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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Lição 06 – Santificarás o Sábado - 08.02.2015


Abordagem de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
1º. Trimestre / 2015
                                             Exodo 20.8-11; 31.12-17    

Reflexão: “Lembra-te do dia do sábado para o santificar”. (Ex 20.8).

Existe um forte elo de ligação e continuidade, entre o sábado dado a Adão (Gn 2.3) o sábado do decálogo, e o Dia do Senhor no Novo Testamento.

A celebração da obra divina completada é chamada de “descanso”. Como um ser Eterno e Onipotente, Deus não precisa descansar no sentido literal.

Mas ele realmente concluiu tarefas, e a conclusão de suas tarefas principais é importante para Deus, e foi um momento para celebração.

Na criação, Deus viu tudo quanto tinha feito e declarou que era muito bom (Gn 1.31). Na conclusão da redenção, haverá um descanso sabático final para todo o povo de Deus (Hb 4.9), a consumação do reino celestial, antecipada pela conquista da terra prometida por Israel (Dt 3.20); 12.9; 1Re 8.56).

Portanto dentro deste conceito, a observância de um sábado, pelo homem, é de algum modo, uma confissão de que Yahweh é o seu Senhor.
Deus completou a sua obra da criação em seis dias e descansou no sétimo dia.

Deus “descansou” ou seja, cessou. O significado desse verbo no hebraico é, shabat, “cessar, desistir, descansar” (Gn 8.22. Jó 32.1; Ez 16.41).
Esse descanso é sinônimo de cessar de criar dando a entender que a obra está concluída (Is 40.28; Jo 5.17).

A instituição do sábado legal no decálogo tinha um propósito social e outro espiritual, cessar o labor a cada seis dias de trabalho para homens e para o animais.
Embora todos os dez mandamentos seja uma dádiva de Deus, o quarto, de forma especial é             qualificado como presente de Deus. Em Ex 16.29,30 o sábado é apresentado como um dom de Deus que visa o descanso e o benefício do homem.

A palavra sábado, vem do   vocábulo hebraico sbt; que literalmente significa descansar, folgar, feriar, cessar, desistir, parar.
O shabat não significa sétimo dia, mas, descanso, fôlego. Nas três versões contidas no decálogo, este mandamento aparece primeiro sob a forma de substantivo em Ex 20.8. E depois na forma verbal (Dt 5.12 e Ex 34.21).

Além disso, encontramo-lo no livro da aliança, outra vez, na forma verbal (Ex 23.12). Ex 20.8 enfatiza a lembrança, enquanto Dt 5.12 fala da guarda.

O sábado foi dado a Israel por causa de sua libertação do cativeiro do Egito (Dt 5.15). O judaísmo santifica o sétimo dia da semana em lembrança à libertação do Egito,
enquanto os cristão, desde a igreja primitiva, observa o primeiro dia da semana como o Dia do Senhor, em memória da libertação, do cativeiro do pecado e da ressurreição de Jesus Cristo (At 20.7; 1Co 16.2).

O importante não é observar o sétima dia no sábado, ou em qualquer outro dia de forma legalista ou casuísta (Rm 14.5).

Mas, santificá-lo como o dia da vitória do Senhor, cultuando na igreja, na devoção particular, na adoração e na santa comunhão com os irmãos para o desenvolvimento dos dons da igreja.

O domingo abre-nos os horizontes para o grande e futuro “Dia do Senhor”, quando cessará todo o trabalho cansativo do homem (Ap 21.4.23; 1Jo 4.17; At 17.31, 1Co 1.8; 1Ts 5.2).

Pelo cumprimento ou não desse mandamento podemos observar o progresso ou a decadência espiritual de um povo. Mas finalmente qual é o dia do descanso? Sábado ou Domingo?

Os pontos centrais de cumprimento ao quarto mandamento são: O descanso, a questão da separação de um dia para Deus, é a sistematização ou repetibilidade desse dia.

O dia em si, é uma questão temporal, principalmente porque depois de tantas e sucessivas modificações no calendário, é impossível qualquer seita ou religião afirmar categoricamente que estamos observando exatamente o sétimo dia da criação.

Nós usamos o calendário gregoriano, feito no século XVI. Os judeus atuais usam o calendário ortodoxo estabelecido no III século d.C., e assim, por diante.

No final da revolução francesa lá pelos idos de 1793, Pariz e toda a França estava atravessando um dos mais turbulentos períodos de sua história.
Idealistas, intelectuais, prisioneiros, aproveitadores, e o povo comum, todos deram as mãos unidos contra a decadente e corrupta monarquia.

No propósito de criarem oportunidades para todos, romperam com tudo que lembrasse a sociedade anterior.
Nessa visão, invadiram palácios, decapitaram nobres e formaram uma nova classe regente, determinada a começar tudo do zero.

A igreja católica também atraiu a ira dos revolucionários, pois compartilhava com todos os demandos anterior. Foi desprezada e atacada.

O extremismo era tal que até pessoas da própria organização interna eram perseguidas, e na tentativa de apagar a história passada até aquela ocasião uma das ações da revolução francesa, foi a reformulação do calendário.

