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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Lição 08 – Não Matarás - 22.02.2015

Abordagem de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
1º. Trimestre / 2015
                                             Exodo 20.13; Números 35.16-25    

Reflexão: “Não matarás”. (Ex 20.13).


O sexto mandamento manifesta o propósito de Deus pela proteção da vida. A vida é um dom de Deus e ninguém tem o direito de tirá-la.

O contexto teológico de “não matarás”, é que Deus é o Senhor da vida. Ele criou as águas – na verdade, o mundo todo – para ser povoado de “enxames de seres viventes” (Gn 1.20).

Ele deu a todas essas criaturas o “fôlego de vida” (Gn 1.30). Sua criação do homem foi 
muito dramática neste sentido: Ele tomou pó e pessoalmente “lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn 2.7).

A vida, simbolizada pela árvore da vida no jardim (Gn 2.9), resume a plenitude da existência do homem com Deus: Não apenas vida física, mas também vida espiritual – sua justiça e santidade (Gn 2.7).

A palavra que resume de modo mais completo o resultado da queda de Adão é morte. Esta, fora a ameaça de Deus em Gn 2.7.

Assim, a maldição pronunciada sobre a terra depois do pecado do homem leva à morte: “Porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gn 3.19).

No novo ambiente pós-queda, o primeiro filho de Eva mata o segundo, e “o livro da genealogia de Adão” (Gn 5.1), completa cada verbete genealógico (exceto o de Enoque) com as palavras “e morreu”.

Gênesis 6.3 começa com uma limitação do tempo de vida humana e termina com a destruição de quase toda a vida sobre a terra.

A infidelidade a Deus nos separa da vida e traz a morte, e a morte impregna a história humana. Como a vida, a morte é física e espiritual.

A morte física põe um fim à nossa participação na vida terrena. A morte espiritual (Ef 2.5), é uma perda da comunhão com Deus, o Senhor da vida.

A menos que seja interrompida pela graça divina, a morte espiritual conduz à morte eterna, à permanência para a ação de Deus, e, portanto, das suas bênçãos (Jo 3.36).

Estar espiritualmente morto implica nada poder fazer para escapar da morte eterna. Mas Deus enviou seu filho para sofrer a morte no lugar daqueles que o aceitam como Salvador e Senhor.

Quando Jesus morreu, aqueles que o aceitam como salvador, morreram também com ele para o pecado (Rm 6.2).

Quando Jesus ressuscitou, todos aqueles que o receberam como Salvador e Senhor, também ressuscitaram com ele para a vida (Rm 6.4).

Portanto, por toda a Escritura, Deus continua a oferecer vida. Vimos no quinto mandamento que Deus oferece vida longa e prosperidade àqueles que honram seus pais (Dt 30.19,20).

Deus tem prazer na vida. O fato de a morte impregná-la é uma medida da seriedade do pecado. É uma medida da grandiosidade da salvação o fato de que em Cristo a morte seja absolvida pela vida (2Co 5.4).

Ao tirar a vida de alguém o homicida está infringindo a lei dos homens e agindo diretamente contra o próprio autor da vida, Deus.

A formulação positiva deste mandamento é viver em paz com o seu próximo: “...Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” (Rm 12.18). É amar o inimigo e orar por ele (Mt 5.44).

O apóstolo Paulo nos aconselha: “Longe de vós toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmia, e bem assim toda a malícia.

Antes sede uns para com os outros benigno, compassivo, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou” (Ef 4.31,31).

A agressividade humana já aparece nos jardins de Infância e continua no pátio das escolas 
públicas e particulares, nos protestos universitários e sindicais, nos desajustes matrimoniais e em alguns comícios públicos.

A forma mais dolorosa desse processo, é a guerra civil, o terrorismo e a guerra generalizada.

Mas Deus criou o homem à sua imagem (Gn 1.27). Portanto, a Bíblia salienta e sustenta a inviolabilidade da vida humana. O respeito à vida é mais do que mero conceito judaico-cristão, faz parte da ética jurídica de todos os países civilizados.
Na moral tradicional, três são as razões que apoiam o valor da vida:

1. A vida é um dom de Deus (Jó 1.21; 33.4; Sl 31.15). “Não matarás” refere-se à dignidade e singularidade do homem que vive sob a bênção e proteção de seu criador.  Deus é o dono da vida, e o homem é seu administrador (Dt 30.15; Sl 36.9; Lc 12.20).

2. A vida é um bem pessoal inalienável – Quitar a vida própria ou alheia é ofender a Deus e depreciar ao criador.  Também é ofender a si mesmo e ao próximo, porque é deixar de acreditar em qualquer tipo de ajuda externa.

O valor da vida não depende dos anos acumulados, nem da capacidade física ou intelectual da pessoa. Antes, a vida é um bem pessoal intransferível e incalculável (Sl 49.6-8).

