João 16.20, 21, 25-33
Assessoria literária redacional e
pedagógica da Mssª. Laudicéa Barboza da Silva
laudiceabarboza@hotmail.com
– http://nasendadacruz.blogspot.com Visite-nos e confira nossas produções
bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas
- Descrever as aflições do
tempo presente.
- Responder
“por
que o crente sofre?”
- Conscientizar-se
de
que podemos crescer e desfrutar da paz do Senhor no sofrimento.
Esboço:
Conforme ensinou Jesus em Jo 16.33, “as aflições do tempo
presente” são uma realidade inevitável até mesmo na vida do crente mais fiel.
De maneiras diversas elas se apresentam na vida humana, podendo
ser de ordem natural, econômica e física, sobrevindo de igual modo tanto na
vida do ímpio quanto na vida dos servos de Deus.
Os veículos de informação diariamente estão a colocar às nossas
vistas a realidade do tempo presente manifesta através de crises econômicas e
sociais não poupando sequer a instituição familiar; tragédias naturais,
estruturais, físicas e até mesmo de ordem moral, social e espiritual.
Sendo tudo isto um legado da “Queda humana”, o que tornou o
sofrimento como algo comum a todos os homens, ímpios ou justos.
Deus fez o homem perfeito, mas a transgressão de Adão e Eva trouxe
a tristeza, a dor e a morte (Gn 3.16-19; Rm 5.12), tornando assim, todos,
sujeitos ao sofrimento (Rm 2.12; 8.22).
A humanidade acha-se em permanente rebelião contra Deus (Rm 3.23).
Dentro
desse contexto de mundo o cristão está envolvido num combate espiritual com o
mal.
Esse
combate é descrito como o combate da fé (2Co 10.4; 1Tm 1.18,19; 6.12), que
continua até o crente galgar a vida do porvir (2Tm 4.7,8).
A
vitória do crente foi obtida pelo próprio Cristo, mediante a sua morte na cruz.
Jesus
travou uma batalha triunfante contra Satanás, desarmou as potências e
potestades malignas (Cl 2.15; Mt 12.28,29; Lc 10.18; Jo 12.31), levou os
cativos com Ele (Ef 4.8) e redimiu o crente do domínio do maligno (Ef 1.7; At
26.18; Rm 3.24; Cl 1.13,14).
Da mesma forma como Ele padeceu, porém triunfou, nós também
poderemos vencer todas as batalhas.
A Bíblia mostra perfeitamente o processo de corrupção humana e o
envolvimento do homem em violências, guerras, vícios, prostituições, e todo
tipo de degeneração conforme observa-se nesses tempos modernos onde os valores
morais já se confundem e onde o certo e o errado são ambos medidos e pesados
pela sociedade em uma mesma escala conforme relata Is 6.5.
– “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade
luz, e da luz escuridade, e fazem do amargo doce e do doce amargo!”
Inúmeras são as distorções sociais e o descaso dos governantes que
agrava a situação da população de baixa renda levando-os a viver abaixo da linha
da pobreza, quando todos poderiam viver com qualidade.
Tais negligências ou desmandos afligem quase que de forma geral a
sociedade na esteira do nosso século atual.
Visivelmente vê-se o cumprimento de Rm 8.22 – “Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de
parto até agora”.
Eis então um dos motivos do sofrimento do crente.
Por viverem num mundo pecaminoso que entristece o seu espírito,
continuam experimentando a imperfeição, a dor e a tristeza.
Os gemidos do crente expressam a sua profunda tristeza sentida
ante essas circunstâncias (2Co 5.2-4).
Por que o crente sofre é o grande questionamento que deixa
incautos inquietos por falta de conhecimento da Palavra de Deus.
A Bíblia apresenta com propriedade tais motivos, razão pela qual
utilizamo-nos do Estudo Bíblico Doutrinário – “O Sofrimento dos Justos” trazido
pela Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD, em apreciação, com algumas
considerações em torno do explícito, através de comentários bíblicos
expositivos:
Texto Base: “Então, saiu Satanás da presença do Senhor e feriu a Jó
de uma chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. E Jó tomando
um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, assentou-se no meio da
cinza” (Jó
2.7,8)
No
Estudo Bíblico em apreciação várias causas são delineadas em relação ao
questionamento “Por que os crentes
sofrem?”
São diversas as razões por que os crentes sofrem.
1.
O crente experimenta sofrimento com uma
decorrência da queda de Adão e Eva.
Quando
o pecado entrou no mundo, entrou também a dor, a tristeza, o conflito, e,
finalmente, a morte sobre o ser humano (Gn 3.16-19).
