para determinar os diversos tipos de ensino dentro da igreja. Assim surgiram os vários ramos da teologia como conhecemos hoje.
Temos a teologia bíblica onde a Bíblia é a única fonte informativa; e mesmo quando há apelo a outras fontes, elas são avaliadas através da Bíblia.
As doutrinas bíblicas são sistematicamente classificadas. A Teologia dogmática, amplamente conhecida por Teologia Sistemática, é a que as denominações protestantes e evangélicas produzem os seus próprios credos sistematizados. Doutrina que a Bíblia meramente sugere. Ali a Bíblia continua sendo a principal, embora, não a única fonte informativa, exceto no liberalismo, quando não é meramente ortodoxo.
Dessa forma temos um número quase incontável de Teologias que não é possível enumerá-las aqui. Mesmo assim, nos séculos XIX e XX, alguns teólogos encontraram uma forma de criar uma nova Teologia a qual denominaram de Teologia da Prosperidade.
A igreja evangélica brasileira vive hoje uma grande crise teológica, pois o Brasil é um país místico, obcecado com o sobrenatural. Nela encontramos a resposta porque as seitas como Testemunhas de Jeová, Mormonismo, Espiritismo, Movimentos como da Nova Era; sem deixarmos de analisar o recrudescimento da idolatria nos últimos anos neste país, de forma como nunca se viu antes, crescem assustadoramente.
Isto acontece por seus ensinos anti bíblicos encontrarem algum respaldo na Teologia da Prosperidade; e muitas pessoas mesmo evangélicas não tendo um sólido alicerce bíblico para que possa filtrar os diferentes ramos de ensinos ditos teológicos, têm sido enganadas, passando a viver uma vida de escravidão espiritual.
 Infelizmente o perigo vem não apenas de fora, pois cresce cada vez mais no seio da igreja, uma grande corrente doutrinária conhecida como “confissão positiva” ou “evangelho da saúde e da prosperidade.
O comentarista da lição destaca o fato de ao se pregar e ensinar que os cristãos não podem sofrer ou ficar doentes e que devem tornar-se ricos às custas de sua própria fé, tem se levantado uma geração de crentes interesseiros e materialistas.
A cultura brasileira também favorece em muito o sincretismo religioso. È difícil se encontrar algo igual em qualquer país ou cultura por este mundo afora onde as culturas dos povos tenha se mesclado com tamanha facilidade, como tem acontecido no Brasil.
No Brasil mais do que em qualquer lugar do mundo, o negro, os europeus e os nativos deixam de ser africanos, brancos e índios e assumem simplesmente uma nova identidade, a brasileira.
Se esta particularidade ajudou para que o Brasil tivesse uma só língua, uma cozinha específica – uma cozinha brasileira, contribuiu também para que nascesse uma religião nova, autenticamente nacional, onde a própria Teologia da Prosperidade já tem uma cara autenticamente brasileira.
 Pregadores brasileiros exportam para outras partes do mundo, a  Teologia da Prosperidade ao invés de falarem a doutrina do genuíno evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo.
Segundo a visão de muitos cristãos evangélicos, ser próspero significa ter sucesso em tudo que faz: nos negócios, na saúde, na família, etc. É ter abundância em todas as áreas da vida. Finalmente crescer, progredir, enriquecer e ser bem sucedido, menos salvação em Jesus Cristo.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                          
Tal movimento da Teologia da Prosperidade, também conhecido como “confissão positiva” palavra da fé, entre outros títulos, surgiu nos Estados Unidos da América, na primeira metade do século XIX, firmando-se nas primeiras décadas do século XX, com Phineas Parkhurst Quimby (1802-1866), criador do chamado “Novo Pensamento”, também com Mary Baker Eddy (1821-1910) fundadora da “Ciência Cristã” e outros, seus ícones históricos que deram continuidade ao movimento como Benneth Hagin e Benny Hinn.
Sua doutrina afirma que os que são verdadeiramente fiéis a Deus, fundamentando-se em Gn 17.7; Mc 11.23,24; e Lc 11.9.10, devem desfrutar de uma excelente situação financeira e de ótima saúde.
Na verdade este ensino é um grande equívoco, haja vista, conforme (Jo 10.10), Jesus veio para que tivéssemos vida e vida com abundância, isto não nos isenta de dores, escassez de alimentos ou momentos de dificuldades, motivos pelos quais não podemos aceitar as heresias e aberrações da chamada Teologia da Prosperidade, cuja, tem levado muitos incautos a abandonarem o genuíno evangelho. Em (Lc 12.15), a recomendação de Jesus Cristo é “Acautelai-vos”.
Como vemos a Teologia da Prosperidade origina-se de uma série de ensinos falsos ao longo dos tempos e suas origens estão no Gnosticismo, um movimento de caráter filosófico-religioso iniciado no primeiro século de nossa Era. O Gnosticismo difundiu-se sutil e terrivelmente no primeiro século do Cristianismo (principalmente entre os anos 135 e 200).
Esta heresia apresentava-se inicialmente tão parecida com a verdade que somente os mais perspicazes conseguiam detectar seus ardis. Tanto os escritos de João como a carta de Paulo aos Colossenses representam os primeiros esforços de combater as suas sutilezas.
