Programa Missionário “ Andando Por Onde Jesus Andou”.
".....O meu cálice transborda" (Sl 23) |
Produção e Apresent. do Pr. João Barbosa da Silva e da Mssª. Laudicéa Barboza
Texto Bíblico Chave
João 6.1-13
“ Depois disso, partiu Jesus para o outro lado do mar da Galiléia, que é o de Tiberíades. E grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os enfermos.... Então, Jesus, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão para esses comerem?
Mas dizia isso para o experimentar; porque ele bem sabia o que havia de fazer. Filipe respondeu-lhe: Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão para que cada um deles tome um pouco.
E um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe: Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isso para tantos?
E disse Jesus: Mandai assentar os homens. E havia muita relva naquele lugar. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil.
E Jesus tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discípulos, e os discípulos, pelos que estavam assentados; e igualmente também os peixes; quanto eles queriam.
E, quando estavam saciados, disse aos seus discípulos: recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca. Recolheram-nos, pois, e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido.
De acordo com o versículo em contextualização, podemos entender que embora Jesus não tivesse o propósito de tratar de questões ecológicas, todavia neste milagre da multiplicação dos pães, ele nos dá seis lições preciosas de organização e limpeza para preservação do meio ambiente.
A ausência de uma boa estrutura de saneamento básico e a carência de organização, limpeza e controle de tudo que circunda o meio físico onde habitamos, exerce ou podem exercer efeitos prejudiciais ao bem estar físico, mental ou social do ser humano.
Afirma o escritor do Livro “Pensamento Ecológico” – Prêmio Global 500 da ONU para o Meio Ambiente – Vilmar S. Demamm Berna: “Todos sabem que lixo não existe. O que denominamos desse modo é só matéria prima e recursos naturais misturados e fora do lugar”.
Assim, o que classificamos como lixo, na verdade é apenas o desperdício de recursos naturais, como os restos de comidas, cascas de frutas e legumes que podem ser transformados em excelentes adubos para hortas realizadas em regime de cooperativas nos terrenos vazios e abandonados das grandes cidades.
O lixo tem se tornado em um dos mais complicados problemas ambientais nas grandes cidades, aliado de forma bastante acentuada à precariedade em muitas áreas, de um sistema de saneamento adequado.
Isso leva não apenas à morte e contaminação de ecossistemas inteiros, mas aumenta os casos de doenças e mortalidade, especialmente de crianças e idosos; pois o lixo é o local ideal para transmissores de doenças e ratos, baratas, mosquitos, e todos animais peçonhentos.
No caso dos resíduos sólidos, um dos itens do saneamento refere-se ao problema da queima do lixo não coletado. Um dos principais fatores da perda de florestas e vegetação das cidades que geralmente estende o fogo para o capim seco e atinge as árvores e florestas.
Desta forma, lixo, desmatamento e mortalidade infantil andam lado a lado na deterioração do meio ambiente urbano. Além de revelar falta de educação de quem vive com tais pratica, esse tipo de ação constitui crime ambiental, segundo o artigo 41 do Decreto Federal nº. 3.179, de 21 de setembro de 1999, que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais, e pune com multas que variam de mil a cinqüenta milhões de reais quem “causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora”.
No inciso V do mesmo decreto, o artigo é bem explícito: “incorre nas mesmas multas quem lançar resíduos sólidos, líquidos ou gasosos ou detritos, óleo ou substâncias oleosas em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos”.
Nosso país, bem como nós – igreja, devemos aprender na lição dada por Jesus como manter limpo os lugares onde fazemos nossas festas, bem como nosso meio ambiente.
O desperdício é o grande problema do nosso mundo. A Bíblia, na pessoa do próprio Filho de Deus, nos ensina a não desperdiçarmos os recursos da natureza.
Ao realizar o milagre da multiplicação dos pães, Jesus nos ensinava já nos dias de seu ministério terreno a dois milênios passados, seis lições de organização e limpeza para preservarmos o nosso meio ambiente, ter saúde e contribuir para o bem estar físico, mental e social dos nossos semelhantes.
Se fizermos um paralelo com o texto de Marcos cap. 6 vers. 40, observamos que Jesus os fez assentar na relva repartindo-os em grupos de 100 e de 50 em 50.
Vamos notar os seguintes detalhes:
a) Como o texto relata a quantidade de 5.000 homens, pelo sistema judaico de contagem de pessoas podemos aproximar evidentemente um grupo de cerca de mais ou menos 15.000 pessoas entre homens, mulheres e crianças;
b) Jesus mandou o povo se sentar na relva;
c) Mandou se agruparem em grupos de 100 e de 50 pessoas.