Assim jogaram fora a forma de se contar o tempo conforme Deus organizou no princípio, porque entendiam que essa forma estava por demais associada com a igreja e ao clero.
Criaram o calendário republicano. Nele os nomes dos meses e dos dias da semana foram mudados, porém a maior violência ao tempo foi a criação da semana decimal, onde ao invés de semana de sete dias, estipularam três semanas de dez dias para cada mês.

Assim modificaram algo que faz parte da estrutura dos habitantes da terra, desde a sua criação.
Era a tentativa de descristianizar o calendário. O calendário republicano não funcionou.
Em primeiro de janeiro de 1.806, a França voltou a observar o calendário gregoriano até os dias atuais.

Os escritos da igreja primitiva, desde o I século começando com a epístola de Barnabé (Ano 100d.C.) até o grande historiador Euzébio no ano 324 d.C,
concordam que a igreja cristã inicialmente formada por judeus e gentios guardavam conjuntamente o sábado e o domingo.

Essa prática foi gradativamente mudando para a guarda específica do domingo, na medida que se entendia que o domingo era o dia de descanso apropriado em substituição ao sábado.

Semelhantemente, a circuncisão e o batismo foram inicialmente observados, permanecendo depois apenas o batismo na igreja cristã primitiva.
Em 321 d.C, o imperador Constantino promulgou o édito que leva o seu próprio nome (Constantino), determinando oficialmente o domingo como dia de repouso para os cristãos em todo império romano como uma forma de honrar a ressurreição de Cristo.

Embora a igreja primitiva já observava o domingo desde os dias do apóstolo Paulo (1Co 16.2; At 20.7; Rm 14.5,6). O imperador Constantino tornou em lei aquilo que já era observado por tradição.

Cl 2.16,17, mostra que o aspecto do sétimo dia era uma sombra do que haveria de vir, não devendo ser ponto de julgamento de um cristão sobre o outro.

Os principais eventos da era cristã aconteceram no domingo. Jesus ressuscitou no domingo (Jo 20.1); em um domingo Jesus apareceu aos discípulos duas vezes (Jo 20.19,26).

O pentecostes aconteceu em um domingo (Lv 23.15,16; At 2.14). Jesus apareceu a João na Ilha de Patmos em um domingo (Ap 1.10).

Jesus o Senhor do sábado – Embora Jesus Cristo tenha se identificado como o Senhor do sábado (Mc 2.28), mesmo assim ele não estava depreciando o sábado. Jesus estava apontando para o verdadeiro significado do sábado.

Embora ele tivesse o costume de frequentar a sinagoga no dia de sábado (Lc 4.16), e cumprir todos os mandamentos de seu Pai Celeste (Jo 15.10), havia um conflito crescente com os fariseus e saduceus (Mt 12.1-4; Mc 2.23-28; Lc 6.1-11).

Nosso Senhor salientou perante os judeus o fato de que eles entendiam mal o mandamento do AT. Tentavam impor a obediência do sábado mais rigorosa do que o exigido por Deus.

Não é errado comer no sábado, ainda que o alimento tivesse de ser debulhado o grão da espiga nas mãos. Não é errado fazer o bem no dia de sábado. As curas eram uma obra de misericórdia (Jo 5.1-18; Lc 13.10-17; 14.1-6).

Cumprir o quarto mandamento no contexto do NT vai muito além de evitar o mal, mas implica em fazer o bem (Mt 12.1). Ali Jesus ensina o resgate de uma ovelha que caiu numa cova no dia de sábado.

Nos evangelhos encontramos seis conflitos envolvendo o sábado: (Mc 2.23-28; Lc 6.1-5; Mt 12.1-8).

O homem da mão mirrada (Mc 3.1-6; Lc 6.6-11; Mt 11.9-14). Duas vezes de forma peculiar em a cura de uma mulher encurvada (Lc 13.10-17) e a cura de um hidrópico (Lc 14.1-6).

Duas vezes em João: O paralítico do tanque de Betesda, (Jo 5) e a cura do cego de nascença (Jo 9). Esses textos nos mostram que Jesus declara Senhor e criador do sábado (Mt 12.8; Mc 2.28; Lc 6.5).
Jesus cumpriu o sábado (Jo 15.10).

Fonte de pesquisa:
SOARES Esequias – Comentarista da Revista do Mestre – EBD CPAD – 1tri 2015
SOARES Esequias. Os Dez Mandamentos – Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD. 1ª. Edição. RJaneiro, Outubro / 014
CHAMPLIN. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia Vl 3
REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez Mandamentos. Soc.
Teologia Sistemática – Vl.8 Editora Hagnus. SPaulo, 2003.
FRAME, John M. A Doutrina da Vida Cristã. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2013
PORTELA, Solano. A Lei de Deus Hoje. Editora Os Puritanos. SPaulo, 2000
KEVAN, Ernest. A Lei Moral. Editora Os Puritanos. SPaulo, 2000
Bíblia de Estudo Macartur – Versão Almeida Revista e Atualizada
Bíblia B. K. J. Sociedade Bíblica Íbero-Americana., SPaulo 2012
Comentário Bíblico Broadman V.1 – Gênesis - Èxodo. Editora Juerpe. Rio de Janeiro 1986.

Obs – As referências bíblicas desses estudo são da versão B.K.J atualizada

Um comentário:

  1. Excelente e esclarecedor artigo. Complementa em muito o exposto no debate. Alexandre galvao

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