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segunda-feira, 1 de junho de 2015

O ENCONTRO DE BERG E VINGREN E A VOCAÇÃO PARA O CAMPO MISSIONÁRIO.3

ETEADALPE – CURSO DE BACHARELADO – HISTÓRIA DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS.1
Monitor: Pr. João Barbosa - Capelão

 Enquanto o Movimento Pentecostal se propagava por toda a Europa, dois jovens despediam-se de seus familiares, na Suécia, e viajavam para os Estados Unidos, a exemplo de outros, em virtude da crise econômica que se manifestara naquela nação.

A vida, o encontro desses dois jovens e sua posterior chamada são episódios que comovem, inspiram e estimulam a todos quantos deles tomam conhecimento.

Em 1909, Gunnar Vingren e Daniel Berg encontraram-se na cidade de Chicago, por ocasião de uma conferência. Conversaram longamente sobre a convicção que tinham de que, em futuro próximo, seriam missionários onde quer que o Senhor Jesus os mandasse.

Quanto mais conversavam, mais convictos ficavam. Ambos passaram a estudar as Escrituras. Seus ideais, quanto ao futuro, eram idênticos. 

A chamada divina foi confirmada mais tarde, quando se reuniam para orar nesse sentido, não uma vez, mas três dias seguidos. Tratava-se de uma chamada de fé, e só a fé podia conduzi-los à vitória. 

Eles não tinham qualquer promessa de auxílio logístico, quer de igrejas, quer de particulares, mas tinham o coração cheio de confiança em Deus, e isso lhes dava mais segurança do que qualquer promessa humana que acaso lhes fosse feita.

Certo dia, o senhor Adolfo Uldin, que havia conhecido Vingren e Berg, revelou-lhes um sonho durante o qual vira, nitidamente diante de si, o nome Pará, nome de uma cidade em qualquer lugar. Logo Vingren e Berg reconheceram que era a resposta de Deus às suas orações, pois há muito estavam orando para receberem a direção divina.

Interessados, procuraram a biblioteca da cidade para descobrirem onde estaria localizado o nome Pará. Nenhum deles ouvira esse nome antes. 

Depois que se certificaram que o local fica ao Norte do Brasil, não sabiam mais o que fazer. No mapa-mundi, o Pará ficava tão longe de onde estavam que julgaram não ser essa a direção divina.

A melhor forma para conhecer a vontade do Senhor Jesus foi orar: não fizeram outra coisa durante uma semana, dia e noite. Finalmente, Deus lhes confirmou que deveriam dirigir-se ao estado do Pará. Certos da chamada divina, levaram o fato ao conhecimento do pastor e de alguns membros da igreja. 

Estes não se mostraram muito entusiasmados, mencionando dificuldades de clima e não lhes garantindo o sustento; ninguém se prontificou para comprar Bíblias e Novos Testamentos.
1. RUMO AO BRASIL – Quando Daniel Berg se despediu da casa onde trabalhava, seu patrão, além de dizer-se que podia pregar o Evangelho em Chicago, ofereceu-lhe uma bolacha e uma banana. 

Segundo uma antiga crença americana, essa oferta significava que jamais faltaria alimentos para quem a recebesse, o que serviu de conforto para os dois missionários.

Gunnar Vingren e Daniel Berg despediram-se da igreja em Chicago, pois a ordem divina era marchar para onde lhes fora mostrado. A igreja levantou uma coleta para auxiliar os missionários que partiam; a quantia que lhes fora entregue dava exatamente para a passagem até à cidade de Nova Iorque.

Não sabiam como conseguiriam dinheiro para adquirir passagem de Nova Iorque ao Pará. Esse pensamento, parece, não os preocupava, pois eles não se detiveram à espera de recursos. 

A primeira etapa da viagem foi iniciada com oração, na estação da Estrada de Ferro. Antes de embarcarem para Nova Iorque, ante os olhares da multidão, ajoelharam-se, deram graças a Deus, e pediram direção para a jornada e partiram para uma terra que não conheciam.