A
Bíblia afirma o seguinte: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no
mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens,
por isso que todos pecaram” (Rm 5.12).
Realmente,
a totalidade da criação geme sob os efeitos do pecado, e anseia por um novo céu
e nova terra (Rm 8.20-23; 2Pe 10.3-13)
É
nosso dever sempre recorrermos à graça, fortaleza e consolo divino (1.Co10.13).
2.
Certos
crentes sofrem pela mesma razão que os descrentes sofrem – conseqüência de seus
próprios atos.
A
lei bíblica “Tudo o que o homem semear; isso também ceifará” (Gl 6.7),
aplica-se a todos de modo geral.
Se
guiarmos com imprudência o nosso automóvel, poderemos sofrer graves danos.
Se
não formos comedidos em nossos hábitos alimentares, certamente vamos ter graves
problemas de saúde.
É
nosso dever proceder com sabedoria e de acordo com a Palavra de Deus e evitar
tudo que nos privaria do cuidado providente de Deus.
3.
O
crente também sofre, pelo menos no seu espírito, por habitar num mundo
pecaminoso e corrompido. Por toda parte ao nosso redor estão os efeitos do
pecado. Sentimos aflição e angústia ao vermos o domínio da iniqüidade sobre
tantas vidas (Ez 9.4; At 17.16; 2Pe 2.8).
É
nosso dever orar a Deus para que Ele suplante vitoriosamente o poder do pecado.
4.
Os
crentes enfrentam ataque do diabo. As Escrituras claramente mostram que
Satanás, como “o deus deste século” (2Co 4.4), controla o presente século mau (1Jo 5.19; Gl 1.4; Hb 2.14).
Ele
recebe permissão para afligir crentes de várias maneiras (1Pe 5.8,9).
Jó,
um homem reto e temente a Deus, foi atormentado por Satanás por permissão de
Deus (Jó 1 – 2).
Jesus
afirmou que uma das mulheres por ele curada estava presa por Satanás há dezoito
anos (Lc 13.11,16).
Paulo
reconhecia que o seu espinho na carne era “um
mensageiro de Satanás para me esbofetear” (2 Co 12.7).
À
medida em que travamos guerra espiritual contra o “príncipe das trevas deste
século” (Ef 6.12), é inevitável a ocorrência de adversidades.
Por
isso, Deus nos proveu de armadura espiritual (Ef 6.10-18), e armas espirituais
(2Co 10.3-6).
É
nosso dever revestir-nos de toda armadura de Deus, e orar (Ef 6.10-18), decididos a permanecer
fiéis ao Senhor, segundo a força que Ele nos dá.
Satanás
e seus seguidores se comprazem em perseguir os crentes.
Os
que amam ao Senhor Jesus e segue os seus princípios de verdade e retidão serão
perseguidos por causa da sua fé.
Evidentemente,
esse sofrimento por causa da justiça pode ser uma indicação da nossa fiel
devoção a Cristo (Mt 5.10).
É
nosso dever, uma vez que todos os crentes também são chamados a sofrer
perseguições e desprezo por causa da justiça, continuar firme, confiando
naquele que julga com justiça (Mt 5.10,11; 1Co 15.58; 1Pe 2.21-23).
De
um ponto de vista essencialmente bíblico o crente também sofre porque “nós temos a mente de Cristo” (1Co 2.16).
Ser
cristão significa estar em Cristo, estar em união com ele; nisso,
compartilhamos dos seus sofrimentos (1Pe 2.21).
Por
exemplo, assim como Cristo chorou em agonia por causa da cidade ímpia de
Jerusalém, cujos habitantes se recusavam a arrepender-se e a aceitar a salvação
(Lc 19.41), também devemos chorar pela pecaminosidade e condição perdida da
raça humana.
Paulo
incluiu na lista de seus sofrimentos por amor a Cristo (2Co 11.23-32); a sua
preocupação diária pelas igrejas que fundara: “quem enfraquece que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que
eu não me escandalize?” (2Co 11.29).
Semelhante
angústia mental por causa daqueles que amamos em Cristo deve ser uma parte
natural da nossa vida: “chorai como s que
choram” (Rm 12.15).
Realmente,
compartilhar dos sofrimentos de Cristo é uma condição para sermos glorificados
com Cristo (Rm 8.17).
É
nosso dever dar graças a Deus, pois, assim como os sofrimentos de Cristo são
nossos, assim também, nosso é o seu consolo (2Co 1.5).
