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segunda-feira, 8 de junho de 2015

AULA 1 DO CURSO DE BACHARELADO DA ETEADALPE - HISTÓRIA DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS

Monitor: Pr. João Barbosa - Capelão
ELADALPE - CAIXA DÁGUA.I - COMADALPE
Os primeiros dias do Avivamento
Dinâmica:  Tempestade de Ideias – “AVIVAMENTO” – (Debate)
 I-1 . O Século do Espírito Santo: 1901 a 2000 – No ano 2001 completou cem anos do mais importante movimento religioso do século XX. Para os cristãos, a virada do milênio é uma data especial por assinalar os dois mil anos de história cristã. Já para milhões de cristãos pentecostais e carismáticos, em 2001 completou cem anos de avivamento espiritual, o mais importante movimento religioso do século XX.
2. Como começou o Avivamento O avivamento começou com um pequeno grupo de estudantes em Topeka, no Kansas, no primeiro dia do ano de 1901 e hoje, cristãos do mundo inteiro já experimentaram a restauração dos dons do Espírito Santo, a qual faz parecer insignificante qualquer fenômeno presenciado desde os dias da igreja primitiva.
Esse movimento, que agora constitui a maior família cristã da face da terra (depois da Igreja católica Romana), marca presença em quase todas as nações do mundo. No final do século XX, mais de 500 milhões de pessoas faziam parte desse avivamento, que segue em crescimento acelerado século XXI a dentro.
3. Diferença entre Pentecostais e Carismáticos Existe uma grande diferença entre “pentecostais” e “carismáticos”. Os “pentecostais” constituem o povo que concebeu e popularizou a doutrina da evidência inicial do falar em línguas no Batismo no Espírito Santo.
No início do século XX, foram expulsos das denominações dominantes e obrigados a implantar suas próprias igrejas. Alguns estudiosos denominam esse grupo “pentecostais clássicos”.
O termo “carismático” foi usado pela primeira vez em 1963 para designar os “neopentecostais” – membros das igrejas católica romana e protestante que falavam em línguas, mas não consideravam essa prática uma evidência obrigatória da experiência pentecostal.
4. O termo Pentecostal – O Pentecostalismo é um movimento de renovação dentro do cristianismo, que coloca ênfase especial em uma experiência direta e pessoal de Deus através do Batismo no Espírito Santo.
O termo “Pentecostal” é derivado de Pentecostes, um termo grego que descreve a festa judaica das semanas. Para os cristãos este evento comemora a descida do Espírito Santo sobre os seguidores de Jesus Cristo, conforme descrito no Livro de Atos 2.
Pentecostais tendem a ver que seu movimento reflete o mesmo tipo de poder espiritual, estilo de adoração e ensinamentos que foram encontrados na igreja primitiva. Por este motivo, alguns pentecostais também usam o termo Apostólica ou Evangelho Pleno para descrever seu movimento.
Os pentecostais são a maior corrente dentro do protestantismo, creem no batismo no Espírito Santo, cujo sinal é falar em línguas estranhas, para o falante, a glossolalia, At 2.5-13. A maior denominação e grupo de igrejas da América Latina, incluindo o Brasil é as Assembleias de Deus, reunidas em Convenções e Ministérios.

5. As origens do Pentecostalismo – A história dos Pentecostais, no sentido moderno da palavra, tem seu ponto de partida na escola bíblica de Parham, em Topeka, Kansas EUA, em 1901. A despeito da controvérsia sobre as origens e a época exata em que Parham começou a dar ênfase ao dom de línguas, todos os historiadores concordam que o movimento começou no início de 1901, quando o mundo adentrava o século XX.
Em consequência do Pentecoste que eclodia em Topeka, Parham formulou a doutrina de que as línguas eram a “evidência bíblica” do batismo no Espírito Santo.
O Pentecostalismo, no entanto, não chamou a atenção do mundo até 1906.  Isso aconteceu com o avivamento da Rua Azuza, em Los Angeles, liderado pelo pastor William Joseph Seymour.
Ele tomou conhecimento do batismo no Espírito Santo com línguas em 1905, numa das escolas bíblicas de Parham. Em 1906, Seymour foi convidado a pastorear uma igreja holiness negra em Los Angeles. As famosas reuniões da Rua Azuza começaram em abril de 1906, no antigo prédio da Igreja Episcopal Metodista Africana, situada na Rua Azuza, 312, no centro de Los Angeles.
6. O avivamento nos Estados Unidos – O avivamento dos EUA foi importante, mas o país que mais avançou com as ADs foi o Brasil, são 3 grandes convenções a CGADB, a CONAMAD e a CIAD. A igreja mãe das Assembleias de Deus comemorou 100 anos das ADs em 18 de junho de 2011.
A Quadrangular (IEQ), outra grande pentecostal chegou ao Brasil em 1950. A IIGD, de R.R, Soares, nasceu no Brasil, assim como a IMPD de Ap. Valdemiro Santiago, que são mais novas de fundação. Existem também Batistas Pentecostais, os chamados batistas renovados, algumas igrejas reunidas na Convenção Nacional dos Batistas.

