Abordagem
de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
1º.
Trimestre / 2015
Exodo 20.13; Números 35.16-25
Reflexão: “Não matarás”. (Ex 20.13).
O sexto mandamento manifesta o propósito de Deus pela proteção da vida.
A vida é um dom de Deus e ninguém tem o direito de tirá-la.
O contexto teológico de “não matarás”, é que Deus é o Senhor da vida.
Ele criou as águas – na verdade, o mundo todo – para ser povoado de “enxames de
seres viventes” (Gn 1.20).
Ele deu a todas essas criaturas o “fôlego de vida” (Gn 1.30). Sua
criação do homem foi
muito dramática neste sentido: Ele tomou pó e pessoalmente
“lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”
(Gn 2.7).
A vida, simbolizada pela árvore da vida no jardim (Gn 2.9), resume a
plenitude da existência do homem com Deus: Não apenas vida física, mas também
vida espiritual – sua justiça e santidade (Gn 2.7).
A palavra que resume de modo mais completo o resultado da queda de Adão
é morte. Esta, fora a ameaça de Deus em Gn 2.7.
Assim, a maldição pronunciada sobre a terra depois do pecado do homem
leva à morte: “Porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gn 3.19).
No novo ambiente pós-queda, o primeiro filho de Eva mata o segundo, e “o
livro da genealogia de Adão” (Gn 5.1), completa cada verbete genealógico
(exceto o de Enoque) com as palavras “e morreu”.
Gênesis 6.3 começa com uma limitação do tempo de vida humana e termina
com a destruição de quase toda a vida sobre a terra.
A infidelidade a Deus nos separa da vida e traz a morte, e a morte
impregna a história humana. Como a vida, a morte é física e espiritual.
A morte física põe um fim à nossa participação na vida terrena. A morte
espiritual (Ef 2.5), é uma perda da comunhão com Deus, o Senhor da vida.
A menos que seja interrompida pela graça divina, a morte espiritual
conduz à morte eterna, à permanência para a ação de Deus, e, portanto, das suas
bênçãos (Jo 3.36).
Estar espiritualmente morto implica nada poder fazer para escapar da
morte eterna. Mas Deus enviou seu filho para sofrer a morte no lugar daqueles
que o aceitam como Salvador e Senhor.
Quando Jesus morreu, aqueles que o aceitam como salvador, morreram
também com ele para o pecado (Rm 6.2).
Quando Jesus ressuscitou, todos aqueles que o receberam como Salvador e
Senhor, também ressuscitaram com ele para a vida (Rm 6.4).
Portanto, por toda a Escritura, Deus continua a oferecer vida. Vimos no
quinto mandamento que Deus oferece vida longa e prosperidade àqueles que honram
seus pais (Dt 30.19,20).
Deus tem prazer na vida. O fato de a morte impregná-la é uma medida da
seriedade do pecado. É uma medida da grandiosidade da salvação o fato de que em
Cristo a morte seja absolvida pela vida (2Co 5.4).
Ao tirar a vida de alguém o homicida está infringindo a lei dos homens e
agindo diretamente contra o próprio autor da vida, Deus.
A formulação positiva deste mandamento é viver em paz com o seu próximo:
“...Se possível, quanto depender de vós,
tende paz com todos os homens” (Rm 12.18). É amar o inimigo e orar por ele
(Mt 5.44).
O apóstolo Paulo nos aconselha: “Longe
de vós toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmia, e bem assim
toda a malícia.
Antes sede uns para com os outros benigno,
compassivo, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos
perdoou” (Ef 4.31,31).
A agressividade humana já aparece nos jardins de Infância e continua no
pátio das escolas
públicas e particulares, nos protestos universitários e
sindicais, nos desajustes matrimoniais e em alguns comícios públicos.
A forma mais dolorosa desse processo, é a guerra civil, o terrorismo e a
guerra generalizada.
Mas Deus criou o homem à sua imagem (Gn 1.27). Portanto, a Bíblia salienta
e sustenta a inviolabilidade da vida humana. O respeito à vida é mais do que
mero conceito judaico-cristão, faz parte da ética jurídica de todos os países
civilizados.
Na moral tradicional, três são as razões que apoiam o valor da vida:
1. A vida é um dom de Deus (Jó 1.21; 33.4; Sl 31.15). “Não matarás”
refere-se à dignidade e singularidade do homem que vive sob a bênção e proteção
de seu criador. Deus é o dono da vida, e
o homem é seu administrador (Dt 30.15; Sl 36.9; Lc 12.20).
2. A vida é um bem pessoal inalienável – Quitar a vida própria ou alheia é ofender
a Deus e depreciar ao criador. Também é
ofender a si mesmo e ao próximo, porque é deixar de acreditar em qualquer tipo
de ajuda externa.
