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sexta-feira, 19 de junho de 2015

Lição 12- A Morte de Jesus - 21.06.2015

Abordagem de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
2º. Trimestre / 2015
                                               Lucas 23.44-50 


Reflexão: Jesus não morreu como mártir ou herói, mas como o Salvador da humanidade.
Na sua caminhada rumo ao Gólgota, em seus últimos momentos, Jesus experimentou pelo menos quinze tipos de sofrimento:

Abandono, falsa acusação, angustia, agonia, desonra, desprezo, negação, ódio, perseguição, rejeição, tentação, traição, tristeza, vergonha, zombaria. Sendo que a angústia, a agonia, a tristeza e a traição, ele experimentou no horto do Getsemani.

Análise do sofrimento da agonia (Lc 22.44) – “E estando em agonia, orava mais intensamente, e aconteceu que o seu suor se transformou em gotas de sangue caindo sobre a terra”.

Essa é a única ocorrência do substantivo “agonia” no novo testamento. Ele é usado para expressar uma angustia de alma de um sofrimento indescritível, por ser único.

Nunca nenhum ser humano experimentou um sofrimento semelhante a esse do Getsemani. No contexto desse versículo, o Redentor fala da sua alma estando profundamente triste até a morte. Esse tumulto interior culminou na sua agonia. Essa agonia pode ser explicada pela combinação de vários sentimentos como tristeza e solidão.

Mas a causa última pode ser remontada quando ele começou a provar o cálice que lhe foi dado a beber.

Jesus sempre soube que havia de morrer em morte de cruz, e a revelação de sua morte não se deu no Getsemani; mas foi ali que ele chegou a suar gotas de sangue por causa da agonia que sofria.

O sentido do cálice mencionado ali no Jardim do Getsemani, não é fácil de entender porque nenhum de nós consegue apreender o que significa enfrentar a ira divina. O cálice do amargor de Deus estava para ser bebido pelo Redentor e isso lhe trazia uma grande agonia.

O pavor que sua frágil natureza tinha daquele pavoroso cálice, era muito mais terrível do que a fornalha ardente de Nabucodonosor. Ele estava próximo da fornalha da ira de Deus, na qual ele estava para ser lançado.

Foi isso que encheu a sua alma de tristeza. Nenhum filho de Deus jamais teve diante de si um cálice como esse que Jesus teve que beber. Por essa razão, Jesus com “forte clamor e lágrimas, orações e súplicas, foi ouvido quanto ao que temia” (Hb 5.7).

Orou ao Pai: “Pai, se for possível, passe de mim este cálice” (Lc 22.42). Mas o pai não lhe responderia positivamente, aquela era uma situação irreversível, por causa da determinação da divindade triúna desde a eternidade.

Em muitas outras ocasiões Deus disse sim a Jesus, mas não desta vez. A salvação deveria ser conquistada pela morte do Filho encarnado. Não havia outro caminho senão seguir para o Gólgota.

Jesus sabia que sua morte era parte do decreto divino, daí ele exclamar: “Não se faça a minha vontade, mas a tua”. Ali ele foi tratado como o pecador será tratado no dia do juízo de Deus que será sem misericórdia.

A vontade divina foi também a sua vontade, mesmo ele tendo consciência das terríveis consequências, da sua auto entrega. No Getsemani Jesus colheu os espinhos da dor e os tormentos do inferno.

O Getsemani, foi o lugar da traição, do aprisionamento, do abandono por parte dos discípulos, da profunda tristeza, do abandono por parte do Pai e da agonia.

Nenhum lugar deste mundo foi palco de tão grande sofrimento (Is 53.3). O sofrimento físico no Getsemani foi tal que Lucas relata que o seu suor se tornou em gotas de sangue.


O efeito físico de sua agonia se manifestou em seu corpo, como diz o evangelista Lucas: “E estando em agonia, orava mais intensamente, e aconteceu que o seu suor se transformou em gotas de sangue caindo sobre a terra” (Lc 22.44).