Esta é uma lição que os grandes líderes que desenvolvem ações de combate à fome mundial precisam aprender e começar a seguir o exemplo de Jesus: organização na distribuição de alimentos.
A segunda lição é a da oração de gratidão. Jesus orou ao Pai agradecendo o alimento que tinha chegado às suas mãos para que o mesmo fosse multiplicado. Com certeza, o nosso mundo vivencia cada vez mais o desespero da fome porque não reconhece que o alimento é uma provisão de Deus que criou todas as coisas.
A terceira lição é de economia. Concluída a refeição, quando todos já estavam satisfeitos, Jesus mandou recolher o que sobejou. Mesmo que tenhamos alimento em abundância precisamos aprender a não desperdiçar e usar de forma racional tudo aquilo que Deus nos tem dado através da natureza. Nada podemos descartar ou jogar fora. Alguns comentaristas bíblicos acreditam que as sobras daquele dia foram possivelmente usadas para a próxima refeição dos apóstolos que o acompanhavam.
A quarta lição vem com a observância do cuidado para que não houvesse desperdício, bem como a degradação do ambiente. Note-se que Jesus mandou recolher os pedaços que sobejaram, e ainda acrescentou a frase: “para que nada se perca”. Jesus procurou evitar o desperdício.
A Bíblia trabalha muito no combate ao desperdício. Um outro exemplo disso é o maná que no deserto caiu do céu como provisão alimentar para o povo de Israel durante 40 anos. O povo deveria colher apenas a porção suficiente para cada dia (Ex 16.4).
A quinta lição é a da poluição. Torna-se bastante significativo o fato de Jesus ordenar o recolhimento de todas as sobras, o que para nós, talvez pudesse ser considerado como resto, sobejo ou sobra, isto é, algo imprestável, que só servia para jogar fora, foi valorizado por Jesus.
Imaginemos quantos pedaços de pão, pedaços e espinhas de peixe, uma multidão de quase 15.000 pessoas deve ter jogado no chão.
Sabemos que grande parte desses resíduos alimentares seria consumida por pequenos roedores, pássaros
e até insetos que habitavam naquele local. Mas isso não seria suficiente para eliminar o fator “poluição” do ambiente. Jesus teve o cuidado de mandar limpar a relva onde o povo estava sentado.
Finalmente, temos a sexta lição – a dos coletores de lixo. Não se sabe onde os apóstolos conseguiram tão facilmente 12 cestos. Mas eles foram providenciados para que a distribuição tivesse uma organização necessária e também aquela coleta de lixo pudesse acontecer para preservação do ambiente.
Como podemos ver nas lições dadas por Jesus no milagre da multiplicação dos pães houve organização e limpeza do meio ambiente. O sucesso da limpeza só pode se tornar realidade porque o lixo foi coletado na sua origem.
Ao incentivar o sistema de Coleta Seletiva, o Poder Público poderá devolver ao sistema produtivo toneladas de papel, plásticos, metais, vidros, além de aumentar a vida útil dos atuais aterros sanitários.
Diante do crescimento das cidades e da consciência ambiental adquirida pela sociedade, não há mais como mascarar a questão do lixo; nem tampouco há como tentar se livrar do problema jogando o lixo “lá fora”, em qualquer lugar sem critério, pois tudo está no Planeta.
É urgente que esse assunto seja tratado de forma adequada, com gestão compartilhada, tecnologias adequadas e, principalmente, muita educação e comunicação ambiental.
Não se trata apenas de deficiência pura e simples no sistema de coletas e destino final do lixo, mas também de falta de educação da população, já que em muitos locais onde há o serviço de limpeza o lixo continua sendo jogado nas ruas e terrenos abandonados.
O poder público pode estimular a formação de cooperativas e de reciclagem.
Além de ajudar o meio ambiente, essa providência auxilia na geração de emprego e renda para a população mais carente e de mão de obra não especializada.
Nestas seis lições de limpeza e organização podemos ressaltar o ensino paulino na sua primeira carta aos Coríntios cap.10, ver. 31 – “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus”.
Fontes
DERMAN, Paulo Wilmar S. Demamam. Pensamento Ecológico. Editora Paulinas-2006.
BRITO, Roberto Borges de. Missão Integral – Ecologia e Sociedade. W4 Editora – S.Paulo 2006.
Bíblias: Estudo Pentecostal (CPAD)
Estudo de Genebra (Edit.Cultura Cristã e Soc. Bíblica do Brasil)
LARAYE, Tim. Estudo Profética. Editora Hagnus-Juerp
Estudo Defesa da Fé. CPAD
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