O conhecimento dos gnósticos superava em grau, tanto o emocionalismo da fé quanto o intelectualismo da razão natural. Deus e o mundo co-existiam para os gnósticos de uma forma dualista, isto é, em constante tensão afirmando que Cristo que é bom, não poderia habitar em um corpo mau.
O Gnosticismo é um rótulo genérico aplicado a uma grande variedade de mestres e escolas cristãs que existiam às margens da igreja primitiva e que se tornaram um grande problema para os líderes cristãos do século II. O nome provém da palavra grega gnosis, que significa “conhecimento” ou “sabedoria”.
Foi a partir das crenças gnósticas que surgiram os modismos e heresias que vieram ameaçar a pureza da doutrina cristã, e entre estas, a Teologia da Prosperidade.
Podemos compreender o Gnosticismo como um conjunto de doutrinas que pretende alcançar a redenção através de um conhecimento de Deus, do universo e da finalidade da vida humana.   O gnosticismo talvez fosse a heresia mais perigosa que ameaçava a igreja primitiva durante os três primeiros século. Influenciados por filósofos como Platão o Gnosticismo é baseado em duas premissas falsas que afirma ser o espírito, bom e a matéria, má.
A partir dos anos 70 e 80, a Teologia da Prosperidade se estendeu a muitos países, incluindo Portugal onde se destacou Jorge Tadeu, fundador da Igreja Maná e no Brasil praticamente em todas as igrejas neo-pentecostais.
 Ao contrário do que muitos imaginam as idéias básicas da confissão positiva não surgiram no pentecostalismo, e sim em algumas seitas sincréticas da Nova Inglaterra.
Todavia, por causa de algumas afinidades com a cosmovisão pentecostal, como a crença em profecias, revelações e visões, foi em círculos pentecostais e carismáticos que a confissão positiva teve maior acolhida tanto nos Estados Unidos como no Brasil.
Entre os principais ensinos da Teologia da Prosperidade situam-se:
1. Divinização do Homem – A partir de uma interpretação equivocada do Salmo 82.6, ensina que o homem também é Deus, e pode tudo. Mas a Palavra de Deus nos ensina que o homem é estruturalmente pó (Gn 2.7; 3.19).
2.Demonização da Salvação – colocando o diabo como co-autor da salvação. A  Palavra de Deus em (Mt 27.51; Jo 14.30) ensina que a salvação foi conquistada na cruz e que o maligno não tem parte com o Senhor.
3. Negação do Sofrimento – apontando o Diabo como único responsável por toda a doença e todo sofrimento, mas a Palavra de Deus nos ensina que o cristão não deve temer o sofrimento nem tampouco negá-lo (Cl 1.24; Tg 5.10).
Ainda conforme a lição em apreciação a Teologia da Prosperidade engloba no seu bojo consequências danosas e visivelmente em  moda nos dias hodiernos começando pelos púlpitos:
1. Profissionalismo ministerial e espiritualidade mercantil –  O ministério de vocacional passou a mercatilizante ou seja, empresarial, transformando a figura do pastor no gerente ou modernamente, gestor. Mas a Palavra de Deus nos apresenta em (1Pe 5.2), um pastor cuidando do rebanho.
2. Narcisismo e hedonismo – O semelhante é esquecido e a vida gira em torno dos prazeres, no entanto a Palavra de Deus nos mostra em (Atos 2.43,44) que os crentes primitivos preocupavam-se uns com os outros.
3. Modismos e perda de ideais – A cada dia uma novidade teológica, uma inovação, um novo marketing da fé, sendo possível possuir tudo agora ao modelo fast-food, e a escatologia bíblica é trocada por uma teologia puramente utilitarista, mas a Palavra de Deus nos ensina em (Cl 3.2), a pensar nas coisas de cima e não nas da terra.
Atentos aos ensinamentos da Bíblia, nos resguardemos dos absurdos criados pela Teologia da Prosperidade no que concerne á Doutrina Cristã, e mantenhamos a convicção de que a verdadeira prosperidade resulta de um correto relacionamento com Deus que é o fruto de um coração obediente.
Fontes:
GONDIM, Ricardo. O Evangelho da Nova Era – Uma análise e refutação bíblica da chamada Teologia da Prosperidade. Press Aba
GONÇALVES, José. Lição EBD-CPAD – 1º. Trimestre 2012. Manual do Mestre
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D. Enciclopédia de BíbliaTeologia e Filosofia. Editora Hagnos.
OLSON, Roger. História da Teologia Cristã - 2000 Anos de Tradição e Reformas. Vida Acadêmica
HAGIN, E. Kenneth. Como Ser Dirigido Pelo Espírito de Deus. Graça Editorial
HAGIN, E. Kenneth. Compreendendo a UNÇÃO. Graça Editorial
Bíblia de Estudo Despertar - NTLH – Sociedade Bíblica do Brasil
Bíblia de Estudo de Genebra – Editora Cultura Cristã - Bíblia de Estudo Defesa da Fé – Edição CPAD

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