II.1 – O chamado missionário dos pioneiros: O
avivamento americano (
William J. Seymour) Na virada do século XX, ondas de avivamento estavam acontecendo em várias partes do mundo, com destaque para os Estados Unidos, onde Charles Fox Parham começou a pregar sobre os dons do Espírito.
Em 1°. de janeiro de 1901, Agnes N. Ozman, uma jovem de 18 anos, aluna da Escola Bíblica em Topeka, no Kansas, fundada por Charles Fox Parham, ex-pastor metodista e professor da Igreja Holiness, experimentou uma impressionante manifestação do dom de línguas, o batismo com o Espírito Santo tornou-se a primeira pentecostal do século XX. Nos dias seguintes, outros alunos e o próprio Parham receberiam a promessa, com a evidência do falar em outras línguas.
Foi através do ministério de William J. Seymour, um dos alunos de Parham, que o Movimento Pentecostal moderno ganhou força. Em 1906, Seymour alugou um prédio mal conservado na Rua Azusa, nº 312, em Los Angeles. Ali, fundou uma igreja da Missão da Fé Apostólica, nome dado desde 1901, a todas as igrejas que criam no batismo com o Espírito Santo com a evidência do falar em línguas.
Em Azusa, William H. Durham (1863-1912) foi batizado com o Espírito Santo, e sua igreja, em Chicago, tornou-se um centro irradiador do pentecostes para o mundo. Vários pioneiros do avivamento mundial foram influenciados pelo derramar do Espírito Santo em igrejas de Chicago.
Entre eles, Gunnar Vingren e Daniel Berg. Historicamente, a fundação da Assembleia de Deus brasileira está ligada ao avivamento americano como um todo e, posteriormente, à cooperação da igreja sueca.

2. O Movimento da Rua Azuza – Os acontecimentos relacionados os avivamento da Rua Azuza, fascinaram os historiadores durante décadas, e até hoje não foram plenamente entendidos e explicados. A Missão da Fé Apostólica da Rua Azuza realizava três cultos por dia, sete dias por semana, durante três anos e meio. Milhares de pessoas recebiam o batismo no Espírito Santo com a evidência inicial do falar em línguas.

O periódico Apostolic Faith (Fé Apostólica), que Seymour enviava gratuitamente a cerca de 50 mil leitores, divulgava a mensagem do avivamento. Da Rua Azuza, o pentecostalismo espalhou-se com rapidez pelo mundo e cresceu a ponto de se tornar a maior foça da cristandade.

William Joseph Seymour liderou o movimento da Rua Azuza em 1906, o qual espalhou o pentecostalismo por todo o mundo. Os cultos da Rua Azuza notabilizaram-se também pela harmonia inter-racial.