Deus
pode usar o sofrimento como catalizador para o nosso crescimento ou
melhoramento espiritual.
Frequentemente,
ele emprega o sofrimento a fim de chamar a si o seu povo desgarrado, para
arrependimento de seus pecados e renovação espiritual.
É
nosso dever confessar nossos pecados conhecidos, e examinar nossa vida para ver
se há alguma coisa que desagrade o Espírito Santo.
Deus,
ás vezes, usa o sofrimento para testar nossa fé, para ver se permanecemos fiéis
a ele.
A
Bíblia diz que as provações que enfrentamos são “a prova da nossa fé” (Tg 1.3);
elas são um meio de aperfeiçoamento da nossa fé em Cristo (Dt 8.3; 1Pe 1.7).
É
nosso dever reconhecer que uma fé autêntica resultará em “louvor, e honra, e
glória na revelação de Jesus Cristo” (1Pe 1.7).
Deus
emprega o sofrimento, não somente para fortalecer a nossa fé, mas também para
nos ajudar no fortalecimento do caráter cristão e da retidão.
Segundo
vemos nas cartas de Paulo e Tiago, Deus quer que aprendamos a ser pacientes
mediante o sofrimento (Rm 5.3-5; Tg 1.3).
No
sofrimento, aprendemos a depender menos de nós mesmos e mais de Deus e da sua
graça (Rm 5.3; 2Co 12.9).
É
nosso dever estarmos afinados com aquilo que Deus quer que aprendamos através
do sofrimento.
Deus
também pode permitir que soframos dor e aflição para que possamos melhor
consolar e animar outros que estão a sofrer (2Co 1.4).
É
nosso dever usar nossa experiência advinda do sofrimento para encorajar e
fortalecer outros crentes.
Finalmente,
Deus pode usar, e usa mesmo, o sofrimento dos justos para propagar o seu reino
e seu plano redentor.
Por
exemplo; toda injustiça por que José passou nas mãos dos seus irmãos e dos
egípcios faziam parte do plano de Deus “para conservar a sucessão na terra e
para guardá-los em vida por um grande livramento”.
O
principal exemplo aqui é o sofrimento de Cristo “o Santo e o Justo” (At 3.14), que experimentou perseguição, agonia
e morte para que o plano divino da salvação fosse plenamente cumprido.
Isso
não exime da iniqüidade aqueles que o crucificaram (At 2.23), mas, indica sim,
como Deus pode usar o sofrimento dos justos pelos pecadores, para seus próprios
propósitos e sua própria glória.
O relacionamento de
Deus com o sofrimento do crente:
O
primeiro fato a ser lembrado é este:
Deus
acompanha o nosso sofrer. Satanás é o Deus deste século, mas ele só pode
afligir um filho de Deus pela vontade permissiva de Deus (Jó 1 – 2).
Deus
promete na sua palavra que Ele não permitirá sermos tentados além do que
podemos suportar (1Co 10.13).
Temos
também de Deus a promessa que Ele converterá em bem todos os sofrimentos e
perseguições daqueles que o amam e obedecem aos seus mandamentos (Rm 8.28).
José
verificou esta verdade na sua própria vida de sofrimento (Gn 50.20), e o autor
de Hebreus demonstra como Deus usa os tempos de apertos da nossa vida para
nosso próprio crescimento e benefício (Hb 12.5).
Além
disso, Deus promete que ficará conosco na hora da dor; que andará conosco “pelo
vale da sombra da morte” (Sl 23.4; Is 43.2).
Vitória sobre o
sofrimento pessoal:
Se
você está sob provações e aflições, o que deve fazer para triunfar sobre tal
situação?
1.
Examinar
as várias razões por que o ser humano sofre e ver em que sentido o sofrimento
concerne a você.
Uma
vez identificada a razão específica, você deve proceder conforme o contido em “É nosso dever”.
2.
Creia
que Deus se importa sobremaneira com você, independente da severidade das suas
circunstâncias (Rm 8.36; 2C0 1.8-10; Tg 5.11; 1 Pe 5.7).
Nenhum
crente deve estranhar o fato de experimentar adversidades, perseguições, fome,
pobreza ou perigo.
Aflições
e calamidades não significam, decerto, que Deus nos abandonou, nem que Ele
deixou de nos amar.
Pelo
contrário, nosso sofrimento como crentes, abrir-nos-á o caminho pelo qual
experimentamos mais do amor e consolo de Deus (2Co 1.4,5).
