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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Lição 11 – Melquisedeque Abençoa Abraão - 13.12.15

Abordagem de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
4º. Trimestre2015
Gênesis 14.11-20
Reflexão: A bênção de Melquisedeque não se limitou a Abraão, mas alcança todos os que recebem Jesus Cristo como sacerdote eterno.
Gn 14.12-20; Sl 110.4; Hb 5.6,10; 6.20; 7.1-3,10,15,17,21 – Melquisedeque é a transliteração, para o português, de um nome hebraico que significa “rei de justiça”.
Ele era rei de Salém (Jerusalém) e sacerdote de El Elion, o Deus Altíssimo, que o torna um rei sacerdote, e que serviu mui apropriadamente, para ilustrar o mesmo ofício ocupado em forma muito mais significativa, pelo Senhor Jesus Cristo.

Salém tem sido identificada com a cidade de Jerusalém. De acordo com o Salmo 76.1,2 – “Conhecido é Deus em Judá; grande é o seu nome em Israel. E em Salém está o seu tabernáculo e a sua morada em Sião”.
Tanto Sião como Salém são duas formas hebraicas de se referir à cidade de Jerusalém. Melquisedeque era rei de Jerusalém, sacerdote do Deus Altíssimo; em tipologia bíblica uma figura de Cristo.

Por meio das palavras que lemos em Hb 5.6,10; 6.20, onde o escritor da carta cita o Salmo 110.4: “Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”.
O texto deixa bem claro, que Jesus é o sumo sacerdote. Seu sacerdócio não está alicerçado sobre a ordem levítica de Arão, mas sobre uma ordem de origem divina, concretizada no rei e sacerdote Melquisedeque.
Jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4). Abraão retornou para casa da guerra que travou contra os reis da Mesopotâmia, após derrotar quatro reis, vêm ao seu encontro, dois reis.

O rei de Sodoma, o príncipe da cidade que no AT., perfaz-se à quinta-essência do pecado e da punição de Deus; e o outro rei era um personagem envolvido pelo mistério de Deus, Melquisedeque. Ele é rei de Salém, “cidade da paz”.
Pensemos um pouco neste profundo e misterioso encontro (Gn 14.18). Através das sombras da história originária é como se pudéssemos ver por um instante as cúpulas douradas da sagrada cidade de Jerusalém. O polo oposto a Babel, e contrário a Sodoma.

Jerusalém, a cidade do grande rei, simboliza o exercício da soberania de Deus sobre todos os reinos do mundo (Sl 76.1-12).
Melquisedeque entra em cena para abençoar a Abraão, para lhe fortalecer após a batalha, ele lhe traz dádivas celestiais – pão e vinho, como sinal da comunhão com Deus.
Aqueles dois emblemas que este rei de Salém, um sacerdote de Deus, o Altíssimo, surgido inesperadamente, traz a Abraão, representa um refrigério do mundo superior; comunicação da graça  da vida sobre a forma de pão e vinho (Gn 14.18,19).
Em oposição á esta dádiva divina, o rei de Sodoma vem ao encontro de Abraão com uma proposta que do ponto de vista humano parecia irrecusável e tentadora.
Dai-me as pessoas, e os bens ficarão contigo” (Gn 14.21). O rei de Sodoma promete algo que não tem direito algum, e promete dar o que não lhe pertence.

As dádivas recebidas por Abraão do sacerdote Melquisedeque lhe fortaleceram em sua resistência contra a proposta traiçoeira do rei de Sodoma. Propostas aparentemente grandiosas para enganar os homens de Deus em todos os tempos que os teólogos chamam de fator Sodoma.
. Abraão teve uma vitória exterior, seguida por outra vitória interior. Ele afasta o rei de Sodoma. Abraão reconhece a autoridade divina de Melquisedeque. A oferta do dízimo constitui a expressão de sua dependência e gratidão.
O Salmo 110.4, nos fornece um único indício do AT., de Melquisedeque como representante de uma única ordem sacerdotal com origem em Deus, válida para toda a eternidade.