O movimento da Rua Azuza parece ter sido uma fusão da religião branca holiness com os estilos de adoração da tradição cristã negra dos Estados Unidos, que se iniciou nos tempos da escravidão no Sul. O louvor e a adoração expressivos da Rua Azuza, caracterizados por danças e clamores, eram comuns tanto entre os brancos palacianos quanto entre os sulistas negros.
A mistura de línguas e outros dons carismáticos, música de brancos e negros e variados estilos de adoração deu origem a uma forma local de pentecostalismo. Essa nova expressão de vida cristã provou-se extremamente atrativa para as pessoas discriminadas nos estados Unidos e em outras nações.
A posição inter-racial da Rua Azuza era uma admirável exceção ao racismo e à segregação da época. O fenômeno que reunia brancos e negros para a adoração sob a liderança de um pastor negro parecia inacreditável para quem estava de fora.
O avivamento na Rua Azusa foi o primeiro avivamento pentecostal a receber atenção significativa, e muitas pessoas de todo o mundo tornaram-se atraídas por ele. A imprensa de Los Angeles deu muita atenção ao avivamento de Seymour, o que ajudou a alimentar o seu crescimento. 
Um número de novos grupos menores iniciou-se, inspirado nos acontecimentos deste avivamento. Os visitantes internacionais e missionários pentecostais acabariam por trazer estes ensinamentos para outras nações, de modo que praticamente todas as denominações pentecostais clássicas hoje traçam suas raízes históricas no avivamento da Rua Azusa.
Logo cedo os pentecostais foram incentivados por seu entendimento de que todo o povo de Deus poderia profetizar nos últimos dias antes da segunda vinda de Cristo. Eles olharam para as passagens bíblicas sobre o Pentecostes no segundo capítulo de Atos, em que Pedro citou a profecia contida em Joel 2.18: "E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, e os vossos jovens terão visões." (ARC).

Assim, quando a experiência de falar em línguas espalhou-se entre os homens e mulheres da Rua Azusa, um sentido de urgência tomou conta, quando eles começaram a olhar para a Segunda Vinda de Cristo. No início os pentecostais se viam como peregrinos na sociedade, dedicando-se exclusivamente a preparar o caminho para a volta de Cristo.

III.1 – O encontro de Berg e Vingren e a vocação para o campo missionário – Enquanto o Movimento Pentecostal se propagava por toda a Europa, dois jovens despediam-se de seus familiares, na Suécia, e viajavam para os Estados Unidos, a exemplo de outros, em virtude da crise econômica que se manifestara naquela nação.

A vida, o encontro desses dois jovens e sua posterior chamada são episódios que comovem, inspiram e estimulam a todos quantos deles tomam conhecimento.
Em 1909, Gunnar Vingren e Daniel Berg encontraram-se na cidade de Chicago, por ocasião de uma conferência. Conversaram longamente sobre a convicção que tinham de que, em futuro próximo, seriam missionários onde quer que o Senhor Jesus os mandasse.

Quanto mais conversavam, mais convictos ficavam. Ambos passaram a estudar as Escrituras. Seus ideais, quanto ao futuro, eram idênticos. A chamada divina foi confirmada mais tarde, quando se reuniam para orar nesse sentido, não uma vez, mas três dias seguidos. Tratava-se de uma chamada de fé, e só a fé podia conduzi-los à vitória. Eles não tinham qualquer promessa de auxílio logístico, quer de igrejas, quer de particulares, mas tinham o coração cheio de confiança em Deus, e isso lhes dava mais segurança do que qualquer promessa humana que acaso lhes fosse feita.

Certo dia, o senhor Adolfo Uldin, que havia conhecido Vingren e Berg, revelou-lhes um sonho durante o qual vira, nitidamente diante de si, o nome Pará, nome de uma cidade em qualquer lugar. Logo Vingren e Berg reconheceram que era a resposta de Deus às suas orações, pois há muito estavam orando para receberem a direção divina.

Interessados, procuraram a biblioteca da cidade para descobrirem onde estaria localizado o nome Pará. Nenhum deles ouvira esse nome antes. Depois que se certificaram que o local fica ao Norte do Brasil, não sabiam mais o que fazer. No mapa-mundi, o Pará ficava tão longe de onde estavam que julgaram não ser essa a direção divina.

A melhor forma para conhecer a vontade do Senhor Jesus foi orar: não fizeram outra coisa durante uma semana, dia e noite. Finalmente, Deus lhes confirmou que deveriam dirigir-se ao estado do Pará. Certos da chamada divina, levaram o fato ao conhecimento do pastor e de alguns membros da igreja. Estes não se mostraram muito entusiasmados, mencionando dificuldades de clima e não lhes garantindo o sustento; ninguém se prontificou para comprar Bíblias e Novos Testamentos.