Ali no Getsemani, tamanha aflição trouxe o enfraquecimento das forças físicas de Jesus, a ponto de um anjo ter vindo conforta-lo (Lc 22.43).

O sofrimento físico era tal que o seu suor em grandes gotas de sangue corriam pelo chão. O que aconteceu com Jesus é um fenômeno incomum, embora possível. Na medicina, esse fenômeno pode ser chamado de “hematohydrosis” – em que os vasos capilares que alimentam as glândulas sudoríparas se rompem, causando-lhe o vazamento de sangue.

Isso ocorre sob condições de extrema tensão física ou emocional. Confirmando essa opinião em sua análise do sofrimento de Jesus acontecido no Getsemani, uma escritora diz: Sua pressão sanguínea começa a subir a ponto de o sangue em suas veias vazar para o exterior para se misturar com o suor salgado.

Esse sangue misturado com suor corre pelo seu corpo (esse é um fenômeno cientificamente possível, conhecido como “hematohydrosis”, que deixa a pele inflamada e fraca).

A agonia de Jesus Cristo, também foi o resultado de um conflito espiritual. Ele sabia desde o princípio que aquele sofrimento era uma imposição penal de Deus sobre ele, que tomava o lugar de pecadores.

Como substituto de pecadores, isso lhe causava grande agonia, e seu espírito ficou profundamente triste, que era o efeito da ira divina já começando a cair sobre ele.

No momento em que ele experimentou a separação do Pai, levando sobre si as angústias do inferno, essa era sua grande e talvez, mais torturante que a dor da crucificação.

A traição e prisão: O sofrimento da traição (Sl 41.9) – “Até o meu amigo íntimo, em quem eu confiava, que comia o meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar”.

 O Salmo 41 estabelece uma relação entre o que aconteceu com Aitofel e Davi, e com o que aconteceu entre Judas e Jesus Cristo. Davi foi traído por um seu conselheiro que elaborou o plano para tirá-lo do trono e colocar Absalão, seu filho, em seu lugar.

A traição de Aitofel é aplicada à traição de Judas. Assim como Aitofel fazia parte do círculo íntimo de Davi, pois era seu conselheiro, também Judas participava da intimidade de Jesus Cristo.

Judas foi admitido à privacidade da vida de Jesus, tendo ouvido seus conselhos, conhecido a vida particular e íntima do mestre de Israel. Os sofrimentos relacionais de Jesus culminaram com os chamados “domésticos da fé” como ainda acontece hoje na igreja cristã.

Esse sofrimento é muito desgastante, porque envolve pessoas do nosso relacionamento íntimo. Os inimigos externos não nos causam tanta dor como os inimigos de dentro de casa. A expressão “em quem eu confiava”, deve ser entendida como o desapontamento de Davi com Aitofel.

Essa frase não pode ser aplicada em relação a Jesus por duas razões: Primeiro: João 13.18 cita o Salmo 41.9 apenas a parte b, que fala “levantou contra mim o seu calcanhar”. Segundo, desde o princípio de seu ministério Jesus sabia quem seria o traidor.

Assim escreveu o evangelista João: “Contudo há descrentes entre vós”. Pois Jesus sabia desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair (Jo 6.64, 70,71; Lc 22.22).
Trama da traição – Mt 26.3-5;
Local da traição – Mt 26.57;
O preço pago – Mt 26.14-16; Lc 22.4-6;
Uma profecia – Zc 11.11-12;
O valor que Ele foi avaliado – Mt 27.9,10; Jo 18.4-9.

Crucificação e morte de Jesus – Como uma situação pode mudar em pouco tempo? No primeiro dia daquela semana, Jesus estava sendo aclamado Rei. Agora, cinco dias depois, todos os discípulos o abandonavam e fugiam.
As multidões de galileus foram embora apressada, enquanto a turba de judeus gritavam insistentemente: Fora com este, crucifica-o! Cristo entrara em Jerusalém num cortejo triunfal. Agora saia da cidade como um condenado, carregando uma cruz às costas.