Paulo
nos garante que venceremos em todas essas adversidades e que seremos mais que
vencedores por meio de Cristo (Rm 8.37-39; Mt 5.10-12; Fp 1.29).
O
crente fiel vivendo em obediência e comunhão com Cristo e amado por Ele, ainda
assim pode passar por experiências envolvendo perigo, medo, ansiedade,
desespero e desesperança; circunstâncias estas que nos oprimem além da nossa
capacidade humana de resistir (2 Co 1.8).
Quando
aflições severas ocorrem em nossa vida, não devemos pensar que Deus nos
abandonou ou deixou de nos amar.
Ao
invés disso, devemos lembrar-nos de que essas mesmíssimas coisas aconteceram
aos fiéis servos de Deus, nos tempos do NT.
Deus
permite essas provações desalentadoras a fim de que Cristo se aproxime de nós
e, à medida que olhamos para Ele com fé, leve-nos á vitória completa (Rm 2.14;
12.7-10; 13.4).
Tal
qual Jó, devemos perseverar em meio a todas as provações, sem perder a fé em
Deus.
Essa
paciência brota de uma fé que triunfa até ao fim entre sofrimentos (Jó 13.15).
O
fim das provações que o Senhor enviou a Jó, revela que, em todas as suas
aflições, Deus cuidava dele e o sustentava na sua misericórdia.
Tiago
faz-nos saber que Deus tem cuidado de todo o seu povo e que, nos sofrimentos,
Ele o susterá com amor e misericórdia.
Em
Jó 6.4, pode-se observar a descrição de sua declaração: “Porque as flechas do Todo-Poderoso estão em mim....”
Jó
reconhecia que seu sofrimento provinha, em última análise, da parte de Deus, ou
pelo menos com seu conhecimento e permissão.
Sua
maior angústia era esta: Deus parecia estar contra ele, não sabendo ele porquê.
Quando
o crente enfrenta o sofrimento enquanto se esforça sinceramente para agradar a
Deus, não deve ceder a idéia de que Deus não se interessa mais por ele.
Podemos
não saber por que Deus permite que tais coisas aconteçam. Mas podemos saber –
como Jó – que por fim o próprio Deus nos fortalecerá, sustentará e nos fará
vitoriosos (Rm 8.35-39; Tg 5.11; 1Pe 5.10).
O
apóstolo Pedro em sua primeira carta nos aconselha “lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de
vós” (1Pe 5.7)
O
cuidado que Deus tem com os problemas de cada um dos seus filhos é uma verdade
enfatizada através da sua Palavra (Sl 27.10; Mt 6.25-30).
3.
Recorra
a Deus em oração sincera e busque a sua face. Espere nEle até que liberte você
da sua aflição (Sl 27.8-14; 40.1-3; 130).
4.
Confie
que Deus lhe dará a graça para suportar a aflição até chegar o livramento (1Co
10.13; 2Co 12.7-10).
Convém lembrar de que sempre “somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm 8.37;
Jo 16.33).
A fé cristã não consiste na remoção de fraquezas e
sofrimento, mas na manifestação do poder divino através da fraqueza humana (2Co
4.7).
5. Leia
a Palavra de Deus, principalmente os salmos de conforto em tempos de lutas (Sl
11; 16; 23; 27; 40; 46; 61; 91; 121; 125; 138).
6. Busque
revelação e discernimento da parte de Deus referente à sua situação específica
– mediante a oração, as Escrituras, a iluminação do Espírito Santo ou o
conselho de um santo e experiente irmão.
7. Se o
seu sofrimento é de natureza física lembre-se que Deus prometeu saúde e cura ao
seu povo, se este permanecesse fiel ao seu concerto e aos seus mandamentos.
Assim falou Moisés ao povo no
Egito: “...se ouvires atento a voz do
Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e inclinares os
teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma
das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o Senhor,
que te sara” (Ex 15.26).
Se
os israelitas zelosamente obedecessem ao Senhor e o seguissem, Ele não
permitiria que nenhuma das enfermidades ou pragas que Ele lançou sobre os
egípcios os afligissem.
Essa
promessa revela que o desejo primordial de Deus é curar o seu povo, e não
infligir-lhes doenças e enfermidades.
8. No
sofrimento lembre-se da predição de Cristo, de que você terá aflições na sua
vida como crente (Jó 16.33). Aguarde com alegria aquele ditoso tempo quando “Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e
não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor” (Ap 21.4).
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD
- 3º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Eliezer de Lira e Silva)
Bíblia de Estudo
Pentecostal – CPAD
CHAMPLIN. R. N. O NOVO
TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.