2. Rumo ao Brasil – Quando Daniel Berg se despediu da casa onde trabalhava, seu patrão, além de dizer-se que podia pregar o Evangelho em Chicago, ofereceu-lhe uma bolacha e uma banana. Segundo uma antiga crença americana, essa oferta significava que jamais faltaria alimentos para quem a recebesse, o que serviu de conforto para os dois missionários.

Gunnar Vingren e Daniel Berg despediram-se da igreja em Chicago, pois a ordem divina era marchar para onde lhes fora mostrado. A igreja levantou uma coleta para auxiliar os missionários que partiam; a quantia que lhes fora entregue dava exatamente para a passagem até à cidade de Nova Iorque.

Não sabiam como conseguiriam dinheiro para adquirir passagem de Nova Iorque ao Pará. Esse pensamento, parece, não os preocupava, pois eles não se detiveram à espera de recursos. A primeira etapa da viagem foi iniciada com oração, na estação da Estrada de Ferro. Antes de embarcarem para Nova Iorque, ante os olhares da multidão, ajoelharam-se, deram graças a Deus, e pediram direção para a jornada e partiram para uma terra que não conheciam.

Chegaram à grande metrópole, Nova Iorque, sem conhecerem ninguém, e sem dinheiro para continuar a viagem. Naquela cidade tudo era grande, majestoso e impressionante. O movimento das grandes avenidas e dos subterrâneos; os edifícios imponentes e mais altos do que quaisquer outros pareciam alheios á missão dos dois viajores.

As multidões apressadas, e as grandes lojas poderiam causar admiração aos dois provincianos recém-chegados, porém não lhes ofuscava a visão da grandeza da missão de que foram incumbidos. Nessa cidade, procuraram, nas principais companhias, um navio que viesse ao Brasil, mas nenhum deles constava nas listas de saída.

Continuaram buscando e descobriram um navio de terceira classe, que estivera nos estaleiros para reparos e por isso não fora incluído nas listas, tendo sua saída marcada para o dia 5 de novembro, com destino ao Brasil.

Não sabemos o que pensavam os dois forasteiros ao contemplarem o esplendor da babel moderna, na expectativa de uma viagem que lhes custaria 90 dólares, e sem terem em mãos essa importância. Supomos que eles, entre aquele vai-e-vem da multidão, oravam ao senhor que os protegesse e guiasse.

3. Providência Divina – Caminhavam os nossos pioneiros por uma das ruas de Nova Iorque, quando encontraram um negociante que conhecia apenas Gunnar Vingren. Na noite anterior, enquanto estava em oração, o negociante sentiu que devia enviar certa importância a Vingren. Pela manhã, colocou a referida importância em um envelope, para mandá-lo pelo correio, mas logo a seguir encontrou-se com os dois enviados do Senhor Jesus; contou-lhes o que Deus lhe fizera sentir, isto é, que mandara entregar aquela quantia ao jovem Vingren, e entregou-lhe o envelope.

Quando Gunnar Vingren abriu o envelope, quase não podia acreditar; nele havia 90 dólares, exatamente o custo da viagem até ao Pará. 
Aquela oferta de 90 dólares tinha grande significado, não só porque era suficiente para a passagem, mas, também, porque confirmava, mais uma vez, que os novos missionários estavam na vontade de Deus. Não estavam eles empenhados em uma obra de fé? A fé tinha que ser provada, para ter valor. Deus enviou-lhes 90 dólares, nem mais menos do que o necessário, mas o suficiente.

4. A caminhada a bordo do navio – No dia 5 de novembro de 1910, a bordo do navio Clement, os missionários da fé deixavam a frígida cidade de Nova Iorque, com destino à cálida cidade de Belém, Pará. A missão dos pioneiros se iniciou a bordo, entre tripulantes e passageiros; eles distribuíram folhetos e evangelhos; falaram a Palavra de Deus e testificaram a todos.

Claro está que nem todos aceitaram a mensagem, porém eles tiveram o privilégio de ver um dos tripulantes aceitar a fé pentecostal, o qual mais tarde foi batizado nas águas e com eles, por muito tempo, manteve correspondência. Era o primeiro fruto de sua missão, era mais uma prova de que o Senhor Jesus estava com eles.