O sofrimento da cruz – como a obra realizada por Jesus na cruz é de importância vital para todos os que assumiram como sua a morte dele. Temos a tendência de cercar a cruz de certo romantismo.

Fazemos dela uma joia; com ela enfeitamos nossos templos, e até cantamos que “sim, amamos a mensagem da cruz”. Contudo, nos dias de Jesus, tratava-se da mais vergonhosa, sinistra e pavorosa forma de execução de criminosos.

A morte por crucificação era lenta, dolorosa e altamente humilhante. São poucos os meios de execução – se é que existe algum – que pode ser considerado mais cruéis que uma crucificação.

Jesus já fora impiedosamente chicoteado com açoite romano feito de nove cordas. Fora atormentado, esbofeteado, cuspido, e por fim puseram-lhe na cabeça uma coroa de espinhos venenosos.

Depois, ele foi arrastado e empurrado pelas ruas de Jerusalém, obrigado a subir o Calvário, o lugar da Caveira. Ali os soldados o atiraram ao chão, abriram-lhe os braços, e fincaram os cravos romanos em seus punhos e tornozelos.

Em seguida, levantaram a cruz, e ele ficou suspenso entre o céu e a terra durante seis horas, três das quais, envolto em densas trevas. E tudo isso aconteceu porque ele insistia em afirmar que era o Filho de Deus.

Por ocasião de seu nascimento, uma estrela guiou os magos até onde ele se achava. (Mt 2.1-3,10 -12). Quando de sua morte, o sol, a maior estrela de nosso sistema, escondeu a sua face (Lc 23.44).

No seu nascimento, coros de anjos saudaram sua entrada no mundo (Lc 2.10-14). Em sua morte, o que se ouviu foi a zombaria daqueles que ali estavam (Lc 23.35-38).

Quando ele entrou em nosso mundo, recebeu presentes caríssimos (Mt 2.11). Quando saiu, até o único bem valioso que possuía – um manto sem costura – foi-lhe tirado para servir de prenda no jogo dos soldados (Jo 19.23,24).

Quando ele nasceu, príncipes “os magos” e profetas “Simeão e Ana” o aclamaram; ao passo que quando morreu, até mesmo o Pai virou-lhe o rosto (Mc 15.34).

Ao seu nascimento, toda natureza rejubilou-se com uma luz radiosa. Em sua morte, a criação foi envolta em escuridão (Mt 27.45) e gemeu com um terremoto (Mt 27.51). O sofrimento da cruz não se limitou a dor física, não. Foi bem mais que isso.

Naquele momento, ele levou sobre si os pecados de toda humanidade, pois “Aquele que não conheceu o pecado, ele o fez pecado por nós; para que nele fossemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21).

Não dá para imaginar o choque espiritual que ele sofreu quando, não conhecendo o pecado, tornou-se a personificação dele durante alguns instantes.

Ao levar sobre si os nossos pecados, Cristo tornou-se alvo da maldição da lei. Como diz o apóstolo Paulo, “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gl 3.13).

E foi sob essa maldição divina que Jesus experimentou, pela primeira vez a separação do Pai. Angustiado, clamou; “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46).

Nós, mortais, não enxergamos os fatos pela sua perspectiva certa, e por isso não conseguimos entender plenamente todo horror da cruz.

Mas os céus e a terra entenderam plenamente o que ocorria e reagiram de forma violenta à essa abusiva e humilhante distorção.

Mais a sua crucificação estava em perfeita harmonia com a vontade de Deus.


Fonte de Pesquisa
:
GONÇALVES, José – Comentarista da Revista do Mestre – EBD CPAD – 2 Trimestre 2015
CAMPOS, Heber Carlos de. A Humilhação do Redentor – Encarnação e Sofrimento. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2008.
MACARTHUR John. Uma Vida Perfeita. Edit. Vida melhor Editora. RJaneiro, 2014
CORNWALL Judson. Adoração como Jesus Ensinou. Editora Betânia. MGerais, 1995
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
Bílbia de Estudo Macarthur – SBB

LUTZER, Erwin. Os Brados da Cruz. Editora Vida. SPaulo, 2001

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