Chegaram à grande metrópole, Nova Iorque, sem conhecerem ninguém, e sem dinheiro para continuar a viagem. Naquela cidade tudo era grande, majestoso e impressionante. O movimento das grandes avenidas e dos subterrâneos; os edifícios imponentes e mais altos do que quaisquer outros pareciam alheios á missão dos dois viajores.

As multidões apressadas, e as grandes lojas poderiam causar admiração aos dois provincianos recém-chegados, porém não lhes ofuscava a visão da grandeza da missão de que foram incumbidos. Nessa cidade, procuraram, nas principais companhias, um navio que viesse ao Brasil, mas nenhum deles constava nas listas de saída.

Continuaram buscando e descobriram um navio de terceira classe, que estivera nos estaleiros para reparos e por isso não fora incluído nas listas, tendo sua saída marcada para o dia 5 de novembro, com destino ao Brasil.

Não sabemos o que pensavam os dois forasteiros ao contemplarem o esplendor da babel moderna, na expectativa de uma viagem que lhes custaria 90 dólares, e sem terem em mãos essa importância. Supomos que eles, entre aquele vai-e-vem da multidão, oravam ao Senhor que os protegesse e guiasse.

2. PROVIDÊNCIA DIVINA – Caminhavam os nossos pioneiros por uma das ruas de Nova Iorque, quando encontraram um negociante que conhecia apenas Gunnar Vingren. Na noite anterior, enquanto estava em oração, o negociante sentiu que devia enviar certa importância a Vingren. 

Pela manhã, colocou a referida importância em um envelope, para mandá-lo pelo correio, mas logo a seguir encontrou-se com os dois enviados do Senhor Jesus; contou-lhes o que Deus lhe fizera sentir, isto é, que mandara entregar aquela quantia ao jovem Vingren, e entregou-lhe o envelope.

Quando Gunnar Vingren abriu o envelope, quase não podia acreditar; nele havia 90 dólares, exatamente o custo da viagem até ao Pará. 

Aquela oferta de 90 dólares tinha grande significado, não só porque era suficiente para a passagem, mas, também, porque confirmava, mais uma vez, que os novos missionários estavam na vontade de Deus. Não estavam eles empenhados em uma obra de fé? A fé tinha que ser provada, para ter valor. Deus enviou-lhes 90 dólares, nem mais menos do que o necessário, mas o suficiente.

3. A CAMINHADA A BORDO DO NAVIO – No dia 5 de novembro de 1910, a bordo do navio Clement, os missionários da fé deixavam a frígida cidade de Nova Iorque, com destino à cálida cidade de Belém, Pará. 

A missão dos pioneiros se iniciou a bordo, entre tripulantes e passageiros; eles distribuíram folhetos e evangelhos; falaram a Palavra de Deus e testificaram a todos.

Claro está que nem todos aceitaram a mensagem, porém eles tiveram o privilégio de ver um dos tripulantes aceitar a fé pentecostal, o qual mais tarde foi batizado nas águas e com eles, por muito tempo, manteve correspondência. Era o primeiro fruto de sua missão, era 


Fontes de Pesquisa:
ALENCAR, Gedeon. Assembleias de Deus – Origem Implantação e Militância (1911-1946). Arte Editorial. São Paulo, 2010
SYNAN, Vinson. O Século do Espírito Santo. 100 anos de avivamento pentecostal e carismático. São Paulo, 2009
ARAUJO, Isabel de. Dicionário Movimento Pentecostal. CPAD. Rio de Janeiro, 2007
ARAUJO. Isael de. VINGREN, Frida - Biografia de Pioneiros das Ass. de Deus no Brasil. CPAD. Rio de Janeiro, 2014 / SANTOS, Roberto José do. Síntese Histórica Ass. De Deus em Abreu e Lima Pe. 80 Anos – 1908 - 2008

Um comentário:

  1. Excelentes postagens, meu amigo. Que Deus continue abençoando sua vida. Lembranças e um forte e afetuoso abraço. Em Cristo, Ev Carlos Junior.

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