5. Finalmente no Brasil – No dia 19 de novembro de 1910, em um dia de sol causticante dos trópicos, os dois missionários desembarcaram na cidade de Belém. Não possuíam eles amigos ou conhecidos nessa cidade; não traziam endereço de alguém que os encaminhasse; vinham, unicamente, encomendados à graça de Deus, de quem esperavam a proteção.

Carregando as malas que traziam, enveredaram por uma rua. Ao alcançarem uma Praça, sentaram-se em um banco para descansar, e ali mesmo fizeram a primeira oração em terras brasileiras; oraram por um povo que lhes era desconhecido, ao qual amavam, e pelo qual estavam dispostos a sacrificar-se.

Não foi fácil imaginar-se quais foram as primeiras impressões dos jovens missionários naquela tarde em uma praça de Belém, sentindo o sol a aquecer-lhe as roupas grossas e pesadas que usavam nos países frios. Naquela época, a cidade de Belém não possuía atrações; demais a mais fora invadida por multidões de leprosos vindos até as nações limítrofes com o Amazonas e Territórios, atraídos pela notícia da descoberta de uma erva que, diziam, curava a lepra.

A pobreza do povo também contrastava com o padrão de vida da outra América; tudo isso, quiçá muito mais, não se deixaram vencer pelo desânimo os recém-chegados, porém eles vieram por ordem divina, de forma que nada os amedrontaria ou faria recuar.

6. Os primeiros contatos – Por insistência de alguns passageiros com os quais viajaram, os missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg hospedaram-se em modesto hotel, cuja diária completa era de oito mil réis. Em uma das mesas do hotel Gunnar Vingren encontrou um jornal que tinha o endereço do pastor metodista Justus Nelson.

No dia seguinte, foram procurá-lo e contaram-lhe o que Deus fizera com eles. Sendo que tanto Daniel Berg como Gunnar Vingren até àquele momento estavam ligados à igreja batista na América, Justus Nelson acompanhou-os à igreja Batista, em Belém, e apresentou-os ao responsável pelo trabalho, Raimundo Nobre. Os missionários passaram a morar no porão da igreja.

Alguns dias depois, Adriano Nobre, que pertencia à igreja presbiteriana e morava nas ilhas, foi a Belém e visitou seu primo Raimundo Nobre, na igreja batista. O encarregado da igreja batista apresentou os missionários à Adriano Nobre, que falava inglês, e ficou interessado em ajudar os novos missionários. Adriano convidou-os, então, a passarem alguns meses nas ilhas. Certo dia, foi uma surpresa para os moradores do rio Tajapuru a chegada dos missionários em companhia de Adriano Nobre, que tinha propriedades no local. O local em que se hospedaram chamava-se Boca do Ipixuna.

É de supor que os missionários ficassem surpresos com a mudança para as selvas. Os missionários foram morar no mesmo quarto em que morava Adrião Nobre, irmão de Adriano, que naquele tempo ainda não era crente. Adrião, mais tarde, converteu-se e contou que ficara impressionado com a vida de oração dos jovens missionários; a qualquer hora da noite que despertasse, lá estavam os jovens orando, a sós com Deus, em voz baixa, para não incomodar os que dormiam.

7. Expulsão da Igreja Batista – Acolhidos pelos pastores batistas, os dois missionários suecos dirigiam cultos e pregavam na igreja pastoreada por Raimundo Nobre, não fazendo reservas quanto a doutrina pentecostal que haviam aceitado nos Estados Unidos.

Logo surgiram os conflitos doutrinários, precisamente acerca do batismo no Espírito Santo, enfatizando o falar em outras línguas (glossolalia). Por esse motivo no dia 13 de junho de 1911, numa reunião realizada no local onde os dois suecos moravam (o porão da igreja) Raimundo Nobre, pastor da igreja que os recebera e hospedara, expulsou da igreja os dois missionários e com eles os 18 membros que aderiram a doutrina pentecostal.

IV.1 – Fundação da Assembleia de Deus – A partir do momento em que foram expulsos da Igreja Batista, marcaram uma reunião para o dia 18 de junho de 1911 na Rua Siqueira Mendes, nº. 1A, parte velha da cidade, na residência da irmã Celina Albuquerque, para o início da Missão da Fé Apostólica, fundada em 18 de junho de 1911, que mais tarde em 11 de janeiro de 1918, foi registrada oficialmente com o nome de Assembleia de Deus, cujo já era usado desde 1916.