Considerando que o Salmo 110 é uma canção messiânica (Mt 22.41-45), Melquisedeque se revela como um tipo de Cristo (Hb 6.20).
Nessa constatação deparamo-nos com o fato de que os nomes da Bíblia não foram escolhidos por acaso, mas possuem um significado espiritual.
Melquisedeque  era rei de Salém, rei de justiça, e rei de paz (Sl 85.10).
Desde os tempos do AT., a justiça e a paz já nos são conhecidas como sinais da soberania messiânica. Por isto, Isaias afirma: “Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Para que se aumente o seu governo e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para estabelecê-lo e firmá-lo mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre”(Is 9.6,7; Mq 5.3,4; Ml 4.2).

Aquilo a que os nomes de Melquisedeque aludem, alcançou consumação plena na pessoa de Jesus. Vejamos o que diz o escritor aos Hebreus: “Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando regressava da matança dos reis e o abençoou; a quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias, nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre (Hb 7.1-3).

Hermeneuticamente, Melquisedeque é importante, porque ilustra diversas coisas.
  1. Um significado mais profundo da história; 2. Como a história pode ser profética e simbólica; 3. A unidade do AT., e do NT.; 4. A universalidade do ofício messiânico e sumo sacerdotal de Cristo; 5. A ab-rogação das ordens sacerdotais do AT., por estarem todas cumpridas em Cristo.

Pontos de vistas diversos sobre Melquisedeque – Sua obscuridade tem fascinado a tradição, pelo que também muitas identificações e conjecturas têm sido imaginadas, a saber:  1. Alguns dizem que o Espírito Santo teria aparecido na terra, sob essas forma. Mas esta é uma opinião extremamente ridícula e não aceita perla maioria absoluta dos teólogos;

2. Outros fazem dele uma manifestação de Cristo no AT., se isso fosse verdade, teríamos de esperar uma verdadeira “encarnação” antes dos tempos neo testamentários, posto que ele teve uma história contínua, tendo sido rei de Jerusalém, contudo, alguns aceitam  ideia de uma “encarnação”;

3.Outros estudiosos supões que Melquisedeque teria sido a encarnação de alguma outra elevada personalidade celeste; 4. Muitos dizem que ele seria Sem, filho de Noé, o que é opinião comum entre vários escritores judeus, mas nem todos os rabinos concordam com esta opinião; 5. Outros supõem que ele teria sido um monarca cananeu da descendência de Cão;

6. Outros ainda consideram-no um ser como Adão, diretamente criado por Deus, e que literalmente não teria descendência humana; 7.  Há também aqueles que o identificam como sendo Jó, ou um outro personagem importante do AT.

Todas essas conjecturas não têm base em que se possa confiar, sendo bem provável que ele não possa ser identificado com qualquer outra personagem conhecida. O fato de que ele não tinha pai, nem mãe. Provavelmente significa que não há registros de seus ancestrais, e, que, profeticamente, ele simboliza o divino profeta, acerca de quem não se pode falar de qualquer linhagem terrena.

Bibliografia:
 Lições Bíblicas EBD CPAD - 4º. Trimestre 2015. Comentarista: Pr.Claudionor de Andrade
ANDRADE Claudionor. O Começo de Todas as Coisas. CPAD. RJaneiro 2015
CHAMPLIN. R.N. O Antigo Testamento Interpretado - Versículo por Versículo vL 1. Editora Hagnus. SPaulo, 2001.
Bíblia de Estudo de Genebra.
CHAMPLIN. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Vls 1 b 7. Editora Hagnus  SPaulo,  2010
CHAMPLIN. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Vls 5. Editora Hagnus  SPaulo,  2010
BROADMAN. Comentário Bíblico. Vl. 1 Editora Juerpe, RJaneiro, 1987.

LAUBACH. Fritz. Carta aos Hebreus – Comentário Esperança. Editora Esperança. Curitiba, 2013

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