3. A vida é um bem da comunidade – Atentar contra a vida do próximo é uma ofensa à comunidade cujo núcleo é a família.
O apóstolo Paulo, usando analogia do corpo e das funções de seus membros, ensinou que 

Deus coordenou o corpo, concedendo muito mais honra aquilo que menos tinha, para que não haja divisão no corpo;pelo contrário, coopere os membros com igual cuidado, em favor uns dos outros. 

De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um membro é honrado, com ele todos os membros se regozijam (1Co 12.24-26).

A cruz de Cristo e a graça perdoadora – Do ponto de vista bíblico, talvez o argumento mais forte seja a cruz de Cristo e a graça perdoadora.

Esta objeção sustenta que a pena capital é baseado num conceito sub cristão ou pré-cristão da justiça, que é transcendido por uma moralidade neotestamentária da graça.

Deus não deseja castigar os homens, muito menos com a pena capital; pelo contrário, Deus quer perdoar os homens que se arrependerem de seus pecados através de Cristo.

Todos os crimes dos que aceitaram a Cristo como Salvador e Senhor foram pregados na cruz (Ef 2.15,16,18).

A lei foi cumprida por Cristo, no preceito e na penalidade (Mt 5.17; Gl 3.13).
É difícil analisar a guerra numa ética bíblica, a ética cristã, porque a Escritura diz muito pouco sobre a ética real das guerras.

Ela reconhece a guerra como resultado do pecado: “De onde procede guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçai e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras” (Tg 4.1,2).

A consumação da história é um tempo de paz, não de guerra (Is 2.4; 9.6,7; 11.6). Até lá, a Escritura honra de maneira especial aqueles que buscam a paz (Sl 46.9; 120.6,7; Mt 5.9).

Embora Davi tenha sido um homem segundo o coração de Deus, Deus não permitiu que ele construísse o templo, visto ser ele um homem de guerra e que derramou muito sangue (1Cr 22.18,19; 28.3).

O templo antecipa a paz final de Deus. Seu construtor deveria ser um homem de paz, o filho de Davi, Salomão, cujo nome significa “pacífico”. Assim também Jesus, o cumprimento do templo é o príncipe da paz (Is 9.6).

Sob a nova aliança, o reino de Deus não deve progredir por meio da guerra, embora os cristãos nem sempre tenham entendido esse princípio. Há uma guerra a ser travada pelos cristãos, mas é uma guerra espiritual, não uma guerra a ser combatida com armas físicas (Ef 6.10-20).

Os arsenais de guerra não tem qualquer poder contra os inimigos espirituais, Satanás e suas tropas. Apenas a verdade, a justiça, o evangelho, a fé, a salvação, a Palavra de Deus e a oração podem derrotar os exércitos de Satanás.

Assim, a guerra é uma metáfora importante para a vida do cristão (2Co 10.3; 1Tm 1.18; 2Tm 2.4; 1Pe 2.11).

No entanto, a Escritura reconhece que às vezes a guerra é necessária no mundo caído. Como vimos, Deus deu a espada ao magistrado civil (At 25.11; Rm 13.4).

A espada é um instrumento de derramamento de sangue e morte. Deus é aquele que capacita o guerreiro devoto a prevalecer (Sl 144.1).

A Escritura respeita a vocação militar. João Batista disse aos soldados que não maltratassem os outros, mas não lhes disse para deixarem o exército (Lc 3.14).
Os centuriões romanos em geral são modelos positivos de militar no NT (Mt 27.54; Lc 7.9; At 10.2.22.35).

No AT Abraão resgatou seu sobrinho Ló organizando uma força militar (Gn 14.13-16). Mais tarde, Deus ordena a Israel fazer guerra.

Uma guerra contra as tribos dos cananeus dentro da terra da Promessa.
E outra guerra contra as cidades que estivessem muito longe e que não eram cidade dos cananeus Dt 20).

Fonte de pesquisa:
SOARES Esequias – Comentarista da Revista do Mestre – EBD CPAD – 1tri 2015
SOARES Esequias. Os Dez Mandamentos – Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD. 1ª. Edição. RJaneiro, Outubro / 014
CHAMPLIN. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia Vl 3
REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez Mandamentos. Soc.
Teologia Sistemática – Vl.8 Editora Hagnus. SPaulo, 2003.
FRAME, John M. A Doutrina da Vida Cristã. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2013
PORTELA, Solano. A Lei de Deus Hoje. Editora Os Puritanos. SPaulo, 2000
KEVAN, Ernest. A Lei Moral. Editora Os Puritanos. SPaulo, 2000
Bíblia de Estudo Macartur – Versão Almeida Revista e Atualizada
Bíblia B. K. J. Sociedade Bíblica Íbero-Americana., SPaulo 2012
Comentário Bíblico Broadman V.1 – Gênesis - Èxodo. Editora Juerpe. Rio de Janeiro 1986.
Obs – As referências bíblicas desses estudo são da versão B.K.J atualizada


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