ETEADALPE –
CURSO DE BACHARELADO – HISTÓRIA DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS.1
Monitor: Pr. João Barbosa - Capelão
Por insistência de alguns
passageiros com os quais viajaram, os missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg
hospedaram-se em modesto hotel, cuja diária completa era de oito mil réis. Em
uma das mesas do hotel Gunnar Vingren encontrou um jornal que tinha o endereço
do pastor metodista Justus Nelson.
No dia seguinte,
foram procurá-lo e contaram-lhe o que Deus fizera com eles. Sendo que tanto
Daniel Berg como Gunnar Vingren até àquele momento estavam ligados à igreja
batista na América, Justus Nelson acompanhou-os à igreja Batista, em Belém, e
apresentou-os ao responsável pelo trabalho, Raimundo Nobre. Os missionários
passaram a morar no porão da igreja.
Alguns dias
depois, Adriano Nobre, que pertencia à igreja presbiteriana e morava nas ilhas,
foi a Belém e visitou seu primo Raimundo Nobre, na igreja batista. O
encarregado da igreja batista apresentou os missionários à Adriano Nobre, que
falava inglês, e ficou interessado em ajudar os novos missionários. Adriano
convidou-os, então, a passarem alguns meses nas ilhas.
Certo dia, foi
uma surpresa para os moradores do rio Tajapuru a chegada dos missionários em
companhia de Adriano Nobre, que tinha propriedades no local. O local em que se
hospedaram chamava-se Boca do Ipixuna.
É de supor que
os missionários ficassem surpresos com a mudança para as selvas. Os
missionários foram morar no mesmo quarto em que morava Adrião Nobre, irmão de
Adriano, que naquele tempo ainda não era crente.
Adrião, mais tarde,
converteu-se e contou que ficara impressionado com a vida de oração dos jovens
missionários; a qualquer hora da noite que despertasse, lá estavam os jovens
orando, a sós com Deus, em voz baixa, para não incomodar os que dormiam.
6. EXPULSÃO DA IGREJA BATISTA – Acolhidos
pelos pastores batistas, os dois missionários suecos dirigiam cultos e pregavam
na igreja pastoreada por Raimundo Nobre, não fazendo reservas quanto a doutrina
pentecostal que haviam aceitado nos Estados Unidos.
Logo surgiram os
conflitos doutrinários, precisamente acerca do batismo no Espírito Santo,
enfatizando o falar em outras línguas (glossolalia). Por esse motivo no dia 13
de junho de 1911, numa reunião realizada no local onde os dois suecos moravam
(o porão da igreja) Raimundo Nobre, pastor da igreja que os recebera e hospedara,
expulsou da igreja os dois missionários e com eles os 18 membros que aderiram a
doutrina pentecostal.
IV. FUNDAÇÃO DA ASSEMBLÉIA DE DEUS – A partir do momento em que foram expulsos da Igreja Batista,
marcaram uma reunião para o dia 18 de junho de 1911 na Rua Siqueira Mendes, nº.
1A, parte velha da cidade, na residência da irmã Celina Albuquerque, para o
início da Missão da Fé Apostólica, fundada em 18 de junho de 1911, que mais
tarde em 11 de janeiro de 1918, foi registrada oficialmente com o nome de Assembleia
de Deus, cujo já era usado desde 1916.
Muitos
estavam curiosos para conhecerem a nova doutrina. Houve rejeição por parte de
alguns, mas muitos abraçaram a doutrina porque viam nas páginas da Bíblia a
confirmação do que era pregado e ensinado pelos missionários estrangeiros.
Aquele pequeno
grupo lançou os alicerces da obra pentecostal que irradiou-se a todas as
regiões do Brasil. Sem dúvida, o Espírito Santo vivificava os testemunhos e as
mensagens, e convencia os não-crentes; era Deus confirmando a obra.
O pequeno
rebanho, sem saber, lançou os alicerces do gigantesco Movimento que hoje se
estende de Norte a Sul e de Leste a Oeste do Brasil. Em tudo isso se pode notar
a mão de Deus operando através de homens humildes.
A novel igreja
agora tinha os movimentos livres para evangelizar a cidade; Podiam eles, assim,
pregar a experiência pentecostal e a volta de Jesus. Estavam todos movidos pelo
poder de Deus.
1. REPERCUSSÃO –
Repercutiram, profundamente, entre as várias denominações
evangélicas, os acontecimentos que culminaram com a fundação da Assembleia de
Deus. Entretanto, o que mais fortemente impressionava foi a atividade e o zelo
dos membros da igreja recém fundada.
No ano de 1911, a história repetiu-se na cidade de Belém, quando alguns ingênuos
se dispuseram a combater o pujante Movimento que despontava. Para esse fim, não
se olhavam os meios: a calúnia, a intriga, a dilação, tudo era usado contra a
Igreja que iniciava suas atividades. Levaram aos jornais a denúncia de que os
pentecostais eram uma seita perigosa e que praticavam o exorcismo, enfim,
alarmaram a população.
2. REGISTRO DA IGREJA – Em 11 de
janeiro de 1918 Gunnar Vingren registrou o estatuto da igreja no Cartório de
Registros de Títulos e Documentos do 1º. Ofício em Belém no Livro A, nº. 2 de
Registro Civil de Pessoas Jurídicas e outros Papéis, nº. de Ordem 131.448, sob
o nome “Estatuto da Sociedade Evangélica Assembleia de Deus”, nº. de ordem
21.320, do protocolo nº. 2, publicado no Diário Oficial do estado do Pará sob o
número 766.524.
Com esse registro a igreja começou a existir legalmente como
pessoa jurídica adequando-se aos artigos 16 e 18 do 1º. Código Civil Brasileiro
que tinha entrado em vigor em 1º. de janeiro de 1917.
3. COMO SURGIU O NOME ASSEMBLÉIA DE DEUS – O nome Assembleia de Deus foi idealizado em 1912, pelo Pr.
Thomas King Leonard, que o dera à sua pequena igreja pentecostal em Findlay, no
estado de Ohio. Dois anos depois o Pr. Leonard se uniu as demais igrejas de fé
pentecostal e em 02 de abril de 1914, por meio de um Concílio, o nome
Assembleia de Deus foi usado para dar nome à nova denominação.
Assim, o novo
nome se tornou uma referência para as igrejas de perfil pentecostal. Pouco
tempo depois no Brasil, Gunnar Vingren colocaria a proposta de um novo nome em
pauta, e os irmãos da nascente igreja brasileira concordaram de mudar o nome de
Missão da Fé apostólica, adotado em 19 de junho de 1911, pelos missionários
para Assembleia de Deus.
Este nome já era usado extra oficialmente, desde 1916.
Fontes de Pesquisa:
ALENCAR, Gedeon. Assembleias
de Deus – Origem Implantação e Militância (1911-1946). Arte Editorial. São
Paulo, 2010
SYNAN, Vinson. O Século do
Espírito Santo. 100 anos de avivamento pentecostal e carismático. São Paulo, 2009
ARAUJO, Isabel de.
Dicionário Movimento Pentecostal. CPAD. Rio de Janeiro, 2007
ARAUJO. Isael de. VINGREN,
Frida - Biografia de Pioneiros das Ass. de Deus no Brasil. CPAD. Rio de
Janeiro, 2014 / SANTOS, Roberto José do. Síntese Histórica Ass. De Deus em
Abreu e Lima Pe. 80 Anos – 1908 - 2008
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