Muitos estavam curiosos para conhecerem a nova doutrina. Houve rejeição por parte de alguns, mas muitos abraçaram a doutrina porque viam nas páginas da Bíblia a confirmação do que era pregado e ensinado pelos missionários estrangeiros.

Aquele pequeno grupo lançou os alicerces da obra pentecostal que irradiou-se a todas as regiões do Brasil. Sem dúvida, o Espírito Santo vivificava os testemunhos e as mensagens, e convencia os não-crentes; era Deus confirmando a obra.

O pequeno rebanho, sem saber, lançou os alicerces do gigantesco Movimento que hoje se estende de Norte a Sul e de Leste a Oeste do Brasil. Em tudo isso se pode notar a mão de Deus operando através de homens humildes.

A novel igreja agora tinha os movimentos livres para evangelizar a cidade; Podiam eles, assim, pregar a experiência pentecostal e a volta de Jesus. Estavam todos movidos pelo poder de Deus.
2. Repercussão – Repercutiram, profundamente, entre as várias denominações evangélicas, os acontecimentos que culminaram com a fundação da Assembleia de Deus. Entretanto, o que mais fortemente impressionava foi a atividade e o zelo dos membros da igreja recém fundada.

No ano de 1911, a história repetiu-se na cidade de Belém, quando alguns ingênuos se dispuseram a combater o pujante Movimento que despontava. Para esse fim, não se olhavam os meios: a calúnia, a intriga, a dilação, tudo era usado contra a Igreja que iniciava suas atividades. Levaram aos jornais a denúncia de que os pentecostais eram uma seita perigosa e que praticavam o exorcismo, enfim, alarmaram a população.

3. Registro da Igreja – Em 11 de janeiro de 1918 Gunnar Vingren registrou o estatuto da igreja no Cartório de Registros de Títulos e Documentos do 1º. Ofício em Belém no Livro A, nº. 2 de Registro Civil de Pessoas Jurídicas e outros Papéis, nº. de Ordem 131.448, sob o nome “Estatuto da Sociedade Evangélica Assembleia de Deus”, nº. de ordem 21.320, do protocolo nº. 2, publicado no Diário Oficial do estado do Pará sob o número 766.524. Com esse registro a igreja começou a existir legalmente como pessoa jurídica adequando-se aos artigos 16 e 18 do 1º. Código Civil Brasileiro que tinha entrado em vigor em 1º. de janeiro de 1917.

4. Como surgiu o nome Assembleia de Deus – O nome Assembleia de Deus foi idealizado em 1912, pelo Pr. Thomas King Leonard, que o dera à sua pequena igreja pentecostal em Findlay, no estado de Ohio. Dois anos depois o Pr. Leonard se uniu as demais igrejas de fé pentecostal e em 02 de abril de 1914, por meio de um Concílio, o nome Assembleia de Deus foi usado para dar nome à nova denominação.

Assim, o novo nome se tornou uma referência para as igrejas de perfil pentecostal. Pouco tempo depois no Brasil, Gunnar Vingren colocaria a proposta de um novo nome em pauta, e os irmãos da nascente igreja brasileira concordaram de mudar o nome de Missão da Fé apostólica, adotado em 19 de junho de 1911, pelos missionários para Assembleia de Deus. Este nome já era usado extra oficialmente, desde 1916.

Fontes de Pesquisa:
ALENCAR, Gedeon. Assembleias de Deus – Origem Implantação e Militância (1911-1946). Arte Editorial. São Paulo, 2010
SYNAN, Vinson. O Século do Espírito Santo. 100 anos de avivamento pentecostal e carismático. São Paulo, 2009
ARAUJO, Isabel de. Dicionário Movimento Pentecostal. CPAD. Rio de Janeiro, 2007
ARAUJO. Isael de. VINGREN, Frida - Biografia de Pioneiros das Ass. de Deus no Brasil. CPAD. Rio de Janeiro, 2014 / SANTOS, Roberto José do. Síntese Histórica Ass. De Deus em Abreu e Lima Pe. 80 Anos – 1908 – 2008

ALENCAR, Gedeon. Assembléias de Deus – Origem, implantação e Militância (1911-1946). Art Editorial São Paulo, 2010

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