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segunda-feira, 1 de junho de 2015

OS PRIMEIROS CONTATOS NO BRASIL.4

ETEADALPE – CURSO DE BACHARELADO – HISTÓRIA DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS.1
Monitor: Pr. João Barbosa - Capelão
Por insistência de alguns passageiros com os quais viajaram, os missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg hospedaram-se em modesto hotel, cuja diária completa era de oito mil réis. Em uma das mesas do hotel Gunnar Vingren encontrou um jornal que tinha o endereço do pastor metodista Justus Nelson.
No dia seguinte, foram procurá-lo e contaram-lhe o que Deus fizera com eles. Sendo que tanto Daniel Berg como Gunnar Vingren até àquele momento estavam ligados à igreja batista na América, Justus Nelson acompanhou-os à igreja Batista, em Belém, e apresentou-os ao responsável pelo trabalho, Raimundo Nobre. Os missionários passaram a morar no porão da igreja.

Alguns dias depois, Adriano Nobre, que pertencia à igreja presbiteriana e morava nas ilhas, foi a Belém e visitou seu primo Raimundo Nobre, na igreja batista. O encarregado da igreja batista apresentou os missionários à Adriano Nobre, que falava inglês, e ficou interessado em ajudar os novos missionários. Adriano convidou-os, então, a passarem alguns meses nas ilhas.

Certo dia, foi uma surpresa para os moradores do rio Tajapuru a chegada dos missionários em companhia de Adriano Nobre, que tinha propriedades no local. O local em que se hospedaram chamava-se Boca do Ipixuna.

É de supor que os missionários ficassem surpresos com a mudança para as selvas. Os missionários foram morar no mesmo quarto em que morava Adrião Nobre, irmão de Adriano, que naquele tempo ainda não era crente. 

Adrião, mais tarde, converteu-se e contou que ficara impressionado com a vida de oração dos jovens missionários; a qualquer hora da noite que despertasse, lá estavam os jovens orando, a sós com Deus, em voz baixa, para não incomodar os que dormiam.

6. EXPULSÃO DA IGREJA BATISTA – Acolhidos pelos pastores batistas, os dois missionários suecos dirigiam cultos e pregavam na igreja pastoreada por Raimundo Nobre, não fazendo reservas quanto a doutrina pentecostal que haviam aceitado nos Estados Unidos.

Logo surgiram os conflitos doutrinários, precisamente acerca do batismo no Espírito Santo, enfatizando o falar em outras línguas (glossolalia). Por esse motivo no dia 13 de junho de 1911, numa reunião realizada no local onde os dois suecos moravam (o porão da igreja) Raimundo Nobre, pastor da igreja que os recebera e hospedara, expulsou da igreja os dois missionários e com eles os 18 membros que aderiram a doutrina pentecostal.

IV. FUNDAÇÃO DA ASSEMBLÉIA DE DEUS – A partir do momento em que foram expulsos da Igreja Batista, marcaram uma reunião para o dia 18 de junho de 1911 na Rua Siqueira Mendes, nº. 1A, parte velha da cidade, na residência da irmã Celina Albuquerque, para o início da Missão da Fé Apostólica, fundada em 18 de junho de 1911, que mais tarde em 11 de janeiro de 1918, foi registrada oficialmente com o nome de Assembleia de Deus, cujo já era usado desde 1916.

Muitos estavam curiosos para conhecerem a nova doutrina. Houve rejeição por parte de alguns, mas muitos abraçaram a doutrina porque viam nas páginas da Bíblia a confirmação do que era pregado e ensinado pelos missionários estrangeiros.

Aquele pequeno grupo lançou os alicerces da obra pentecostal que irradiou-se a todas as regiões do Brasil. Sem dúvida, o Espírito Santo vivificava os testemunhos e as mensagens, e convencia os não-crentes; era Deus confirmando a obra.

O pequeno rebanho, sem saber, lançou os alicerces do gigantesco Movimento que hoje se estende de Norte a Sul e de Leste a Oeste do Brasil. Em tudo isso se pode notar a mão de Deus operando através de homens humildes.

A novel igreja agora tinha os movimentos livres para evangelizar a cidade; Podiam eles, assim, pregar a experiência pentecostal e a volta de Jesus. Estavam todos movidos pelo poder de Deus.

1. REPERCUSSÃO – Repercutiram, profundamente, entre as várias denominações evangélicas, os acontecimentos que culminaram com a fundação da Assembleia de Deus. Entretanto, o que mais fortemente impressionava foi a atividade e o zelo dos membros da igreja recém fundada.

No ano de 1911, a história repetiu-se na cidade de Belém, quando alguns ingênuos se dispuseram a combater o pujante Movimento que despontava. Para esse fim, não se olhavam os meios: a calúnia, a intriga, a dilação, tudo era usado contra a Igreja que iniciava suas atividades. Levaram aos jornais a denúncia de que os pentecostais eram uma seita perigosa e que praticavam o exorcismo, enfim, alarmaram a população.

2. REGISTRO DA IGREJA – Em 11 de janeiro de 1918 Gunnar Vingren registrou o estatuto da igreja no Cartório de Registros de Títulos e Documentos do 1º. Ofício em Belém no Livro A, nº. 2 de Registro Civil de Pessoas Jurídicas e outros Papéis, nº. de Ordem 131.448, sob o nome “Estatuto da Sociedade Evangélica Assembleia de Deus”, nº. de ordem 21.320, do protocolo nº. 2, publicado no Diário Oficial do estado do Pará sob o número 766.524. 

Com esse registro a igreja começou a existir legalmente como pessoa jurídica adequando-se aos artigos 16 e 18 do 1º. Código Civil Brasileiro que tinha entrado em vigor em 1º. de janeiro de 1917.

3. COMO SURGIU O NOME ASSEMBLÉIA DE DEUS – O nome Assembleia de Deus foi idealizado em 1912, pelo Pr. Thomas King Leonard, que o dera à sua pequena igreja pentecostal em Findlay, no estado de Ohio. Dois anos depois o Pr. Leonard se uniu as demais igrejas de fé pentecostal e em 02 de abril de 1914, por meio de um Concílio, o nome Assembleia de Deus foi usado para dar nome à nova denominação.

Assim, o novo nome se tornou uma referência para as igrejas de perfil pentecostal. Pouco tempo depois no Brasil, Gunnar Vingren colocaria a proposta de um novo nome em pauta, e os irmãos da nascente igreja brasileira concordaram de mudar o nome de Missão da Fé apostólica, adotado em 19 de junho de 1911, pelos missionários para Assembleia de Deus. 

Este nome já era usado extra oficialmente, desde 1916.

Fontes de Pesquisa:
ALENCAR, Gedeon. Assembleias de Deus – Origem Implantação e Militância (1911-1946). Arte Editorial. São Paulo, 2010
SYNAN, Vinson. O Século do Espírito Santo. 100 anos de avivamento pentecostal e carismático. São Paulo, 2009
ARAUJO, Isabel de. Dicionário Movimento Pentecostal. CPAD. Rio de Janeiro, 2007

ARAUJO. Isael de. VINGREN, Frida - Biografia de Pioneiros das Ass. de Deus no Brasil. CPAD. Rio de Janeiro, 2014 / SANTOS, Roberto José do. Síntese Histórica Ass. De Deus em Abreu e Lima Pe. 80 Anos – 1908 - 2008

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