O valor da vida não depende dos anos acumulados, nem da capacidade
física ou intelectual da pessoa. Antes, a vida é um bem pessoal intransferível
e incalculável (Sl 49.6-8).
3. A vida é um bem da comunidade – Atentar contra a vida do próximo é uma
ofensa à comunidade cujo núcleo é a família.
O apóstolo Paulo, usando analogia do corpo e das funções de seus
membros, ensinou que
Deus coordenou o corpo, concedendo muito mais honra aquilo
que menos tinha, para que não haja divisão no corpo;pelo contrário, coopere os membros com igual cuidado, em favor uns dos
outros.
De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um
membro é honrado, com ele todos os membros se regozijam (1Co 12.24-26).
A cruz de Cristo e a graça perdoadora – Do ponto de vista bíblico, talvez o
argumento mais forte seja a cruz de Cristo e a graça perdoadora.
Esta objeção sustenta que a pena capital é baseado num conceito sub cristão
ou pré-cristão da justiça, que é transcendido por uma moralidade
neotestamentária da graça.
Deus não deseja castigar os homens, muito menos com a pena capital; pelo
contrário, Deus quer perdoar os homens que se arrependerem de seus pecados através
de Cristo.
Todos os crimes dos que aceitaram a Cristo como Salvador e Senhor foram
pregados na cruz (Ef 2.15,16,18).
A lei foi cumprida por Cristo, no preceito e na penalidade (Mt 5.17; Gl
3.13).
É difícil analisar a guerra numa ética bíblica, a ética cristã, porque a
Escritura diz muito pouco sobre a ética real das guerras.
Ela reconhece a guerra como resultado do pecado: “De onde procede guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão
dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçai e nada tendes; matais, e
invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras” (Tg
4.1,2).
A consumação da história é um tempo de paz, não de guerra (Is 2.4;
9.6,7; 11.6). Até lá, a Escritura honra de maneira especial aqueles que buscam
a paz (Sl 46.9; 120.6,7; Mt 5.9).
Embora Davi tenha sido um homem segundo o coração de Deus, Deus não
permitiu que ele construísse o templo, visto ser ele um homem de guerra e que
derramou muito sangue (1Cr 22.18,19; 28.3).
O templo antecipa a paz final de Deus. Seu construtor deveria ser um
homem de paz, o filho de Davi, Salomão, cujo nome significa “pacífico”. Assim
também Jesus, o cumprimento do templo é o príncipe da paz (Is 9.6).
Sob a nova aliança, o reino de Deus não deve progredir por meio da
guerra, embora os cristãos nem sempre tenham entendido esse princípio. Há uma
guerra a ser travada pelos cristãos, mas é uma guerra espiritual, não uma
guerra a ser combatida com armas físicas (Ef 6.10-20).
Os arsenais de guerra não tem qualquer poder contra os inimigos
espirituais, Satanás e suas tropas. Apenas a verdade, a justiça, o evangelho, a
fé, a salvação, a Palavra de Deus e a oração podem derrotar os exércitos de
Satanás.
Assim, a guerra é uma metáfora importante para a vida do cristão (2Co
10.3; 1Tm 1.18; 2Tm 2.4; 1Pe 2.11).
No entanto, a Escritura reconhece que às vezes a guerra é necessária no
mundo caído. Como vimos, Deus deu a espada ao magistrado civil (At 25.11; Rm
13.4).
A espada é um instrumento de derramamento de sangue e morte. Deus é
aquele que capacita o guerreiro devoto a prevalecer (Sl 144.1).
A Escritura respeita a vocação militar. João Batista disse aos soldados
que não maltratassem os outros, mas não lhes disse para deixarem o exército (Lc
3.14).
Os centuriões romanos em geral são modelos positivos de militar no NT
(Mt 27.54; Lc 7.9; At 10.2.22.35).
No AT Abraão resgatou seu sobrinho Ló organizando uma força militar (Gn
14.13-16). Mais tarde, Deus ordena a Israel fazer guerra.
Uma guerra contra as tribos dos cananeus dentro da terra da Promessa.
E outra guerra contra as cidades que estivessem muito longe e que não
eram cidade dos cananeus Dt 20).
Fonte de pesquisa:
SOARES Esequias – Comentarista da
Revista do Mestre – EBD CPAD – 1tri 2015
SOARES Esequias. Os Dez Mandamentos –
Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD. 1ª. Edição.
RJaneiro, Outubro / 014
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REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez
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Editora Os Puritanos. SPaulo, 2000
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Revista e Atualizada
Bíblia B. K. J. Sociedade Bíblica
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Comentário Bíblico Broadman V.1 –
Gênesis - Èxodo. Editora Juerpe. Rio de Janeiro 1986.
Obs – As referências bíblicas desses estudo são da versão B.K.J
atualizada
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